Autor: Vinícius Silva

  • Guarda Municipal pode atuar como polícia? Entenda o que diz a lei

    Guarda Municipal pode atuar como polícia? Entenda o que diz a lei

    A discussão sobre a retirada da Guarda Municipal de centros de saúde em Belo Horizonte, que quase resultou em uma paralisação de servidores da saúde, trouxe à tona uma dúvida comum para muitos brasileiros.

    Afinal, qual é o verdadeiro papel desse tipo de corporação? A Guarda Municipal pode atuar como polícia, realizar abordagens e efetuar prisões? A resposta não é simples e envolve a Constituição, leis específicas e decisões recentes dos tribunais superiores.

    O debate sobre as atribuições das guardas municipais é constante e costuma ganhar força em momentos de crise na segurança pública.

    Enquanto alguns defendem uma atuação mais restrita, focada na proteção do patrimônio, outros veem na corporação uma força auxiliar essencial para a segurança das cidades.

    O que diz a Constituição sobre a segurança pública?

    A base para a organização da segurança no Brasil está no artigo 144 da Constituição Federal.

    O texto estabelece que a segurança pública é dever do Estado e um direito de todos, sendo exercida por órgãos específicos.

    A lista inclui a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Ferroviária Federal, as Polícias Civis e as Polícias Militares, além dos corpos de bombeiros militares.

    As guardas municipais também são mencionadas no mesmo artigo. No entanto, sua função é descrita de forma mais específica: a proteção dos bens, serviços e instalações do município.

    Essa redação original gerou, por anos, a interpretação de que o papel da guarda era estritamente patrimonial, sem poder de polícia ostensiva, função essa designada às Polícias Militares.

    Essa divisão de tarefas é o ponto central da discussão. A Polícia Militar tem a responsabilidade pelo policiamento ostensivo e pela preservação da ordem pública.

    Já a Polícia Civil atua na investigação de crimes e como polícia judiciária. As guardas, por sua vez, teriam um papel preventivo e focado no patrimônio municipal.

    As atribuições definidas pelo Estatuto da Guarda Municipal

    Para detalhar e padronizar a atuação das guardas em todo o país, foi sancionada em 2014 a Lei 13.022, conhecida como o Estatuto Geral das Guardas Municipais.

    A legislação expandiu a visão sobre o papel da corporação, definindo-a como uma instituição de caráter civil, uniformizada e armada, com função de proteção municipal preventiva.

    O estatuto lista uma série de competências que vão além da simples vigilância de prédios públicos. Entre as principais atribuições, estão:

    • Zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do município.
    • Prevenir e inibir, pela presença e vigilância, infrações penais ou administrativas que atentem contra os bens, serviços e instalações municipais.
    • Atuar, preventiva e permanentemente, no território do município para a proteção da população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais.
    • Colaborar com os órgãos de segurança pública em ações conjuntas.
    • Interagir com a sociedade civil para discussão de soluções de problemas e projetos locais voltados à melhoria das condições de segurança.
    • Encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o autor da infração, preservando o local do crime.
    • Auxiliar na segurança de grandes eventos e na proteção de autoridades e dignatários.
    • Atuar na fiscalização e controle do trânsito municipal.

    Decisões recentes do STF e o poder de polícia

    Apesar do que diz a lei, a questão sobre a guarda municipal poder ou não agir como polícia continuou a ser debatida nos tribunais.

    A controvérsia principal girava em torno da validade de provas obtidas em abordagens e buscas pessoais realizadas por guardas municipais.

    Em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão importante sobre o tema. O tribunal reconheceu que as guardas municipais integram o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

    Com isso, foi validada a sua competência para realizar patrulhamentos preventivos, abordagens e prisões em flagrante delito dentro do território do município.

    Na prática, a decisão do STF não transforma a guarda municipal em uma polícia com as mesmas atribuições da PM ou da Civil. Sua função principal continua sendo a proteção municipal preventiva.

    Contudo, a decisão fortalece sua legitimidade para atuar em situações de flagrante, como um roubo em uma praça pública ou tráfico de drogas perto de uma escola municipal.

    Isso significa que um guarda municipal pode, sim, realizar uma abordagem se houver fundada suspeita de um crime.

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    Ele pode efetuar a prisão em flagrante e conduzir o suspeito à delegacia de Polícia Civil, que é a autoridade responsável por formalizar o ato e iniciar a investigação.

    A atuação da guarda, nesse contexto, é vista como complementar à das outras forças policiais.

  • Dirigir sem CNH: o que acontece se um menor for pego no volante

    Dirigir sem CNH: o que acontece se um menor for pego no volante

    O caso do influenciador digital Boca de 09, de 17 anos, parado em uma blitz em São Paulo enquanto dirigia sem habilitação, acendeu um debate sobre as responsabilidades de adolescentes e adultos no trânsito.

    A cena, que viralizou pela liberação do jovem após posar para fotos com os policiais, levantou uma dúvida fundamental: o que realmente acontece quando um menor de idade é flagrado ao volante?

    Diferente do que muitos imaginam, as consequências não são brandas e se estendem por três esferas: para o adolescente, para seus pais ou responsáveis legais e para o proprietário do veículo.

    A legislação brasileira é clara e prevê desde medidas socioeducativas até processos criminais para os adultos envolvidos, além de multas pesadas e apreensão do carro.

    O que acontece com o menor de idade?

    Quando um adolescente com menos de 18 anos é pego dirigindo, ele não comete um crime, mas sim um ato infracional.

    A terminologia é diferente porque o tratamento legal também é. A conduta é análoga ao crime de dirigir sem permissão ou habilitação, previsto no artigo 309 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que se aplica a maiores de idade.

    Ao ser flagrado, o procedimento padrão envolve a apreensão do adolescente e seu encaminhamento a uma delegacia especializada, geralmente a Delegacia da Criança e do Adolescente.

    Os pais ou responsáveis são imediatamente chamados para comparecer ao local.

    O caso é registrado em um Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC) e enviado ao Ministério Público, que avaliará a situação. Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), um juiz pode aplicar medidas socioeducativas. Elas variam de acordo com a gravidade do ato e o histórico do jovem, podendo incluir:

    • Advertência;
    • Obrigação de reparar o dano;
    • Prestação de serviços à comunidade;
    • Liberdade assistida.

    É importante notar que esse registro não impede o jovem de tirar sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) quando completar 18 anos.

    No entanto, o histórico pode ser considerado em futuras análises de sua conduta perante a lei.

    E para os pais ou responsáveis, quais as punições?

    A responsabilidade dos pais ou guardiões legais é direta e pode levar a um processo criminal.

    O ato de entregar a direção de um veículo a uma pessoa não habilitada é crime, conforme descrito no artigo 310 do Código de Trânsito Brasileiro.

    A lei estabelece pena de detenção de seis meses a um ano, ou multa. Isso significa que o responsável que permitiu ou confiou o carro ao adolescente pode responder na esfera criminal.

    A justificativa de não saber que o menor pegou o veículo nem sempre é suficiente para isentar a culpa, pois os pais têm o dever de vigilância.

    Além da responsabilidade penal, há também a infração administrativa. Permitir que uma pessoa sem CNH tome posse do veículo e passe a conduzi-lo na via é uma infração gravíssima, segundo o artigo 164 do CTB. Isso resulta em multa e na soma de sete pontos na carteira do proprietário do carro.

    O dono do carro também pode ser responsabilizado?

    Sim, o proprietário do veículo é sempre um dos responsabilizados, mesmo que não seja o pai ou a mãe do adolescente.

    Se o carro pertence a um tio, um amigo ou qualquer outra pessoa, essa pessoa também enfrentará sérias consequências legais e administrativas.

    A infração de “entregar o veículo a pessoa não habilitada”, prevista no artigo 163 do CTB, é considerada gravíssima.

    O proprietário receberá uma multa e terá sete pontos adicionados à sua CNH. A punição é a mesma se ele “permitir” que o menor dirija, mesmo que não tenha “entregue” as chaves diretamente.

    Outra consequência imediata é a administrativa. Ao flagrar a infração, a autoridade de trânsito deve reter o veículo.

    O carro só será liberado após a apresentação de um condutor habilitado, que possa retirá-lo do local com segurança. Caso ninguém apareça, o veículo pode ser guinchado para um pátio.

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    Entenda as infrações do Código de Trânsito

    Para facilitar a compreensão, é útil separar as penalidades administrativas que são aplicadas neste tipo de situação. Todas são classificadas como gravíssimas, mas se aplicam a pessoas diferentes.

    • Dirigir sem possuir CNH: Esta é a infração cometida pelo condutor (o menor, no caso). Segundo o artigo 162, inciso I, a penalidade é uma multa gravíssima multiplicada por três. Como o adolescente não tem CNH para receber os pontos, a multa é registrada no veículo e a responsabilidade pelo pagamento recai sobre o proprietário.
    • Entregar o veículo a pessoa não habilitada: Esta infração, do artigo 163, é de responsabilidade do proprietário que entrega o carro. A penalidade é uma multa gravíssima e sete pontos na carteira.
    • Permitir posse do veículo a pessoa não habilitada: Prevista no artigo 164, a infração se aplica ao proprietário que permite que o menor tome posse do carro. A punição é a mesma: multa gravíssima e sete pontos na CNH.

  • Como evitar cair em golpes na compra de ingressos para grandes shows

    Como evitar cair em golpes na compra de ingressos para grandes shows

    A euforia para garantir um lugar em um show aguardado, como a nova turnê de Marisa Monte, “Phonica – Marisa Monte & Orquestra Ao Vivo”, merece atenção dos fãs. Afinal, é o cenário perfeito para a ação de golpistas.

    A alta demanda e os ingressos que se esgotam em minutos criam um ambiente de urgência que criminosos exploram para enganar fãs, transformando o sonho de ver um ídolo de perto em um grande prejuízo financeiro e emocional.

    O golpe acontece quando a emoção supera a cautela. Em meio à pressa para não ficar de fora, muitos consumidores acabam clicando em links duvidosos, negociando com desconhecidos em redes sociais ou comprando em sites falsos que imitam perfeitamente as plataformas oficiais.

    O resultado é quase sempre o mesmo: o pagamento é feito, o ingresso nunca chega e o golpista desaparece, deixando apenas a frustração.

    Por que grandes shows atraem tantos golpes?

    A resposta está na psicologia do consumidor. Eventos de grande porte geram o que se chama de “medo de ficar de fora”, ou FOMO (Fear of Missing Out).

    Os golpistas sabem que, diante da possibilidade de perder uma experiência única, as pessoas tendem a baixar a guarda e a tomar decisões impulsivas. Eles se aproveitam desse sentimento para criar armadilhas digitais.

    Essas armadilhas são sofisticadas. Não se trata mais de um anúncio mal escrito em um site suspeito.

    Hoje, os criminosos criam páginas espelhadas, idênticas às das tiqueteiras oficiais, e as impulsionam em buscadores e redes sociais.

    Assim, quando alguém procura por “ingressos para show de Marisa Monte”, o link fraudulento pode aparecer antes do oficial, induzindo ao erro.

    A revenda de ingressos em grupos de fãs e redes sociais é outro terreno fértil para fraudes. A falsa sensação de comunidade e confiança leva muitos a negociarem diretamente com estranhos.

    O golpista envia fotos de documentos, supostos comprovantes de compra e cria uma narrativa convincente, mas após receber o pagamento via PIX, bloqueia o comprador e some.

    Os sinais de alerta que você não pode ignorar

    Identificar uma tentativa de golpe exige atenção aos detalhes.

    Canal de venda

    O primeiro e mais importante sinal é o canal de venda. Ingressos para grandes eventos são vendidos, quase que exclusivamente, por uma única empresa de bilhetagem oficial, indicada no site do artista e da produtora.

    Qualquer outro site ou perfil que se apresente como vendedor oficial deve ser visto com desconfiança.

    Preços abaixo do valor

    Preços muito abaixo do valor de mercado são outra bandeira vermelha. Descontos generosos ou ofertas do tipo “compre um, leve dois” para um show esgotado simplesmente não existem.

    É uma isca clássica para atrair vítimas que buscam uma oportunidade vantajosa. Lembre-se que a demanda alta eleva os preços, não o contrário.

    Sites falsos

    Observe atentamente a URL do site. Páginas falsas costumam usar endereços muito parecidos com os originais, trocando uma letra ou adicionando um termo, como “oficial” ou “ingressos”.

    Verifique sempre se o site possui o cadeado de segurança (protocolo HTTPS) ao lado do endereço.

    Além disso, procure por erros de português, imagens de baixa qualidade e seções incompletas, como “Termos de Uso” ou “Política de Privacidade”.

    Pagamento

    A forma de pagamento exigida também pode indicar uma fraude. Golpistas geralmente insistem em métodos que não permitem rastreio ou estorno, como PIX para contas de pessoas físicas ou transferências bancárias diretas.

    Plataformas oficiais sempre oferecem opções seguras, como cartão de crédito, que possui mecanismos de proteção ao consumidor.

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    Guia definitivo para comprar seu ingresso com segurança

    Para evitar dores de cabeça e garantir sua presença no show, seguir um processo de verificação rigoroso é fundamental.

    Adotar algumas práticas simples pode ser a diferença entre cantar junto com seu artista favorito e perder seu dinheiro.

    Veja o passo a passo para uma compra totalmente segura:

    • Vá direto à fonte oficial
      A primeira atitude deve ser sempre visitar o site oficial do artista, da banda ou da produtora do evento. Lá, você encontrará o link direto para a única plataforma autorizada a vender os ingressos. Nunca comece sua busca em sites de pesquisa ou clicando em links patrocinados.
    • Analise a página de vendas com cuidado
      Mesmo ao ser direcionado para a tiqueteira, verifique a URL. Golpistas podem clonar a página inicial e alterar apenas a página de pagamento. Confira se o domínio está correto e se o ambiente de compra é seguro (HTTPS).
    • Desconfie de vendedores em redes sociais
      Evite comprar ingressos de pessoas físicas em grupos de WhatsApp, Facebook ou Instagram. A chance de ser um golpe é altíssima. Se o ingresso estiver esgotado, é mais seguro aguardar uma possível liberação de novos lotes ou não ir ao show do que arriscar seu dinheiro.
    • Prefira pagar com cartão de crédito
      O cartão de crédito é o método de pagamento mais seguro para compras online. Em caso de fraude, você pode acionar a operadora e solicitar o estorno do valor (chargeback), algo que não é possível com transferências via PIX para pessoas físicas.
    • Ignore a pressão para fechar negócio
      Golpistas costumam criar um senso de urgência, dizendo que “outra pessoa está interessada” ou que é a “última unidade”. Não caia nessa pressão. Uma compra segura permite que você analise todas as informações com calma.
    • Cuidado com a revenda
      Se precisar comprar um ingresso de revenda, utilize plataformas conhecidas que fazem a intermediação e garantem a autenticidade do bilhete e a devolução do dinheiro caso haja algum problema. Pesquise a reputação dessas plataformas antes de usar.
    • Guarde todos os comprovantes
      Após a compra, salve o e-mail de confirmação, o comprovante de pagamento e tire prints de todas as etapas da transação. Esses documentos são essenciais caso você precise comprovar a compra ou denunciar uma fraude.

  • O que faz a Guarda Municipal de Belo Horizonte?

    O que faz a Guarda Municipal de Belo Horizonte?

    A recente discussão sobre a permanência da Guarda Municipal nos centros de saúde de Belo Horizonte trouxe à tona um debate maior, que muitas vezes passa despercebido no cotidiano da cidade.

    A possibilidade de retirada dos agentes desses locais gerou insegurança e ameaças de paralisação, revelando a importância que esses profissionais têm para a segurança de servidores e usuários do sistema público.

    Para muitos moradores, a imagem do guarda municipal está diretamente ligada à vigilância de prédios públicos, como escolas, parques e as próprias unidades de saúde.

    Embora essa seja uma de suas atribuições fundamentais, o trabalho da corporação se estende por áreas diversas e especializadas, impactando diretamente a rotina e a segurança de quem vive, trabalha ou transita pela capital mineira.

    Atuação integrada no trânsito e em grandes eventos

    Uma das frentes mais visíveis da Guarda Municipal, além da proteção patrimonial, é o apoio à gestão do trânsito. Em parceria com a BHTrans, os agentes atuam no controle do fluxo de veículos, na orientação de motoristas e pedestres e na garantia da segurança viária, especialmente durante grandes eventos, como jogos de futebol, shows e o Carnaval.

    Essa presença é estratégica para organizar o tráfego em situações atípicas, que exigem desvios e interdições de vias. A atuação dos guardas permite que os agentes de trânsito se concentrem em questões mais técnicas, enquanto a corporação municipal cuida da segurança geral do perímetro, prevenindo conflitos e garantindo a fluidez necessária para evitar congestionamentos maiores.

    Além disso, em casos de acidentes ou ocorrências que bloqueiam ruas e avenidas, a Guarda Municipal é frequentemente uma das primeiras a chegar ao local.

    Seu papel é isolar a área, proteger os envolvidos e orientar o trânsito até a chegada das equipes especializadas, como o SAMU ou a Polícia Militar, otimizando o tempo de resposta e minimizando os riscos para todos.

    Grupos especializados para demandas específicas

    A complexidade de uma metrópole como Belo Horizonte exige respostas de segurança cada vez mais segmentadas. Ciente disso, a Guarda Municipal estruturou grupamentos especializados para atender a demandas que vão muito além da patrulha convencional.

    Cada um deles possui treinamento específico e foco em problemas pontuais da cidade.

    Um dos exemplos mais importantes é a Patrulha Guardiã Maria da Penha. Criada para fiscalizar o cumprimento de medidas protetivas de urgência, essa equipe realiza visitas periódicas a mulheres em situação de violência doméstica.

    O objetivo é verificar se o agressor está mantendo a distância determinada pela Justiça e oferecer um canal direto de apoio e segurança para a vítima, fortalecendo a rede de proteção feminina.

    Outra frente de atuação é a Patrulha Escolar. Esse grupamento não se limita a fazer a segurança na porta das escolas municipais.

    Os agentes desenvolvem um trabalho preventivo, com rondas no entorno das unidades de ensino, mediação de conflitos entre alunos e ações educativas sobre temas como bullying e drogas, buscando criar um ambiente mais seguro para toda a comunidade escolar.

    Proteção ao meio ambiente e ao patrimônio cultural

    A responsabilidade da Guarda Municipal também abrange a preservação dos recursos naturais e do patrimônio histórico de Belo Horizonte.

    A Patrulha Ambiental é responsável por fiscalizar áreas de preservação, combater o descarte irregular de lixo e entulho em locais proibidos e atuar no resgate de animais silvestres encontrados em áreas urbanas.

    Essa equipe trabalha em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e outros órgãos fiscalizadores.

    Seja coibindo a poluição de um córrego ou resgatando um mico que apareceu em um quintal, a atuação desses agentes é fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico na cidade.

    Da mesma forma, a corporação zela pelos bens culturais. Monumentos, praças históricas e edifícios tombados recebem atenção especial das equipes de patrulhamento.

    A presença da guarda nesses locais ajuda a inibir atos de vandalismo e depredação, garantindo que o patrimônio que conta a história da cidade seja preservado para as futuras gerações.

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    A base legal para essa amplitude de funções está no Estatuto Geral das Guardas Municipais, lei federal sancionada em 2014.

    A legislação consolidou o poder de polícia administrativa da corporação, permitindo que os agentes atuem na proteção da população, no patrulhamento preventivo e na colaboração com os demais órgãos de segurança pública.

  • Palcos históricos de BH: conheça as grandes casas de show da capital

    Palcos históricos de BH: conheça as grandes casas de show da capital

    A notícia de uma nova turnê de Marisa Monte, acompanhada por uma orquestra, rapidamente movimentou o público em Belo Horizonte. A corrida por ingressos reflete não apenas o prestígio da artista, mas também o desejo de vivenciar a música em palcos que, por si só, já contam uma parte importante da história cultural da cidade.

    Afinal, grandes espetáculos pedem grandes teatros, e a capital mineira tem uma tradição consolidada em receber artistas de renome em espaços icônicos.

    Esses locais não são apenas estruturas de concreto e assentos. São testemunhas de aplausos, de momentos que marcaram gerações e de noites inesquecíveis.

    De Milton Nascimento a companhias de balé internacionais, passando por festivais de teatro e shows de rock, as grandes casas de espetáculo de BH se tornaram parte da identidade da metrópole.

    Conheça a trajetória de cada uma:

    Palácio das Artes: o coração cultural da cidade

    Inaugurado em 1971, o complexo cultural da Fundação Clóvis Salgado, popularmente conhecido como Palácio das Artes, é um marco arquitetônico e um dos principais equipamentos culturais da América Latina.

    Projetado por Oscar Niemeyer, o espaço nasceu com a ambição de ser um centro integrado para todas as formas de expressão artística, desde a música erudita até as artes plásticas e cênicas.

    O Grande Teatro é a joia da coroa. Com capacidade para mais de 1.700 pessoas, sua acústica é reverenciada por músicos e técnicos de todo o mundo.

    Foi neste palco que o público mineiro assistiu a concertos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, a apresentações do Grupo Corpo e a shows de lendas da música brasileira e internacional.

    A estrutura foi pensada para oferecer uma experiência imersiva, onde cada detalhe, da poltrona ao desenho do teto, contribui para a magia do espetáculo.

    A sua localização privilegiada, ao lado do Parque Municipal, no coração de Belo Horizonte, o transforma em um ponto de encontro e um símbolo do acesso à cultura na capital.

    Minascentro: o gigante dos grandes eventos

    Quando a demanda é por um espaço de grande porte, versátil e central, o Minascentro se apresenta como a solução ideal. Inaugurado em 1984, o centro de convenções foi projetado para abrigar desde feiras e congressos de negócios até formaturas e, claro, shows de grande apelo popular.

    Sua estrutura modular permite a adaptação para diferentes formatos de eventos, o que o tornou um palco estratégico na cidade. O local passou por uma extensa reforma e foi reinaugurado em 2022, com instalações modernizadas e capacidade ampliada.

    O Grande Teatro, por exemplo, pode receber quase 2.000 espectadores, com infraestrutura de som e luz de última geração.

    Essa renovação o recolocou na rota de artistas que precisam de um espaço amplo, mas que não abrem mão do conforto e da qualidade técnica de um teatro.

    Ao longo de sua história, o Minascentro foi palco de momentos marcantes, incluindo shows de bandas de rock que arrastaram multidões e festivais que celebraram a diversidade da música brasileira.

    Sua reabertura foi um marco para o setor de eventos da cidade, que ganhou de volta um equipamento fundamental para a realização de grandes produções, impulsionando a economia e o turismo local.

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    Sesc Palladium: a arte que renasceu do cinema

    Onde antes funcionava um dos cinemas mais luxuosos de Belo Horizonte, o Cine Palladium, hoje pulsa um vibrante centro cultural.

    Inaugurado em 2011 após uma completa revitalização do antigo prédio, o Sesc Palladium trouxe de volta à vida um endereço nobre da cidade, na esquina das ruas Rio de Janeiro e Augusto de Lima. O projeto manteve a fachada histórica, mas criou um complexo moderno em seu interior.

    O Grande Teatro do Sesc Palladium, com cerca de 1.300 lugares, rapidamente se firmou como um dos palcos mais importantes de BH.

    Com uma pauta que mescla espetáculos de teatro, dança e música, o espaço se destaca pela programação eclética e pela qualidade de suas produções.

    Muitos artistas que buscam uma atmosfera mais intimista, mas com a grandiosidade de um teatro clássico, encontram ali o ambiente perfeito.

    Além do teatro principal, o complexo oferece um cinema, uma galeria de arte e um teatro de bolso, garantindo atividades culturais para todos os públicos.

    A transformação do antigo cinema em um centro cultural multifacetado é um exemplo de como o patrimônio histórico pode ser ressignificado para atender às novas demandas da cidade, mantendo viva a memória afetiva do lugar.

  • De Minas para o mundo: influenciadores que conquistaram milhões

    De Minas para o mundo: influenciadores que conquistaram milhões

    Minas Gerais se consolidou como um verdadeiro celeiro de personalidades da internet, que acumulam milhões de seguidores e transformam o sotaque e os costumes locais em conteúdo de alcance global.

    De estrelas do humor a empresárias do ramo da beleza, passando por chefs de cozinha e gamers, a lista de mineiros que conquistaram o Brasil e o mundo é extensa.

    Eles provam que, com autenticidade e um celular na mão, é possível construir impérios digitais diretamente de cidades como Belo Horizonte, Sete Lagoas ou Governador Valadares.

    Virginia Fonseca

    Embora tenha nascido nos Estados Unidos, foi em Governador Valadares que Virginia Fonseca cresceu e construiu as bases de seu império. Hoje, ela é uma das maiores influenciadoras e empresárias do Brasil, com números que impressionam.

    Seus perfis nas redes sociais somam dezenas de milhões de seguidores, que acompanham cada detalhe de sua rotina.

    O conteúdo de Virginia mistura a vida pessoal maternidade, dicas de beleza e o dia a dia de suas empresas.

    Gustavo Tubarão

    Gustavo Tubarão é a personificação do “mineirês” na internet. Natural de Cana Verde, no sul de Minas, ele conquistou o país com seus vídeos de humor que retratam de forma cômica o cotidiano e a cultura do interior do estado. O sotaque carregado, as gírias e os personagens que cria são sua marca registrada.

    Ele se tornou um fenômeno ao celebrar suas raízes, mostrando que a autenticidade gera uma conexão poderosa com a audiência. Além do humor, Tubarão também usa sua plataforma para falar abertamente sobre saúde mental, compartilhando sua própria experiência com a ansiedade e ajudando a quebrar tabus sobre o tema.

    Isaías

    Com uma capacidade impressionante de criar esquetes de humor a partir de situações banais, Isaías, de Sete Lagoas, se tornou um nome incontornável na comédia digital brasileira.

    Seus vídeos curtos, nos quais interpreta diferentes personagens, viralizam com facilidade por conta do alto nível de identificação que geram no público.

    Ele consegue transformar uma simples conversa de família ou uma situação de trabalho em um conteúdo hilário e compartilhável.

    Camila Loures

    Uma das pioneiras do YouTube no Brasil, Camila Loures é um exemplo de consistência e inovação. A belo-horizontina começou sua jornada na plataforma de vídeos há mais de dez anos e, desde então, não parou de crescer. É conhecida por seus desafios, vlogs e vídeos em família, que engajam uma audiência fiel e diversificada.

    Com uma produção constante e de alta qualidade, ela construiu uma das maiores comunidades de fãs do país. Camila também expandiu seus negócios para além da internet, com o lançamento de livros, músicas e produtos licenciados, consolidando-se como uma empreendedora de sucesso que soube se adaptar às mudanças do mercado digital.

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    Pablo Oazen

    A gastronomia mineira também tem seu representante de peso no mundo digital. O chef Pablo Oazen, natural de Juiz de Fora, ganhou notoriedade nacional ao vencer a segunda temporada do programa “MasterChef Profissionais”. Ele soube usar essa visibilidade para construir uma presença sólida e influente nas redes sociais.

    Ele ensina receitas complexas de forma descomplicada e divertida, aproximando a alta gastronomia do público geral. Seus vídeos são marcados pelo bom humor e pela didática, inspirando milhares de pessoas a se aventurarem na cozinha e a conhecerem mais sobre os sabores do Brasil e do mundo.

  • Famosos brasileiros que já serviram o exército, e você não faz ideia

    Famosos brasileiros que já serviram o exército, e você não faz ideia

    Muitos não imaginam que, antes de alcançarem o estrelato, diversas personalidades da TV, da música e dos esportes também passaram pelas Forças Armadas.

    As histórias, que vão desde paraquedistas a soldados que já eram campeões do mundo, revelam um lado pouco conhecido de figuras públicas que marcam gerações.

    Silvio Santos

    Um dos maiores comunicadores da história da televisão brasileira, Senor Abravanel, o Silvio Santos, serviu o Exército na Escola de Paraquedistas, no Rio de Janeiro.

    Sua passagem pelas Forças Armadas ocorreu no início da década de 1950, um período em que ele já buscava seu espaço como comunicador.

    A experiência como paraquedista era frequentemente lembrada pelo próprio apresentador como uma fase de grande aprendizado e disciplina.

    Durante o serviço militar, ele precisava conciliar a rotina do quartel com seu trabalho na Rádio Guanabara. O alistamento colocou à prova a agilidade e a capacidade de improviso, marcas de sua carreira.

    Para conseguir chegar a tempo ao trabalho após o expediente no quartel, Silvio Santos precisava ser um dos primeiros a saltar do caminhão que levava a tropa de volta à base.

    Pelé

    Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, já era uma estrela mundial quando se alistou. Em 1959, um ano após conquistar a Copa do Mundo na Suécia, o Rei do Futebol se apresentou ao 6º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado, em Santos. Ele ficou conhecido como o “Soldado 201”.

    Sua presença no quartel transformou a rotina do local. Mesmo sendo um campeão do mundo, Pelé participou de todas as atividades, desde faxinas a treinamentos de tiro.

    Famosos brasileiros que você não sabia que já serviram o exército
    Pelé, aos 18 anos, quando era recruta no 6º Grupo de Artilharia de Costa Motorizada, em Santos (Foto: reprodução)

    Ao mesmo tempo, ele continuava a defender o Santos e a Seleção Brasileira. Recebeu licenças especiais para participar de jogos importantes.

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    A passagem de Pelé pelas Forças Armadas foi usada como um exemplo de civismo e patriotismo. Ele disputou campeonatos militares e ajudou a equipe do Exército a conquistar títulos.

  • Vestibular seriado da UFMG: tudo sobre a nova forma de entrar na federal

    Vestibular seriado da UFMG: tudo sobre a nova forma de entrar na federal

    A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) inaugurou uma nova era em seu processo de seleção de estudantes. A instituição lançou seu aguardado vestibular seriado, uma modalidade de ingresso que distribui a avaliação ao longo dos três anos do ensino médio.

    As inscrições para a primeira etapa, destinada a alunos do 1º ano, já estão abertas, marcando o início de uma transição que culminará com a primeira turma ingressando por esse sistema em 2028.

    Essa nova forma de acesso à universidade surge como uma alternativa ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

    O objetivo é oferecer um caminho menos concentrado e que valorize o conhecimento construído gradualmente pelo estudante, diminuindo a pressão de uma prova única e decisiva ao final da jornada escolar.

    Como funciona o vestibular seriado?

    O processo é estruturado em três avaliações anuais e consecutivas. Ao final de cada série do ensino médio, o candidato inscrito realiza uma prova com conteúdo correspondente àquele período letivo.

    Dessa forma, quem está no 1º ano faz a prova referente aos temas estudados nesse ano, e assim por diante no 2º e 3º anos. A participação em todas as etapas é obrigatória para compor a nota final.

    A nota que definirá a classificação do candidato para o curso desejado será a soma do desempenho obtido nas três provas. A ideia é que o resultado reflita a trajetória do estudante, incentivando um ritmo de estudo contínuo e aprofundado.

    A primeira prova para os alunos do 1º ano está programada para o final do ano letivo de 2025, dando início ao ciclo que se completa em 2026.

    As provas serão compostas por questões objetivas de múltipla escolha, abrangendo as áreas de conhecimento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

    O edital detalha os componentes curriculares de cada etapa, permitindo que os estudantes se preparem de maneira focada e direcionada para o que realmente será cobrado a cada ano.

    Quem pode participar?

    Neste primeiro momento, o vestibular seriado da UFMG é voltado exclusivamente para estudantes que estão cursando o 1º ano do ensino médio em 2025.

    A inscrição para a primeira etapa é o passo inicial e indispensável para quem deseja concorrer a uma vaga por essa modalidade. Alunos que já estão no 2º ou 3º ano não poderão participar, pois o sistema exige a realização sequencial das três provas.

    A adesão é voluntária. O estudante que optar por não participar do processo seriado ainda poderá tentar o ingresso na UFMG por meio do Sisu, que continuará sendo a principal porta de entrada da universidade. A nova modalidade funciona como um caminho adicional, ampliando as oportunidades para os futuros universitários.

    As inscrições devem ser realizadas diretamente no portal da Copeve, a comissão responsável pelos vestibulares da UFMG.

    É fundamental que os interessados leiam o edital com atenção para conferir prazos, documentação necessária e os procedimentos para solicitação de isenção da taxa de inscrição, caso se enquadrem nos critérios.

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    Cálculo da nota e vagas

    A nota final do candidato será calculada a partir da pontuação acumulada nas três etapas. Cada prova anual terá um peso específico na composição do resultado, com a avaliação do 3º ano tendo maior relevância.

    Essa ponderação visa valorizar a maturidade e o conhecimento consolidado do estudante na fase final do ensino médio.

    A UFMG destinará um percentual de suas vagas para o processo seriado a partir do ingresso de 2028. A quantidade exata de vagas por curso ainda será definida e divulgada nos editais futuros, mas a universidade já sinalizou que a implementação será gradual.

    A escolha do curso só acontecerá no terceiro e último ano do processo, quando o candidato consolidar sua nota final.

    A política de cotas também será aplicada ao vestibular seriado, garantindo a reserva de vagas para candidatos de escolas públicas, de baixa renda, pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência.

    Os critérios seguirão a legislação federal e as normativas da própria universidade, promovendo a inclusão e a diversidade no acesso ao ensino superior público.

    Quais as vantagens do novo formato?

    A implementação do vestibular seriado traz uma série de benefícios tanto para os estudantes quanto para o processo seletivo. A principal vantagem é a diluição da pressão, que deixa de se concentrar em um único exame ao final de três anos de estudo.

    A avaliação contínua permite um diagnóstico mais fiel do aprendizado do aluno.

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    Outros pontos positivos do modelo incluem:

    • Conteúdo contextualizado: As provas cobram apenas o que foi visto no ano corrente, facilitando a preparação e evitando o acúmulo de matérias.
    • Estímulo ao estudo constante: O formato incentiva o aluno a manter uma rotina de dedicação desde o primeiro ano, combatendo a ideia de que a preparação começa apenas no “terceirão”.
    • Menor peso do fator emocional: Um dia ruim ou um problema de saúde no dia da prova única pode comprometer anos de esforço. No modelo seriado, um desempenho abaixo do esperado em uma etapa pode ser compensado nas seguintes.
    • Aproximação com a universidade: O processo cria um vínculo precoce entre o estudante do ensino médio e a UFMG, familiarizando-o com os processos seletivos da instituição.

  • Cidades brasileiras onde o ônibus já é de graça; veja a lista

    Cidades brasileiras onde o ônibus já é de graça; veja a lista

    Enquanto Belo Horizonte e outras grandes capitais debatem a viabilidade da “Tarifa Zero”, a gratuidade no transporte público já é uma realidade para milhões de brasileiros em cerca de 100 cidades do país.

    A medida, que elimina a cobrança de passagem nos ônibus municipais, deixa de ser uma proposta para se tornar uma política pública consolidada em municípios de diferentes portes e perfis econômicos.

    Dessa maneira, o modelo se apresenta como uma ferramenta de inclusão social, desenvolvimento econômico e planejamento urbano.

    A iniciativa permite que os cidadãos acessem com mais facilidade serviços de saúde, educação, oportunidades de trabalho e lazer e movimenta a economia local ao reduzir a dependência do transporte individual motorizado.

    Como funciona a Tarifa Zero na prática?

    A pergunta mais comum sobre a gratuidade é: quem paga a conta? O custo do serviço não desaparece, apenas muda de mãos. Em vez de ser financiado diretamente pelo passageiro no momento do embarque, toda a sociedade custeia o serviço, por meio do orçamento municipal.

    Os modelos de financiamento variam. Algumas prefeituras utilizam recursos de fundos específicos, como os de desenvolvimento urbano, enquanto outras realocam verbas de impostos, o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o ISS (Imposto Sobre Serviços), por exemplo.

    A ideia central é tratar o transporte como um serviço essencial, assim como a saúde e a educação, cujo acesso não deve ser limitado pela capacidade de pagamento do indivíduo.

    Leia: Tarifa Zero em BH aumentaria folha salarial em menos de 1%, diz estudo

    Para que funcione, a implementação exige um planejamento detalhado da prefeitura. É preciso calcular o custo total da operação, incluindo manutenção da frota, combustível e salários dos funcionários, para então definir a fonte de receita que cobrirá essa despesa de forma sustentável ao longo do tempo.

    Quais os impactos da gratuidade no transporte?

    Os resultados observados nas cidades que adotaram a Tarifa Zero são significativos e se manifestam em diversas áreas. Por exemplo, o primeiro e mais imediato é o aumento expressivo no número de passageiros, o que indica uma demanda reprimida pelo serviço, antes limitada pelo custo da passagem.

    Os principais benefícios relatados pelos municípios são:

    • Estímulo à economia local: com mais dinheiro no bolso, os moradores tendem a consumir mais no comércio da cidade. A facilidade de deslocamento também incentiva as pessoas a frequentarem diferentes regiões, distribuindo a atividade econômica.
    • Inclusão social: a gratuidade garante o direito de ir e vir ao permitir que a população de baixa renda o acesso a empregos, serviços públicos e eventos culturais que antes eram inviáveis.
    • Redução do trânsito e da poluição: ao tornar o transporte coletivo mais atraente, a medida incentiva motoristas a deixarem seus veículos em casa. Isso resulta em menos congestionamentos e acidentes e melhoria na qualidade do ar.

    Contudo, a implementação também apresenta desafios. O principal é a sustentabilidade financeira a longo prazo, que exige uma gestão fiscal responsável por parte do poder público.

    Além disso, outro ponto de atenção é a necessidade de adequar a frota e a frequência das linhas para atender ao aumento da demanda. Isso para garantir que a qualidade do serviço não seja comprometida.

    Cidades brasileiras com transporte público gratuito

    O mapa da Tarifa Zero no Brasil é diversificado e inclui desde pequenos municípios até cidades de médio porte com economias robustas.

    A lista cresce a cada ano, o que mostra como o modelo é adaptável a diferentes realidades locais. A cidade de São Caetano do Sul (SP), com mais de 160 mil habitantes, se tornou em 2023 o maior município do país a oferecer o benefício, em termos populacionais.

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    Confira algumas cidades que já implementaram a “Tarifa Zero”:

    • Maricá (RJ): pioneira entre as cidades de porte médio, oferece os famosos “vermelhinhos” desde 2014, com uma frota operada pela própria prefeitura.
    • São Caetano do Sul (SP): é o maior e mais recente exemplo de sucesso, com a gratuidade implementada para todos os passageiros por meio de um cartão específico.
    • Caucaia (CE): na região metropolitana de Fortaleza, adotou o programa “Bora de Graça”, se tornando uma das maiores cidades do Nordeste com o benefício.
    • Vargem Grande Paulista (SP): adotou a Tarifa Zero em 2019 e se tornou um caso de referência ao registrar forte aumento no uso do transporte coletivo e aquecimento do comércio.
    • Ibirité (MG): na região metropolitana de Belo Horizonte, o programa “Tarifa Zero, Ibirité” começou a operar em 2023, servindo de exemplo prático para a capital.

    Leia também: Como Ibirité conseguiu zerar o preço da passagem de ônibus

    E mais: Tarifa zero de ônibus em Ibirité aumenta demanda e reclamações

    • Paranaguá (PR): importante cidade portuária, também implementou a gratuidade total, facilitando o deslocamento de trabalhadores e moradores.
  • Alistamento militar: 5 carreiras que você pode seguir nas Forças Armadas

    Alistamento militar: 5 carreiras que você pode seguir nas Forças Armadas

    Para muitos, o que começa como uma obrigação cívica pode se transformar em uma carreira sólida e respeitada, com estabilidade e oportunidades de desenvolvimento profissional que vão muito além do treinamento básico de combate. As Forças Armadas, compostas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, oferecem um leque de possibilidades.

    A vida militar abrange setores como saúde, tecnologia e engenharia. Cada uma delas possui requisitos próprios, com processos seletivos que avaliam desde o condicionamento físico até a capacidade intelectual dos candidatos.

    Transformar o alistamento em um projeto de vida é uma decisão que exige preparo e conhecimento sobre as áreas de atuação disponíveis. Seguir uma carreira militar significa ingressar por meio de concursos públicos e escolas de formação específicas, um caminho diferente do serviço inicial obrigatório.

    5 carreiras que você pode seguir nas Forças Armadas

    1. Área da saúde

    Profissionais de saúde são essenciais para o bem-estar da tropa e para missões humanitárias. As Forças Armadas mantêm hospitais, clínicas e postos médicos em todo o território nacional, além de participarem de operações de ajuda em catástrofes naturais e em missões de paz internacionais.

    A demanda por médicos, dentistas, farmacêuticos, enfermeiros e veterinários é constante.

    O ingresso para quem já possui diploma de nível superior ocorre por meio de concursos públicos específicos para cada área. Após a aprovação, o profissional passa por um curso de adaptação militar e se torna oficial, combinando sua especialidade técnica com as responsabilidades e a hierarquia da vida na caserna.

    É uma oportunidade de exercer a profissão com estabilidade e um propósito de servir ao país.

    2. Engenharia militar

    A engenharia é um dos pilares das Forças Armadas, responsável por projetos de infraestrutura que beneficiam tanto o setor de defesa quanto a sociedade civil.

    Engenheiros militares atuam na construção de estradas, pontes, ferrovias, aeroportos e barragens, especialmente em regiões remotas e de difícil acesso no Brasil.

    Para seguir essa carreira, os principais caminhos são o Instituto Militar de Engenharia (IME), no Exército, e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), na Aeronáutica.

    Ambos são conhecidos por seus vestibulares concorridos e pela excelência acadêmica. O profissional formado nessas instituições desenvolve projetos estratégicos, desde a criação de sistemas de defesa até a cooperação em grandes obras de desenvolvimento nacional.

    3. Tecnologia da Informação e Comunicações

    Em um mundo cada vez mais conectado, a segurança da informação é uma prioridade. As Forças Armadas investem pesado em tecnologia para proteger suas redes, desenvolver sistemas de comunicação e atuar no campo da guerra cibernética.

    Profissionais de TI são cruciais para garantir a soberania digital e a eficiência das operações militares.

    Especialistas em análise de sistemas, segurança de redes e desenvolvimento de software encontram um campo fértil para aplicar seus conhecimentos. O trabalho envolve desde a proteção de dados sigilosos até a criação de tecnologias para comunicação em campo.

    O ingresso pode ocorrer por concursos para oficiais com formação na área ou por meio de escolas de formação que oferecem especialização em comunicações.

    As Forças Armadas, compostas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, oferecem um leque de possibilidades (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

    4. Logística e Suprimentos

    Nenhuma operação militar funciona sem uma logística eficiente. Essa área é o cérebro que planeja e executa o transporte de tropas, equipamentos, armamentos, alimentos e medicamentos. O profissional de logística garante que tudo esteja no lugar certo e na hora certa, seja em um treinamento de rotina ou em uma missão real.

    A carreira logística envolve a gestão de estoques, o planejamento de rotas de transporte (terrestre, aéreo e marítimo) e a manutenção de frotas e materiais.

    É uma área estratégica que exige grande capacidade de organização e planejamento. As escolas de formação de oficiais e sargentos oferecem cursos específicos para quem deseja atuar nesse setor fundamental para o sucesso de qualquer missão.

    5. Aviação Militar

    A carreira de aviador militar é uma das mais desejadas e representa o ápice da tecnologia e da precisão nas Forças Armadas. Atuando na Força Aérea, na Marinha ou no Exército, os pilotos são responsáveis por missões de defesa do espaço aéreo, patrulha de fronteiras, transporte de tropas e equipamentos, além de operações de busca e salvamento.

    O principal caminho para se tornar piloto é a Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), que forma oficiais aviadores. Além dos pilotos, a aviação militar necessita de uma equipe de apoio altamente qualificada, incluindo controladores de tráfego aéreo e mecânicos de aeronaves, com formação em escolas específicas.

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    A carreira exige dedicação, estudo contínuo e paixão por desafios complexos e dinâmicos.