Por onde andam 5 políticos que não se reelegeram em 2022

Congresso Nacional: após a derrota nas urnas, políticos como Joice Hasselmann, Alexandre Frota e Rodrigo Maia buscam novos caminhos fora de Brasília

A recente entrevista da ex-deputada Joice Hasselmann sobre o início do relacionamento de Jair e Michelle Bolsonaro colocou os holofotes sobre uma questão recorrente na política: o que acontece com figuras públicas após uma derrota nas urnas? A eleição de 2022 deixou de fora do Congresso Nacional nomes que, até pouco tempo, dominavam o noticiário e influenciavam os rumos do país.

Longe dos gabinetes de Brasília, muitos desses ex-parlamentares buscam se reinventar. Alguns migram para a iniciativa privada, outros se transformam em comentaristas políticos e há aqueles que usam as redes sociais para manter a relevância. A transição nem sempre é simples, mas revela novas facetas de personalidades que o público se acostumou a ver apenas no plenário.

De deputados que foram campeões de votos a senadores com décadas de experiência, a lista de quem não conseguiu se reeleger é extensa. Conheça a seguir a trajetória de cinco políticos famosos que perderam a eleição em 2022 e iniciaram um novo capítulo em suas carreiras.

Joice Hasselmann

Eleita em 2018 com mais de um milhão de votos, a ex-deputada pelo PSL de São Paulo se tornou uma das principais vozes do bolsonarismo no Congresso. Após romper com o governo, sua popularidade diminuiu, resultando em pouco mais de 13 mil votos em 2022, insuficientes para garantir a reeleição.

Fora de Brasília, Joice se reinventou como influenciadora digital e comunicadora. Ela investe em seu canal no YouTube, onde comenta sobre política e compartilha sua rotina. Além disso, lançou um podcast e se dedica a produzir conteúdo para suas redes sociais, mantendo uma base de seguidores engajada e uma postura crítica ao seu antigo aliado político.

Alexandre Frota

Outro político eleito na onda bolsonarista de 2018, Alexandre Frota (PDT-SP) também se tornou um forte opositor do ex-presidente. Sua trajetória foi marcada por polêmicas e uma mudança de posicionamento que lhe custou capital político. Em 2022, tentou uma vaga como deputado estadual, mas teve 24.224 votos e não obteve sucesso em conseguir um assento na Assembleia Legislativa de SP.

Desde que deixou a Câmara dos Deputados, Frota intensificou sua presença nas redes sociais, principalmente no X (antigo Twitter). Ele atua como um comentarista político independente, com críticas contundentes tanto ao governo anterior quanto ao atual, e participa de debates e entrevistas em canais de notícias e podcasts.

Em outubro de 2024, Frota voltou à política institucional ao ser eleito vereador em Cotia, na região metropolitana de São Paulo. Ele recebeu 2.893 votos e conquistou a vaga pelo critério de média, e está exercendo o cargo atualmente.

Rodrigo Maia

Presidente da Câmara dos Deputados por três mandatos consecutivos, Rodrigo Maia (PSD-RJ) foi uma das figuras mais poderosas da República. Em 2022, diante de um cenário político desfavorável no Rio de Janeiro, ele optou por não disputar a reeleição e encerrou sua carreira parlamentar.

Maia fez uma transição bem-sucedida para a iniciativa privada. Hoje, atua como presidente de uma confederação que representa instituições financeiras e também participa de projetos no mercado imobiliário. Ele continua sendo uma voz consultada sobre os rumos da política e da economia, mas agora a partir de uma perspectiva empresarial.

Kátia Abreu

Com uma longa carreira política que inclui mandatos como deputada, senadora e ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PP-TO) era um nome forte no Congresso. Contudo, em 2022, ela não conseguiu se reeleger para o Senado, sendo derrotada por uma ex-aliada.

Após a derrota, Kátia Abreu adotou um perfil mais reservado. Ela se afastou dos holofotes da política nacional e tem se dedicado a seus negócios no agronegócio e à vida pessoal. Suas aparições públicas e manifestações nas redes sociais tornaram-se raras, marcando uma pausa em sua intensa vida pública.

Paulo Martins

Eleito deputado federal pelo Paraná, Paulo Martins (PL) abriu mão de uma reeleição provável para tentar uma vaga no Senado. A aposta não deu certo e ele acabou sem mandato. Conhecido por suas posições conservadoras, ele era uma figura ativa na base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Martins rapidamente encontrou um novo espaço na mídia. Pouco tempo depois da eleição, ele foi contratado como comentarista político pela Jovem Pan News.

Em 2024, Paulo Martins foi eleito vice-prefeito de Curitiba na chapa liderada por Eduardo Pimentel (PSD). A dupla venceu o segundo turno da eleição municipal com 531.029 votos, o equivalente a 57,64% dos válidos.

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