Autor: Gabriel Lélis

  • Sinais de alerta: como identificar uma clínica de repouso clandestina

    Sinais de alerta: como identificar uma clínica de repouso clandestina

    A morte de um idoso em Minas Gerais, após ser levado a uma UPA por uma terapeuta que se passava por sua sobrinha, acendeu um forte alerta nacional. A investigação policial revelou uma realidade cruel: o homem vivia em uma clínica de repouso clandestina, onde era dopado e negligenciado. Este caso trágico expõe os perigos de instituições que operam à margem da lei, explorando a vulnerabilidade de famílias e idosos.

    Escolher um local para cuidar de um familiar é uma decisão delicada, que envolve confiança e segurança. No entanto, a proliferação de estabelecimentos irregulares torna essencial que todos saibam como identificar os sinais de perigo. Saber o que observar, quais documentos exigir e a quem recorrer pode ser a diferença entre garantir o bem-estar de um ente querido e colocá-lo em uma situação de risco extremo.

    Verifique a documentação antes de tudo

    O primeiro passo para avaliar a idoneidade de uma casa de repouso é a checagem de sua situação legal. Toda instituição séria deve operar com transparência e ter seus documentos em ordem e visíveis para o público. A ausência ou a recusa em apresentar essas licenças é o maior indício de clandestinidade.

    Antes de agendar uma visita, peça o número do CNPJ da empresa. Com ele, é possível fazer uma consulta simples no site da Receita Federal para verificar se o cadastro está ativo e se a atividade econômica corresponde à de uma instituição de longa permanência para idosos. Desconfie se o CNPJ estiver baixado, inativo ou registrado em outro ramo de atividade.

    Dois documentos são fundamentais: o alvará de funcionamento, emitido pela prefeitura local, e a licença sanitária, concedida pela Vigilância Sanitária (municipal ou estadual). O alvará garante que o local cumpre as normas de segurança da cidade, enquanto a licença atesta que as condições de higiene, saúde e estrutura são adequadas para abrigar idosos.

    Sinais de alerta durante a visita ao local

    A inspeção presencial é um momento decisivo. É preciso ter um olhar atento não apenas para o que é dito, mas principalmente para o que é visto e sentido no ambiente. As condições da estrutura física revelam muito sobre o cuidado oferecido no dia a dia.

    Observe a limpeza geral do espaço. O local deve ser arejado, iluminado e sem odores fortes de urina, mofo ou produtos de limpeza em excesso, que podem mascarar outros problemas. Verifique se os quartos são organizados, se os banheiros são adaptados com barras de apoio e pisos antiderrapantes e se há acessibilidade em todas as áreas comuns, como rampas e corredores largos.

    A equipe de profissionais é o coração da instituição. Tente conversar com alguns cuidadores e observe como eles interagem com os residentes. A relação deve ser de respeito, paciência e carinho. Um número insuficiente de funcionários para a quantidade de idosos é um sinal preocupante, pois compromete a qualidade e a segurança do atendimento.

    Por fim, preste atenção nos próprios idosos. Eles parecem bem cuidados, com roupas limpas e higiene pessoal em dia? Estão engajados em alguma atividade ou passam o dia isolados e apáticos? Sinais de sedação excessiva, como sonolência constante e dificuldade de comunicação, são extremamente graves e podem indicar o uso indevido de medicamentos para manter os residentes “calmos”.

    Contrato, custos e como denunciar

    Um contrato claro e detalhado é uma segurança para ambas as partes. Leia todas as cláusulas com atenção. O documento deve especificar todos os serviços inclusos na mensalidade, como alimentação, cuidados de enfermagem, atividades de lazer e higiene. Desconfie de acordos verbais ou contratos vagos.

    Preços muito abaixo da média de mercado podem ser um atrativo, mas também um grande perigo. A manutenção de uma estrutura adequada, com profissionais qualificados, alimentação de qualidade e cuidados médicos, tem um custo elevado. Valores excessivamente baixos podem indicar cortes em áreas essenciais, colocando a saúde e a segurança dos idosos em risco.

    Se você suspeitar de qualquer irregularidade, não hesite em agir. Você pode acionar a Vigilância Sanitária de seu município, o Ministério Público, o Conselho do Idoso ou ligar para o Disque 100 (Disque Direitos Humanos). Em casos de perigo iminente, a Polícia Militar (190) deve ser chamada imediatamente.

    Como saber se uma casa de repouso é legalizada?

    A forma mais segura é verificar a documentação. A instituição deve ter um CNPJ ativo e correspondente à sua atividade.

    Além disso, é obrigatório que o Alvará de Funcionamento, emitido pela prefeitura, e a Licença Sanitária, da Vigilância Sanitária, estejam válidos e expostos em local visível.

    Quais são os principais sinais de maus-tratos a idosos em uma clínica?

    Os sinais podem ser físicos e comportamentais. Observe se os residentes estão com a higiene pessoal negligenciada, com roupas sujas ou com aspecto de abandono.

    Apatia, sonolência excessiva ou medo da equipe são fortes indícios de problemas, incluindo o uso indevido de sedativos. Lesões, hematomas ou escaras (feridas de pressão) sem justificativa clara também são alertas graves.

    A quem devo denunciar uma clínica de repouso clandestina ou com suspeita de maus-tratos?

    A denúncia pode ser feita a vários órgãos. A Vigilância Sanitária do seu município é o primeiro canal para fiscalizar as condições de higiene e estrutura.

    O Ministério Público e o Conselho do Idoso também acolhem denúncias. Para uma queixa anônima e abrangente, use o Disque 100. Em situações de emergência, ligue para a Polícia Militar no 190.

    Um preço muito baixo pode ser um sinal de alerta?

    Sim, um preço significativamente abaixo da média do mercado é um grande sinal de alerta. Manter uma estrutura adequada e uma equipe qualificada tem um custo considerável.

    Valores muito baixos podem indicar que a clínica está economizando em áreas críticas como alimentação, número de cuidadores, higiene e cuidados médicos, o que compromete diretamente o bem-estar e a segurança dos idosos.

  • 5 passos eficazes para quem decidiu parar de fumar

    5 passos eficazes para quem decidiu parar de fumar

    A decisão de parar de fumar, seja cigarro tradicional ou vape, é um dos passos mais importantes para a saúde. Em meio ao debate sobre a regulamentação dos dispositivos eletrônicos no Brasil, que ganha força com a recente manutenção da proibição pela Anvisa, muitas pessoas buscam formas de abandonar o vício. O processo é desafiador, mas com a estratégia certa, o sucesso é totalmente possível.

    Largar a nicotina exige mais do que força de vontade. É preciso um plano claro, que prepare o corpo e a mente para as mudanças que virão. Criar uma estrutura de apoio e entender o que esperar da jornada são atitudes que aumentam as chances de sucesso. A seguir, apresentamos um guia prático com cinco passos eficazes para quem decidiu transformar sua vida e deixar o fumo para trás.

    1. Defina uma data e prepare o terreno

    Escolher um dia específico para parar de fumar é o primeiro compromisso real que você firma consigo mesmo. Não diga apenas “na próxima semana”. Escolha uma data, como o primeiro dia do próximo mês, e marque no calendário. Essa ação cria um marco psicológico, transformando uma ideia abstrata em um objetivo concreto e com prazo.

    Com a data marcada, comece a preparar o ambiente ao seu redor. Livre-se de todos os gatilhos visuais e olfativos. Jogue fora cinzeiros, isqueiros, maços de cigarro restantes, vapes, carregadores e todos os líquidos. Lave roupas, cortinas e lençóis para eliminar o cheiro de fumaça. Limpe o carro e a casa, criando um novo ambiente que não o lembre do antigo hábito.

    Comunicar sua decisão para amigos e familiares também faz parte dessa preparação. Pedir apoio e compreensão pode fazer uma diferença enorme. Explique que você precisará de paciência e incentivo, e peça para que não fumem perto de você ou ofereçam cigarros ou vapes. Ter aliados torna o processo menos solitário.

    2. Entenda seus gatilhos e crie alternativas

    O hábito de fumar está profundamente ligado a rotinas e emoções. Identificar os seus gatilhos é fundamental para quebrá-los. Durante a semana que antecede o seu “Dia D”, mantenha um diário. Anote cada vez que sentir vontade de fumar ou vaporizar, registrando a hora, o que você estava fazendo e como estava se sentindo.

    Você pode descobrir que a vontade surge sempre após o café, durante uma pausa no trabalho, ao conversar com um amigo específico ou em momentos de estresse e ansiedade. Com essa lista em mãos, você pode planejar estratégias para cada situação. O segredo é substituir o antigo hábito por uma nova ação, quebrando a associação automática em seu cérebro.

    Se o gatilho é o café da manhã, experimente tomar um copo de água gelada ou um suco logo depois. Se a vontade aparece com o estresse, tenha à mão uma bola antiestresse ou saia para uma caminhada de cinco minutos. Para a fissura oral, mantenha por perto chicletes sem açúcar, palitos de cenoura ou castanhas. Ter um plano de ação para cada gatilho diminui a chance de ser pego de surpresa.

    3. Gerencie a abstinência da nicotina

    O corpo sentirá a falta da nicotina, e é importante estar preparado para os sintomas da abstinência. Eles podem incluir irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, insônia e aumento do apetite. Lembre-se que esses efeitos são temporários e representam um sinal de que seu corpo está se curando e se readaptando.

    A atividade física é uma das ferramentas mais poderosas para combater a abstinência. Uma caminhada rápida, corrida ou qualquer exercício que eleve a frequência cardíaca libera endorfinas, que melhoram o humor e reduzem o estresse. Além disso, a prática de exercícios ajuda a controlar o ganho de peso, uma preocupação comum para quem para de fumar.

    Mantenha-se hidratado, bebendo muita água ao longo do dia. Isso ajuda a eliminar as toxinas do organismo e pode aliviar a sensação de boca seca. Para lidar com o aumento do apetite, opte por lanches saudáveis e nutritivos. Frutas, iogurtes e nozes são ótimas opções para ter sempre por perto. Técnicas de respiração profunda e meditação também podem ser úteis para acalmar a mente nos momentos de maior ansiedade.

    4. Construa uma rede de apoio forte

    Você não precisa passar por essa jornada sozinho. Ter uma rede de apoio sólida aumenta significativamente as chances de sucesso. O suporte pode vir de familiares, amigos ou até mesmo de grupos de apoio com pessoas que enfrentam o mesmo desafio. Compartilhar suas dificuldades e vitórias com quem entende o que você está passando é motivador.

    Converse abertamente com as pessoas mais próximas sobre suas necessidades. Talvez você precise de alguém para ligar em um momento de fissura intensa ou de um amigo para fazer uma atividade diferente e distrair a mente. Não hesite em pedir ajuda. Muitas pessoas ficarão felizes em apoiar sua decisão de ter uma vida mais saudável.

    Procure também por recursos profissionais. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece programas gratuitos de tratamento do tabagismo em muitas cidades, com acompanhamento e, em alguns casos, medicamentos de apoio. Aplicativos de celular e comunidades online também podem ser uma fonte valiosa de incentivo e dicas práticas de outros ex-fumantes.

    5. Celebre as pequenas vitórias e não desista com uma recaída

    O processo de parar de fumar é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Por isso, é essencial reconhecer e celebrar cada conquista ao longo do caminho. Completou 24 horas sem fumar? Comemore. Uma semana? Permita-se um agrado, como ir ao cinema ou comprar algo que desejava com o dinheiro economizado.

    Definir metas curtas e alcançáveis ajuda a manter a motivação. O primeiro dia, a primeira semana e o primeiro mês são marcos importantes. Ver o progresso acumulado reforça a sua capacidade de superar o vício. Uma boa tática é guardar o dinheiro que você gastaria com cigarros ou vapes em um pote transparente. Ver a quantia crescer é um poderoso lembrete visual dos benefícios da sua decisão.

    Se uma recaída acontecer, não a veja como um fracasso total. É um deslize, e o mais importante é como você reage a ele. Não use um cigarro ou uma vaporizada como desculpa para desistir de todo o seu esforço. Analise o que causou a recaída, aprenda com a situação e retome seu plano imediatamente. Cada dia sem fumar é uma vitória para a sua saúde.

  • Bariloche no verão: descubra o que fazer na cidade sem a neve

    Bariloche no verão: descubra o que fazer na cidade sem a neve

    Esqueça o casaco pesado e a paisagem totalmente branca. Quando a neve derrete, San Carlos de Bariloche, na Argentina, revela uma faceta surpreendente e vibrante. Longe dos desafios arriscados em busca da foto perfeita no frio, a cidade se transforma em um paraíso de lagos cristalinos, montanhas verdes e dias longos, ideais para atividades ao ar livre.

    O verão na Patagônia, que vai de dezembro a março, oferece uma experiência completamente diferente da alta temporada de inverno. As temperaturas amenas convidam a explorar a região de uma maneira mais ativa, trocando o esqui e o snowboard por trilhas, caiaque e mergulhos refrescantes. É a oportunidade de descobrir que a beleza de Bariloche vai muito além do seu cartão-postal gelado.

    Lagos de águas cristalinas

    O grande protagonista do verão em Bariloche é, sem dúvida, o Parque Nacional Nahuel Huapi. Seus imensos lagos de origem glacial, com águas inacreditavelmente transparentes e tons que variam do azul-turquesa ao verde-esmeralda, se tornam o centro das atenções. O famoso Circuito Chico, um roteiro de 60 quilômetros, ganha cores e vida nesta época.

    As praias de água doce, como a Playa Bonita e a Villa Tacul, ficam repletas de moradores e turistas que buscam se refrescar. Embora a água seja fria, um mergulho nos dias mais quentes é revigorante. Atividades como stand-up paddle, passeios de barco e caiaque permitem explorar enseadas escondidas e ter uma perspectiva única da Cordilheira dos Andes.

    Trilhas e montanhas para todos os níveis

    Com a ausência da neve, as montanhas revelam uma infinidade de caminhos para caminhadas. Existem opções para todos os gostos e preparos físicos, desde trilhas leves e familiares até trekking de vários dias para os mais aventureiros. A subida ao Cerro Campanario, acessível por teleférico, oferece uma das vistas panorâmicas mais famosas e espetaculares da região.

    Para quem busca um pouco mais de esforço, a trilha do Cerro Llao Llao é uma escolha clássica. O percurso de dificuldade moderada atravessa um bosque denso e recompensa o caminhante com vistas deslumbrantes do Lago Moreno e do Nahuel Huapi. Já os mais experientes podem se aventurar no trekking até o Refugio Frey, um desafio que vale cada passo pela paisagem rochosa e imponente.

    Sabores que marcam a viagem

    A gastronomia de Bariloche também se adapta à estação. As famosas lojas de chocolate continuam sendo uma parada obrigatória, mas o cenário culinário se expande. As cervejarias artesanais, ou “cervecerías”, se espalham pela cidade e arredores, oferecendo pátios e decks perfeitos para aproveitar o fim de tarde com uma bebida gelada.

    Os pratos típicos da Patagônia, como o cordeiro e a truta, ganham acompanhamentos mais leves. Uma visita à Colonia Suiza, uma pequena vila a 25 quilômetros do centro, é indispensável. Aos domingos, acontece a tradicional feira de artesanato e a preparação do “curanto”, um método de cozimento de carnes e legumes em um buraco na terra com pedras quentes, uma herança dos povos originários da região.

    A Rota dos Sete Lagos, que liga Villa La Angostura a San Martín de los Andes, é outro passeio que se torna ainda mais especial no verão. A estrada sinuosa revela paisagens de tirar o fôlego a cada curva, com mirantes que convidam a paradas para fotos e contemplação. É a prova de que o calor revela o lado mais colorido e vivo de um dos destinos mais amados da América do Sul.

    O que é o Circuito Chico e vale a pena fazer no verão?

    O Circuito Chico é um roteiro panorâmico de aproximadamente 60 quilômetros que contorna parte dos lagos Nahuel Huapi e Moreno.

    Ele é um dos passeios mais clássicos de Bariloche e vale muito a pena no verão, quando as paisagens ficam vibrantes.

    É possível nadar nos lagos de Bariloche?

    Sim, é possível e muito comum durante o verão. As praias de água doce, como Playa Bonita, ficam movimentadas.

    A água é bastante fria, por ser de degelo, mas o mergulho é revigorante nos dias de calor intenso.

    Quais roupas devo levar para Bariloche no verão?

    O clima na Patagônia é instável. Durante o dia pode fazer calor, exigindo roupas leves como camisetas e bermudas.

    À noite, as temperaturas caem, sendo essencial ter um casaco corta-vento e um agasalho mais quente, como um fleece.

    Bariloche no verão é um destino caro?

    Geralmente, o verão é considerado média ou baixa temporada em comparação com o inverno, que atrai multidões para o esqui.

    Por isso, os preços de hospedagem e passeios tendem a ser mais acessíveis do que nos meses de julho e agosto.

    Preciso alugar um carro para aproveitar a cidade?

    Não é obrigatório. A cidade conta com transporte público e serviços de remis (táxis com preço fechado) para os principais pontos.

    No entanto, alugar um carro oferece mais liberdade para explorar rotas como o Circuito Chico e a Rota dos Sete Lagos no seu próprio ritmo.

    Quais são as principais atividades de aventura no verão?

    Além das trilhas, é possível praticar caiaque, stand-up paddle, rafting nos rios da região e mountain bike.

    Há também opções de arvorismo e cavalgadas, que permitem explorar as paisagens de diferentes maneiras.

  • Como montar um cantinho da música em casa sem gastar muito

    Como montar um cantinho da música em casa sem gastar muito

    A paixão pela música, muitas vezes despertada por programas de TV como o “Estrela da Casa”, pode se transformar em um desejo de ter um espaço dedicado a ela dentro de casa. Seja para ouvir seus discos preferidos com calma ou para praticar um instrumento, criar um cantinho musical não precisa ser um projeto caro ou complicado. Com criatividade e planejamento, é possível montar um ambiente acolhedor e funcional sem gastar muito.

    O segredo está em aproveitar o que você já tem e fazer escolhas inteligentes. Um canto esquecido da sala, um quarto de hóspedes pouco usado ou até mesmo um espaço na varanda podem se transformar no seu refúgio sonoro particular. O objetivo é criar um lugar que inspire e que seja a sua cara, usando soluções práticas e econômicas para organização, conforto e decoração.

    Defina o espaço ideal

    O primeiro passo é escolher onde seu cantinho da música ficará. Não é preciso um cômodo inteiro; um canto de parede na sala ou no quarto já pode ser suficiente. Observe a acústica do local. Espaços com muitos móveis, tapetes e cortinas tendem a ter um som mais controlado, pois esses itens ajudam a absorver a reverberação.

    Evite locais muito vazios ou com muitas superfícies lisas, como vidro e azulejo, que podem fazer o som ecoar. A iluminação natural também é um ponto a ser considerado. Um lugar perto da janela pode tornar a prática durante o dia mais agradável. Se o espaço for compartilhado, pense em como delimitar a área, talvez com um tapete ou uma estante pequena.

    O conforto é fundamental

    Para aproveitar seu espaço, ele precisa ser confortável. Não é necessário investir em uma poltrona de design. Uma cadeira que você já tem, um pufe ou até mesmo grandes almofadas no chão podem resolver a questão. O importante é garantir uma postura adequada, principalmente se você for tocar um instrumento por longos períodos.

    Lojas de móveis usados e brechós são ótimos lugares para encontrar poltronas ou cadeiras charmosas por um preço baixo. Uma manta aconchegante e algumas almofadas extras complementam o ambiente, tornando-o mais convidativo para relaxar, enquanto ouve suas playlists ou álbuns favoritos.

    Equipamentos de som sem mistério

    Ter um bom som é essencial, mas isso não significa gastar uma fortuna. Se você já possui uma caixa de som bluetooth de boa qualidade, ela pode ser o centro do seu sistema. Posicione-a de forma estratégica para que o som se espalhe bem pelo ambiente. Fones de ouvido de qualidade também são uma excelente alternativa, especialmente para quem mora em apartamento e precisa evitar o barulho.

    Para os amantes do vinil, toca-discos de segunda mão podem ser uma opção acessível. Feiras de antiguidades e grupos on-line de venda são bons locais para procurar. Muitas vezes, um aparelho de som antigo da família, que está guardado e esquecido, pode ser resgatado e voltar a funcionar perfeitamente, adicionando um toque retrô ao seu espaço.

    Organize seus instrumentos e discos

    A organização é chave para que o espaço seja funcional e visualmente agradável. Em vez de comprar móveis caros, use a criatividade. Caixotes de feira lixados e envernizados podem se transformar em estantes modulares para guardar discos de vinil ou CDs. Eles podem ser empilhados ou fixados na parede.

    Para quem toca violão ou guitarra, suportes de parede são baratos e economizam muito espaço, além de transformarem os instrumentos em parte da decoração. Partituras, cabos e outros acessórios pequenos podem ser guardados em caixas organizadoras simples ou cestos, mantendo tudo em ordem e fácil de encontrar.

    Iluminação que cria o clima

    A iluminação correta pode transformar completamente um ambiente. Em vez de depender apenas da luz principal do cômodo, invista em pontos de luz indireta. Um abajur de chão ou de mesa com uma lâmpada de luz amarela (quente) cria uma atmosfera mais íntima e relaxante.

    Cordões de luz, conhecidos como “luzes de fada”, são uma opção barata e versátil. Eles podem ser enrolados em uma prateleira, colocados dentro de um vaso de vidro ou pendurados na parede para um efeito charmoso. Velas aromáticas também contribuem para o clima, adicionando um perfume agradável ao seu refúgio musical.

    Decoração com personalidade (e pouco dinheiro)

    A decoração é o que dará a sua identidade ao espaço. Imprima pôsteres de suas bandas e artistas favoritos ou capas de álbuns icônicos. Molduras simples podem ser encontradas em lojas de utilidades por preços bem baixos. Se você tiver discos de vinil riscados ou que não ouve mais, suas capas podem virar quadros incríveis.

    Outra ideia é usar partituras antigas para forrar uma parede ou parte dela, como um papel de parede temático. Plantas também são ótimas aliadas. Um vaso pequeno com uma suculenta ou uma samambaia pendurada traz vida e cor ao ambiente sem pesar no bolso. Um tapete pequeno ajuda a delimitar o espaço e a melhorar a acústica.

    Passo a passo para seu cantinho musical

    Organizar as ideias pode ajudar a colocar o projeto em prática. Siga uma sequência lógica para não se perder no processo e garantir que todos os detalhes sejam pensados de forma econômica e eficiente.

    • Escolha o local: Analise os cantos disponíveis em sua casa. Pense na acústica, na luz e na praticidade de ter seus equipamentos por perto.
    • Defina o conforto: Reutilize uma cadeira ou pufe. Adicione almofadas e uma manta para deixar o assento mais aconchegante e convidativo.
    • Planeje o som: Use a caixa de som que você já tem ou invista em um bom fone de ouvido. Verifique se há aparelhos de som antigos na família que podem ser reaproveitados.
    • Organize tudo: Use caixotes de madeira como prateleiras para discos e livros. Instale suportes de parede para instrumentos e use caixas para guardar acessórios.
    • Crie a iluminação certa: Invista em um abajur com luz quente ou em cordões de LED para criar uma atmosfera relaxante, ideal para ouvir música.
    • Decore com seu estilo: Imprima pôsteres, emoldure capas de discos e adicione plantas. Use sua criatividade para deixar o espaço com a sua cara sem gastar muito.
    • Pense no isolamento, se necessário: Se o barulho for um problema, tapetes grossos, cortinas pesadas e até mesmo painéis de espuma acústica adesivos podem ajudar a abafar o som.
  • Comida de estádio: os 5 melhores lanches para comer em jogos no Brasil

    Comida de estádio: os 5 melhores lanches para comer em jogos no Brasil

    Ir a um estádio de futebol no Brasil é uma experiência que vai muito além dos 90 minutos de jogo. É um ritual que envolve o caminho até o local, o encontro com amigos, as cores da torcida e, claro, os cheiros e sabores que tomam conta do ambiente. A comida de estádio é parte fundamental dessa festa, transformando-se em um elemento tão icônico quanto um gol de placa.

    Cada arena esportiva carrega em seus arredores um cardápio próprio, moldado pela cultura local. São lanches que alimentam a paixão e marcam a memória afetiva de gerações de torcedores. A seguir, listamos cinco clássicos que são verdadeiros titulares em qualquer partida e que representam o melhor da gastronomia de arquibancada pelo país.

    Feijão Tropeiro

    No Mineirão, em Belo Horizonte, o jogo só começa de verdade depois de um bom prato de feijão tropeiro. A iguaria é tão famosa que se tornou um patrimônio cultural e imaterial da cidade, sendo uma atração à parte para quem visita o estádio. A combinação robusta de feijão, farinha de mandioca, linguiça, torresmo, ovos e couve é a refeição perfeita para dar energia à torcida.

    Servido em marmitas de isopor ou pratos descartáveis, o tropeiro é consumido nas arquibancadas, corredores e bares do estádio. Ele representa a alma da culinária mineira: farta, saborosa e feita para ser compartilhada. Comer um tropeiro no Gigante da Pampulha é uma tradição que une torcedores de todos os times e idades.

    A receita, que remonta aos tempos dos tropeiros que desbravavam o interior do Brasil, encontrou no futebol o seu palco mais popular. É um prato que conforta e sustenta, ideal para aguentar as emoções do jogo do início ao fim, seja celebrando uma vitória ou buscando consolo em uma derrota.

    Cachorro-Quente com Purê

    Em São Paulo, o cachorro-quente de estádio tem uma identidade única e um ingrediente que para muitos é indispensável: o purê de batata. O lanche paulistano é uma verdadeira obra de engenharia gastronômica, montado em um pão macio que abraça não uma, mas geralmente duas salsichas.

    A base cremosa do purê de batata serve como alicerce para uma variedade de coberturas. Vinagrete, milho, ervilha, queijo ralado e a crocante batata palha completam o prato, que é vendido tanto dentro quanto nos arredores dos estádios. É um lanche que exige habilidade para comer sem se sujar, mas a recompensa é um sabor inconfundível.

    Essa combinação se popularizou nas imediações do antigo estádio do Pacaembu e hoje é encontrada em todos os grandes palcos da capital, como o Morumbi, o Allianz Parque e a Neo Química Arena. O dogão com purê é a cara da cidade: diverso, generoso e um clássico que nunca sai de moda.

    Sanduíche de Calabresa

    Quem frequenta os jogos do Palmeiras no Allianz Parque, ou frequentava o antigo Palestra Itália, conhece bem o aroma que domina a Rua Palestra Itália em dias de partida. O cheiro inconfundível vem das grelhas onde são preparadas as linguiças calabresas que recheiam um dos sanduíches mais emblemáticos do futebol brasileiro.

    A receita é de uma simplicidade genial. A linguiça calabresa é cortada e assada na brasa até ficar dourada e crocante por fora, mantendo a suculência por dentro. Depois, é colocada em um pão francês fresco, quase sempre acompanhada de um vinagrete simples para equilibrar a gordura e adicionar acidez.

    O sanduíche é a personificação da comida de rua que cerca o universo do futebol. É prático, saboroso e carrega a energia da torcida. A cada mordida, o torcedor se conecta com décadas de uma tradição que alimenta não só o corpo, mas também a alma alviverde antes de entrar no estádio para empurrar o time.

    Churrasquinho no Pão

    No Rio de Janeiro, especialmente nos arredores do Maracanã, o churrasquinho é o rei. As pequenas churrasqueiras de metal, espalhadas pelas calçadas, liberam uma fumaça com cheiro de gol. Seja de carne, frango ou a clássica linguiça, o espetinho é um ritual sagrado para o torcedor carioca.

    Para transformar o espeto em um lanche completo, ele é servido dentro de um pão francês. A carne é retirada do espeto e acomodada no pão, que absorve todo o suco e o sabor. O toque final fica por conta da farofa de mandioca e do molho à campanha, a versão carioca do vinagrete, que dá frescor ao sanduíche.

    O pão com linguiça ou com carne é uma solução rápida, barata e deliciosa para matar a fome antes de a bola rolar.

    Acarajé

    Na Bahia, a cultura local invade as arquibancadas com força total. Na Arena Fonte Nova, em Salvador, um dos lanches mais procurados é o acarajé. O bolinho de feijão-fradinho frito no azeite de dendê leva o sabor marcante do estado para dentro do estádio, oferecendo uma experiência única aos torcedores.

    Vendido pelas tradicionais baianas, o acarajé é aberto ao meio e recheado com vatapá, caruru, salada de tomate verde e camarão seco. O cliente ainda pode escolher se quer a versão “quente”, com mais pimenta, ou “fria”, mais suave. É um lanche que representa a força da culinária afro-brasileira.

    Comer um acarajé assistindo a um jogo do Bahia ou do Vitória é uma imersão completa na cultura soteropolitana. É a prova de que a comida de estádio pode ser muito mais do que um simples lanche, transformando-se em uma poderosa afirmação de identidade regional.

  • Além de Íris Lettieri: 5 vozes que marcaram a história do Brasil

    Além de Íris Lettieri: 5 vozes que marcaram a história do Brasil

    A despedida de Íris Lettieri, a voz que por décadas guiou passageiros nos aeroportos brasileiros, deixa um silêncio marcante. Sua locução suave e precisa não era apenas informativa; tornou-se parte da trilha sonora de viagens, despedidas e reencontros, fixando-se na memória afetiva de um país inteiro.

    Assim como ela, outras vozes se tornaram inconfundíveis e atravessaram gerações, saindo dos alto-falantes para fazer parte da cultura e do cotidiano. Do rádio à televisão, passando pela dublagem de personagens que amamos, esses profissionais moldaram a forma como recebemos notícias, entretenimento e até mesmo como imaginamos nossos heróis e vilões. Eles provaram que uma voz pode, sim, se tornar um patrimônio.

    Cid Moreira

    Se existe uma voz sinônimo de credibilidade na televisão brasileira, ela pertence a Cid Moreira. Durante 27 anos, seu timbre grave e sua locução pausada e imponente abriram o “Jornal Nacional”, o principal telejornal do país. O seu clássico “boa noite” virou uma marca registrada, um sinal de que as notícias mais importantes do dia seriam apresentadas.

    A presença de Cid Moreira transcendia a bancada. Ele narrou momentos históricos, de eleições a coberturas internacionais, e sua voz se tornou um símbolo de seriedade jornalística. Mesmo após deixar a apresentação diária do telejornal, ele continuou ativo, emprestando sua locução a quadros do “Fantástico” e a projetos pessoais, como a aclamada narração da Bíblia em áudio, que levou sua voz a um novo público.

    Sua capacidade de transmitir sobriedade e confiança fez dele uma das figuras mais respeitadas da comunicação no Brasil. Para muitas gerações, a voz de Cid Moreira não era apenas a de um apresentador, mas a própria voz da notícia.

    Lombardi

    Por muito tempo, ele foi uma das vozes mais famosas do Brasil, mas seu rosto era um completo mistério para o grande público. Luiz Lombardi Neto, ou simplesmente Lombardi, foi o locutor oficial e fiel escudeiro de Silvio Santos por mais de 40 anos no SBT. Sua voz entusiasmada e com um timbre único era a ponte entre o apresentador, a plateia e os telespectadores.

    Lombardi não era apenas um locutor que anunciava prêmios ou chamava comerciais. Ele era um personagem essencial na dinâmica dos programas de Silvio Santos. Suas intervenções, risadas e a forma como interagia com o patrão criavam um clima de descontração e cumplicidade que marcou a televisão de domingo.

    A decisão de não aparecer em frente às câmeras contribuiu para criar uma aura de mistério que o tornou ainda mais icônico. O público ouvia aquela voz inconfundível e imaginava quem seria o homem por trás dela. Lombardi se tornou a prova de que uma presença marcante nem sempre precisa de uma imagem; às vezes, uma grande voz é suficiente.

    Orlando Drummond

    Poucos profissionais tiveram a capacidade de marcar tantas gerações diferentes quanto Orlando Drummond. Sua voz versátil deu vida a personagens que se tornaram ícones da cultura pop no Brasil, transitando com maestria entre a comédia, a aventura e o drama. Ele era a voz do medroso e faminto cão Scooby-Doo, um trabalho que realizou por mais de 35 anos.

    Ao mesmo tempo, ele era o marinheiro Popeye, com seu jeito resmungão e seu amor por espinafre. Também deu voz ao alienígena Alf, o ETeimoso, e ao vilão Vingador, da animação “Caverna do Dragão”, mostrando uma impressionante capacidade de criar tons completamente distintos para cada personagem. Drummond não apenas dublava; ele interpretava com a voz.

    Além da dublagem, ele brilhou como ator, especialmente com o personagem Seu Peru na “Escolinha do Professor Raimundo”, onde seus trejeitos e bordões se tornaram clássicos do humor. Sua longevidade e talento o levaram ao Guinness Book como o dublador que por mais tempo interpretou um mesmo personagem.

    Waldyr Sant’anna

    Se você assistiu a filmes de comédia nos anos 80 e 90 ou acompanhou uma das famílias mais famosas da TV, certamente conhece a voz de Waldyr Sant’anna. Ele foi o primeiro e mais icônico dublador de Homer Simpson no Brasil, capturando perfeitamente o tom preguiçoso, ingênuo e, por vezes, irritado do personagem de “Os Simpsons”.

    Sua voz também se tornou a marca registrada do ator Eddie Murphy no país. Filmes como “Um Tira da Pesada” e “O Professor Aloprado” não teriam o mesmo impacto sem a sua dublagem, que conseguia traduzir a energia e o timing cômico do ator americano para o português de forma brilhante.

    Waldyr Sant’anna tinha um talento especial para a comédia, mas sua versatilidade permitiu que ele dublasse dezenas de outros personagens, incluindo o robô C-3PO em “Star Wars” e o ator Patrick Stewart. Sua capacidade de adaptar o tom e a intenção fez dele uma figura central na história da dublagem brasileira, garantindo que grandes personagens do cinema e da TV falassem um português inesquecível.

    Heron Domingues

    Antes da televisão se popularizar, o rádio era o principal veículo de comunicação do país, e uma voz se destacava ao noticiar os acontecimentos mais importantes do Brasil e do mundo. Heron Domingues, com seu bordão “Alô, alô, Repórter Esso!”, tornou-se o mais famoso locutor da chamada “Era de Ouro do Rádio”.

    Sua voz potente e sua dicção perfeita transmitiam a urgência e a importância das notícias. Foi ele quem narrou para os brasileiros eventos como o fim da Segunda Guerra Mundial e o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas. Para uma nação que se informava pelos alto-falantes, a voz de Heron Domingues era a personificação da notícia.

    O “Repórter Esso” foi um marco no jornalismo brasileiro, e Heron Domingues, seu principal apresentador, estabeleceu um padrão de credibilidade e estilo que influenciaria gerações de jornalistas. Ele não apenas lia as notícias; ele as interpretava, dando o peso exato que cada fato merecia e se tornando a voz de uma época.

  • NFL no Brasil: tudo o que você precisa saber sobre o jogo em São Paulo

    NFL no Brasil: tudo o que você precisa saber sobre o jogo em São Paulo

    São Paulo se prepara para receber um evento que marca uma nova era para o esporte no Brasil: uma partida oficial da NFL, a principal liga de futebol americano do mundo, será disputada em solo sul-americano. O confronto entre  Los Angeles Chargers e o Kansas City Chiefs está agendado para o dia 5 de setembro, uma sexta-feira, na Neo Química Arena, às 21h.

    O espetáculo, no entanto, vai muito além das quatro linhas do gramado. A partida ganha contornos de um grande evento de entretenimento global com a confirmação da participação do streamer IShowSpeed na transmissão oficial. A presença do influenciador digital, um fenômeno entre o público jovem, sinaliza uma estratégia clara da liga para expandir seu alcance e conectar o esporte a novas gerações de fãs.

    Um marco para o esporte nacional

    A escolha do Brasil como sede de um jogo da temporada regular da NFL não foi por acaso. O país é um dos maiores mercados para a liga fora dos Estados Unidos, com uma base de fãs que cresce de forma consistente nos últimos anos. A realização da partida em São Paulo é o reconhecimento desse potencial e um passo importante para consolidar o futebol americano no calendário esportivo brasileiro.

    A experiência promete ser completa, seguindo os moldes do que acontece nos estádios norte-americanos. A expectativa é que o público encontre uma estrutura com diversas opções de alimentação e venda de produtos oficiais dos times e da liga, além de ativações de patrocinadores e entretenimento antes do apito inicial. Tudo pensado para criar uma atmosfera imersiva para o fã.

    O confronto entre Chargers e Chiefs também é um atrativo por si só. As duas equipes são tradicionais e possuem torcidas apaixonadas, o que garante a promessa de um jogo competitivo e de alto nível técnico. Para muitos brasileiros, será a primeira oportunidade de assistir ao vivo a atletas que costumam acompanhar apenas pela televisão.

    Como chegar à Neo Química Arena

    Planejar o deslocamento é fundamental para aproveitar o evento sem contratempos. A Neo Química Arena, localizada na Zona Leste de São Paulo, possui fácil acesso por meio do transporte público, que é a opção mais recomendada pela organização de grandes eventos no local.

    As principais alternativas para chegar ao estádio são:

    • Metrô: a Linha 3-Vermelha tem a estação Corinthians-Itaquera, que fica integrada ao estádio. É o caminho mais direto e prático para quem utiliza a rede metroviária da cidade.
    • Trem (CPTM): a Linha 11-Coral também serve a estação Corinthians-Itaquera, conectando o estádio a diversas outras regiões da cidade e municípios vizinhos. A integração entre metrô e trem facilita o trajeto.
    • Transporte por aplicativo: carros de aplicativos são uma opção, mas é importante considerar o trânsito intenso que se forma no entorno do estádio em dias de jogos. O desembarque pode ocorrer em pontos mais distantes do que o desejado.
    • Carro particular: o estádio possui estacionamento, mas as vagas são limitadas e costumam ter um custo elevado. As ruas ao redor geralmente são bloqueadas para o tráfego de veículos não credenciados, o que pode dificultar o acesso.

    A estratégia digital com IShowSpeed

    A participação do streamer IShowSpeed na transmissão oficial do jogo pelo YouTube é um dos pontos que mais chamam a atenção. Conhecido por seu estilo energético e por atrair milhões de espectadores jovens em suas lives, sua presença é um movimento calculado da NFL para furar a bolha dos fãs tradicionais do esporte.

    Ao associar sua imagem a um criador de conteúdo digital de alcance massivo, a liga busca dialogar diretamente com a Geração Z. A transmissão gratuita e global pela plataforma de vídeos reforça essa intenção, tornando o evento acessível a um público que talvez nunca tenha assistido a uma partida completa de futebol americano.

    O que você precisa saber antes de ir

    Para garantir uma experiência tranquila, é importante estar ciente das regras de segurança do estádio. Objetos como garrafas de vidro, latas, guarda-chuvas com ponta, mastros de bandeiras e qualquer item que possa ser considerado perigoso são proibidos. Mochilas e bolsas também passam por uma rigorosa inspeção na entrada.

    Recomenda-se chegar com antecedência para evitar filas e aproveitar as atividades pré-jogo. A documentação pessoal é indispensável, assim como o ingresso, que pode ser apresentado em formato digital no celular. Manter o aparelho carregado é uma dica valiosa para evitar problemas na hora de entrar.

    O que é o jogo da NFL no Brasil?

    É a segunda partida oficial da temporada regular da National Football League (NFL) a ser realizada na América do Sul.

    O evento histórico acontecerá em São Paulo, consolidando o Brasil como um mercado estratégico para a liga.

    Quais times vão jogar em São Paulo?

    O jogo será disputado entre o Los Angeles Chargers e o Kansas City Chiefs, duas equipes de grande tradição e com muitos torcedores.

    A partida faz parte da semana de abertura da temporada 2025 da NFL.

    Quando e onde será a partida?

    O confronto está marcado para o dia 5 de setembro de 2025, uma sexta-feira.

    O palco do jogo será a Neo Química Arena, estádio localizado na Zona Leste de São Paulo.

    Como chegar ao estádio para o jogo?

    A forma mais recomendada é o transporte público. A estação Corinthians-Itaquera atende tanto a Linha 3-Vermelha do Metrô quanto a Linha 11-Coral da CPTM.

    Essas opções oferecem acesso direto e integrado ao estádio, evitando o trânsito intenso da região em dias de evento.

    Por que a presença de IShowSpeed é relevante?

    O streamer participará da transmissão global e gratuita do jogo no YouTube. Ele é um fenômeno entre o público jovem.

    Sua presença é uma estratégia da NFL para atrair uma nova geração de fãs e expandir o alcance do esporte para além do público tradicional.

    Haverá transmissão on-line da partida?

    Sim, o jogo terá uma transmissão global e gratuita por meio do YouTube.

    Essa iniciativa busca tornar o evento mais acessível para fãs ao redor do mundo, especialmente para o público mais jovem.

  • Quem é IShowSpeed, o streamer que virou febre entre os jovens no Brasil

    Quem é IShowSpeed, o streamer que virou febre entre os jovens no Brasil

    O nome Darren Watkins Jr. talvez não soe familiar para a maioria, mas seu alter ego, IShowSpeed, é um verdadeiro fenômeno. O streamer americano, que virou febre entre jovens no mundo todo, desembarca no Brasil para participar da transmissão de um jogo da NFL, a liga de futebol americano, com exibição global e gratuita pelo YouTube. O evento confirma a força de um personagem que transcendeu o universo dos games para se tornar um ícone da cultura da internet.

    Com apenas 19 anos, IShowSpeed construiu um império digital baseado em transmissões ao vivo de energia caótica, reações explosivas e uma personalidade imprevisível. Sua popularidade no Brasil não é por acaso. Fã declarado de futebol e, principalmente, de Cristiano Ronaldo, ele conquistou a audiência brasileira ao interagir com ídolos nacionais e mergulhar em memes do país, criando uma conexão genuína com o público.

    A trajetória de Darren Watkins Jr.

    Nascido em Ohio, nos Estados Unidos, em 2005, Darren Watkins Jr. começou sua jornada no YouTube em 2016. No início, seu canal era modesto, focado em vídeos sobre o jogo de basquete “NBA 2K”. A virada de chave aconteceu quando ele migrou para as transmissões ao vivo, adotando um estilo que se tornaria sua marca registrada: gritos, reações exageradas e uma energia que parece nunca acabar.

    O conteúdo de IShowSpeed é centrado em gameplays de jogos populares como “Fortnite” e a franquia de futebol “FIFA”. Durante as lives, ele interage intensamente com seus seguidores, respondendo a doações e comentários de forma muitas vezes controversa, mas sempre mantendo um ritmo acelerado. Esse formato se provou um sucesso, acumulando milhões de seguidores e bilhões de visualizações.

    Seu nome artístico, “IShowSpeed”, é uma combinação que reflete sua personalidade. “Speed” (velocidade) representa a rapidez de suas ações e falas durante as transmissões. Já o “I Show” (eu mostro) indica que ele está ali para exibir suas habilidades e, acima de tudo, seu entretenimento frenético.

    A paixão pelo futebol e a conexão com o Brasil

    A obsessão de IShowSpeed por Cristiano Ronaldo é um dos pilares de sua fama. Ele popularizou o grito “Siuuu”, marca registrada do jogador português, e viajou o mundo na tentativa de encontrá-lo pessoalmente, um feito que conseguiu em 2023. Essa saga foi acompanhada por milhões de fãs e gerou inúmeros clipes virais nas redes sociais.

    Essa paixão pelo futebol o aproximou do Brasil. Ele já se encontrou com Ronaldo Fenômeno, vestiu a camisa da Seleção Brasileira e até arriscou algumas palavras em português durante suas transmissões. Essa interação com a cultura brasileira o transformou em uma figura querida por aqui, especialmente entre o público que acompanha o cenário de games e futebol.

    Sua vinda ao país para um evento da NFL, mesmo que o esporte não seja sua especialidade, demonstra o alcance de sua influência. A escolha de seu nome para a transmissão visa atrair justamente essa audiência jovem e engajada, que o segue independentemente do conteúdo apresentado.

    As polêmicas que marcam a carreira

    A trajetória de IShowSpeed também é marcada por controvérsias. Seu comportamento impulsivo e sem filtros já lhe rendeu problemas, como o banimento temporário da plataforma Twitch. A suspensão ocorreu após comentários de cunho misógino durante uma live, um dos episódios mais criticados de sua carreira.

    Outros incidentes incluem acender fogos de artifício dentro de seu quarto durante uma transmissão e ter informações pessoais vazadas acidentalmente. Esses episódios, embora problemáticos, acabam alimentando a narrativa do personagem “imprevisível”. Para uma parte de sua audiência, essa autenticidade bruta, mesmo que controversa, é um dos atrativos.

    Por que IShowSpeed é um fenômeno?

    O sucesso de IShowSpeed pode ser explicado por uma combinação de fatores. Primeiro, sua energia contagiante se conecta com um público jovem, acostumado ao ritmo acelerado das redes sociais como o TikTok, onde seus clipes curtos viralizam facilmente. Ele entende a linguagem e o humor dessa geração.

    Segundo, a paixão universal pelo futebol serve como uma ponte para alcançar audiências globais, como a brasileira. Ao se associar a figuras como Cristiano Ronaldo e ídolos do Brasil, ele acessa uma base de fãs já consolidada. Por fim, sua natureza imprevisível e controversa gera um engajamento constante, seja por admiração ou por crítica.

    Quem é IShowSpeed?

    IShowSpeed é o nome artístico de Darren Watkins Jr., um streamer e youtuber americano de 19 anos.

    Ele é conhecido por suas transmissões ao vivo de alta energia, com reações exageradas e comportamento imprevisível.

    Por que IShowSpeed é famoso no Brasil?

    Sua fama no Brasil está muito ligada à sua paixão por futebol, especialmente por Cristiano Ronaldo.

    Ele criou uma forte conexão com o público brasileiro ao interagir com ídolos do país, como Ronaldo Fenômeno, e ao se envolver com a cultura local.

    Qual o tipo de conteúdo que IShowSpeed produz?

    O principal conteúdo de IShowSpeed são transmissões ao vivo de games, como a franquia de futebol “FIFA” e “Fortnite”.

    Suas lives são marcadas por um estilo caótico, com gritos, interações intensas com o público e situações inesperadas.

    IShowSpeed já se envolveu em polêmicas?

    Sim, sua carreira é marcada por diversas controvérsias. Ele foi banido permanentemente da plataforma Twitch por comentários misóginos.

    Outros incidentes incluem acender fogos de artifício em seu quarto e se envolver em discussões acaloradas durante transmissões.

    O que IShowSpeed fará no Brasil?

    IShowSpeed virá ao Brasil para participar da transmissão de um jogo da NFL, a principal liga de futebol americano.

    O evento será transmitido gratuitamente para o mundo todo através do YouTube, e sua presença visa atrair o público jovem.

  • Gigantes do jornalismo mineiro: relembre nomes que fizeram história

    Gigantes do jornalismo mineiro: relembre nomes que fizeram história

    A morte do jornalista César Ferraz, aos 73 anos, em Belo Horizonte, reacendeu a memória sobre os grandes nomes que construíram a história da imprensa em Minas Gerais. A notícia, que mobilizou colegas e leitores, serve como um lembrete da importância de profissionais que dedicaram suas vidas a informar, analisar e registrar os acontecimentos do estado e do país.

    Ferraz, com uma carreira sólida que incluiu passagens pela revista “Veja” e pelo jornal “Hoje em Dia”, foi um exemplo de versatilidade. Ele transitou do jornalismo diário para a assessoria de comunicação, deixando sua marca em diferentes áreas da comunicação mineira. Sua partida nos convida a revisitar outras trajetórias igualmente marcantes.

    O jornalismo mineiro é um celeiro de talentos que transcenderam as redações. Esses profissionais não apenas relataram fatos, mas também moldaram a opinião pública, influenciaram a cultura e ajudaram a formar a identidade do estado. Suas vozes, textos e imagens continuam a ecoar, mesmo anos após suas despedidas.

    Vilibaldo Alves: a voz do rádio

    Quando se fala em comunicação em Minas, o nome de Vilibaldo Alves surge quase instantaneamente. Com uma carreira de mais de 60 anos, ele se tornou um ícone do rádio mineiro, especialmente por sua atuação na Rádio Itatiaia. Sua voz potente e suas análises diretas o transformaram em uma referência.

    Vilibaldo não se limitou ao rádio. Também teve uma presença forte na televisão, comandando programas que mesclavam jornalismo e debate. Sua capacidade de se comunicar com um público amplo e diverso foi uma de suas principais características, fazendo dele uma figura popular e respeitada em todo o estado.

    Roberto Drummond: entre a notícia e a ficção

    Roberto Drummond foi um jornalista que soube como poucos transitar entre a realidade factual e o universo da literatura. Como cronista e repórter do jornal “Estado de Minas”, ele desenvolveu um estilo único, que misturava informação com uma narrativa envolvente e criativa.

    Sua habilidade com as palavras o levou a escrever romances de sucesso, como “Hilda Furacão”, que se tornou um fenômeno nacional. Drummond mostrou que o jornalismo pode ser uma fonte de inspiração para a arte, e sua obra continua a ser uma referência para quem busca um texto que vai além do óbvio.

    Januário Carneiro: o pioneiro da TV

    A história da televisão em Minas Gerais se confunde com a de Januário Carneiro. Ele foi um dos pioneiros da TV Itacolomi, a primeira emissora do estado e a quarta do Brasil. Como apresentador, ele comandou programas de auditório que marcaram época e conquistaram uma legião de fãs.

    O carisma de Januário e sua capacidade de se conectar com o público foram fundamentais para popularizar a televisão em Minas. Ele ajudou a criar um novo formato de entretenimento e informação, abrindo portas para as gerações de profissionais que vieram depois dele.

    Guy de Almeida: a elegância no ar

    Outro nome fundamental na história do rádio e da TV em Minas é Guy de Almeida. Com uma voz marcante e uma postura elegante, ele se destacou como apresentador e locutor. Sua carreira foi construída em veículos importantes como a Rádio Inconfidência e a própria TV Itacolomi.

    Guy era conhecido pelo seu texto impecável e pela seriedade com que tratava a notícia. Ele representava um jornalismo clássico, baseado na precisão da informação e no respeito ao público. Sua trajetória é um exemplo de dedicação e profissionalismo.

    Esses são apenas alguns exemplos de gigantes que ajudaram a moldar o jornalismo mineiro. A lista poderia incluir muitos outros nomes, cada um com sua contribuição única. O legado deixado por eles é um patrimônio da comunicação em Minas Gerais, uma base sólida sobre a qual as novas gerações de jornalistas continuam a construir.

  • 5 filmes e séries essenciais para entender a ditadura no Brasil

    5 filmes e séries essenciais para entender a ditadura no Brasil

    O reconhecimento oficial de que o Estado brasileiro causou a morte violenta de desaparecidos políticos, com a recente entrega de certidões de óbito corrigidas a seus familiares, reforça a importância de manter viva a memória sobre a ditadura militar (1964-1985). Lembrar e compreender esse período é fundamental para que os erros do passado não se repitam, e a arte é uma das ferramentas mais poderosas para essa tarefa.

    O cinema e a televisão, em particular, têm um papel crucial ao traduzir em imagens e narrativas os complexos eventos históricos. Filmes e séries sobre o período militar não apenas documentam fatos, mas também exploram as emoções, os dilemas e o impacto da repressão na vida de pessoas comuns.

    “O Que É Isso, Companheiro?” (1997)

    Baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira, o filme narra a história real do sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, em 1969. A ação foi organizada por grupos de resistência armada, como o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e a Ação Libertadora Nacional (ALN), com o objetivo de trocar o diplomata pela libertação de 15 presos políticos.

    A produção, dirigida por Bruno Barreto, mergulha nas tensões, medos e ideais dos jovens que decidiram pegar em armas contra o regime. O longa não se esquiva de mostrar as contradições e os debates internos do grupo e oferece uma visão humanizada dos militantes, que eram estudantes e intelectuais movidos por um forte senso de urgência e justiça.

    Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “O Que É Isso, Companheiro?” se tornou uma referência internacional sobre o tema.

    “Pra Frente, Brasil” (1982)

    Em meio à euforia da Copa do Mundo de 1970, o Brasil vivia o auge da propaganda ufanista do “milagre econômico” e, ao mesmo tempo, os anos mais duros da repressão. O filme de Roberto Farias captura essa dualidade de forma brilhante. A trama acompanha Jofre, um homem de classe média, apolítico, que é confundido com um ativista, sequestrado por agentes do Estado e levado para um centro de tortura.

    Enquanto a família de Jofre o procura desesperadamente, sem qualquer ajuda das autoridades, o país inteiro está paralisado diante da televisão, torcendo pela Seleção Brasileira. Essa sobreposição de realidades expõe a alienação de parte da sociedade e o terror silencioso que corria nos porões do regime.

    A produção foi um ato de coragem, lançada ainda durante a ditadura, e se tornou um marco ao abordar diretamente a prática da tortura e os desaparecimentos forçados. É uma obra essencial para compreender o clima de medo e paranoia que pairava sobre o cotidiano dos brasileiros, mesmo entre aqueles que não estavam diretamente envolvidos na militância política.

    “Batismo de Sangue” (2006)

    Este filme joga luz sobre um capítulo específico e pouco explorado da resistência: o envolvimento de religiosos na luta contra a ditadura. Dirigido por Helvécio Ratton e baseado no livro de Frei Betto, “Batismo de Sangue” conta a história de frades dominicanos que decidiram apoiar a Ação Libertadora Nacional (ALN), liderada por Carlos Marighella.

    A narrativa foca nos frades Tito, Betto, Oswaldo e Fernando, que usavam o convento para esconder militantes e ajudar na logística do grupo. A descoberta de sua participação pela repressão levou à prisão, tortura e ao exílio de vários deles. O caso de Frei Tito é especialmente trágico, já que as sequelas psicológicas da tortura o levaram ao suicídio na França.

    A importância do filme está em mostrar que a oposição ao regime não se restringia a estudantes e operários, mas incluía setores progressistas da Igreja Católica. A obra quebra a imagem monolítica das instituições e revela os profundos dilemas morais enfrentados por homens de fé diante da brutalidade de um governo autoritário.

    “Marighella” (2019)

    Dirigido por Wagner Moura, o filme é uma cinebiografia eletrizante focada nos últimos cinco anos de vida de Carlos Marighella, um dos principais organizadores da luta armada no Brasil e considerado o “inimigo número um” da ditadura. A produção adota um ritmo de thriller de ação para contar a história do líder da ALN e de suas operações de guerrilha urbana em São Paulo.

    A obra retrata um homem determinado e carismático, mas também as consequências violentas de suas escolhas, tanto para ele quanto para seus companheiros. O filme não foge de mostrar a brutalidade da repressão, com cenas explícitas de tortura e perseguição, e a máquina de propaganda do Estado que trabalhava para desumanizar a imagem dos opositores.

    “Marighella” foi pensado para dialogar com o público contemporâneo, usando uma linguagem cinematográfica ágil e moderna. Sua relevância está em trazer para o centro do debate uma figura histórica complexa e controversa, estimulando a reflexão sobre os métodos e os limites da resistência em um cenário de opressão absoluta.

    “Anos Rebeldes” (1992)

    Esta minissérie escrita por Gilberto Braga foi um marco na televisão brasileira ao levar o debate sobre a ditadura militar para o horário nobre. A trama acompanha a trajetória de um grupo de jovens de classe média do Rio de Janeiro, desde os tempos de efervescência política e cultural antes do AI-5, em 1968, até o desmonte da luta armada e o exílio, nos anos 1970.

    A história de amor entre os protagonistas, Maria Lúcia (Malu Mader) e João Alfredo (Cássio Gabus Mendes), serve como fio condutor para mostrar como a política invadiu a vida privada. Enquanto João se radicaliza e entra para a luta armada, Maria Lúcia segue um caminho mais moderado, refletindo os diferentes níveis de engajamento da juventude da época. A série retrata com sensibilidade a perda da inocência e das utopias de uma geração.

    Exibida poucos anos após o fim do regime, “Anos Rebeldes” teve um impacto social imenso, levando a uma onda de manifestações de jovens que ficaria conhecida como o movimento dos “caras-pintadas”, que pedia o impeachment do então presidente Fernando Collor. A produção é essencial por ter traduzido para um público massivo a experiência humana e afetiva de viver sob a ditadura.