O Dia do Cliente chegou e, com ele, uma avalanche de promoções que prometem os melhores negócios do ano. Celebrada em 15 de setembro, a data se consolidou no varejo como uma oportunidade para atrair consumidores com ofertas tentadoras, tanto em lojas físicas quanto no ambiente digital. Para quem aguardava uma chance de comprar aquele produto desejado, o momento parece perfeito.
Contudo, em meio a tantos anúncios e descontos, surgem também as armadilhas. Preços inflados para simular uma redução maior, sites falsos e condições de frete abusivas são apenas alguns dos problemas que podem transformar a economia em prejuízo. Saber diferenciar uma oferta real de uma cilada é fundamental para aproveitar a data com segurança e garantir que o seu dinheiro seja bem gasto.
Leia: Desafios e oportunidades para atender o cliente na nova realidade digital.
1. Monitore os preços antes da data
A famosa prática de “tudo pela metade do dobro” ainda é uma realidade no comércio. Lojas aumentam os valores de produtos dias ou semanas antes de uma data promocional para, então, aplicar um desconto que apenas retorna ao preço original. O consumidor desatento acredita estar fazendo um grande negócio, quando na verdade não há economia.
Para fugir dessa situação, a melhor estratégia é o planejamento. Se você já tem um produto em mente, comece a acompanhar seu preço com antecedência. Utilize ferramentas de comparação de preços e extensões de navegador que criam um histórico de valores. Assim, você saberá exatamente se o desconto oferecido no Dia do Cliente é genuíno.
Essa análise prévia permite identificar a variação real e tomar uma decisão informada. Se o preço caiu de verdade, a compra vale a pena. Caso contrário, é melhor esperar outra oportunidade.
2. Verifique a reputação da loja
Uma oferta incrível em um site desconhecido deve acender um alerta imediato. Criminosos aproveitam datas de grande volume de compras para criar páginas falsas que imitam grandes varejistas. O objetivo é roubar dados pessoais, informações de cartão de crédito ou simplesmente receber o pagamento e nunca entregar o produto.
Antes de fechar qualquer compra, faça uma pesquisa completa sobre a loja. Verifique se o site informa um CNPJ, endereço físico e canais de atendimento, como telefone e e-mail. Desconfie de empresas que oferecem apenas um formulário de contato genérico ou um número de WhatsApp.
Busque também pelo nome da loja em portais de avaliação de consumidores e em redes sociais. Comentários de outros clientes podem revelar problemas recorrentes com entregas, qualidade dos produtos ou atendimento pós-venda. Uma reputação negativa é um sinal claro para procurar outro vendedor.
3. Cuidado com o valor final da compra
O preço exibido na página do produto pode ser muito atraente, mas ele nem sempre reflete o custo total da sua compra. Muitas vezes, o valor do frete ou taxas adicionais só aparece na última etapa do checkout, surpreendendo o consumidor e, em alguns casos, inviabilizando o negócio.
Um produto com 40% de desconto pode deixar de ser vantajoso se o custo de entrega for muito alto. Por isso, sempre simule o frete para o seu CEP logo no início do processo. Compare o valor final, somando produto e entrega, com o de outras lojas. Às vezes, um concorrente com um desconto menor oferece frete grátis ou mais barato, tornando a compra mais econômica.
Fique atento também às opções de pagamento. Sites seguros oferecem métodos confiáveis, como cartão de crédito, boleto e Pix para a conta da empresa (CNPJ). Evite lojas que exigem transferências ou Pix para contas de pessoas físicas (CPF), pois isso é um forte indício de fraude.
4. Desconfie de ofertas milagrosas
Se uma oferta parece boa demais para ser verdade, provavelmente ela é. Descontos de 70%, 80% ou 90% em produtos de alta procura, como smartphones de última geração, notebooks ou eletrodomésticos, são extremamente raros e devem ser vistos com ceticismo. Essas são as iscas mais comuns usadas em golpes de phishing.
Essas falsas promoções costumam ser divulgadas por meio de links suspeitos enviados por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagem, como o WhatsApp. Ao clicar, o usuário é direcionado para uma página falsa que solicita seus dados. A regra de ouro é nunca clicar nesses links.
Se você receber uma oferta que parece interessante, não use o atalho fornecido. Abra o navegador e digite o endereço oficial do site da loja para verificar se a promoção realmente existe. Na dúvida, entre em contato com a empresa por seus canais oficiais para confirmar a veracidade da oferta.
5. Conheça seus direitos como consumidor
Mesmo tomando todas as precauções, problemas podem acontecer. A compra pode atrasar, o produto pode chegar com defeito ou simplesmente não atender às suas expectativas. Nesses casos, é essencial conhecer os seus direitos, garantidos pelo Código de Defesa do Consumidor.
Para compras realizadas pela internet, telefone ou qualquer outro meio fora do estabelecimento físico, o consumidor tem o chamado “direito de arrependimento”. A regra é clara: você tem um prazo de até sete dias corridos, a contar da data de recebimento do produto, para desistir da compra e devolver o item, sem precisar apresentar uma justificativa.
Nessa situação, a loja é obrigada a devolver integralmente o valor pago, incluindo o custo do frete. Se a empresa se recusar a cumprir a lei ou não resolver um problema de defeito, procure os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon da sua cidade, para registrar uma reclamação formal.

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