Câncer de pele: sinais de alerta e como usar a regra do ABCDE para se proteger

Câncer de pele: sinais de alerta e como usar a regra do ABCDE para se proteger

O recente diagnóstico de câncer de pele de Val Marchiori acendeu um alerta e trouxe à tona um debate fundamental sobre a saúde. O caso da empresária, que compartilhou publicamente sua jornada, serve como um poderoso lembrete sobre a necessidade de vigiar a própria pele e a importância de identificar sinais que, muitas vezes, passam despercebidos na correria do dia a dia.

O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil e no mundo. Quando detectado em estágios iniciais, as chances de cura são altíssimas. Por isso, conhecer os sinais de alerta é uma ferramenta crucial de prevenção e autocuidado. A maioria das lesões suspeitas pode ser identificada com um simples autoexame, prestando atenção em pintas, manchas e outras alterações.

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Existem dois grandes grupos de câncer de pele: o não melanoma e o melanoma. O primeiro, que inclui o carcinoma basocelular e o espinocelular, é o mais frequente e tem menor letalidade.

Já o melanoma, embora menos comum, é o tipo mais agressivo e com maior risco de se espalhar para outros órgãos. A boa notícia é que ambos apresentam sinais visíveis na pele.

Para ajudar na identificação de lesões suspeitas de melanoma, dermatologistas criaram um método simples e fácil de memorizar, conhecido como a regra do ABCDE. Cada letra corresponde a uma característica que deve ser observada em pintas ou manchas. A análise conjunta desses fatores ajuda a diferenciar uma lesão benigna de uma potencialmente perigosa.

A de Assimetria

Uma pinta ou mancha benigna geralmente tem um formato regular, ou seja, é simétrica. Se você traçar uma linha imaginária no meio dela, os dois lados serão muito parecidos. No caso de uma lesão suspeita, essa simetria não existe. Um lado é diferente do outro, seja no formato, na cor ou na elevação.

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Essa irregularidade no formato é um dos primeiros indicativos de que as células daquela região não estão se multiplicando de maneira ordenada. A assimetria pode ser sutil no início, mas tende a se tornar mais evidente com o tempo. Por isso, a observação contínua é essencial para notar qualquer mudança.

B de Bordas

As bordas de uma pinta normal são lisas e bem definidas, com um contorno claro que a separa do resto da pele. Já nas lesões que podem indicar um melanoma, as bordas costumam ser irregulares, serrilhadas ou com limites mal definidos, como se a mancha estivesse se “espalhando” pela pele de forma desigual.

Imagine o contorno de um mapa: cheio de reentrâncias e irregularidades. Essa é a aparência que as bordas de uma lesão maligna podem ter. Essa característica visual é um sinal importante de que o crescimento da lesão está fora de controle e precisa ser avaliado por um profissional de saúde.

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C de Cor

Pintas e manchas benignas costumam ter uma coloração única e uniforme, geralmente em tons de castanho. O sinal de alerta surge quando uma única lesão apresenta diferentes cores. A presença de vários tons de marrom, preto e castanho em uma mesma pinta é um forte indício de anormalidade.

Além disso, o aparecimento de cores como branco, vermelho, cinza ou azulado em uma pinta pré-existente ou em uma nova mancha é um motivo para buscar avaliação médica imediata. Essa variação de tonalidade sugere uma atividade celular atípica que precisa ser investigada com urgência.

D de Diâmetro

O tamanho da lesão também é um fator relevante. Embora existam melanomas menores, lesões com diâmetro superior a 6 milímetros – aproximadamente o tamanho da borracha de um lápis – são consideradas mais suspeitas. É importante notar que não se trata de uma regra absoluta, mas de um critério de atenção.

Uma pinta que sempre foi pequena e de repente começa a crescer rapidamente deve ser examinada, independentemente de ter atingido os 6 milímetros. O crescimento acelerado, tanto em largura quanto em altura (quando a pinta se torna elevada), é um sinal de que algo pode estar errado.

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E de Evolução

Talvez o critério mais importante de todos seja a evolução. Qualquer mudança em uma pinta ou mancha ao longo do tempo é um sinal de alerta máximo. Essas alterações podem incluir mudanças de tamanho, forma, cor, ou o surgimento de novos sintomas, como coceira, sangramento ou formação de crostas (casquinhas).

Uma lesão que era plana e se tornou elevada, que era clara e escureceu, ou que simplesmente não se parece com nenhuma outra pinta que você tem no corpo (o chamado sinal do “patinho feio”) precisa ser avaliada. A evolução é a principal característica que diferencia uma lesão dinâmica e potencialmente perigosa de uma pinta estável e benigna. Ficar atento a essas transformações é fundamental para o diagnóstico precoce.

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