O que faz a Guarda Municipal de Belo Horizonte?

O que faz a Guarda Municipal de Belo Horizonte?

A recente discussão sobre a permanência da Guarda Municipal nos centros de saúde de Belo Horizonte trouxe à tona um debate maior, que muitas vezes passa despercebido no cotidiano da cidade.

A possibilidade de retirada dos agentes desses locais gerou insegurança e ameaças de paralisação, revelando a importância que esses profissionais têm para a segurança de servidores e usuários do sistema público.

Para muitos moradores, a imagem do guarda municipal está diretamente ligada à vigilância de prédios públicos, como escolas, parques e as próprias unidades de saúde.

Embora essa seja uma de suas atribuições fundamentais, o trabalho da corporação se estende por áreas diversas e especializadas, impactando diretamente a rotina e a segurança de quem vive, trabalha ou transita pela capital mineira.

Atuação integrada no trânsito e em grandes eventos

Uma das frentes mais visíveis da Guarda Municipal, além da proteção patrimonial, é o apoio à gestão do trânsito. Em parceria com a BHTrans, os agentes atuam no controle do fluxo de veículos, na orientação de motoristas e pedestres e na garantia da segurança viária, especialmente durante grandes eventos, como jogos de futebol, shows e o Carnaval.

Essa presença é estratégica para organizar o tráfego em situações atípicas, que exigem desvios e interdições de vias. A atuação dos guardas permite que os agentes de trânsito se concentrem em questões mais técnicas, enquanto a corporação municipal cuida da segurança geral do perímetro, prevenindo conflitos e garantindo a fluidez necessária para evitar congestionamentos maiores.

Além disso, em casos de acidentes ou ocorrências que bloqueiam ruas e avenidas, a Guarda Municipal é frequentemente uma das primeiras a chegar ao local.

Seu papel é isolar a área, proteger os envolvidos e orientar o trânsito até a chegada das equipes especializadas, como o SAMU ou a Polícia Militar, otimizando o tempo de resposta e minimizando os riscos para todos.

Grupos especializados para demandas específicas

A complexidade de uma metrópole como Belo Horizonte exige respostas de segurança cada vez mais segmentadas. Ciente disso, a Guarda Municipal estruturou grupamentos especializados para atender a demandas que vão muito além da patrulha convencional.

Cada um deles possui treinamento específico e foco em problemas pontuais da cidade.

Um dos exemplos mais importantes é a Patrulha Guardiã Maria da Penha. Criada para fiscalizar o cumprimento de medidas protetivas de urgência, essa equipe realiza visitas periódicas a mulheres em situação de violência doméstica.

O objetivo é verificar se o agressor está mantendo a distância determinada pela Justiça e oferecer um canal direto de apoio e segurança para a vítima, fortalecendo a rede de proteção feminina.

Outra frente de atuação é a Patrulha Escolar. Esse grupamento não se limita a fazer a segurança na porta das escolas municipais.

Os agentes desenvolvem um trabalho preventivo, com rondas no entorno das unidades de ensino, mediação de conflitos entre alunos e ações educativas sobre temas como bullying e drogas, buscando criar um ambiente mais seguro para toda a comunidade escolar.

Proteção ao meio ambiente e ao patrimônio cultural

A responsabilidade da Guarda Municipal também abrange a preservação dos recursos naturais e do patrimônio histórico de Belo Horizonte.

A Patrulha Ambiental é responsável por fiscalizar áreas de preservação, combater o descarte irregular de lixo e entulho em locais proibidos e atuar no resgate de animais silvestres encontrados em áreas urbanas.

Essa equipe trabalha em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e outros órgãos fiscalizadores.

Seja coibindo a poluição de um córrego ou resgatando um mico que apareceu em um quintal, a atuação desses agentes é fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico na cidade.

Da mesma forma, a corporação zela pelos bens culturais. Monumentos, praças históricas e edifícios tombados recebem atenção especial das equipes de patrulhamento.

A presença da guarda nesses locais ajuda a inibir atos de vandalismo e depredação, garantindo que o patrimônio que conta a história da cidade seja preservado para as futuras gerações.

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A base legal para essa amplitude de funções está no Estatuto Geral das Guardas Municipais, lei federal sancionada em 2014.

A legislação consolidou o poder de polícia administrativa da corporação, permitindo que os agentes atuem na proteção da população, no patrulhamento preventivo e na colaboração com os demais órgãos de segurança pública.

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