Autor: Ana Leitão

  • Recuperação judicial da 123 Milhas: guia para reaver seu dinheiro

    Recuperação judicial da 123 Milhas: guia para reaver seu dinheiro

    A recuperação judicial da 123 Milhas, a maior do Brasil em número de credores, entrou em uma fase decisiva com a marcação de uma nova audiência pela Justiça. Para os milhares de consumidores que compraram pacotes e passagens, este é um momento crucial para entender os próximos passos e agir para tentar reaver o dinheiro investido.

    O processo, que tramita na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, busca reestruturar as dívidas da empresa, que chegam a R$ 2,3 bilhões. A habilitação na lista de credores é o primeiro e mais importante passo para quem deseja ser ressarcido. Sem esse procedimento, o consumidor fica fora do plano de pagamentos que será definido futuramente.

    O que é a recuperação judicial e como ela afeta você?

    Diferente da falência, a recuperação judicial é uma medida legal que permite a uma empresa com dificuldades financeiras reorganizar suas contas e operações. O objetivo é evitar que ela feche as portas, mantendo empregos e a atividade econômica. Durante esse período, as dívidas ficam congeladas para que um plano de pagamento seja negociado com os credores.

    Para o cliente da 123 Milhas, isso significa que a empresa tem uma proteção legal contra ações de cobrança individuais. Portanto, a única maneira de reaver os valores é entrando formalmente no processo de recuperação como um credor. Ignorar essa etapa pode resultar na perda total do dinheiro pago por pacotes de viagem, passagens aéreas ou hospedagens.

    A empresa apresentou uma lista inicial de credores, mas ela pode conter erros ou omissões. Por isso, é fundamental que cada consumidor verifique se seu nome e o valor correto da dívida constam na relação e, caso não constem, peça sua inclusão.

    Passo a passo para se habilitar como credor

    O procedimento para se habilitar na lista de credores é digital e foi desenhado para ser acessível. Seguir os passos corretamente aumenta as chances de ter o crédito reconhecido no processo. O primeiro movimento é organizar toda a documentação que comprove a compra e a dívida.

    Reúna todos os e-mails de confirmação da compra, vouchers, comprovantes de pagamento do cartão de crédito, faturas e qualquer outra comunicação trocada com a empresa. Esses documentos são a prova do seu crédito e serão exigidos durante o processo de habilitação.

    Com os documentos em mãos, o próximo passo é acessar a plataforma on-line indicada pela administradora judicial, que é a empresa nomeada pelo juiz para fiscalizar a recuperação. Lá, o credor preenche um formulário informando seus dados pessoais, a origem e o valor exato do crédito. Em seguida, anexa os documentos comprobatórios digitalizados.

    Após o envio, a administradora judicial analisará o pedido. Se tudo estiver correto, o nome do consumidor será incluído na lista de credores que será consolidada e apresentada ao juiz. É importante acompanhar as comunicações e publicações oficiais do processo para não perder nenhuma atualização ou prazo.

    Prazos e o que esperar do processo

    O processo de recuperação judicial é complexo e não tem um desfecho rápido. Após a fase de habilitação de créditos, a 123 Milhas apresentará um plano de recuperação detalhando como pretende pagar suas dívidas. Esse plano será votado pelos credores em uma assembleia geral.

    Os pagamentos, se aprovados, seguirão uma ordem de prioridade definida por lei. Dívidas trabalhistas, por exemplo, costumam ser pagas primeiro. Os consumidores entram na categoria de credores quirografários, que não possuem garantia real e geralmente estão entre os últimos a receber.

    Por isso, é preciso ter paciência. A aprovação do plano e o início dos pagamentos podem levar meses ou até anos. Além disso, não há garantia de que o valor será pago integralmente. Muitas vezes, os planos de recuperação preveem deságio, ou seja, um desconto sobre o valor original da dívida, e parcelamentos longos.

    Mesmo com essas incertezas, participar ativamente do processo é a única via formal para buscar o ressarcimento. Ficar de fora significa abrir mão do direito de receber qualquer valor que venha a ser distribuído pela empresa no futuro.

    O que é a recuperação judicial da 123 Milhas?

    É um processo legal que permite à empresa renegociar suas dívidas sob supervisão da Justiça.

    O objetivo é evitar a falência, mantendo a empresa em funcionamento enquanto organiza um plano para pagar seus credores.

    Tenho chance real de receber meu dinheiro de volta?

    Sim, mas não há garantias sobre o valor total ou o prazo para o pagamento.

    A habilitação como credor é o passo essencial para ter essa chance. O recebimento depende do plano que será aprovado.

    Perdi o prazo inicial para me habilitar. E agora?

    Ainda é possível pedir a inclusão na lista de credores, em um procedimento chamado de habilitação retardatária.

    No entanto, esse pedido pode envolver custos judiciais e o credor perde o direito de votar na assembleia geral.

    Preciso contratar um advogado para isso?

    Para o procedimento inicial de habilitação via plataforma on-line, não é obrigatória a contratação de um advogado.

    Contudo, para habilitações retardatárias ou em casos de valores altos, a orientação jurídica é recomendada.

    Quanto tempo pode levar esse processo?

    Processos de recuperação judicial são longos e podem durar vários anos.

    Desde a aprovação do plano até o pagamento da última parcela, o cronograma é extenso.

    Além da 123 Milhas, outras empresas do grupo estão envolvidas?

    Sim, o processo de recuperação judicial inclui a HotMilhas, que atuava na compra e venda de milhas.

    A dívida consolidada do grupo, incluindo a agência de viagens, ultrapassa R$ 2,3 bilhões.

  • Entenda em detalhes a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe

    Entenda em detalhes a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe

    O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro por seu envolvimento em uma trama para anular o resultado das eleições de 2022 e permanecer no poder. A decisão, tomada em Brasília, representa um dos desfechos mais significativos da crise política que marcou a transição de governo e gerou reações imediatas em todo o país, como as comemorações de opositores em Belo Horizonte.

    A condenação se baseia em um robusto conjunto de provas coletadas pela Polícia Federal, que detalham encontros, mensagens e planos para impedir a posse do presidente eleito. O veredito dos ministros do STF analisou a conduta do então chefe do Executivo e de seus aliados na organização de atos que questionavam a lisura do sistema eleitoral e que culminaram em um plano para um golpe de Estado.

    O que motivou a condenação?

    A principal motivação para a condenação foi a constatação de que Jair Bolsonaro participou ativamente de uma articulação para desacreditar o processo eleitoral e, em última instância, reverter o resultado das urnas de forma ilegal. As investigações apontaram que o ex-presidente liderou reuniões e orientou seus auxiliares a disseminar informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

    O plano incluía a elaboração de decretos para instaurar um estado de defesa ou estado de sítio, medidas que permitiriam uma intervenção nas instituições e a anulação do pleito. A acusação sustentou que essas ações não foram meros atos de expressão, mas parte de um roteiro organizado para subverter a ordem democrática e manter o então presidente no cargo à força.

    A trama também envolvia pressionar comandantes militares a aderirem ao movimento, buscando o apoio das Forças Armadas para garantir a execução do plano. A recusa dos chefes militares em participar da articulação foi um dos fatores cruciais para o fracasso da tentativa de golpe, segundo as apurações.

    Quais foram as principais provas?

    O conjunto probatório que fundamentou a decisão do STF é vasto e inclui diferentes tipos de evidências que, juntas, traçaram um panorama da tentativa de golpe. Entre as mais importantes estão:

    • Vídeo de reunião ministerial: Uma gravação de uma reunião em julho de 2022 mostra o então presidente instruindo seus ministros a usarem a estrutura do governo para atacar o sistema eleitoral e questionar o resultado antes mesmo da votação.
    • Delação premiada: O depoimento de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, forneceu um roteiro detalhado dos encontros e das conversas sobre o plano golpista, incluindo a apresentação de uma minuta de decreto.
    • Minuta do golpe: A apreensão de um rascunho de decreto na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O documento detalhava os passos para a instauração de um estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular a eleição.
    • Mensagens e dados: A análise de celulares e computadores de investigados revelou trocas de mensagens e documentos que corroboraram a existência de um plano estruturado para impedir a posse do novo governo.
    • Depoimentos de militares: Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica confirmaram em depoimentos à Polícia Federal que foram pressionados por Jair Bolsonaro a apoiar a ruptura institucional, mas se recusaram a participar.

    Qual foi a linha de defesa?

    A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro argumentou que não houve qualquer ato concreto de tentativa de golpe. Os advogados sustentaram que a chamada “minuta do golpe” era apenas um documento apócrifo, encontrado na casa de um terceiro, e que não poderia ser diretamente ligado a uma ordem ou ação do então presidente.

    Outro ponto central da defesa foi o direito à liberdade de expressão. Os advogados afirmaram que as críticas ao sistema eleitoral faziam parte do debate político e não configuravam um crime. Segundo essa linha de argumentação, as falas e reuniões eram discussões políticas internas e não um plano em execução.

    A defesa também tentou desqualificar as provas obtidas por meio da delação de Mauro Cid, alegando que o depoimento foi dado sob pressão. Em resumo, a tese dos advogados foi de que as acusações se baseavam em suposições e narrativas, sem a comprovação de um ato executório que caracterizasse uma tentativa real de golpe de Estado.

    Como os ministros do STF votaram?

    A maioria dos ministros da primeira turma do Supremo Tribunal Federal votou pela condenação de Jair Bolsonaro. O entendimento prevalecente foi de que o conjunto de provas demonstrou uma articulação real e coordenada para atentar contra o Estado Democrático de Direito, ultrapassando os limites da liberdade de expressão.

    Os votos favoráveis à condenação de Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármem Lúcia e Cristiano Zanin destacaram que a liderança do então presidente foi fundamental para a elaboração e o avanço do plano. Os ministros ressaltaram que a tentativa de golpe não precisa ter sucesso para ser configurada como crime; a mera organização e os atos preparatórios já são suficientes. Luiz Fux votou pela absolvição de Bolsonaro.

    Jair Bolsonaro pode ser preso por essa condenação?

    Essa condenação específica do STF trata da responsabilização política e pode resultar em sanções como a inelegibilidade.

    No entanto, as provas utilizadas neste julgamento também instruem processos na esfera criminal, que correm em paralelo. São essas outras ações que podem, futuramente, resultar em um mandado de prisão.

    Quais as consequências políticas imediatas da decisão?

    A principal consequência é a confirmação de sua inelegibilidade, o que o impede de disputar eleições por um longo período.

    A decisão também enfraquece sua liderança política e abre espaço para o surgimento de novos nomes para liderar a direita no Brasil nas próximas eleições presidenciais.

    Essa decisão do STF pode ser revertida?

    A defesa pode apresentar recursos ao próprio Supremo Tribunal Federal, como os embargos de declaração, que servem para esclarecer pontos da decisão.

    Contudo, a chance de reverter o mérito da condenação, ou seja, a culpa do ex-presidente, é considerada remota, pois a decisão foi tomada pelo plenário da Corte, a mais alta instância do Judiciário.

    O que é a “minuta do golpe” citada no processo?

    A “minuta do golpe” é um rascunho de um decreto encontrado pela Polícia Federal durante uma busca na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

    O documento propunha a instauração de um estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o objetivo de apurar supostas fraudes e, consequentemente, anular o resultado da eleição presidencial de 2022.

  • 5 plantas perfeitas para cultivar dentro de casa

    5 plantas perfeitas para cultivar dentro de casa

    Manter um cantinho verde dentro de casa pode parecer um desafio. O clima de uma cidade exige plantas que sejam tão resilientes quanto seus moradores. A luminosidade dentro dos apartamentos também varia muito, com janelas que recebem sol forte em um período e sombra total em outro.

    Para quem deseja trazer a natureza para o lar sem precisar de cuidados complexos, a chave é escolher espécies que se adaptem bem a essas condições. Existem plantas que sobrevivem e prosperam com pouca manutenção, tolerando esquecimentos na rega e diferentes níveis de luz. Elas transformam o ambiente, deixando-o mais acolhedor e vivo, sem exigir uma rotina de jardinagem intensa.

    Leia:

    Descubra as 12 plantas que purificam o ar e melhoram o ambiente da sua casa

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    Conheça 17 plantas seguras e não tóxicas para decorar casa com pet

    1. Espada-de-São-Jorge

    Essa planta é extremamente tolerante a condições de baixa luminosidade
    fellipe serique de Getty Images

    Conhecida pela sua resistência quase lendária, a Espada-de-São-Jorge (Sansevieria trifasciata) é uma das melhores opções para iniciantes ou para quem tem uma rotina agitada. Suas folhas verticais e firmes conferem uma estética moderna e elegante a qualquer ambiente, ocupando pouco espaço lateral, o que a torna ideal para apartamentos.

    Essa planta é extremamente tolerante a condições de baixa luminosidade, embora também se adapte bem a locais com luz indireta. O principal cuidado é com a rega: ela não gosta de solo encharcado. O ideal é esperar a terra secar completamente antes de molhar novamente.

    Além da baixa manutenção, acredita-se que a Espada-de-São-Jorge purifica o ar, filtrando toxinas comuns em ambientes internos. É uma escolha que une beleza, praticidade e bem-estar.

    2. Zamioculca

    Ela se desenvolve bem em locais com luz indireta ou sombra
    Quality Stock Arts de Quality Stock Arts

    A Zamioculca (Zamioculcas zamiifolia) é outra campeã de resistência, muitas vezes chamada de “planta da fortuna”. Suas folhas crescem em hastes que parecem polidas, trazendo uma sofisticação natural para salas de estar, escritórios ou até mesmo corredores com pouca luz.

    Sua maior vantagem é a capacidade de sobreviver com pouquíssima água. A planta armazena umidade em seus rizomas, o que a torna muito resistente a períodos de seca. O excesso de água é seu principal inimigo, pois pode levar ao apodrecimento das raízes. A regra é simples: na dúvida, não regue.

    Ela se desenvolve bem em locais com luz indireta ou sombra, sendo perfeita para aquele canto do apartamento que não recebe sol direto. Seu crescimento lento também significa que ela não precisará de replantio com frequência, simplificando ainda mais sua manutenção.

    3. Jiboia

    O crescimento rápido da Jiboia é um estímulo para quem gosta de ver os resultados do seu cuidado
    Marianogueira de Getty Images

    A Jiboia (Epipremnum aureum) é uma das plantas mais versáteis e populares para cultivo interno. Com suas folhas em formato de coração, que podem ter variações de verde e amarelo, ela se adapta a diferentes formas de cultivo. Pode ser mantida em vasos no chão, em prateleiras ou como planta pendente, criando uma bela cascata verde.

    Ela é bastante flexível quanto à iluminação. Sobrevive bem em ambientes com pouca luz, embora suas folhas fiquem mais verdes e com menos manchas amareladas nessas condições. Para um visual mais vibrante, o ideal é um local com bastante luz indireta. Sol direto pode queimar suas folhas.

    A rega deve ser moderada. O solo deve ser mantido levemente úmido, mas nunca encharcado. Uma boa dica é verificar a umidade da terra com o dedo antes de molhar. O crescimento rápido da Jiboia é um estímulo para quem gosta de ver os resultados do seu cuidado, tornando a experiência de jardinagem muito gratificante.

    4. Costela-de-adão

    Em relação à água, ela prefere que o solo seque um pouco entre as regas
    Amanda Comarim de Getty Images

    Com suas folhas grandes e dramaticamente recortadas, a Costela-de-adão (Monstera deliciosa) se tornou um verdadeiro ícone na decoração de interiores. Ela adiciona um toque tropical e exuberante a qualquer espaço, sendo o ponto focal de muitos ambientes.

    Apesar da aparência imponente, seus cuidados são relativamente simples. A Costela-de-adão precisa de um local com bastante luz indireta para que suas folhas desenvolvam os característicos recortes. O sol direto, especialmente o da tarde, pode danificá-la. É a planta perfeita para ficar perto de uma janela protegida por uma cortina leve.

    Em relação à água, ela prefere que o solo seque um pouco entre as regas. É importante evitar o acúmulo de água no pratinho para não apodrecer as raízes. Borrifar água em suas folhas ocasionalmente ajuda a simular a umidade do seu habitat natural, mantendo-a saudável e vistosa.

    5. Clorofito

    É extremamente adaptável, tolerando desde luz indireta brilhante até cantos mais sombreados
    La Su de Getty Images Pro

    O Clorofito (Chlorophytum comosum), também conhecido como planta-aranha, é uma escolha clássica e muito funcional. Suas folhas longas e arqueadas, geralmente verdes com uma faixa branca ou amarelada no centro, formam uma touceira densa e ornamental. É uma planta que se destaca em vasos suspensos ou sobre móveis altos.

    É extremamente adaptável, tolerando desde luz indireta brilhante até cantos mais sombreados. Uma de suas características mais interessantes é a produção de “mudas” nas pontas de longas hastes, que podem ser facilmente replantadas para gerar novas plantas, sendo ótima para quem gosta de compartilhar com amigos.

    O Clorofito é reconhecido por sua capacidade de purificar o ar, removendo compostos como formaldeído e xileno. É uma planta que não exige muita atenção com a rega e perdoa esquecimentos, sendo uma adição prática e saudável para qualquer lar.

  • As 7 tendências de design que estão transformando os shoppings hoje

    As 7 tendências de design que estão transformando os shoppings hoje

    A imagem do shopping center como um gigante de concreto, fechado e com ar-condicionado, está com os dias contados. Uma revolução silenciosa na arquitetura e no design está redefinindo esses espaços, transformando-os de meros centros de compras em vibrantes polos de convivência, lazer e bem-estar.

    Impulsionadas por mudanças no comportamento do consumidor, pela ascensão do comércio eletrônico e por uma nova consciência ambiental, essas tendências já são realidade em projetos inovadores ao redor do mundo. Elas apontam para um futuro onde a experiência de visitar um empreendimento comercial será mais verde, aberta e conectada com a comunidade local.

    Leia também: Casa inteligente: como funciona, quanto custa e o que comprar para começar

    1. A natureza como protagonista

    O design biofílico, que busca integrar elementos da natureza aos ambientes construídos, deixou de ser um diferencial para se tornar um elemento central. Jardins verticais que cobrem fachadas, praças internas com árvores de médio porte e espelhos d’água são cada vez mais comuns nos corredores e áreas de convivência.

    A ideia vai além da estética. A presença de plantas e luz natural comprovadamente reduz o estresse, melhora a qualidade do ar e cria uma atmosfera mais acolhedora. Essa conexão com o verde convida os visitantes a permanecerem por mais tempo, transformando o local em um refúgio urbano.

    2. Construções que respiram sustentabilidade

    A preocupação com o meio ambiente agora está embutida na própria estrutura dos novos centros comerciais. A sustentabilidade deixou de ser um discurso para se tornar uma prática visível em telhados com painéis solares, sistemas de captação de água da chuva para reuso e projetos que privilegiam a ventilação e iluminação naturais para reduzir o consumo de energia.

    Essa abordagem não apenas diminui o impacto ambiental da construção e da operação, mas também gera uma economia significativa nos custos fixos. Além disso, fortalece a imagem do empreendimento junto a um público cada vez mais atento a questões de responsabilidade socioambiental.

    Casas sustentáveis: conheça as vantagens e saiba como construir a sua

    3. Espaços multifuncionais para viver, não apenas comprar

    O shopping do futuro é um lugar onde se pode fazer de tudo. A monotonia do varejo dá lugar a um mix de usos que integra lojas com escritórios, clínicas médicas, academias, hotéis e até mesmo apartamentos residenciais. O objetivo é transformar o complexo em um verdadeiro ecossistema urbano.

    Essa diversificação garante um fluxo constante de pessoas em diferentes horários do dia, não apenas nos picos de consumo. O local se torna um centro de conveniência completo, onde é possível trabalhar, morar, cuidar da saúde e se divertir sem a necessidade de grandes deslocamentos.

    Os projetos mais modernos incluem áreas dedicadas exclusivamente ao bem-estar
    PublicDomainPictures de pixabay

    4. O fim das caixas fechadas

    O modelo de “caixa fechada”, isolada do seu entorno, está sendo abandonado. A nova arquitetura comercial valoriza projetos abertos, com grandes praças, alamedas ao ar livre e uma integração fluida com as calçadas e o espaço público da cidade. A intenção é quebrar as barreiras físicas e visuais.

    Esses complexos abertos, muitas vezes chamados de “lifestyle centers”, oferecem uma experiência de passeio mais agradável e menos confinada. Eles convidam o pedestre a entrar e se sentir parte do ambiente, tornando o shopping uma extensão natural da vida urbana e não um mundo à parte.

    5. Tecnologia que gera encantamento

    A tecnologia é usada de forma estratégica para criar experiências memoráveis e interativas. Painéis de LED gigantes com arte digital, instalações de realidade aumentada e espaços “instagramáveis” são projetados para surpreender e engajar os visitantes de uma forma que o ambiente online não consegue.

    O foco não é apenas facilitar a compra, mas transformar a visita em um evento. A tecnologia se torna uma ferramenta de entretenimento e encantamento, incentivando o compartilhamento nas redes sociais e gerando uma publicidade orgânica que atrai novos frequentadores.

    6. Um mergulho na cultura local

    Para se diferenciar da concorrência global e padronizada, os novos projetos buscam criar uma identidade única, profundamente conectada com a cultura da região onde estão inseridos. Isso se manifesta na arquitetura, na decoração e, principalmente, na seleção de lojistas e na programação de eventos.

    Espaços são dedicados a artistas e artesãos locais, feiras de produtores da região são organizadas regularmente e a gastronomia valoriza os sabores da culinária local. Essa abordagem cria um forte senso de pertencimento na comunidade, que passa a ver o empreendimento como um lugar que celebra e representa sua identidade.

    7. O bem-estar como prioridade máxima

    O cuidado com a saúde física e mental do visitante ganhou status de prioridade. Os projetos mais modernos incluem áreas dedicadas exclusivamente ao bem-estar, como salas de meditação, estúdios de ioga, academias de última geração e até pistas de corrida no terraço.

    A praça de alimentação também evolui, oferecendo uma variedade maior de opções saudáveis e restaurantes focados em dietas específicas. O shopping deixa de ser associado apenas ao consumo e ao fast-food para se posicionar como um parceiro na busca por uma vida mais equilibrada e saudável.

  • 5 grandes rios do Brasil que também pedem socorro contra a poluição

    5 grandes rios do Brasil que também pedem socorro contra a poluição

    A recente mortandade de mais de quatro mil peixes no Rio Paraopeba, em Minas Gerais, trouxe de volta um alerta urgente sobre a saúde dos rios brasileiros. A suspeita de contaminação química, somada aos impactos ainda presentes do rompimento da barragem de Brumadinho, expõe uma ferida que vai além de uma única bacia hidrográfica.

    O cenário no Paraopeba, infelizmente, não é uma exceção. Diversos outros rios, essenciais para o abastecimento de grandes cidades, para a economia e para o equilíbrio de ecossistemas, enfrentam batalhas diárias contra o descaso. Esgoto doméstico, resíduos industriais, agrotóxicos e o lixo são alguns dos vilões que transformam águas cristalinas em fontes de doenças e morte.

    Conhecer a realidade desses gigantes é o primeiro passo para entender a dimensão do problema e a necessidade de ações imediatas. A seguir, apresentamos cinco grandes rios brasileiros que, assim como o Paraopeba, pedem socorro contra a poluição.

    Leia: Agressão à água que nos sustenta: a sujeira nos rios das Velhas e Paraopeba

    MG: moradores descrevem água com ‘cor de barro’ e ‘mofo’ nos últimos dias

    Rio Tietê: o espelho da poluição urbana

    A mancha de poluição, trecho onde a concentração de oxigênio é praticamente zero, impede a vida aquática
    Carlos Nardi de Getty Images

    Talvez o caso mais emblemático de poluição hídrica no Brasil, o Rio Tietê corta o estado mais populoso do país, São Paulo. Embora sua nascente, em Salesópolis, seja de água pura, a passagem pela região metropolitana da capital transforma drasticamente sua condição. O rio se torna um canal a céu aberto para esgoto doméstico e resíduos industriais.

    A mancha de poluição, trecho onde a concentração de oxigênio é praticamente zero, impede a vida aquática e gera um odor forte que afeta milhões de pessoas. O principal problema é o lançamento de esgoto sem tratamento de cidades ao longo de seu curso. A falta de saneamento básico em muitas áreas contribui diretamente para essa degradação.

    Projetos de despoluição, como o Projeto Tietê, existem há décadas e apresentaram avanços, mas a um ritmo lento. A mancha de poluição diminuiu em extensão, mas a qualidade da água em pontos críticos ainda é considerada péssima. A recuperação total depende de investimentos contínuos em saneamento e de uma fiscalização mais rigorosa sobre o descarte industrial.

    Rio Doce: as cicatrizes de um desastre

    A lama tóxica, rica em metais pesados, destruiu distritos, matou 19 pessoas e devastou a vida aquática
    Marina Gattas de Getty Images

    A bacia do Rio Doce carrega as marcas do maior desastre ambiental da história do Brasil: o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, em 2015. A tragédia despejou milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro ao longo de mais de 600 quilômetros do rio, até sua foz no Espírito Santo.

    A lama tóxica, rica em metais pesados, destruiu distritos, matou 19 pessoas e devastou a vida aquática. O ecossistema foi profundamente alterado, com a contaminação do solo, da água e dos peixes. Comunidades ribeirinhas e de pescadores perderam seu meio de subsistência e até hoje convivem com a incerteza sobre a segurança da água e dos alimentos.

    A recuperação do Rio Doce é um processo complexo e de longo prazo. Ações de reparação estão em andamento, mas os efeitos da contaminação por metais como arsênio e mercúrio ainda são objeto de estudo e preocupação. O rio, que era fonte de vida para dezenas de municípios, tornou-se um símbolo da vulnerabilidade dos recursos hídricos frente à atividade de mineração.

    Rio Iguaçu: a contaminação que chega às cataratas

    Na região metropolitana da capital paranaense, o rio já apresenta níveis elevados de contaminação
    Werni de pixabay

    Famoso mundialmente por abrigar as Cataratas do Iguaçu, uma das maravilhas naturais do planeta, o Rio Iguaçu também sofre com a poluição. Sua jornada de mais de 1.300 quilômetros, que começa na região de Curitiba, no Paraná, é marcada pelo recebimento de esgoto urbano, lixo e defensivos agrícolas.

    Na região metropolitana da capital paranaense, o rio já apresenta níveis elevados de contaminação. A situação se agrava à medida que ele atravessa áreas de intensa atividade agrícola, onde o escoamento de agrotóxicos e fertilizantes contaminam a água. Esses produtos químicos afetam a fauna aquática e podem comprometer a qualidade da água para consumo humano.

    A espuma amarelada e densa que por vezes aparece em suas quedas d’água, inclusive nas cataratas, é um sinal visível dessa degradação. O fenômeno é causado pela combinação de esgoto e outros poluentes. A pressão do turismo e da agricultura exige um plano de manejo robusto para garantir que a beleza do Iguaçu não esconda um rio doente.

    Rio das Velhas: a ameaça ao “Velho Chico”

    Desde sua nascente, em Ouro Preto, o rio recebe uma carga pesada de poluentes
    Luan Oliveira de Getty Images

    Principal afluente do Rio São Francisco, o Rio das Velhas é vital para o abastecimento de mais da metade da população da região metropolitana de Belo Horizonte. No entanto, ele enfrenta uma degradação severa, causada principalmente pelo lançamento de esgoto sem tratamento e por resíduos da atividade de mineração.

    Desde sua nascente, em Ouro Preto, o rio recebe uma carga pesada de poluentes. Em seu trecho mais crítico, ao passar por Belo Horizonte, a qualidade da água despenca, tornando-se imprópria para diversos usos. A poluição compromete o abastecimento e também todo o ecossistema que depende dele.

    Como consequência, a contaminação do Rio das Velhas impacta diretamente a saúde do Rio São Francisco, um dos mais importantes do Brasil.

    Baía de Guanabara: um ecossistema à beira do colapso

    A poluição transformou grandes áreas da baía em um ambiente com baixo oxigênio, afetando drasticamente a vida marinha
    jason hu de Pexels

    Cartão-postal do Rio de Janeiro, a Baía de Guanabara é, na verdade, um complexo ecossistema alimentado por dezenas de rios e canais. Infelizmente, a maioria desses rios chega à baía carregada de esgoto, lixo e resíduos industriais de uma região metropolitana com mais de 12 milhões de habitantes.

    A poluição transformou grandes áreas da baía em um ambiente com baixo oxigênio, afetando drasticamente a vida marinha, incluindo os manguezais, que funcionam como berçários para muitas espécies. O acúmulo de lixo flutuante é um dos problemas mais visíveis, gerando imagens que contrastam com a beleza natural do entorno.

    Promessas de despoluição, especialmente as feitas para os Jogos Olímpicos de 2016, não foram cumpridas em sua totalidade. Embora existam estações de tratamento, grande parte do esgoto ainda é despejada sem tratamento adequado. A recuperação da Baía de Guanabara é um dos maiores desafios ambientais do Brasil, exigindo uma solução integrada para o saneamento de toda a região.

  • Sofre violência doméstica? Veja onde e como pedir ajuda em segurança

    Sofre violência doméstica? Veja onde e como pedir ajuda em segurança

    Um caso de violência familiar em Minas Gerais, onde mãe e filha foram presas por tentar matar uma ex-nora, expõe a gravidade dos conflitos que ocorrem dentro de casa. A situação, embora extrema, reflete uma realidade silenciosa para muitas mulheres e acende um alerta sobre a importância de conhecer os mecanismos de proteção disponíveis.

    Sair de um ciclo de agressão é um processo complexo, mas existem caminhos seguros e redes de apoio estruturadas para garantir a segurança da vítima. Saber onde e como pedir ajuda é o primeiro passo para romper com a violência. Este guia detalha os canais de denúncia, as medidas legais e o suporte disponível para quem precisa de proteção.

    Leia: Operação Shamar prende mais de 12 mil pessoas por violência doméstica

    O que é considerado violência doméstica?

    A violência doméstica e familiar vai além da agressão física. A Lei Maria da Penha, principal instrumento legal de proteção à mulher no Brasil, reconhece cinco formas de violência que podem ocorrer isoladamente ou em conjunto. Entender cada uma delas é fundamental para que a vítima identifique os abusos sofridos.

    A violência psicológica, por exemplo, inclui ameaças, humilhações, chantagens e qualquer ato que cause dano emocional ou diminua a autoestima. Já a violência moral se manifesta por meio de calúnia, difamação ou injúria, como espalhar boatos ou xingar a mulher na frente de outras pessoas.

    Existe também a violência patrimonial, que envolve a destruição de bens, o controle do dinheiro, a retenção de documentos ou a privação de instrumentos de trabalho. A violência sexual, por sua vez, abrange qualquer ato sexual não consentido, como forçar a mulher a ter relações, a ver pornografia ou a não usar métodos contraceptivos.

    Canais de denúncia: onde pedir ajuda

    O primeiro e mais conhecido canal é o Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, e a ligação é gratuita e confidencial. A equipe oferece escuta, orientação e encaminha as denúncias para os órgãos competentes. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp, no número (61) 99656-5008.

    Em situações de emergência, quando a agressão está acontecendo ou acabou de ocorrer, o número a ser acionado é o 190, da Polícia Militar. Uma viatura será enviada ao local para interromper a violência e proteger a vítima. Essa é a medida mais indicada para garantir a segurança imediata.

    Para formalizar a denúncia, a mulher deve procurar a Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM). Caso não haja uma em sua cidade, qualquer delegacia de polícia pode registrar o Boletim de Ocorrência. Esse registro é o documento oficial que dá início à investigação e permite solicitar medidas protetivas.

    Como funcionam as medidas protetivas de urgência?

    As medidas protetivas são ordens judiciais emitidas para proteger a mulher em situação de risco. Elas podem ser solicitadas na própria delegacia, no momento do registro da ocorrência. O pedido é encaminhado a um juiz, que tem um prazo de até 48 horas para decidir.

    Entre as principais medidas estão o afastamento do agressor do lar, a proibição de que ele se aproxime da vítima a uma determinada distância e a restrição de contato por qualquer meio de comunicação. O descumprimento de uma medida protetiva é crime, e o agressor pode ser preso em flagrante.

    Não é necessário ter um advogado para solicitar a medida protetiva na delegacia. A própria autoridade policial formaliza o pedido. Posteriormente, a vítima pode contar com o auxílio da Defensoria Pública ou de núcleos de prática jurídica de universidades para dar continuidade ao processo.

    Redes de apoio e acolhimento

    Além dos canais de denúncia, existem locais que oferecem suporte psicossocial e jurídico. Os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs) são espaços que fornecem acolhimento e orientação integral, ajudando a mulher a fortalecer sua autonomia.

    Para casos em que a vítima não tem para onde ir e corre risco de morte, existem as Casas-abrigo. São locais sigilosos que oferecem moradia protegida e temporária para mulheres e seus filhos. O encaminhamento para uma Casa-abrigo geralmente é feito pelos CRAMs ou pelo sistema de justiça.

    A violência doméstica e familiar vai além da agressão física
    Lacheev de Getty Images

    O que fazer em uma situação de perigo imediato?

    Se a agressão estiver acontecendo ou na iminência de ocorrer, a orientação é ligar imediatamente para o número 190, da Polícia Militar.

    Esse é o canal de emergência para interromper a violência e garantir a segurança da vítima e de seus filhos no momento do fato.

    Qual a diferença entre o Ligue 180 e o 190?

    O número 190 é um serviço de emergência da Polícia Militar para situações que exigem uma intervenção imediata, como uma agressão em andamento.

    Já o Ligue 180 é uma central de atendimento para orientação e denúncia. Ele funciona como um canal de escuta e encaminhamento, não enviando viaturas ao local.

    Preciso de um advogado para pedir uma medida protetiva?

    Não. A medida protetiva de urgência pode ser solicitada diretamente pela vítima na delegacia de polícia, no momento do registro do Boletim de Ocorrência.

    A própria autoridade policial se encarrega de encaminhar o pedido ao Poder Judiciário para análise e decisão em até 48 horas.

    A violência psicológica também é crime?

    Sim. A Lei Maria da Penha reconhece a violência psicológica como uma das formas de agressão doméstica e familiar.

    Atos como ameaças, humilhações constantes, chantagens e manipulações que causem dano emocional são considerados crime e devem ser denunciados.

    Existem abrigos para mulheres que não têm para onde ir?

    Sim. As Casas-abrigo são locais sigilosos e protegidos que oferecem moradia temporária para mulheres em situação de violência que correm risco de morte.

    O acesso a esses locais é feito por meio de encaminhamento de serviços da rede de atendimento, como os Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs).

  • Lugares ‘mal-assombrados’ de Invocação do Mal que você pode visitar

    Lugares ‘mal-assombrados’ de Invocação do Mal que você pode visitar

    A recente história da fã vestida como a freira demoníaca de “A Freira”, barrada em um shopping, reacendeu a fascinação do público pela franquia “Invocação do Mal”. O que muitos talvez não saibam é que o terror visto nas telas tem raízes profundas em eventos e lugares reais, muitos deles investigados pelo casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren.

    Para os mais corajosos, a boa notícia é que vários desses locais assombrados não existem apenas na ficção. De uma fazenda isolada em Rhode Island a um antigo monastério na Romênia, esses pontos se transformaram em destinos turísticos para quem busca sentir um arrepio na espinha e conhecer de perto as origens das histórias que aterrorizaram milhões nos cinemas.

    Leia: O que esperar do final da saga do casal Warren em “Invocação do Mal: O Último Ritual”?

    Destinos brasileiros com fama de mal-assombrados: teria coragem de conhecer

    A fazenda da família Perron

    A casa que serviu de inspiração para o primeiro filme, “Invocação do Mal” (2013), é talvez a mais icônica de todas. Localizada em Harrisville, Rhode Island, nos Estados Unidos, a propriedade rural foi o lar da família Perron na década de 1970. Eles relataram ter vivido uma série de eventos paranormais perturbadores durante sua estadia.

    A família afirmava ser atormentada por múltiplos espíritos, com destaque para a entidade malévola de Bathsheba Sherman. Ela teria sido uma moradora da propriedade no século 19, acusada de bruxaria. Os fenômenos descritos pelos Perron formaram a base da investigação dos Warren, que é o foco central do filme.

    Atualmente, a casa é uma propriedade privada, mas seus donos abraçaram seu legado assustador. O local promove visitas guiadas, eventos temáticos e até investigações paranormais noturnas. É um destino popular para caçadores de fantasmas e fãs da franquia, embora passar uma noite por lá seja um desafio reservado para poucos.

    O Poltergeist de Enfield

    O segundo filme da série principal, “Invocação do Mal 2” (2016), aborda um dos casos de poltergeist mais documentados da história. A atividade paranormal ocorreu em uma casa modesta em Enfield, um bairro no norte de Londres, na Inglaterra, entre 1977 e 1979.

    A família Hodgson, especialmente as jovens irmãs Janet e Margaret, relatou objetos se movendo sozinhos, ruídos estranhos e até casos de levitação. O caso atraiu a atenção da mídia britânica e de investigadores paranormais, incluindo Ed e Lorraine Warren, embora a extensão do envolvimento deles seja debatida.

    Diferente da fazenda Perron, a casa de Enfield é uma residência privada e não está aberta para visitação pública. No entanto, sua fachada se tornou um ponto de peregrinação para os fãs do filme que visitam Londres. Muitos turistas passam pela rua para fotografar o exterior da casa que abrigou um fenômeno tão famoso.

    A verdadeira boneca Annabelle

    A aterrorizante boneca de porcelana da franquia “Annabelle” é, na realidade, bem diferente. A verdadeira Annabelle é uma boneca de pano do tipo Raggedy Ann, que pertenceu a uma estudante de enfermagem chamada Donna nos anos 1970. Ela e sua colega de quarto alegaram que a boneca se movia sozinha e deixava mensagens assustadoras.

    Após uma série de incidentes, elas procuraram os Warren, que concluíram que o objeto estava sendo manipulado por uma entidade desumana. O casal levou a boneca e a trancou em uma caixa de vidro especial em seu museu, onde, segundo eles, ela permanece segura.

    A boneca está localizada no Warrens’ Occult Museum, em Monroe, Connecticut. O museu abrigava centenas de artefatos supostamente assombrados ou amaldiçoados coletados pelo casal ao longo de suas carreiras. Atualmente, o museu está fechado para o público devido a questões de zoneamento, mas a lenda de Annabelle continua a atrair a curiosidade de pessoas do mundo todo.

    O Monastério de Cârța

    O filme “A Freira” (2018) explora a origem da entidade demoníaca Valak. Embora a história do filme seja em grande parte ficcional, o cenário foi inspirado em um local real: o Monastério de Cârța, localizado na Transilvânia, Romênia. É um lugar com uma atmosfera gótica e uma história que remonta ao século 13.

    Fundado por monges cistercienses, o monastério tem uma arquitetura impressionante e uma longa história. Lendas locais falam de monges que assombram as ruínas do local, o que contribui para sua aura misteriosa. O ambiente isolado e a arquitetura medieval foram a inspiração perfeita para o cenário do filme.

    Hoje, o que resta do monastério funciona como uma igreja evangélica luterana. As ruínas estão abertas à visitação e se tornaram um ponto turístico popular na Romênia, especialmente após o sucesso do filme. Visitantes podem explorar o local e sentir a atmosfera histórica que ajudou a criar um dos vilões mais marcantes do cinema de terror recente.

  • Com a Selic em queda, é a hora certa de financiar a casa própria?

    Com a Selic em queda, é a hora certa de financiar a casa própria?

    A queda gradual da taxa Selic, a referência para os juros da economia brasileira, acende uma luz de esperança para milhões de pessoas que sonham com a casa própria. Com a perspectiva de novas reduções pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, surge a pergunta inevitável, este é o momento ideal para assinar um contrato de financiamento imobiliário?

    A resposta é que o cenário se torna mais favorável, mas a decisão exige planejamento e uma análise cuidadosa das condições pessoais e do mercado. Entender como a Selic impacta as parcelas do seu futuro imóvel e quais outros fatores estão em jogo é o primeiro passo para fazer um negócio seguro e vantajoso.

    Leia: Alívio momentâneo da inflação é menor que o esperado e não muda perspectiva para juro

    Selic influencia atratividade do financiamento imobiliário

    Como a queda da Selic afeta o financiamento imobiliário?

    A relação entre a taxa Selic e os juros do crédito imobiliário é direta, embora não seja automática. Quando o Banco Central reduz a Selic, o custo do dinheiro para os bancos diminui. Com menos despesas para captar recursos, as instituições financeiras ganham margem para oferecer taxas mais competitivas aos seus clientes nos financiamentos.

    Essa redução não é repassada integralmente ou de forma imediata. Os bancos consideram outros fatores, como o risco de inadimplência e custos operacionais, na hora de definir suas taxas. Ainda assim, a tendência é clara: um ciclo de baixa na Selic pressiona todo o mercado a oferecer condições melhores.

    Para o consumidor, mesmo uma pequena redução percentual nos juros faz uma diferença enorme no longo prazo. Em um financiamento de 30 anos, uma taxa menor pode significar uma economia de dezenas ou até centenas de milhares de reais ao final do contrato, além de reduzir o valor da parcela mensal.

    O que mais considerar antes de financiar um imóvel?

    A taxa de juros é apenas uma parte da equação. Antes de buscar um financiamento, é fundamental analisar outros pontos que impactam diretamente a viabilidade e o custo total da compra. Ignorar esses elementos pode transformar o sonho em um problema financeiro.

    A estabilidade financeira pessoal é o ponto de partida. Ter uma fonte de renda segura e uma reserva de emergência é crucial para atravessar o longo período do financiamento sem sustos. Comprometer uma fatia muito grande do orçamento mensal com a parcela é um risco que deve ser evitado.

    O valor do imóvel também merece atenção. É importante pesquisar se os preços na região desejada estão estáveis ou inflacionados. Juros baixos não compensam a compra de um bem supervalorizado, que pode perder valor no futuro. Compare preços e negocie com o vendedor.

    Além disso, existem os custos adicionais. O valor financiado não cobre despesas como o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), taxas de cartório e os seguros obrigatórios, que são embutidos nas parcelas. Esses valores devem estar no seu planejamento financeiro.

    Passos práticos para quem quer aproveitar o momento

    Para quem se sente preparado, algumas ações podem otimizar a busca pelo financiamento ideal. O primeiro passo é organizar a vida financeira, quitando dívidas pendentes e garantindo que seu nome não tenha restrições de crédito. Um bom histórico de pagador ajuda a conseguir condições melhores.

    Juntar o máximo possível para o valor de entrada é outra estratégia valiosa. Quanto maior a entrada, menor o valor a ser financiado. Isso não apenas reduz o saldo devedor e as parcelas, mas também aumenta a confiança do banco, que pode oferecer juros mais baixos.

    Não aceite a primeira proposta que receber. Faça simulações em diferentes bancos, tanto tradicionais quanto digitais. Compare não apenas a taxa de juros anunciada, mas o Custo Efetivo Total (CET), que inclui todas as taxas e seguros envolvidos na operação. É o CET que revela o verdadeiro custo do crédito.

    Por fim, avalie o tipo de taxa de juros oferecida. As taxas pré-fixadas garantem que a parcela não mudará durante todo o contrato, oferecendo previsibilidade. Já as pós-fixadas, atreladas a índices como a poupança ou a inflação (IPCA), podem variar, trazendo riscos, mas também oportunidades em cenários de queda de juros.

    A relação entre a taxa Selic e os juros do crédito imobiliário é direta, embora não seja automática
    shisuka

    A queda da Selic garante juros mais baixos no financiamento?

    Não diretamente. A Selic serve como uma referência para o custo do dinheiro, mas os bancos têm autonomia para definir suas próprias taxas.

    Uma Selic em queda cria um ambiente favorável para que os juros do crédito imobiliário também caiam, mas a redução não é automática nem imediata.

    Qual o impacto real da Selic no valor das parcelas?

    O impacto é significativo, especialmente em contratos longos. Juros menores resultam em um Custo Efetivo Total (CET) mais baixo.

    Isso se traduz em parcelas mensais mais acessíveis e uma economia de milhares de reais ao final do período de pagamento.

    Além dos juros, quais outros custos existem no financiamento?

    Existem diversos custos embutidos. O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e as taxas de registro em cartório são pagos no início.

    Além disso, seguros obrigatórios, como Morte e Invalidez Permanente (MIP) e Danos Físicos ao Imóvel (DFI), são somados às parcelas mensais.

    Como posso me preparar para financiar um imóvel agora?

    O primeiro passo é organizar suas finanças, quitar dívidas e construir uma reserva de emergência. Um bom histórico de crédito é fundamental.

    Depois, junte o maior valor possível para a entrada. Uma entrada robusta, acima de 20%, pode garantir condições de juros mais vantajosas.

    O que é o Custo Efetivo Total (CET)?

    O CET é o indicador que revela o custo real de um financiamento. Ele engloba não apenas a taxa de juros, mas todas as outras despesas.

    Na hora de comparar propostas de diferentes bancos, é o CET que deve ser usado como principal referência, e não apenas a taxa de juros anunciada.

  • A Taxa Selic vai cair mais? O que esperar da próxima decisão do Copom

    A Taxa Selic vai cair mais? O que esperar da próxima decisão do Copom

    A próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para os próximos dias, concentra as atenções do mercado e de milhões de brasileiros. A expectativa geral é por um novo corte na Taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, o que daria continuidade ao ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto de 2023.

    Essa decisão tem o poder de influenciar desde o rendimento da poupança e de outros investimentos até o custo de um financiamento imobiliário ou de um empréstimo pessoal. Entender os rumos da Selic é fundamental para planejar as finanças, aproveitar oportunidades de investimento e tomar decisões de consumo mais conscientes.

    O cenário que baliza a decisão do Copom é complexo. De um lado, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem mostrado sinais de arrefecimento e se encontra dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse é o principal argumento para a redução dos juros.

    Manter a inflação sob controle é a missão central do Banco Central. Quando os preços sobem de forma generalizada e persistente, o poder de compra da população diminui. A Selic alta funciona como um freio, encarecendo o crédito e desestimulando o consumo e o investimento, o que ajuda a conter a escalada dos preços.

    Por outro lado, uma Selic em patamares elevados também desacelera a atividade econômica. Com juros mais baixos, o crédito se torna mais acessível para pessoas e empresas. Isso estimula o consumo, a produção industrial, a construção civil e a geração de empregos, impulsionando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

    O desafio do Copom é encontrar um equilíbrio delicado. É preciso cortar os juros para estimular a economia, mas sem perder o controle da inflação. Por isso, as decisões são tomadas com base em uma vasta análise de dados, projeções e cenários, tanto domésticos quanto internacionais.

    Leia também: Alívio momentâneo da inflação é menor que o esperado e não muda perspectiva para juro

    Efeito dos juros altos chega agora na economia real

    Como a Selic afeta seus investimentos?

    A relação entre a Taxa Selic e os investimentos é direta. A rentabilidade de diversas aplicações de renda fixa, consideradas as mais seguras do mercado, está atrelada a ela ou a indicadores que a seguem de perto, como o CDI.

    Aplicações como o Tesouro Selic, CDBs de liquidez diária, LCIs e LCAs passam a render menos com a queda dos juros. Para o investidor conservador, isso significa um retorno menor. A caderneta de poupança também é afetada: quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, seu rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).

    Esse movimento pode tornar a renda variável, como o mercado de ações, mais atraente. Com os ganhos da renda fixa diminuindo, investidores com maior apetite ao risco podem migrar parte de seus recursos para a bolsa de valores em busca de retornos mais expressivos, embora com maior volatilidade.

    E o crédito, fica mais barato?

    Sim, a tendência é que o crédito se torne mais acessível. A Selic é a taxa que os bancos usam como referência para emprestar dinheiro entre si. Quando ela cai, o custo de captação de recursos para as instituições financeiras diminui, e essa redução costuma ser repassada aos consumidores.

    As taxas de juros de financiamentos de veículos e imóveis, empréstimos pessoais e consignados tendem a cair. Até mesmo o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial, embora ainda possuam taxas muito elevadas, podem sentir algum alívio. Esse cenário favorece quem planeja fazer compras de maior valor ou precisa reorganizar suas dívidas.

    A projeção predominante no mercado financeiro é de um novo corte de 0,50 ponto percentual na próxima reunião. No entanto, o comunicado que acompanha a decisão será analisado com lupa. Ele trará pistas sobre os próximos passos do comitê e o ritmo dos cortes futuros.

    Fatores como o cenário fiscal do país e as decisões de política monetária nos Estados Unidos, especialmente do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, também pesam na balança. Um cenário externo mais adverso pode limitar o espaço para quedas mais acentuadas da Selic no Brasil.

    A relação entre a Taxa Selic e os investimentos é direta
    Rmcarvalho de Getty Images

    O que é a Taxa Selic e por que ela é importante?

    A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação.

    Sua importância reside no fato de que ela serve como referência para todas as outras taxas de juros do país, influenciando o custo do crédito e a rentabilidade dos investimentos.

    Qual a expectativa para a próxima decisão do Copom sobre a Selic?

    A expectativa majoritária do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie um novo corte de 0,50 ponto percentual.

    Esta medida daria continuidade ao ciclo de redução da taxa de juros, que busca estimular a atividade econômica mantendo a inflação sob controle.

    Como a queda da Selic impacta meu dinheiro?

    A queda da Selic tem um impacto duplo. Nos investimentos, ela reduz a rentabilidade de aplicações de renda fixa, como Tesouro Selic e CDBs.

    No crédito, a tendência é de barateamento. Taxas de financiamentos, empréstimos e até do cartão de crédito tendem a diminuir, facilitando o consumo.

    A Selic continuará caindo ao longo do ano?

    A trajetória futura da Selic dependerá da evolução da inflação e do cenário econômico. A comunicação do Banco Central sugere que novos cortes devem ocorrer.

    No entanto, o ritmo e a magnitude dessas quedas podem ser ajustados conforme os dados econômicos e o cenário internacional, especialmente as decisões de juros nos Estados Unidos.

  • Incêndio na Lapa expõe falhas na fiscalização de galpões em São Paulo

    Incêndio na Lapa expõe falhas na fiscalização de galpões em São Paulo

    Um incêndio de grandes proporções que atingiu um galpão industrial na Lapa, zona oeste de São Paulo, nesta semana, fez mais do que destruir uma estrutura. As chamas, que geraram uma densa coluna de fumaça vista a quilômetros de distância, acenderam um alerta sobre a segurança e a fiscalização de milhares de imóveis comerciais e industriais espalhados pela capital paulista.

    A rápida propagação do fogo e a intensa mobilização do Corpo de Bombeiros para controlar o sinistro colocaram em xeque a efetividade das vistorias e a regularidade de alvarás de funcionamento. O episódio levanta um debate urgente, a cidade está preparada para prevenir tragédias como essa ou apenas para reagir a elas?

    O incidente na Lapa não é um fato isolado, mas um sintoma de um problema crônico em grandes metrópoles. A complexa teia de regulamentações, a dificuldade de fiscalizar um número imenso de estabelecimentos e a própria antiguidade de muitas construções criam um cenário de vulnerabilidade. Cada galpão que opera sem as devidas licenças ou com equipamentos de segurança inadequados é um risco em potencial para funcionários e para a vizinhança.

    A discussão vai além da obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento essencial que atesta as condições de segurança contra incêndio. A questão central é a manutenção dessas condições. Um alvará emitido anos atrás não garante que o local continue seguro hoje, especialmente se houve mudanças na ocupação ou no tipo de material armazenado.

    O que o incêndio revela sobre a fiscalização?

    A primeira pergunta que surge após um evento como este é sobre a regularidade do imóvel. O galpão possuía todas as licenças necessárias para operar? A documentação estava em dia? A resposta para essas questões define se o problema foi um acidente imprevisível ou uma consequência direta da negligência e da falha no sistema de controle do poder público.

    A fiscalização de imóveis comerciais em São Paulo é uma tarefa de enorme complexidade. Envolve diferentes órgãos da prefeitura e do governo estadual, cada um com suas responsabilidades. Enquanto o Corpo de Bombeiros avalia as condições de prevenção e combate a incêndios, a administração municipal verifica o uso do solo e as licenças de funcionamento.

    O desafio está na capacidade de inspecionar de forma proativa, e não apenas reativa, após uma denúncia ou um acidente. A quantidade de fiscais disponíveis muitas vezes é insuficiente para cobrir a totalidade dos estabelecimentos, o que abre brechas para que irregularidades passem despercebidas por longos períodos.

    Outro ponto crítico é a adequação das estruturas. Muitos galpões na cidade foram construídos décadas atrás, sob outras legislações. Adaptá-los às normas atuais de segurança, com a instalação de sprinklers, detectores de fumaça e rotas de fuga adequadas, exige investimentos que nem sempre são realizados pelos proprietários.

    O histórico de incidentes em São Paulo

    A capital paulista carrega cicatrizes de grandes incêndios que marcaram sua história e que, em sua maioria, foram atribuídos a falhas de segurança e fiscalização. Tragédias como as dos edifícios Andraus, em 1972, e Joelma, em 1974, mudaram profundamente a legislação de segurança contra incêndio no país, tornando-a mais rigorosa.

    Mais recentemente, outros casos, como o incêndio no Memorial da América Latina e no Museu da Língua Portuguesa, reforçaram a necessidade de vigilância constante, especialmente em locais de grande circulação ou que abrigam patrimônios de valor inestimável. Cada um desses eventos serviu como um doloroso aprendizado.

    O incêndio na Lapa se insere nesse contexto como um aviso de que a atenção não pode se concentrar apenas em prédios icônicos ou de grande circulação. Zonas industriais e galpões de armazenamento, muitas vezes localizados próximos a áreas residenciais, representam um risco silencioso que precisa ser gerenciado com o mesmo rigor.

    A resposta das autoridades e da sociedade a este novo incidente determinará se ele será apenas mais um número nas estatísticas ou um catalisador para mudanças efetivas. A revisão de processos de fiscalização, o uso de tecnologia para monitoramento e a responsabilização de proprietários são caminhos que precisam ser discutidos para evitar que a fumaça na Lapa se dissipe e o problema seja, mais uma vez, esquecido.

    Leia também: Vídeo: incêndio de grandes proporções atinge fábrica às margens da BR-381

    Por que o incêndio na Lapa é tão significativo?

    Ele vai além do dano material. O evento simboliza uma falha sistêmica na prevenção e fiscalização de imóveis industriais em áreas urbanas.

    Sua importância está em expor o risco constante a que moradores e trabalhadores estão submetidos perto de locais que podem não cumprir as normas de segurança.

    Quais são as principais falhas de segurança apontadas?

    O debate se concentra na validade e atualização do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento que atesta a segurança do local.

    Questiona-se também a existência e o funcionamento de equipamentos essenciais, como hidrantes, extintores, alarmes e rotas de fuga desobstruídas.

    Como funciona a fiscalização de imóveis comerciais em São Paulo?

    A fiscalização é dividida entre a prefeitura, que cuida do alvará de funcionamento e uso do solo, e o Corpo de Bombeiros, responsável pela segurança contra incêndio.

    O principal desafio é a capacidade de realizar vistorias periódicas em milhares de estabelecimentos, o que torna o sistema mais reativo do que preventivo.

    Existe um risco para moradores de áreas próximas a galpões?

    Sim. A proximidade entre zonas industriais e residenciais aumenta a vulnerabilidade da população a acidentes com fogo, fumaça tóxica e até explosões.

    A mistura de usos do solo, comum em bairros antigos como a Lapa, exige um controle ainda mais rigoroso para garantir a segurança de todos.

    O que pode mudar após este incêndio?

    Episódios de grande repercussão costumam pressionar o poder público a rever e aprimorar suas políticas de fiscalização e segurança urbana.

    Espera-se um aumento no rigor das vistorias, a atualização de legislações e uma maior conscientização dos proprietários sobre suas responsabilidades.