Autor: Pedro Lopes

  • Roteiro histórico em BH: um dia pelo Centro da capital mineira

    Roteiro histórico em BH: um dia pelo Centro da capital mineira

    Belo Horizonte é muito mais do que a capital dos bares e da boa comida. No coração da cidade, ruas e edifícios guardam capítulos essenciais da história de Minas Gerais e do Brasil. Com o interesse renovado em narrativas nacionais, como a participação do país na Segunda Guerra Mundial, um roteiro pelo centro da capital mineira se torna um programa indispensável para quem busca uma imersão no passado.

    Para os amantes de história, um dia caminhando pela região central revela desde os bastidores do poder na República Velha até as memórias dos soldados que lutaram na Europa. Este circuito a pé conecta museus, praças e centros culturais que, juntos, montam um quebra-cabeça fascinante da identidade brasileira. Prepare um calçado confortável e venha desvendar esses tesouros.

    Manhã: poder e cultura na Praça da Liberdade

    O ponto de partida ideal é o Circuito Liberdade, um complexo cultural que ocupa os antigos prédios das secretarias de estado. A própria praça, projetada para ser o centro do poder da nova capital, já é uma aula de história a céu aberto. Seus jardins e arquitetura contam a transição de um Brasil agrário para uma república que sonhava com a modernidade.

    Leia: Museu no Centro de BH tem obras raras, mas nunca funcionou

    Comece pelo Memorial Minas Gerais Vale. O espaço oferece uma jornada interativa pela cultura e história mineira, desde o século 18 até os dias atuais. As salas são temáticas e exploram desde a vida rural e as tradições religiosas até a literatura de autores como Carlos Drummond de Andrade. É o contexto perfeito para entender a alma do estado.

    A poucos passos dali, o Museu das Minas e do Metal aprofunda a narrativa sobre a principal atividade econômica que moldou a região. O acervo não se limita a pedras preciosas. Ele detalha a ciência por trás da mineração e o impacto social da extração de riquezas que financiaram o Brasil Colônia e o Império. A visita ajuda a compreender a origem de muitas fortunas e conflitos do país.

    Para fechar a manhã, explore o Espaço do Conhecimento UFMG. O museu mescla ciência e história de forma criativa. Seu planetário é famoso, mas o destaque para quem busca o passado está na exposição permanente que reconstitui a ocupação humana em Minas Gerais desde os tempos pré-históricos. A fachada do prédio, tombada pelo patrimônio histórico, também merece atenção.

    Leia: Museu de História Natural e Jardim Botânico de BH é reaberto para visitação

    Parada obrigatória: o Museu da FEB

    Após o almoço na região da Savassi, vizinha à Praça da Liberdade, a próxima parada é o Museu da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Localizado na Rua Tupis, 723, no Centro de BH, o local é um guardião da memória dos “pracinhas”, os soldados brasileiros que combateram o nazifascismo na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. A visita é um mergulho em um dos momentos mais importantes e, por vezes, esquecidos da história do Brasil no século 20.

    O acervo é rico e emocionante. Ele reúne uniformes, armas, equipamentos, documentos, fotos e objetos pessoais dos combatentes. Cada item conta uma pequena história sobre coragem, sacrifício e a adaptação dos brasileiros a um cenário de guerra completamente estranho. A exposição é organizada de forma didática, permitindo que o visitante entenda todo o contexto do conflito e o papel estratégico do Brasil ao lado dos Aliados.

    Este museu oferece uma perspectiva humana da guerra. As cartas enviadas para casa, os diários e os relatos de ex-combatentes revelam os medos e as esperanças de jovens que cruzaram o oceano para lutar pela liberdade. É uma experiência que conecta o visitante diretamente com um pedaço fundamental da nossa trajetória como nação.

    Tarde: os trilhos que construíram a cidade

    Do Museu da FEB, uma caminhada ou um curto trajeto de transporte leva à Praça da Estação. O local é um marco zero de Belo Horizonte, o ponto de chegada dos materiais e trabalhadores que ergueram a nova capital planejada. O imponente prédio da Estação Central domina a paisagem e remete a uma época em que as ferrovias eram sinônimo de progresso.

    Leia: Por que este museu em BH é modelo de segurança contra incêndio

    Ali se encontra o Museu de Artes e Ofícios, uma homenagem à história do trabalho no Brasil. Seu acervo, com mais de duas mil peças dos séculos 18 ao 20, celebra as ferramentas, técnicas e a engenhosidade dos trabalhadores de diferentes áreas, da marcenaria à tecelagem.

    Fim de tarde: arte, natureza e história

    Para encerrar o dia, caminhe da Praça da Estação pela Avenida Afonso Pena em direção ao Palácio das Artes. O espaço é um ícone da arquitetura modernista e um ponto de encontro de diversas manifestações artísticas. Sua história se mistura com a própria vanguarda cultural de Belo Horizonte.

    Ao lado, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti oferece um refúgio de tranquilidade e mais história. Inaugurado em 1897, antes mesmo da própria cidade, é o patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte. Passear por suas alamedas é como voltar no tempo, observando o Teatro Francisco Nunes e outros pequenos monumentos que resistem ao ritmo acelerado da metrópole.

  • Plantas que vivem bem na sombra: 5 espécies perfeitas para apartamentos

    Plantas que vivem bem na sombra: 5 espécies perfeitas para apartamentos

    Ter um cantinho verde em casa parece um sonho distante para quem mora em apartamento com pouca luz natural. A rotina agitada, somada a janelas que não recebem sol direto, cria um cenário que parece desfavorável para o cultivo de plantas.

    A boa notícia é que esse cenário pode mudar. Existe uma vasta gama de plantas que não apenas sobrevivem, mas prosperam em ambientes com baixa luminosidade. Adaptadas a crescer sob a sombra de árvores em florestas tropicais, essas espécies evoluíram para aproveitar ao máximo a pouca luz que recebem.

    Veja: Conheça a espécie mais rara de ipê em BH

    Para ajudar na sua escolha, preparamos uma lista com espécies resistentes e que exigem cuidados simples, ideais para quem tem uma rotina corrida e um apartamento com cantos mais escuros.

    Leia: As três plantas para plantar em agosto que vão encher seu jardim de cor

    Zamioculca

    Considerada uma das plantas mais resistentes que existem, a Zamioculca é praticamente à prova de iniciantes. Suas folhas brilhantes e de um verde profundo armazenam água, o que a torna tolerante a períodos de seca. Ela cresce bem em cantos com pouquíssima luz, onde outras espécies não se desenvolveriam.

    O principal cuidado é evitar o excesso de água, que pode apodrecer suas raízes. O ideal é regar apenas quando o solo estiver completamente seco ao toque. Por ser uma planta de crescimento lento, ela não exige podas ou trocas de vaso frequentes, o que a torna ainda mais prática para o dia a dia.

    Leia: Plantas perfeitas para canteiros que resistem ao sol e florescem o ano todo

    Espada-de-São-Jorge

    Um clássico na decoração de interiores, a Espada-de-São-Jorge é conhecida por sua resistência e pelo seu formato escultural. Suas folhas verticais e rígidas se adaptam a quase qualquer condição de luz, desde a sombra total até a luz indireta. É uma das plantas mais eficientes na purificação do ar.

    Assim como a Zamioculca, seu maior inimigo é o excesso de umidade. As regas devem ser bem espaçadas, permitindo que o solo seque por completo. Por seu crescimento vertical, é uma ótima escolha para otimizar espaços pequenos, como corredores ou cantos de sala.

    Veja: Como a morte do labrador Pudim acende alerta para plantas tóxicas

    Jiboia

    A Jiboia é uma das plantas pendentes mais populares, e por um bom motivo. Suas folhas em formato de coração criam um efeito cascata, que decora prateleiras e estantes com facilidade. Ela é extremamente versátil e se adapta bem a ambientes com pouca luz, embora suas folhas possam ficar um pouco menos variegadas na sombra.

    Um dos seus diferenciais é a comunicação clara: suas folhas murcham levemente quando ela precisa de água, voltando ao normal logo após a rega. Isso a torna uma ótima planta para quem está aprendendo a identificar as necessidades da vegetação.

    Leia: Plantas perfeitas para canteiros que resistem ao sol e florescem o ano todo

    Maranta

    Conhecida como “planta rezadeira”, a Maranta tem um comportamento fascinante. Suas folhas estampadas se levantam e se fecham durante a noite, como mãos em oração, e se abrem novamente pela manhã. Essa característica a torna uma planta dinâmica e interessante de observar.

    Originária do sub-bosque de florestas tropicais, está perfeitamente adaptada a ambientes sombreados. A luz solar direta pode queimar suas folhas delicadas. Ela aprecia umidade, então manter o solo levemente úmido e borrifar água em suas folhas ocasionalmente ajuda a mantê-la saudável.

    Leia: O que a psicologia diz sobre quem ama plantas de casa

    Aspidistra

    Seu apelido popular, “planta de ferro fundido”, já entrega sua principal qualidade: a durabilidade. A Aspidistra é capaz de tolerar condições adversas, incluindo pouca luz, ar seco e esquecimento nas regas. Suas folhas longas e escuras trazem uma elegância sóbria ao ambiente.

    É uma planta de crescimento lento que não exige muita atenção. Basta limpar suas folhas com um pano úmido de vez em quando para remover o pó e permitir que ela respire melhor. É a escolha ideal para quem busca uma planta imponente e de manutenção quase nula.

  • 5 frases polêmicas de ministros do STF

    5 frases polêmicas de ministros do STF

    A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou como “pequenos tiranos” os usuários de redes sociais que se escondem no anonimato para atacar pessoas e instituições. A declaração, feita durante o julgamento sobre a responsabilidade de plataformas digitais por conteúdos de terceiros, gerou ampla repercussão e iluminou a tensão entre liberdade de expressão e discurso de ódio no ambiente digital.

    Essa não foi a primeira vez que uma fala de um ministro do STF transcendeu os autos de um processo e ganhou as ruas, provocando debates acalorados. Em momentos de grande pressão política e jurídica, algumas frases se cristalizaram no imaginário popular, servindo como termômetro para o clima institucional do país. Relembre outras declarações de impacto que entraram para a história recente da mais alta Corte do Brasil.

    Veja: As principais ‘brigas’ entre ministros do STF

    Luís Roberto Barroso: ‘Perdeu, mané, não amola’

    Em novembro de 2022, pouco depois das eleições presidenciais, o ministro Luís Roberto Barroso foi abordado por um manifestante brasileiro em Nova York. Ao ser questionado sobre o código-fonte das urnas eletrônicas, o ministro respondeu de forma direta: “Perdeu, mané, não amola”. A frase curta e informal viralizou instantaneamente nas redes sociais.

    O episódio ocorreu em um momento de forte contestação dos resultados eleitorais por grupos bolsonaristas. A resposta de Barroso foi interpretada por apoiadores como uma defesa firme do processo democrático e uma repreensão necessária ao golpismo. Críticos, por outro lado, viram na fala um excesso de parcialidade e uma postura que não condizia com a sobriedade esperada de um juiz da Suprema Corte.

    Leia: STF aprova orçamento bilionário para 2026

    Joaquim Barbosa e o embate com Ricardo Lewandowski

    Em 2013, os ministros do STF Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, que foram respectivamente relator e revisor no julgamento do mensalão, se desentenderam no julgamento dos recursos dos condenados. Barbosa acusou Lewandowski de fazer “chicana”, manobra usada para arrastar a decisão.

    Veja: Advogado diz que ministros do STF são odiados pelo Brasil

    Gilmar Mendes e a crítica à Lava-Jato

    Um dos críticos mais vocais dos métodos da Operação Lava-Jato, o ministro Gilmar Mendes proferiu uma de suas mais duras avaliações em 2019. Em entrevista, ele se referiu à força-tarefa de Curitiba como “a maior organização criminosa que se instalou no país”. A afirmação chocou parte da opinião pública, que via a operação como um marco no combate à corrupção.

    A declaração de Mendes ocorreu em meio à divulgação de mensagens trocadas entre procuradores e o então juiz Sergio Moro, no escândalo que ficou conhecido como “Vaza-Jato”. Para o ministro, as conversas revelavam uma atuação coordenada e ilegal dos investigadores. A frase sintetizou a narrativa de que a operação teria extrapolado seus limites legais, influenciando diretamente nos julgamentos que levaram à anulação de condenações.

    Leia: Corintiano fanático, Moraes vota contra o Corinthians em julgamento no STF

    Celso de Mello: ‘bolsonaristas fascistoides’

    Em 2020, o então decano do STF, ministro Celso de Mello, chamou de “bolsonaristas fascistoides, covardes e ignorantes” os responsáveis por ameaças a juízes do Distrito Federal. A escolha de palavras, especialmente o uso de um termo considerado pejorativo, teve enorme repercussão.

    Ele completou, à jornalista Mônica Bergamo, que os autores revelam “com tais ameaças, a sua face criminosa, própria de quem abomina a liberdade e ultraja os signos da democracia”.

    Veja: ‘Gilmarpalooza’: o que é evento do ministro do STF Gilmar Mendes?

    Alexandre de Moraes e a ‘liberdade de agressão’

    Responsável por inquéritos sensíveis, como o das fake news e o dos atos antidemocráticos, o ministro Alexandre de Moraes tornou-se uma figura central nos embates institucionais recentes. Uma de suas frases mais repetidas, que funciona como um pilar de suas decisões, é: “Liberdade de expressão não é liberdade de agressão”.

    Moraes usa essa máxima para justificar medidas como a quebra de sigilo, o bloqueio de contas em redes sociais e ordens de prisão contra investigados por ataques à democracia e disseminação de desinformação.

    A frase encapsula a tese jurídica de que a liberdade de expressão não é um direito absoluto e encontra limites em outros direitos fundamentais, como a honra e a segurança das instituições. Para os críticos, no entanto, essa interpretação abriu margem para ações que configurariam censura.

    Leia: STF nega recurso de Bolsonaro para tirar Moraes de inquérito do golpe