Autor: Gabriel Lélis

  • 5 dicas para nunca mais errar ao escolher carne no supermercado

    5 dicas para nunca mais errar ao escolher carne no supermercado

    A recente apreensão de 27 toneladas de carne imprópria para consumo em Belo Horizonte trouxe de volta uma preocupação constante para muitas famílias: como saber se o produto que levamos para casa é seguro? A escolha no supermercado vai além do preço ou do corte e se torna uma questão de saúde pública e bem-estar.

    Pequenos detalhes na cor, no cheiro e na textura podem revelar muito sobre o estado de conservação do produto. Aprender a fazer essa análise rápida na gôndola é um conhecimento essencial para garantir refeições seguras e saborosas.

    1. A cor é o primeiro sinal de alerta

    A aparência visual é o primeiro contato que temos com a carne e, muitas vezes, o indicativo mais claro de sua qualidade. Cada tipo de carne possui uma coloração característica quando está fresca, e qualquer desvio desse padrão merece atenção. É um erro comum acreditar que toda carne vermelha deve ser extremamente viva.

    Para a carne bovina, a cor ideal é um vermelho-brilhante. Se ela apresentar um tom mais escuro, quase púrpura, pode ser apenas resultado da falta de contato com o oxigênio, algo comum em embalagens a vácuo. No entanto, tons acinzentados ou esverdeados são um sinal claro de deterioração e devem ser evitados a todo custo.

    A carne de porco fresca deve ter uma tonalidade rosada e clara. Carnes suínas muito pálidas ou escuras podem indicar problemas na qualidade ou no manejo do animal.

    Já o frango precisa ter uma cor uniforme, que varia entre o branco e o amarelado-claro, dependendo da alimentação da ave. Fique longe de peças com manchas escuras, esverdeadas ou com as pontas das asas escurecidas.

    2. O olfato nunca engana

    O cheiro é um dos indicadores mais confiáveis sobre o estado da carne. Produtos frescos, sejam de boi, porco ou frango, possuem um odor muito sutil, quase neutro. Qualquer cheiro forte ou desagradável é um motivo para descartar a compra imediatamente. O hábito de sentir o cheiro dos alimentos, mesmo embalados, pode evitar grandes problemas.

    O principal sinal de alerta é um odor azedo ou que lembre amônia. Esse cheiro indica um processo de decomposição já em andamento, causado pela proliferação de bactérias. Carnes que apresentam um cheiro estranhamente adocicado também são um mau sinal, pois podem indicar a presença de certos tipos de microrganismos.

    3. Textura firme e sem excesso de líquido

    O toque também revela informações importantes sobre a qualidade da carne. Uma peça fresca deve ser firme e elástica. Ao pressioná-la levemente com o dedo, a carne deve ceder um pouco e depois voltar rapidamente à sua forma original. Essa elasticidade é um sinal de que as fibras musculares estão intactas e bem conservadas.

    Desconfie de carnes que parecem flácidas ou que não retornam ao formato inicial após a pressão. A superfície deve ser ligeiramente úmida, mas nunca pegajosa ou viscosa. Uma textura melada é um indicativo forte de crescimento bacteriano na superfície do produto, tornando-o impróprio para o consumo.

    Observe também a quantidade de líquido dentro da embalagem. Um pouco de suco avermelhado, chamado de mioglobina, é normal. No entanto, o excesso de líquido pode ser um sinal de que a carne foi congelada e descongelada várias vezes ou que não está fresca. Esse ciclo de temperatura compromete a textura e a segurança do alimento.

    4. Analise a gordura e a embalagem

    A gordura presente na carne também serve como um termômetro de qualidade. Em cortes bovinos e suínos, a gordura deve ter uma cor branca ou levemente amarelada. Gordura com tons acinzentados, muito amarelados ou com manchas escuras indica que a carne pode ser de um animal mais velho ou que o produto não foi armazenado corretamente.

    A embalagem é outra barreira de proteção que precisa ser inspecionada. Verifique se não há furos, rasgos ou qualquer tipo de dano que possa permitir a entrada de ar e contaminantes. Embalagens estufadas são um péssimo sinal, pois indicam a produção de gases por bactérias em atividade dentro do pacote.

    Para carnes embaladas a vácuo, o plástico deve estar firmemente aderido ao produto, sem bolhas de ar. A ausência de oxigênio nesse tipo de embalagem ajuda a preservar a carne por mais tempo, mas qualquer falha no selo compromete totalmente essa proteção.

    5. Data de validade e armazenamento no ponto de venda

    Pode parecer óbvio, mas conferir a data de validade é um passo que nunca deve ser esquecido. Dê preferência aos produtos com a data de embalagem mais recente e um prazo de validade mais longo. Evite comprar carne que esteja muito próxima do vencimento, a menos que o consumo seja imediato.

    Além da data, observe as condições de armazenamento no supermercado. Os balcões refrigerados e freezers devem estar limpos e organizados. A temperatura indicada nos termômetros precisa estar adequada para a conservação de carnes, geralmente abaixo de 4°C para produtos resfriados e em -18°C ou menos para congelados.

    Um freezer com grossas camadas de gelo nas paredes ou sobre os produtos pode indicar problemas de funcionamento ou ciclos de degelo inadequados. Essas variações de temperatura prejudicam a qualidade e a segurança da carne. Um estabelecimento que cuida bem de seus equipamentos de refrigeração demonstra um maior compromisso com a qualidade do que vende.

  • Viu uma agressão a uma criança? Saiba o que fazer e como denunciar

    Viu uma agressão a uma criança? Saiba o que fazer e como denunciar

    Um vídeo recente mostrando um pai agredindo o filho em via pública chocou o país e acendeu um alerta. A cena, que rapidamente se espalhou, levantou uma questão fundamental para quem assistiu: o que fazer ao presenciar um ato de violência contra uma criança ou adolescente?

    O medo de se envolver, a incerteza sobre como agir ou o receio de interpretar a situação de forma errada fazem com que muitas pessoas apenas observem. No entanto, a omissão pode ter consequências graves para a vítima. Agir corretamente é um dever de todos e pode salvar uma vida.

    Entender os canais de denúncia e os passos a serem seguidos é a forma mais eficaz de proteger quem está vulnerável. A intervenção não precisa ser um confronto direto. Existem maneiras seguras e anônimas de garantir que a situação chegue ao conhecimento das autoridades competentes, que são preparadas para lidar com o caso.

    Primeiro passo: avalie a segurança e o risco imediato

    Ao se deparar com uma cena de agressão, a primeira atitude é analisar o ambiente. A criança corre risco de morte ou de sofrer uma lesão grave naquele exato momento? A resposta para essa pergunta define a urgência e o tipo de ação que você deve tomar. Se a violência é intensa e imediata, a prioridade máxima é acionar a polícia.

    Em um local público, tente manter uma distância segura. Sua proteção também é importante para que possa ajudar de forma eficaz. Evite confrontar o agressor diretamente, pois isso pode escalar a violência e colocar tanto você quanto a vítima em um perigo ainda maior. O objetivo é acionar ajuda qualificada o mais rápido possível.

    Os canais corretos para fazer a denúncia

    Conhecer os canais de denúncia é crucial. Cada um tem uma função específica, e saber qual usar acelera o processo de proteção à vítima. Manter a calma e fornecer informações claras faz toda a diferença para o atendimento.

    Aqui estão os principais canais e quando utilizá-los:

    • Polícia Militar (190): este é o número para emergências. Se a agressão está acontecendo naquele momento e a criança corre risco iminente, ligue para o 190 sem hesitar. Informe o endereço exato e descreva a situação com o máximo de detalhes possível.
    • Disque 100 (Disque Direitos Humanos): este é o canal mais importante para denúncias de violações de direitos humanos, incluindo violência infantil. A ligação é gratuita, funciona 24 horas por dia e a denúncia pode ser completamente anônima. O Disque 100 é ideal para qualquer suspeita, mesmo que você não tenha certeza absoluta do que ocorre. As informações são encaminhadas aos órgãos competentes, como o Conselho Tutelar.
    • Conselho Tutelar: é o órgão municipal responsável por zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes. Você pode procurar o Conselho Tutelar da sua cidade para relatar casos de suspeita de negligência, violência psicológica, física ou abuso. Eles têm a atribuição de investigar e aplicar as medidas de proteção necessárias.

    O que não fazer ao presenciar a agressão

    Tão importante quanto saber o que fazer é entender o que deve ser evitado. Atitudes impensadas podem piorar a situação ou expor a criança de forma desnecessária. A intenção de ajudar precisa ser acompanhada de ações prudentes.

    Primeiro, evite gravar a cena apenas para postar nas redes sociais. Embora um vídeo possa servir como prova, sua divulgação sem critério expõe a imagem da vítima e pode configurar um crime. Se decidir filmar para usar como evidência, faça de forma discreta e envie o material diretamente para as autoridades ao registrar a denúncia.

    Por fim, não se omita por achar que “em briga de família não se mete a colher”. A violência contra crianças e adolescentes é um problema social e um crime. A lei brasileira, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), estabelece que a proteção infantojuvenil é uma responsabilidade de toda a sociedade.

  • O sucesso das ‘collabs’: 5 parcerias entre marcas que deram muito certo

    O sucesso das ‘collabs’: 5 parcerias entre marcas que deram muito certo

    O recente anúncio de uma colaboração entre a Coca-Cola e o boneco Labubu, um fenômeno da cultura pop asiática, acendeu novamente os holofotes sobre uma das estratégias de marketing mais eficientes da atualidade: as “collabs”. A união de duas marcas, aparentemente distintas, cria um produto de desejo que atrai consumidores e gera conversas nas redes sociais.

    Essa tática vai muito além de um simples lançamento. Ela conecta universos, apresenta uma marca a um novo público e cria uma sensação de exclusividade e urgência. Quando bem executada, uma parceria pode redefinir a percepção de uma empresa, impulsionar vendas e transformar um item comum em um objeto de colecionador, cobiçado por milhares de pessoas.

    Relembre a seguir cinco parcerias que se tornaram verdadeiros marcos no mercado.

    Louis Vuitton e Supreme

    Em 2017, o mundo da moda foi surpreendido por uma união que parecia improvável. De um lado, a Louis Vuitton, símbolo do luxo e da tradição francesa. Do outro, a Supreme, uma marca de skate que se tornou um ícone da cultura de rua e do “hype”. A parceria quebrou barreiras e uniu dois mundos opostos de forma coesa e desejável.

    A coleção incluiu de moletons e camisetas a mochilas e jaquetas, todos mesclando o monograma clássico da grife francesa com o logotipo vermelho e branco da Supreme. As peças se esgotaram em questão de minutos, com filas gigantescas se formando em frente às lojas. Os preços no mercado de revenda dispararam, provando o poder cultural da colaboração.

    Essa parceria não apenas gerou um faturamento expressivo, mas também rejuvenesceu a imagem da Louis Vuitton, conectando-a a um público mais jovem e urbano. Para a Supreme, a colaboração solidificou seu status como uma marca influente, capaz de dialogar de igual para igual com gigantes do luxo tradicional.

    Lego e Star Wars

    Esta é uma das colaborações mais duradouras e bem-sucedidas da história. Lançada em 1999, a parceria entre o Grupo Lego e a franquia “Star Wars” revitalizou a empresa dinamarquesa de brinquedos e expandiu ainda mais o universo criado por George Lucas. A união foi um movimento estratégico que deu origem a um fenômeno cultural.

    A linha de produtos trouxe naves, personagens e cenários icônicos da saga cinematográfica para o formato de blocos de montar. O apelo foi imediato, atraindo tanto crianças quanto adultos que cresceram assistindo aos filmes. Sets como a Millennium Falcon e a Estrela da Morte se tornaram objetos de desejo para colecionadores em todo o mundo.

    O sucesso foi tão grande que a parceria se desdobrou em videogames, séries animadas e curtas-metragens, criando um ecossistema de conteúdo próprio.

    Nike e Off-White

    No universo dos tênis, poucas parcerias causaram tanto impacto quanto a coleção “The Ten”, assinada por Virgil Abloh, fundador da Off-White, para a Nike. Lançada em 2017, a colaboração desconstruiu 10 modelos clássicos da marca esportiva, como o Air Jordan 1 e o Air Max 90, aplicando uma estética industrial e conceitual.

    Cada par de tênis apresentava detalhes únicos, como etiquetas plásticas, textos explicativos entre aspas e costuras expostas. A abordagem de Abloh transformou calçados conhecidos em verdadeiras obras de arte, gerando uma demanda sem precedentes. Conseguir um par se tornou uma missão quase impossível, alimentando ainda mais o desejo.

    A coleção “The Ten” não apenas redefiniu o que uma colaboração de tênis poderia ser, mas também elevou Virgil Abloh ao status de um dos designers mais influentes de sua geração. A parceria mostrou como o design autoral pode agregar um valor imenso a um produto de massa, transformando-o em um item de cultura.

    Havaianas e Farm

    No cenário nacional, a união entre Havaianas e Farm é um exemplo de como duas marcas com forte identidade brasileira podem criar produtos de sucesso. A parceria, que já rendeu diversas coleções, combina o conforto e a popularidade das sandálias com as estampas vibrantes e tropicais que são a marca registrada da Farm.

    A sinergia é evidente: ambas as empresas celebram o verão, as cores e o estilo de vida descontraído do Brasil. As sandálias estampadas com tucanos, flores e outros elementos da fauna e flora nacional se tornaram itens essenciais para quem busca um visual autêntico e alegre. As coleções são lançadas de forma estratégica, gerando expectativa a cada nova temporada.

    Essa colaboração mostra que não é preciso unir marcas de segmentos completamente diferentes para ter sucesso. Havaianas e Farm atuam no setor de moda, mas encontraram um ponto de intersecção que fortalece ambas. Elas entregam ao público um produto que é a cara do Brasil e que ressoa fortemente com a cultura local.

    McDonald’s x Travis Scott

    Uma colaboração pode transformar até mesmo um simples pedido em um evento cultural. Foi o que aconteceu em 2020, quando o McDonald’s se uniu ao rapper Travis Scott. A parceria não envolveu a criação de um novo lanche, mas sim a promoção de um combo já existente que era o pedido favorito do artista: um Quarteirão com queijo, bacon, alface, batatas fritas com molho barbecue e um refrigerante.

    Batizado de “Cactus Jack Meal”, o combo viralizou nas redes sociais, especialmente no TikTok. Jovens de todo o mundo iam aos restaurantes da rede pedindo a refeição com a frase “You know what I’m here for” (Você sabe por que estou aqui), imitando um bordão do rapper. A demanda foi tão alta que algumas unidades relataram falta de ingredientes.

    A parceria incluiu também uma linha de produtos, como camisetas e outros itens de vestuário, que se esgotaram rapidamente. O caso mostrou como a influência de uma celebridade, combinada a uma estratégia de marketing digital inteligente, pode gerar um engajamento massivo e resultados de venda expressivos para uma marca já consolidada.

  • Stalking é crime: saiba o que diz a lei e como se proteger legalmente

    Stalking é crime: saiba o que diz a lei e como se proteger legalmente

    A prisão de um homem em São Paulo por perseguir uma recrutadora após uma reprovação em um processo seletivo acendeu um alerta nacional. O caso, que envolveu centenas de mensagens e ameaças, expôs uma realidade cada vez mais comum e trouxe à tona a importância da lei que criminaliza o stalking, ou perseguição, em vigor no Brasil desde 2021.

    Essa prática, que pode ocorrer tanto no ambiente físico quanto no digital, deixou de ser vista como um mero incômodo para ser tratada como um crime com punição prevista no Código Penal.

    O que a lei define como stalking?

    O crime de perseguição está descrito no artigo 147-A do Código Penal. A lei caracteriza a prática como o ato de perseguir alguém, de forma reiterada e por qualquer meio, ameaçando a sua integridade física ou psicológica. O texto também abrange ações que restrinjam a capacidade de locomoção da vítima ou que, de alguma forma, invadam ou perturbem sua esfera de liberdade ou privacidade.

    Para que a conduta seja considerada crime, não basta um ato isolado. A palavra-chave na legislação é “reiteradamente”, o que significa que deve haver uma repetição de atos. Essa perseguição obsessiva pode se manifestar de várias formas, desde a presença constante nos locais frequentados pela vítima até o envio excessivo de mensagens, e-mails ou telefonemas.

    A legislação é clara ao incluir o ambiente virtual. A perseguição on-line, conhecida como cyberstalking, tem o mesmo peso legal. Isso inclui monitorar as redes sociais da vítima de forma insistente, criar perfis falsos para interagir com ela, enviar ameaças por aplicativos de mensagens ou expor informações pessoais sem consentimento.

    Qual é a punição prevista?

    Quem comete o crime de stalking está sujeito a uma pena de reclusão de seis meses a dois anos, além de multa. A lei também estabelece situações em que a punição pode ser aumentada, mostrando a gravidade com que o sistema de justiça trata certas circunstâncias.

    A pena é ampliada pela metade se o crime for cometido contra criança, adolescente ou idoso. O mesmo aumento se aplica se a vítima for mulher e a perseguição ocorrer por razões da condição do sexo feminino, ou seja, em um contexto de violência de gênero. O envolvimento de duas ou mais pessoas na perseguição ou o uso de uma arma também são considerados agravantes que elevam a sanção.

    Passos para a vítima se proteger

    A primeira e mais importante medida para quem está sofrendo perseguição é reunir provas. Todo registro é válido para comprovar a repetição dos atos e a ameaça. Guarde tudo: capturas de tela de mensagens, e-mails, registros de chamadas, fotos, vídeos e, se possível, anote datas, horários e locais dos eventos. Testemunhas que presenciaram a perseguição também são essenciais.

    Com as provas em mãos, o próximo passo é registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia de polícia. Esse registro pode ser feito de forma presencial ou on-line em muitos estados. Para mulheres, as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam’s) oferecem um atendimento direcionado e preparado para lidar com a situação.

    O registro do B.O. é o que formaliza a denúncia e permite o início de uma investigação criminal. A partir dele, a vítima pode solicitar medidas protetivas de urgência, especialmente em casos de violência doméstica e de gênero, com base na Lei Maria da Penha. Essas medidas podem incluir uma ordem de afastamento que proíbe o agressor de se aproximar ou de manter contato por qualquer meio.

    Além das ações legais, é fundamental adotar medidas de segurança pessoal. Bloqueie o agressor em todas as redes sociais e aplicativos de mensagens. Informe familiares, amigos e colegas de trabalho sobre a situação para que eles possam oferecer suporte e ajudar a monitorar qualquer comportamento suspeito. A busca por apoio psicológico também é recomendada para lidar com o impacto emocional causado pela perseguição.

    O que caracteriza o crime de stalking?

    O crime de stalking é caracterizado pela perseguição repetitiva de uma pessoa, por qualquer meio, seja físico ou digital.

    Essa perseguição deve ameaçar a integridade física ou psicológica da vítima, restringir sua liberdade de movimento ou invadir sua privacidade.

    Qual a diferença entre stalking e uma simples insistência?

    A insistência, embora possa ser incômoda, geralmente se refere a contatos indesejados, mas isolados ou sem um padrão ameaçador.

    O stalking, por outro lado, envolve uma obsessão e uma repetição de atos que causam medo e impactam negativamente a vida e a rotina da vítima.

    A perseguição on-line também é considerada stalking?

    Sim. A lei abrange explicitamente a perseguição por qualquer meio, o que inclui o ambiente virtual, prática conhecida como cyberstalking.

    Isso engloba o envio excessivo de mensagens, o monitoramento constante de redes sociais e a criação de perfis falsos para atormentar a vítima.

    O que devo fazer se for vítima de stalking?

    A primeira atitude é coletar todas as provas possíveis, como capturas de tela de mensagens, e-mails e registros de ligações.

    Em seguida, procure uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência, que é o documento que inicia a investigação policial.

    Qual a pena para quem comete esse crime?

    A pena prevista é de seis meses a dois anos de prisão, além de multa. A punição pode ser aumentada em casos específicos.

    Agravantes incluem crimes contra crianças, adolescentes ou idosos, perseguição contra mulher por razões de gênero ou o uso de arma.

  • Bandas de rock clássico que continuam na estrada e você precisa ver

    Bandas de rock clássico que continuam na estrada e você precisa ver

    A energia de um show do Queen com Freddie Mercury parece insuperável, um momento congelado no tempo que marcou a história da música. Mesmo décadas após suas apresentações históricas no Brasil, o grupo, agora com Adam Lambert nos vocais, continua a lotar estádios e a provar que certas lendas são, de fato, eternas. A força de suas canções e o carisma de seus integrantes mantêm a chama acesa para milhões de fãs.

    Para quem acha que a era de ouro do rock ficou no passado, a realidade é que muitos de seus maiores arquitetos ainda estão na estrada, oferecendo espetáculos imperdíveis.

    The Rolling Stones

    Se existe uma banda que define a palavra longevidade, é The Rolling Stones. Com mais de 60 anos de carreira, Mick Jagger, Keith Richards e Ronnie Wood continuam a desafiar o tempo com uma energia que parece inesgotável. Suas turnês mundiais são eventos grandiosos, que celebram um dos catálogos mais ricos e influentes da história da música.

    Nos palcos, Jagger ainda comanda a multidão com seus movimentos icônicos, enquanto os riffs de Richards soam tão afiados quanto nos anos 60. Assistir aos Stones ao vivo é mais do que um show; é uma aula de história do rock and roll, com hinos como “(I Can’t Get No) Satisfaction”, “Gimme Shelter” e “Start Me Up” executados com maestria.

    O grupo também prova que não vive apenas de nostalgia. O lançamento do álbum “Hackney Diamonds” em 2023 foi aclamado pela crítica e mostrou que a capacidade criativa da banda permanece intacta. Suas apresentações atuais mesclam os novos sucessos com os clássicos atemporais, criando uma experiência completa para fãs de todas as idades.

    The Who

    Pioneiros da ópera rock e donos de uma das performances mais explosivas da história, o The Who segue na ativa com seus membros fundadores Roger Daltrey e Pete Townshend. A banda, que já foi sinônimo de caos e guitarras quebradas, hoje apresenta um espetáculo que combina a fúria do passado com a sofisticação musical do presente.

    As turnês recentes do grupo, muitas vezes acompanhadas por orquestras completas, dão uma nova dimensão a clássicos como “Baba O’Riley” e “Pinball Wizard”. A voz potente de Daltrey e os movimentos característicos de Townshend com a guitarra continuam a ser o centro das atenções, lembrando a todos por que eles se tornaram ícones.

    Deep Purple

    Como um dos pilares da Santíssima Trindade do hard rock britânico, ao lado de Led Zeppelin e Black Sabbath, o Deep Purple mantém uma agenda de shows incansável pelo mundo. A banda, famosa por riffs de guitarra que se tornaram parte do DNA do rock, como o de “Smoke on the Water”, ainda entrega performances pesadas e cheias de virtuosismo.

    Embora a formação tenha mudado ao longo dos anos, o núcleo sonoro do grupo permanece sólido, com a voz marcante de Ian Gillan e a presença de membros históricos. Os shows são uma celebração do hard rock em sua forma mais pura, com longos solos instrumentais e uma energia contagiante que cativa o público do início ao fim.

    A banda continua a lançar álbuns de estúdio com regularidade, mostrando que sua paixão pela música não diminuiu.

    Iron Maiden

    O Iron Maiden transcendeu o status de banda de heavy metal para se tornar uma instituição cultural. Conhecidos por seus espetáculos teatrais, que incluem cenários elaborados e a presença icônica de seu mascote Eddie, o grupo oferece uma das experiências ao vivo mais imersivas e energéticas do mundo da música.

    Liderados pelo vocalista Bruce Dickinson, cuja presença de palco é lendária, o sexteto britânico executa suas complexas composições com uma precisão e vigor impressionantes. As turnês da banda são eventos globais que arrastam uma legião de fãs fiéis, conhecidos por cantarem cada verso e cada solo de guitarra em uníssono.

    U2

    Poucas bandas conseguem encher estádios com a mesma facilidade que o U2. O grupo irlandês, liderado por Bono e The Edge, transformou o show de rock em um evento multimídia, combinando hinos que marcaram épocas com produções visuais de vanguarda. Suas turnês são conhecidas pela escala monumental e pelas mensagens de esperança e ativismo social.

    De “With or Without You” a “Vertigo”, o repertório da banda é uma sucessão de sucessos globais, cantados em coro por dezenas de milhares de pessoas. As apresentações recentes, como a residência inovadora no Sphere em Las Vegas, demonstram a constante busca do U2 por novas formas de se conectar com o público e de usar a tecnologia para ampliar o impacto de sua música.

    Roger Waters

    Embora o Pink Floyd não se apresente mais como uma unidade, o legado da banda continua vivo através dos shows de seus membros. Roger Waters, a principal força criativa por trás de álbuns conceituais como “The Dark Side of the Moon” e “The Wall”, leva aos palcos espetáculos que são verdadeiras óperas rock audiovisuais.

    Suas turnês são produções imersivas e altamente politizadas, que utilizam tecnologia de ponta para criar narrativas visuais impactantes. O som surround, os telões gigantes e os infláveis icônicos transportam o público para dentro do universo conceitual que ele criou para o Pink Floyd.

  • Música como destino: 7 cidades brasileiras com festivais incríveis

    Música como destino: 7 cidades brasileiras com festivais incríveis

    A notícia de que o trio australiano de música eletrônica Rufus Du Sol fará shows no Brasil em 2026 acendeu um alerta nos fãs de grandes eventos. A simples menção de uma turnê internacional mobiliza milhares de pessoas, que começam a planejar viagens, comprar ingressos e se preparar para viver uma experiência única. Esse movimento reforça o papel da música como um poderoso motor do turismo no país.

    O Brasil, no entanto, oferece um calendário de festivais que vai muito além de atrações pontuais ou do consagrado Rock in Rio. Conhecer esses destinos é uma oportunidade de combinar a paixão pela música com a descoberta de novas culturas e paisagens.

    São Paulo e o Lollapalooza Brasil

    A capital paulista respira cultura e o Lollapalooza Brasil é a prova disso. Realizado anualmente no Autódromo de Interlagos, o festival se consolidou como um dos maiores e mais importantes do país. Sua estrutura grandiosa, com múltiplos palcos e uma maratona de shows, atrai um público diverso, ávido por ver de perto os maiores nomes do pop, rock e da música eletrônica mundial.

    Ir ao Lollapalooza é mais do que apenas assistir a shows. O evento oferece uma imersão completa, com áreas de alimentação, ativações de marcas e espaços de descanso. A energia de São Paulo, uma metrópole que nunca para, complementa a experiência, permitindo que os visitantes explorem a rica gastronomia e a vida noturna da cidade nos intervalos da programação.

    Belo Horizonte e o Festival Sensacional!

    Belo Horizonte se destaca com o Festival Sensacional!, um evento que celebra a diversidade da música brasileira contemporânea. Com um line-up que mescla artistas consagrados e novas apostas da cena independente, o festival atrai um público que busca originalidade e curadoria apurada. O Parque Ecológico da Pampulha, com seu cenário icônico, serve de palco para essa celebração.

    O Sensacional! é conhecido por sua atmosfera acolhedora e descontraída. É um convite para descobrir novos sons em um ambiente cercado pela natureza e pela arquitetura de Oscar Niemeyer. Para quem viaja a Belo Horizonte, o festival é a porta de entrada para uma cidade com uma cena cultural vibrante e uma culinária reconhecida como uma das melhores do Brasil.

    Porto Alegre e o Planeta Atlântida

    Um dos festivais mais tradicionais do sul do país, o Planeta Atlântida é um marco no verão gaúcho. Realizado na praia de Atlântida, no litoral do Rio Grande do Sul, o evento é sinônimo de festa e juventude. Sua programação eclética reúne grandes nomes do pop, rock, funk e pagode, atraindo uma multidão que transforma a praia em uma gigantesca arena musical.

    A experiência do Planeta Atlântida é única pela sua localização litorânea. O clima de verão, a brisa do mar e a energia contagiante do público criam um ambiente perfeito para dois dias de música intensa. A proximidade com Porto Alegre facilita o acesso e permite que os turistas aproveitem para conhecer a capital gaúcha antes ou depois do evento.

    Curitiba e o Coolritiba

    Curitiba entrou de vez no circuito dos grandes festivais com o Coolritiba. Realizado na Pedreira Paulo Leminski, um dos espaços de shows mais emblemáticos do Brasil, o evento se destaca pela organização e por uma forte pauta de sustentabilidade. O festival promove ações de conscientização ambiental e busca reduzir o impacto de sua realização.

    O line-up do Coolritiba costuma equilibrar artistas nacionais de grande apelo popular com bandas da cena alternativa, criando uma programação rica e variada. A cidade, conhecida por seus parques e qualidade de vida, oferece um cenário perfeito para os visitantes que procuram uma experiência cultural completa, unindo música e contato com a natureza em um mesmo fim de semana.

    Goiânia e o Festival Bananada

    Goiânia é um celeiro de talentos da música independente e o Festival Bananada é o principal responsável por projetar essa cena nacionalmente. Ao longo de vários dias, o evento ocupa diferentes espaços da cidade com shows, festas e conferências, transformando a capital goiana no epicentro da nova música brasileira. É um festival para quem tem a mente aberta e curiosidade para novas sonoridades.

    O Bananada vai além da música. Ele integra gastronomia, artes visuais e debates sobre o mercado cultural, proporcionando uma imersão profunda na cultura contemporânea. Viajar para Goiânia durante o festival é a chance de conhecer uma cidade moderna e vibrante, que surpreende pela sua produção artística e pela hospitalidade.

    Salvador e o Festival de Verão

    O Festival de Verão de Salvador é uma instituição na Bahia e um dos eventos mais aguardados do calendário nacional. Com mais de duas décadas de história, a festa celebra a riqueza da música baiana e brasileira, reunindo em seu palco os maiores nomes do axé, pagode, sertanejo e pop. O evento acontece no Parque de Exposições e atrai um público massivo e apaixonado.

    A energia de Salvador é o grande diferencial. O festival é uma prévia do que é o carnaval soteropolitano, com muita dança, alegria e calor humano. Para o turista, é a oportunidade perfeita de mergulhar na cultura local, provar a culinária afro-brasileira e sentir a força da música que pulsa em cada esquina da primeira capital do Brasil.

    Recife e o Rec-Beat

    Realizado em pleno Carnaval, o Rec-Beat é um festival que oferece uma alternativa gratuita e de alta qualidade no coração do Recife Antigo. Com um palco montado às margens do rio Capibaribe, o evento apresenta uma programação ousada, que conecta a tradição musical pernambucana com as tendências da música global, do manguebeat ao rock psicodélico e à eletrônica experimental.

    O Rec-Beat é a escolha ideal para quem quer viver o Carnaval de Pernambuco, mas também busca uma experiência musical mais diversificada. O público se mistura aos foliões dos blocos de rua, criando um ambiente democrático e efervescente. É a chance de vivenciar uma das festas mais ricas do mundo e ainda descobrir bandas e artistas inovadores em um cenário histórico deslumbrante.

  • Influenciadores da fé: os líderes religiosos que dominam as redes

    Influenciadores da fé: os líderes religiosos que dominam as redes

    A imagem do líder religioso falando para uma multidão em um templo ou igreja ganhou uma nova dimensão. Hoje, o púlpito também é digital, e a congregação também se conta em milhões de seguidores, curtidas e compartilhamentos. O Frei Gilson, da congregação dos Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, é o exemplo mais recente desse fenômeno, reunindo multidões em suas missas e mais de 200 mil pessoas simultaneamente para rezar o rosário on-line durante a madrugada.

    Mas, ele não está sozinho. A internet se consolidou como um campo fértil para a evangelização e o fortalecimento de comunidades de fé. Pastores, padres, monges e líderes de diversas crenças usam as ferramentas digitais para levar suas mensagens a um público que talvez nunca pisasse em seus templos.

    Esses influenciadores da fé criam conteúdo que vai de pregações transmitidas ao vivo a vídeos curtos com conselhos práticos para os desafios cotidianos. Conheça outros nomes que se destacam nesse cenário.

    Deive Leonardo

    Com mais de 15 milhões de seguidores apenas no Instagram, Deive Leonardo é um dos maiores nomes do evangelismo digital no Brasil. Seus vídeos, que somam bilhões de visualizações no YouTube, são conhecidos pela produção cinematográfica e por uma abordagem que conecta passagens bíblicas a questões contemporâneas, como ansiedade, propósito de vida e superação.

    Sua comunicação é direta e motivacional, atraindo um público vasto, especialmente os mais jovens. Ele lota estádios e ginásios em suas turnês de pregação pelo país e pelo mundo, mostrando que sua influência transcende o ambiente on-line. A estratégia de Deive Leonardo é usar a tecnologia para criar uma experiência de fé imersiva e acessível, onde quer que o seguidor esteja.

    Padre Patrick Fernandes

    O padre Patrick Fernandes transformou a caixa de perguntas do Instagram em um confessionário moderno e bem-humorado. Com respostas rápidas, sinceras e cheias de ironia, ele conquistou milhões de seguidores ao abordar temas que vão de questões de fé a dilemas sobre relacionamentos e problemas do cotidiano. Sua leveza quebrou a imagem sisuda que muitos têm de um sacerdote.

    Ele desmistifica a ideia de que a fé precisa ser solene o tempo todo. Ao usar o humor como ferramenta de comunicação, o Padre Patrick cria uma conexão de proximidade com o público, tornando a religião mais humana e acessível. Suas postagens viralizam com frequência, levando sua mensagem a pessoas de diferentes crenças que buscam um conselho ou apenas um momento de descontração.

    Monja Coen

    Representando o budismo zen, a Monja Coen se tornou uma voz de serenidade e sabedoria nas redes sociais. Com um discurso calmo e reflexivo, ela oferece ensinamentos sobre meditação, autoconhecimento e compaixão para milhões de seguidores. Seus vídeos e palestras são um contraponto à agitação e à polarização que dominam o ambiente digital.

    Monja Coen consegue traduzir conceitos complexos do budismo para uma linguagem simples e universal, o que atrai um público diverso, incluindo pessoas que não seguem nenhuma religião específica. Ela aborda temas como a busca pela paz interior e a importância de viver o presente, mensagens que encontram forte eco em uma sociedade marcada pela ansiedade e pela pressa.

    Tiago Brunet

    Tiago Brunet se destaca por unir teologia a conceitos de desenvolvimento pessoal e inteligência emocional. Ele se posiciona como um mentor, oferecendo ferramentas para que seus seguidores alcancem sucesso na vida profissional, financeira e espiritual. Seus livros são best-sellers e suas palestras atraem multidões interessadas em seu método.

    Nas redes, ele compartilha insights e estratégias sobre liderança, propósito e sabedoria, baseando-se em princípios bíblicos. Brunet construiu uma marca forte, com cursos online e eventos que prometem destravar o potencial de cada indivíduo. Sua abordagem pragmática da fé atrai um público que busca resultados concretos e uma espiritualidade aplicada ao dia a dia.

    Pastor Cláudio Duarte

    Conhecido por seu jeito irreverente e bem-humorado, o pastor Cláudio Duarte é um fenômeno quando o assunto é relacionamento familiar e conjugal. Seus sermões, repletos de piadas e exemplos práticos, viralizaram na internet e o transformaram em uma figura popular muito além do público evangélico.

    Ele fala sobre casamento, criação de filhos e conflitos domésticos com uma honestidade que gera identificação imediata. Ao invés de usar um tom formal, Cláudio Duarte adota uma linguagem popular e direta, como se estivesse conversando com amigos. Essa autenticidade fez com que seus conselhos se espalhassem por grupos de WhatsApp e se tornassem um sucesso no YouTube, onde seus vídeos acumulam milhões de visualizações.

  • 5 momentos em que artistas geraram debates importantes na sociedade

    5 momentos em que artistas geraram debates importantes na sociedade

    Um diálogo sobre identidade racial entre o rapper Mano Brown e a atriz Camila Pitanga acendeu um importante debate nas redes sociais. A discussão começou quando o músico usou o termo “mulata” para se referir à artista, que o corrigiu prontamente, afirmando-se como uma mulher negra. O episódio levantou questões sobre autodeclaração, o peso histórico das palavras e o papel de figuras públicas na construção de narrativas.

    Relembre a seguir outros quatro episódios em que artistas usaram sua voz para provocar reflexões e iniciar conversas cruciais para a sociedade.

    Anitta e a discussão sobre apropriação cultural

    A carreira internacional de Anitta a colocou no centro de um debate recorrente: a apropriação cultural. Em diversos videoclipes e apresentações, a cantora utilizou elementos estéticos simbólicos de diferentes culturas, especialmente da cultura negra e de religiões de matriz africana. O uso de tranças, figurinos inspirados em orixás e referências ao candomblé em trabalhos como o clipe de “Onda Diferente” gerou discussões intensas.

    De um lado, críticos apontavam que o uso desses elementos de forma descontextualizada ou meramente estética esvaziava seu significado original. Argumentavam que, enquanto pessoas negras enfrentam preconceito por suas tranças ou sua religião, uma artista branca poderia lucrar com a mesma estética sem sofrer as mesmas consequências. A discussão não se limitou às redes sociais e pautou programas de TV e artigos na imprensa.

    Por outro lado, defensores da cantora afirmavam que se tratava de apreciação cultural e uma forma de dar visibilidade a essas manifestações. A própria Anitta se posicionou diversas vezes, explicando suas intenções e seu contato com a religião. Independentemente da opinião, a artista conseguiu colocar em evidência um debate complexo sobre identidade, respeito e os limites entre homenagem e apropriação no cenário pop global.

    Caetano Veloso e a resistência na ditadura

    No final da década de 1960, o Brasil vivia sob o regime militar, um período de forte repressão e censura. Nesse cenário, o movimento tropicalista, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, surgiu como uma força de ruptura. Com uma estética que misturava rock psicodélico, bossa nova e cultura popular brasileira, a Tropicália desafiava não apenas os padrões musicais da época, mas também o conservadorismo e o autoritarismo do governo.

    A canção “É Proibido Proibir”, apresentada por Caetano no Festival Internacional da Canção de 1968, tornou-se um hino da contracultura. A performance, marcada por vaias e um discurso inflamado do artista contra a patrulha ideológica, simbolizou a insatisfação de uma juventude que clamava por liberdade. A atitude de Caetano e de outros tropicalistas era vista como uma afronta direta ao regime.

    A consequência foi dura. Em dezembro de 1968, após a promulgação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), Caetano e Gil foram presos e, posteriormente, forçados ao exílio em Londres. O episódio demonstrou o poder da arte como ferramenta de contestação política e transformou os artistas em símbolos de resistência contra a ditadura, um debate que segue relevante sobre o papel da cultura em tempos de autoritarismo.

    Renato Russo e o retrato da “Geração Coca-Cola”

    A década de 1980 foi um período de transição no Brasil, com o fim da ditadura militar e a redemocratização. Em meio a essa efervescência política e social, a banda Legião Urbana, liderada por Renato Russo, emergiu como a voz de uma geração. As letras do grupo capturavam as angústias, os dilemas e as críticas de jovens que cresceram em um país de contradições.

    A música “Geração Coca-Cola”, do álbum de estreia de 1985, tornou-se um marco. A letra questionava o consumismo, a influência cultural norte-americana e a herança deixada pelo regime militar. Ao cantar “somos os filhos da revolução / somos burgueses sem religião”, Renato Russo sintetizava o sentimento de uma juventude que se via desiludida com as promessas do passado e incerta sobre o futuro.

    A canção e outras composições da banda pautaram um debate nacional sobre a identidade da juventude pós-ditadura. As letras da Legião Urbana eram analisadas em escolas, universidades e na mídia, servindo como um ponto de partida para discussões sobre política, comportamento e os rumos do país. O legado de Renato Russo consolidou o rock nacional como um espaço legítimo para a crônica social e o questionamento político.

    Daniela Mercury e a visibilidade do casamento homoafetivo

    Em 2013, a cantora Daniela Mercury usou suas redes sociais para anunciar seu relacionamento com a jornalista Malu Verçosa. A publicação, acompanhada de uma foto do casal e da legenda “Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração”, teve um impacto imediato e profundo na sociedade brasileira. Naquele momento, o debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda era intenso no país.

    A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que obrigava os cartórios a celebrarem casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo havia sido emitida no mesmo ano, mas o tema ainda enfrentava forte resistência de setores conservadores. Ao tornar seu relacionamento público, Daniela Mercury, uma das artistas mais populares do Brasil, deu uma visibilidade sem precedentes à causa LGBTQIA+.

    A atitude da cantora foi um ato político que ajudou a normalizar as relações homoafetivas no imaginário popular. Ela e Malu se tornaram ativistas pela causa, participando de eventos, dando entrevistas e defendendo a igualdade de direitos.

  • 5 cachoeiras na Serra do Cipó com acesso fácil para ir com a família

    5 cachoeiras na Serra do Cipó com acesso fácil para ir com a família

    A Serra do Cipó, em Minas Gerais, é um convite à aventura, com suas paisagens de tirar o fôlego e trilhas desafiadoras. Mas, nem todo passeio precisa terminar com as pernas cansadas e o corpo exausto, principalmente quando a ideia é criar memórias inesquecíveis com as crianças. A região esconde tesouros naturais que exigem pouco esforço para serem alcançados.

    Explorar a natureza em família é possível e pode ser muito confortável. Pensando nisso, selecionamos cinco cachoeiras com acesso simples, ideais para um dia de diversão com segurança. São opções que combinam a beleza exuberante do Cerrado com a praticidade de trilhas curtas e bem sinalizadas, perfeitas para todas as idades.

    Cachoeira Grande

    A Cachoeira Grande é talvez o cartão-postal mais famoso da Serra do Cipó quando o assunto é facilidade. O nome entrega sua principal característica: uma queda d’água imponente com mais de 10 metros de altura, que forma um poço gigante, ideal para nadar e relaxar. É o cenário perfeito para um dia inteiro de diversão em família.

    O acesso é feito por uma trilha de menos de 1.500 metros, totalmente plana e bem cuidada, que pode ser percorrida em cerca de 15 minutos de caminhada leve. A infraestrutura do local conta com estacionamento, banheiros e um bar, que serve bebidas e petiscos, garantindo conforto e conveniência. Por sua popularidade, a dica é chegar cedo, especialmente aos finais de semana, para aproveitar o espaço com mais tranquilidade.

    Cachoeira Véu da Noiva

    Com um nome poético e uma beleza que faz jus a ele, a Cachoeira Véu da Noiva é outra opção excelente para quem busca um programa leve. Sua queda d’água desliza suavemente sobre as rochas, formando uma cortina delicada que convida para um banho refrescante. O poço principal não é muito fundo, e há diversas áreas rasas ao redor, seguras para as crianças brincarem.

    A grande vantagem está na localização. A cachoeira fica a poucos metros da estrada principal, a MG-010, e a caminhada para chegar até ela dura menos de cinco minutos. A estrutura de apoio inclui um restaurante próximo, o que facilita o planejamento de um almoço em família após o mergulho. É a combinação ideal de natureza acessível e comodidade.

    Cachoeira do Tomé

    Localizada dentro de uma propriedade particular, a Cachoeira do Tomé oferece um ambiente organizado e seguro para os visitantes. A queda d’água é charmosa e forma um poço de águas cristalinas, cercado por uma pequena praia de areia. É um espaço perfeito para estender uma canga, relaxar ao sol e ver as crianças se divertindo na água.

    O trajeto da portaria até a cachoeira é curto e sem obstáculos e pode ser feito com tranquilidade por pessoas de todas as idades. A propriedade costuma ter um bom controle do número de visitantes, o que evita a superlotação e torna a experiência mais agradável. A sensação de exclusividade e o contato direto com a natureza preservada são os pontos altos do passeio.

    Cachoeira Serra Morena

    Para quem busca um passeio com mais estrutura, o complexo da Cachoeira Serra Morena é a escolha certa. Situada em uma propriedade privada, a atração principal é uma bela cachoeira com um poço de bom tamanho para nado. Além dela, o local oferece piscinas naturais, áreas gramadas para piquenique e uma lanchonete.

    O acesso à cachoeira principal é feito por uma trilha curta e de nível fácil, com degraus em alguns trechos para facilitar a descida. Por oferecer um conjunto de atrações, o lugar funciona como um clube de campo em meio à natureza, onde a família pode passar o dia todo sem se preocupar. É uma opção que agrada tanto quem quer um mergulho na cachoeira quanto quem prefere o conforto de uma piscina.

    Cachoeira do Lajeado

    A Cachoeira do Lajeado se destaca por sua formação rochosa única. Em vez de uma única queda alta, ela é composta por uma sequência de pequenas quedas e corredeiras que deslizam sobre uma imensa laje de pedra, criando diversos poços e piscinas naturais ao longo do percurso. Essa característica a torna especialmente divertida e segura para as crianças.

    Os pequenos podem explorar os diferentes poços rasos, escorregar nas pedras lisas e se refrescar sem os perigos de uma cachoeira com correnteza forte. A trilha para chegar é bem demarcada e curta, e a paisagem ao redor, com paredões rochosos e vegetação nativa, completa a experiência. É um verdadeiro parque aquático natural, ideal para um dia de exploração e brincadeiras em família.

  • Atores que se transformaram para interpretar figuras polêmicas no cinema

    Atores que se transformaram para interpretar figuras polêmicas no cinema

    A história dos irmãos Menendez, condenados pelo assassinato dos próprios pais em 1989, voltará às telas em uma nova produção que já desperta curiosidade. O interesse do público se concentra não apenas na trama, mas na escolha dos atores Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch, que enfrentarão o desafio de dar vida a figuras reais envolvidas em um dos crimes mais midiatizados dos Estados Unidos.

    Essa expectativa em torno da caracterização dos atores não é um fenômeno novo em Hollywood. Pelo contrário, faz parte de uma longa tradição de transformações físicas radicais para interpretar personagens controversos. Atores e atrizes que se dispõem a mudar drasticamente a aparência para encarnar figuras polêmicas frequentemente encontram nesse processo um caminho para o reconhecimento crítico e grandes prêmios, mas também para um intenso escrutínio público.

    O trabalho vai muito além de maquiagem e figurino. Envolve meses de preparação, dietas rigorosas para ganhar ou perder peso, estudo de trejeitos e um mergulho profundo na psicologia de indivíduos que, muitas vezes, cometeram atos indefensáveis.

    A seguir, relembramos alguns dos casos mais marcantes de transformações no cinema.

    Charlize Theron como Aileen Wuornos em “Monster: Desejo Assassino”

    Uma das transformações mais icônicas da história do cinema foi a de Charlize Theron para viver a serial killer Aileen Wuornos. Para se afastar de sua imagem de glamour, a atriz sul-africana engordou cerca de 13 quilos e utilizou próteses dentárias que alteraram completamente seu rosto. A maquiagem foi aplicada para criar uma pele desgastada, manchada e envelhecida pelo tempo e pelo uso de drogas.

    O objetivo era capturar a dureza e o desespero de uma mulher que viveu à margem da sociedade e cometeu uma série de assassinatos. A mudança física foi tão completa que muitos espectadores demoraram a reconhecer Theron na tela. A entrega ao papel foi recompensada com o Oscar de Melhor Atriz em 2004, consolidando a performance como um marco em sua carreira e um exemplo de dedicação artística.

    Christian Bale como Dick Cheney em “Vice”

    Christian Bale é conhecido como um dos maiores camaleões de Hollywood, famoso por alterar seu corpo de forma extrema para diferentes papéis. Para interpretar o ex-vice-presidente americano Dick Cheney, uma figura política poderosa e controversa, Bale mais uma vez se submeteu a uma mudança radical. Ele ganhou mais de 18 quilos, raspou a cabeça e descoloriu as sobrancelhas para se assemelhar ao político.

    Além do ganho de peso, o ator passou por um extenso trabalho de caracterização com maquiagem e próteses para envelhecer ao longo do filme. A performance não se limitou à aparência; Bale capturou a postura, o tom de voz grave e a presença imponente de Cheney. A transformação rendeu-lhe uma indicação ao Oscar e reforçou sua reputação como um dos atores mais dedicados de sua geração.

    Gary Oldman como Winston Churchill em “O Destino de uma Nação”

    Interpretar um dos líderes mais famosos do século XX foi o desafio que rendeu a Gary Oldman seu primeiro Oscar. Para se transformar em Winston Churchill, o ator britânico passou por um processo que envolvia horas diárias na cadeira de maquiagem. Um traje especial com enchimentos foi criado para simular o físico robusto do primeiro-ministro britânico.

    O rosto de Oldman foi coberto por próteses de silicone que recriaram as feições de Churchill, incluindo o queixo duplo e as bochechas proeminentes. O resultado foi uma semelhança impressionante que, combinada à atuação de Oldman, trouxe à vida a energia e a determinação do líder em um momento crítico da Segunda Guerra Mundial. A transformação foi tão convincente que se tornou o principal destaque do filme.

    Jared Leto como Paolo Gucci em “Casa Gucci”

    Em “Casa Gucci”, Jared Leto ficou irreconhecível no papel de Paolo Gucci, o excêntrico e ressentido primo de Maurizio Gucci. A transformação do ator exigiu um pesado trabalho de próteses de látex que cobriam seu rosto e pescoço, além de uma peruca para simular a calvície do personagem. O processo de aplicação da maquiagem e das próteses levava várias horas todos os dias de filmagem.

    A figura de Paolo Gucci, retratada como um sonhador sem talento, é uma das mais controversas dentro da saga da família. A própria família Gucci criticou publicamente a caracterização, afirmando que a performance beirava a caricatura. Apesar da polêmica, a transformação de Leto foi amplamente comentada e gerou debates sobre os limites da caracterização no cinema.

    Margot Robbie como Tonya Harding em “Eu, Tonya”

    Para viver a controversa patinadora Tonya Harding, Margot Robbie passou por uma transformação que foi tanto física quanto atlética. A atriz treinou intensamente por meses para aprender a patinar no gelo e executar parte das coreografias. Embora dublês tenham sido usados para os saltos mais complexos, o esforço físico de Robbie foi essencial para dar autenticidade à performance.

    No quesito aparência, foram utilizadas próteses sutis no rosto para alterar o formato de sua mandíbula e nariz, além de figurinos que recriavam o estilo marcante da patinadora nos anos 90. A atuação de Robbie humanizou uma figura frequentemente demonizada pela mídia, explorando as complexidades de sua história e do escândalo que encerrou sua carreira. A performance lhe garantiu sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz.