Gasolina adulterada? 5 dicas simples para não cair em golpes no posto

Mulher abastecendo carro

A cena é familiar para qualquer motorista: a luz da reserva acende e a busca por um posto de combustível começa. Em meio a tantas opções, uma oferta com preço muito abaixo da média chama a atenção e parece um alívio para o bolso. No entanto, essa economia imediata pode se transformar em um prejuízo gigantesco, com danos que afetam diretamente a peça mais cara do seu veículo: o motor. A recente onda de fiscalizações e interdições de postos em Minas Gerais acende um alerta que vale para todo o país, mostrando que a vigilância na hora de abastecer nunca foi tão crucial.

O combustível adulterado, muitas vezes batizado com solventes ou uma proporção de etanol muito acima do permitido por lei, é um veneno silencioso. Ele não apenas reduz a eficiência do carro, fazendo você gastar mais para rodar menos, como também corrói componentes vitais. Bicos injetores, velas de ignição, bomba de combustível e sensores são os primeiros a sofrer. O resultado é uma conta salgada na oficina e uma dor de cabeça que poderia ter sido evitada com um pouco de atenção.

Proteger seu patrimônio de fraudes não exige conhecimento técnico avançado. Trata-se de adotar uma postura mais crítica e observadora. Com algumas práticas simples, é possível reduzir drasticamente o risco de cair em uma armadilha e garantir a saúde e a longevidade do seu carro.

Sinais de alerta e como se prevenir

A primeira linha de defesa é a desconfiança. Combustíveis são commodities com preços regulados por uma cadeia complexa, que envolve cotações internacionais e impostos. Descontos milagrosos simplesmente não existem sem que a qualidade seja comprometida. Portanto, ao se deparar com um valor excessivamente baixo, desconfie. A probabilidade de aquele estabelecimento estar vendendo um produto irregular é altíssima.

Para não depender apenas da sorte, adote estes cinco hábitos fundamentais na hora de abastecer:

  1. Observe o comportamento do seu carro: O veículo é o principal delator de um combustível ruim. Após abastecer, preste atenção a sinais como falhas na aceleração, perda de potência repentina, dificuldade para dar a partida pela manhã, aumento inexplicável do consumo e a luz de injeção eletrônica acendendo no painel. Esses são sintomas clássicos de que o motor não está reagindo bem àquilo que está no tanque.
  2. Fidelize um posto de confiança: Em vez de caçar a oferta mais barata a cada abastecimento, procure um posto de bandeira conhecida ou um estabelecimento de bairro que tenha boa reputação. Observe a limpeza, a organização e se os funcionários parecem bem treinados. Postos que investem em sua aparência e atendimento geralmente têm mais a zelar, incluindo a qualidade dos produtos que vendem.
  3. Verifique as informações da bomba: Toda bomba de combustível deve exibir de forma clara um selo do Inmetro e a origem do combustível (a distribuidora). Além disso, o posto é obrigado a exibir um painel com os preços de forma visível e correta. A ausência ou a má conservação dessas informações é um péssimo indicativo sobre as práticas do local.
  4. Exija o teste da proveta: Poucos consumidores sabem, mas é um direito seu solicitar o “teste da proveta” antes de abastecer. Esse procedimento rápido verifica o percentual de etanol anidro misturado à gasolina comum. Por lei, esse índice deve ser de 27%. O teste é simples e um funcionário do posto deve realizá-lo na sua frente. A recusa em fazer o teste é motivo suficiente para ir embora e procurar outro lugar.
  5. Sempre peça e guarde a nota fiscal: O cupom fiscal com o CNPJ do posto é sua principal arma caso precise fazer uma denúncia ou pedir ressarcimento por danos. Sem esse documento, fica praticamente impossível provar onde o abastecimento foi realizado. Crie o hábito de guardar a nota, pelo menos até o próximo abastecimento, para ter um registro seguro.

O que fazer se o pior acontecer?

Mesmo com todos os cuidados, problemas podem ocorrer. Se você abasteceu e o carro começou a apresentar os sintomas descritos, a primeira ação é procurar uma oficina mecânica de confiança o mais rápido possível. Um profissional poderá diagnosticar o problema e, se necessário, esgotar o tanque para remover o combustível de má qualidade antes que ele cause mais estragos.

É fundamental pedir ao mecânico um laudo ou relatório técnico detalhando os danos encontrados e sua provável causa. Com a nota fiscal do abastecimento em mãos e o laudo da oficina, você terá as provas necessárias para acionar os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon da sua cidade. Também é possível registrar uma denúncia diretamente na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que é a responsável pela fiscalização do setor.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *