A Taxa Selic vai cair mais? O que esperar da próxima decisão do Copom

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira.

A próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para os próximos dias, concentra as atenções do mercado e de milhões de brasileiros. A expectativa geral é por um novo corte na Taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, o que daria continuidade ao ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto de 2023.

Essa decisão tem o poder de influenciar desde o rendimento da poupança e de outros investimentos até o custo de um financiamento imobiliário ou de um empréstimo pessoal. Entender os rumos da Selic é fundamental para planejar as finanças, aproveitar oportunidades de investimento e tomar decisões de consumo mais conscientes.

O cenário que baliza a decisão do Copom é complexo. De um lado, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem mostrado sinais de arrefecimento e se encontra dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse é o principal argumento para a redução dos juros.

Manter a inflação sob controle é a missão central do Banco Central. Quando os preços sobem de forma generalizada e persistente, o poder de compra da população diminui. A Selic alta funciona como um freio, encarecendo o crédito e desestimulando o consumo e o investimento, o que ajuda a conter a escalada dos preços.

Por outro lado, uma Selic em patamares elevados também desacelera a atividade econômica. Com juros mais baixos, o crédito se torna mais acessível para pessoas e empresas. Isso estimula o consumo, a produção industrial, a construção civil e a geração de empregos, impulsionando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

O desafio do Copom é encontrar um equilíbrio delicado. É preciso cortar os juros para estimular a economia, mas sem perder o controle da inflação. Por isso, as decisões são tomadas com base em uma vasta análise de dados, projeções e cenários, tanto domésticos quanto internacionais.

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Efeito dos juros altos chega agora na economia real

Como a Selic afeta seus investimentos?

A relação entre a Taxa Selic e os investimentos é direta. A rentabilidade de diversas aplicações de renda fixa, consideradas as mais seguras do mercado, está atrelada a ela ou a indicadores que a seguem de perto, como o CDI.

Aplicações como o Tesouro Selic, CDBs de liquidez diária, LCIs e LCAs passam a render menos com a queda dos juros. Para o investidor conservador, isso significa um retorno menor. A caderneta de poupança também é afetada: quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, seu rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).

Esse movimento pode tornar a renda variável, como o mercado de ações, mais atraente. Com os ganhos da renda fixa diminuindo, investidores com maior apetite ao risco podem migrar parte de seus recursos para a bolsa de valores em busca de retornos mais expressivos, embora com maior volatilidade.

E o crédito, fica mais barato?

Sim, a tendência é que o crédito se torne mais acessível. A Selic é a taxa que os bancos usam como referência para emprestar dinheiro entre si. Quando ela cai, o custo de captação de recursos para as instituições financeiras diminui, e essa redução costuma ser repassada aos consumidores.

As taxas de juros de financiamentos de veículos e imóveis, empréstimos pessoais e consignados tendem a cair. Até mesmo o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial, embora ainda possuam taxas muito elevadas, podem sentir algum alívio. Esse cenário favorece quem planeja fazer compras de maior valor ou precisa reorganizar suas dívidas.

A projeção predominante no mercado financeiro é de um novo corte de 0,50 ponto percentual na próxima reunião. No entanto, o comunicado que acompanha a decisão será analisado com lupa. Ele trará pistas sobre os próximos passos do comitê e o ritmo dos cortes futuros.

Fatores como o cenário fiscal do país e as decisões de política monetária nos Estados Unidos, especialmente do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, também pesam na balança. Um cenário externo mais adverso pode limitar o espaço para quedas mais acentuadas da Selic no Brasil.

A relação entre a Taxa Selic e os investimentos é direta
Rmcarvalho de Getty Images

O que é a Taxa Selic e por que ela é importante?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação.

Sua importância reside no fato de que ela serve como referência para todas as outras taxas de juros do país, influenciando o custo do crédito e a rentabilidade dos investimentos.

Qual a expectativa para a próxima decisão do Copom sobre a Selic?

A expectativa majoritária do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie um novo corte de 0,50 ponto percentual.

Esta medida daria continuidade ao ciclo de redução da taxa de juros, que busca estimular a atividade econômica mantendo a inflação sob controle.

Como a queda da Selic impacta meu dinheiro?

A queda da Selic tem um impacto duplo. Nos investimentos, ela reduz a rentabilidade de aplicações de renda fixa, como Tesouro Selic e CDBs.

No crédito, a tendência é de barateamento. Taxas de financiamentos, empréstimos e até do cartão de crédito tendem a diminuir, facilitando o consumo.

A Selic continuará caindo ao longo do ano?

A trajetória futura da Selic dependerá da evolução da inflação e do cenário econômico. A comunicação do Banco Central sugere que novos cortes devem ocorrer.

No entanto, o ritmo e a magnitude dessas quedas podem ser ajustados conforme os dados econômicos e o cenário internacional, especialmente as decisões de juros nos Estados Unidos.

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