STF, STJ e TSE: entenda as diferenças entre os principais tribunais do Brasil

STF, STJ e TSE: entenda as diferenças entre os principais tribunais do Brasil

Compreender o papel dos principais tribunais do Brasil pode parecer uma tarefa complexa, mas é essencial para entender o funcionamento do país. O Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm funções distintas e não se sobrepõem, embora atuem em conjunto para garantir a ordem jurídica.

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Cada um desses órgãos é uma peça-chave no quebra-cabeça do Poder Judiciário. Enquanto o STF é o guardião máximo da Constituição, o STJ cuida da aplicação das leis federais, e o TSE se dedica exclusivamente às questões eleitorais. Casos de grande repercussão, como os que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, mostram como a atuação de cada Corte é específica e decisiva para o cenário político e social.

O que é o Supremo Tribunal Federal (STF)?

O STF ocupa o topo da estrutura do Poder Judiciário brasileiro. Sua missão principal é zelar pela Constituição Federal. Isso significa que ele tem a palavra final sobre o que é ou não constitucional no país. Qualquer lei, decreto ou ato normativo que contrarie a Constituição pode ser invalidado pelo Supremo.

Composto por 11 ministros, indicados pelo presidente da República e aprovados pelo Senado Federal, o tribunal julga questões de grande impacto. Entre suas competências está a de processar e julgar, por exemplo, o presidente da República, o vice-presidente, membros do Congresso Nacional e seus próprios ministros em crimes comuns.

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O Supremo também analisa recursos extraordinários, que são apelações contra decisões de outros tribunais que possam ter violado a Constituição. É, portanto, a última instância para qualquer debate que envolva a lei maior do país, garantindo que seus princípios sejam respeitados em todo o território nacional.

Qual a função do Superior Tribunal de Justiça (STJ)?

O Superior Tribunal de Justiça, conhecido como “Tribunal da Cidadania”, tem um papel diferente. Sua principal função é uniformizar a interpretação da legislação federal em todo o Brasil. Em outras palavras, o STJ garante que uma mesma lei federal seja aplicada da mesma forma em São Paulo, no Acre ou no Rio Grande do Sul.

Formado por no mínimo 33 ministros, o STJ não reexamina fatos ou provas de um processo. A sua análise é estritamente sobre a aplicação da lei. Por exemplo, se um tribunal de segunda instância interpretou um artigo do Código Civil de maneira diferente de outro tribunal, cabe ao STJ decidir qual a interpretação correta, pacificando o entendimento.

É a última instância para causas infraconstitucionais que não envolvem matéria constitucional nem a justiça especializada, como a trabalhista ou a eleitoral. Questões do dia a dia, como disputas sobre contratos, planos de saúde ou direito do consumidor, podem chegar ao STJ se houver divergência sobre a aplicação de uma lei federal.

E o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)?

O Tribunal Superior Eleitoral tem uma missão muito específica: administrar a Justiça Eleitoral. Ele é o órgão máximo responsável por organizar, fiscalizar e apurar as eleições no Brasil, garantindo a legitimidade do processo eleitoral. Sua atuação é fundamental para a saúde da democracia.

A composição do TSE é única, sendo formado por sete ministros. Três são originários do STF, dois vêm do STJ e dois são juristas indicados pelo presidente da República. Essa formação mista busca equilibrar a visão judicial e a expertise jurídica na condução das eleições.

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O TSE julga os recursos de decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e também tem competência originária para julgar casos como o registro de partidos políticos, candidaturas à presidência e vice-presidência e crimes eleitorais que envolvem essas figuras. Ações que pedem a cassação de mandatos por abuso de poder político ou econômico, como as que miraram o ex-presidente Bolsonaro, são exemplos claros de sua jurisdição.

Como os tribunais se relacionam?

Apesar das funções distintas, os tribunais se relacionam de forma hierárquica e complementar. O STJ está abaixo do STF na estrutura judiciária comum. Uma decisão do STJ sobre a aplicação de uma lei federal pode ser questionada no STF, mas apenas se envolver uma violação direta da Constituição.

O TSE, por sua vez, é a instância máxima em matéria eleitoral. Suas decisões só podem ser revistas pelo STF se contrariarem a Constituição. Portanto, o STF sempre terá a palavra final quando o assunto é a Carta Magna, independentemente da origem da decisão.

De forma simplificada, a diferença fundamental é o foco de cada um:

  • STF: Cuida da Constituição.
  • STJ: Cuida das leis federais.
  • TSE: Cuida das leis eleitorais e das eleições.

Entender essa divisão é o primeiro passo para acompanhar o noticiário político e jurídico com mais clareza, compreendendo por que determinado caso está em um tribunal e não em outro. Cada um exerce um papel vital para o equilíbrio e a justiça no Estado brasileiro.

Qual é a principal diferença entre o STF e o STJ?

A diferença central está na matéria que cada um julga. O Supremo Tribunal Federal (STF) é o guardião da Constituição Federal.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por outro lado, tem a missão de uniformizar a interpretação das leis federais em todo o país.

Por que o TSE julgou o ex-presidente Jair Bolsonaro?

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou o ex-presidente porque é a corte responsável por processar e julgar crimes e infrações eleitorais.
O caso em questão envolvia acusações de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante o período eleitoral.

Um cidadão comum pode ter um caso julgado no STF ou STJ?

Sim, mas de forma indireta. Um processo de um cidadão comum não começa nessas cortes. Ele se inicia na primeira instância da Justiça.
O caso pode chegar ao STJ ou ao STF por meio de recursos, após ter passado por todas as instâncias inferiores, se houver uma questão de lei federal ou constitucional a ser discutida.

Quantos ministros compõem cada tribunal?

O STF é composto por 11 ministros. O STJ tem, no mínimo, 33 ministros. Já o TSE é formado por 7 ministros titulares.
A forma de nomeação e a origem dos membros também variam, refletindo a natureza específica da atuação de cada tribunal.

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