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  • 5 cachoeiras na Serra do Cipó com acesso fácil para ir com a família

    5 cachoeiras na Serra do Cipó com acesso fácil para ir com a família

    A Serra do Cipó, em Minas Gerais, é um convite à aventura, com suas paisagens de tirar o fôlego e trilhas desafiadoras. Mas, nem todo passeio precisa terminar com as pernas cansadas e o corpo exausto, principalmente quando a ideia é criar memórias inesquecíveis com as crianças. A região esconde tesouros naturais que exigem pouco esforço para serem alcançados.

    Explorar a natureza em família é possível e pode ser muito confortável. Pensando nisso, selecionamos cinco cachoeiras com acesso simples, ideais para um dia de diversão com segurança. São opções que combinam a beleza exuberante do Cerrado com a praticidade de trilhas curtas e bem sinalizadas, perfeitas para todas as idades.

    Cachoeira Grande

    A Cachoeira Grande é talvez o cartão-postal mais famoso da Serra do Cipó quando o assunto é facilidade. O nome entrega sua principal característica: uma queda d’água imponente com mais de 10 metros de altura, que forma um poço gigante, ideal para nadar e relaxar. É o cenário perfeito para um dia inteiro de diversão em família.

    O acesso é feito por uma trilha de menos de 1.500 metros, totalmente plana e bem cuidada, que pode ser percorrida em cerca de 15 minutos de caminhada leve. A infraestrutura do local conta com estacionamento, banheiros e um bar, que serve bebidas e petiscos, garantindo conforto e conveniência. Por sua popularidade, a dica é chegar cedo, especialmente aos finais de semana, para aproveitar o espaço com mais tranquilidade.

    Cachoeira Véu da Noiva

    Com um nome poético e uma beleza que faz jus a ele, a Cachoeira Véu da Noiva é outra opção excelente para quem busca um programa leve. Sua queda d’água desliza suavemente sobre as rochas, formando uma cortina delicada que convida para um banho refrescante. O poço principal não é muito fundo, e há diversas áreas rasas ao redor, seguras para as crianças brincarem.

    A grande vantagem está na localização. A cachoeira fica a poucos metros da estrada principal, a MG-010, e a caminhada para chegar até ela dura menos de cinco minutos. A estrutura de apoio inclui um restaurante próximo, o que facilita o planejamento de um almoço em família após o mergulho. É a combinação ideal de natureza acessível e comodidade.

    Cachoeira do Tomé

    Localizada dentro de uma propriedade particular, a Cachoeira do Tomé oferece um ambiente organizado e seguro para os visitantes. A queda d’água é charmosa e forma um poço de águas cristalinas, cercado por uma pequena praia de areia. É um espaço perfeito para estender uma canga, relaxar ao sol e ver as crianças se divertindo na água.

    O trajeto da portaria até a cachoeira é curto e sem obstáculos e pode ser feito com tranquilidade por pessoas de todas as idades. A propriedade costuma ter um bom controle do número de visitantes, o que evita a superlotação e torna a experiência mais agradável. A sensação de exclusividade e o contato direto com a natureza preservada são os pontos altos do passeio.

    Cachoeira Serra Morena

    Para quem busca um passeio com mais estrutura, o complexo da Cachoeira Serra Morena é a escolha certa. Situada em uma propriedade privada, a atração principal é uma bela cachoeira com um poço de bom tamanho para nado. Além dela, o local oferece piscinas naturais, áreas gramadas para piquenique e uma lanchonete.

    O acesso à cachoeira principal é feito por uma trilha curta e de nível fácil, com degraus em alguns trechos para facilitar a descida. Por oferecer um conjunto de atrações, o lugar funciona como um clube de campo em meio à natureza, onde a família pode passar o dia todo sem se preocupar. É uma opção que agrada tanto quem quer um mergulho na cachoeira quanto quem prefere o conforto de uma piscina.

    Cachoeira do Lajeado

    A Cachoeira do Lajeado se destaca por sua formação rochosa única. Em vez de uma única queda alta, ela é composta por uma sequência de pequenas quedas e corredeiras que deslizam sobre uma imensa laje de pedra, criando diversos poços e piscinas naturais ao longo do percurso. Essa característica a torna especialmente divertida e segura para as crianças.

    Os pequenos podem explorar os diferentes poços rasos, escorregar nas pedras lisas e se refrescar sem os perigos de uma cachoeira com correnteza forte. A trilha para chegar é bem demarcada e curta, e a paisagem ao redor, com paredões rochosos e vegetação nativa, completa a experiência. É um verdadeiro parque aquático natural, ideal para um dia de exploração e brincadeiras em família.

  • Semana de 4 dias pelo mundo: como outros países adotaram o modelo

    Semana de 4 dias pelo mundo: como outros países adotaram o modelo

    A ideia de um fim de semana de três dias deixou de ser um sonho distante para se tornar uma realidade testada e aprovada em diversos cantos do planeta. Empresas e governos estão descobrindo que trabalhar menos horas pode, na verdade, significar maior produtividade, mais lucro e, principalmente, funcionários mais saudáveis e satisfeitos.

    O modelo mais comum, conhecido como 100-80-100, propõe o pagamento de 100% do salário por 80% do tempo de trabalho, em troca da manutenção de 100% da produtividade. Países com culturas e economias distintas, do Japão à Islândia, mergulharam nessa experiência, gerando dados valiosos sobre como o futuro do trabalho pode ser redesenhado para beneficiar a todos.

    O maior teste do mundo no Reino Unido

    Talvez o experimento mais famoso tenha ocorrido no Reino Unido. Em 2022, mais de 60 empresas e cerca de 3.000 funcionários participaram de um programa piloto de seis meses. Os resultados foram tão positivos que a grande maioria das companhias decidiu tornar a jornada de quatro dias permanente.

    Leia: As consequências inesperadas da semana de trabalho de 4 dias

    Durante o teste, as empresas relataram um aumento médio na receita, mesmo com um dia a menos de operação. A produtividade se manteve estável ou melhorou, e os benefícios para os colaboradores foram notáveis. Houve uma queda expressiva nos níveis de estresse e esgotamento, o famoso burnout. Além disso, as demissões voluntárias diminuíram, mostrando que o modelo também é uma poderosa ferramenta de retenção de talentos.

    As companhias participantes ajustaram suas rotinas para otimizar o tempo. Reuniões se tornaram mais curtas e focadas, a comunicação interna foi aprimorada e processos desnecessários foram eliminados. O foco mudou de “cumprir horas” para “entregar resultados”, uma mudança de mentalidade que se provou eficaz.

    Islândia: o pioneirismo no setor público

    A Islândia foi uma das pioneiras na exploração da semana de trabalho reduzida em larga escala. Entre 2015 e 2019, o país conduziu dois grandes testes envolvendo mais de 2.500 trabalhadores do setor público, o que representa cerca de 1% de toda a sua população ativa. Os participantes passaram a trabalhar entre 35 e 36 horas semanais sem redução salarial.

    Os pesquisadores que acompanharam o projeto, da Autonomy do Reino Unido e da Association for Sustainable Democracy (Alda) da Islândia, classificaram a iniciativa como um sucesso surpreendente. A produtividade foi mantida ou até melhorou na maioria dos locais de trabalho. Os funcionários relataram sentir menos estresse e um equilíbrio muito melhor entre a vida profissional e pessoal.

    O impacto foi tão grande que, após a divulgação dos resultados, os sindicatos islandeses renegociaram os contratos de trabalho em todo o país. Hoje, uma parcela significativa da força de trabalho da Islândia já tem o direito a uma jornada reduzida ou pode optar por ela, consolidando a mudança em nível nacional.

    Japão e a luta contra o excesso de trabalho

    No Japão, a discussão sobre a semana de quatro dias surge de um problema cultural profundo: o excesso de trabalho, que tem até um nome próprio, “karoshi”, para definir a morte por esgotamento profissional. O governo japonês tem incentivado as empresas a oferecerem mais flexibilidade para combater essa crise de saúde pública e estimular o consumo.

    Um dos casos mais emblemáticos foi o da Microsoft Japão, que em 2019 testou a jornada reduzida por um mês. O resultado foi um salto de quase 40% na produtividade, medido pelas vendas por funcionário. A empresa também observou uma redução nos custos, com menos eletricidade consumida e menos páginas impressas.

    A experiência mostrou que, mesmo em uma cultura de trabalho intensa, é possível reorganizar os processos para alcançar mais eficiência em menos tempo. A iniciativa japonesa busca não apenas melhorar o bem-estar dos trabalhadores, mas também dar um novo fôlego à economia, permitindo que as pessoas tenham mais tempo para gastar, viajar e cuidar da família.

    Outros exemplos pelo globo

    A onda da jornada reduzida se espalhou por diferentes continentes, cada um com sua própria abordagem. Cada país adapta o modelo à sua realidade, mostrando a versatilidade do conceito.

    • Bélgica: O país legalizou o direito dos trabalhadores de solicitar a compactação da sua semana de trabalho em quatro dias. No entanto, o modelo belga não reduz o total de horas; o funcionário trabalha as mesmas 40 horas, mas em dias mais longos. A medida oferece flexibilidade, mas não necessariamente menos trabalho.
    • Espanha: O governo espanhol lançou um projeto piloto para incentivar pequenas e médias empresas a testarem a semana de 32 horas sem corte de salário. O programa oferece ajuda financeira para cobrir os custos iniciais da transição, como a contratação de mais pessoal ou investimentos em tecnologia.
    • Nova Zelândia e Austrália: Nesses países, a adoção tem sido liderada por empresas do setor privado. A Unilever, por exemplo, implementou testes bem-sucedidos em suas filiais locais, relatando alto engajamento dos funcionários e manutenção dos objetivos de negócio, o que levou à expansão do programa para outras unidades.

    Desafios e o que ainda precisa ser ajustado

    Apesar dos resultados promissores, a implementação da semana de quatro dias não é isenta de desafios. A principal barreira é a mudança cultural. Muitas empresas ainda medem a produtividade pelo tempo que o funcionário passa no escritório, e não pelos resultados que ele entrega. Superar essa visão é o primeiro passo.

    Outro ponto de atenção é o risco de intensificar o trabalho. Sem uma reorganização adequada dos processos, a jornada reduzida pode simplesmente significar espremer cinco dias de tarefas e estresse em quatro. A chave para o sucesso é trabalhar de forma mais inteligente, eliminando tarefas de baixo valor e otimizando a colaboração.

    Setores que dependem de presença contínua, como saúde, varejo e manufatura, enfrentam obstáculos logísticos maiores para a adaptação. As soluções nesses casos podem envolver a contratação de mais pessoal ou a criação de escalas mais complexas, exigindo um planejamento cuidadoso.

    Entenda a semana de 4 dias de trabalho

    O que é a semana de quatro dias?

    A semana de trabalho de quatro dias é uma jornada de trabalho reduzida. O modelo, adotado por empresas e países, permite que os funcionários trabalhem quatro dias por semana. A carga horária semanal é reduzida, mas o salário e os benefícios são mantidos.

    Por que a jornada de quatro dias tem ganhado popularidade?

    A jornada de quatro dias tem ganhado popularidade devido aos seus resultados positivos. Os testes-piloto mostram aumento da produtividade e bem-estar dos funcionários. A redução do estresse e do esgotamento profissional também são pontos positivos.

    Em quais países a jornada de quatro dias foi adotada com sucesso?

    A jornada de quatro dias foi adotada com sucesso em países como a Islândia. A experiência mostrou que a produtividade se manteve. Outros países como Reino Unido, Espanha, Bélgica e Portugal também realizaram testes-piloto. Os resultados foram positivos.

    Quais são os principais desafios da implementação?

    Os principais desafios são a adaptação em setores que precisam de presença constante, como o de saúde. A resistência cultural em países com longas jornadas de trabalho também é um desafio. O modelo “100-80-100” tem sido um ponto importante para o sucesso.

    A produtividade aumenta com a semana de 4 dias?

    Os testes mostram que a produtividade se mantém ou aumenta com a semana de 4 dias. A Microsoft Japão, por exemplo, teve um aumento de 40% na produtividade. A regra “100-80-100” mostra que 100% da produtividade é possível com 80% do tempo.

  • O que previa o plano de governo de Tancredo que nunca foi aplicado

    O que previa o plano de governo de Tancredo que nunca foi aplicado

    A eleição de Tancredo Neves em 1985 marcou o fim de duas décadas de regime militar e o início da Nova República. Contudo, sua morte antes da posse deixou um vácuo e um plano de governo que nunca saiu do papel. O projeto, elaborado para guiar a transição democrática, continha propostas detalhadas para estabilizar a economia, combater a desigualdade social e reinserir o Brasil no cenário internacional.

    O Brasil daquela época enfrentava uma crise profunda, com a inflação anual superando os 200% e uma dívida externa gigantesca. O plano de Tancredo, concebido por uma equipe de notáveis economistas, propunha uma abordagem gradual e negociada, diferente das terapias de choque que se tornariam comuns na América Latina. A ideia central era construir um “pacto social” para guiar o país na delicada transição.

    Um choque negociado contra a inflação

    O principal desafio do novo governo seria a economia. A proposta de Tancredo se distanciava de congelamentos abruptos de preços e salários. O caminho escolhido era o do diálogo. O plano previa a criação de um pacto envolvendo governo, empresários e trabalhadores para controlar a escalada inflacionária de forma coordenada.

    Leia: Aécio Neves: ‘Tancredo estaria indignado com o que acontece no Brasil’

    A estratégia passava por um controle rígido dos gastos públicos, com cortes em despesas consideradas não essenciais e a renegociação da dívida externa. O objetivo era restaurar a credibilidade fiscal do país sem paralisar os investimentos em áreas prioritárias. A reforma tributária também estava no radar, visando tornar o sistema mais justo e eficiente na arrecadação.

    Diferente do Plano Cruzado, implementado um ano depois por seu sucessor, José Sarney, o projeto de Tancredo não apostava em medidas de impacto imediato. Acreditava-se que a confiança gerada pelo pacto social seria suficiente para reverter as expectativas negativas e iniciar um ciclo de estabilização duradoura, evitando o desabastecimento e as distorções que marcaram os planos posteriores.

    A prioridade era o social

    O lema da campanha, que prometia “um prato de comida para cada brasileiro”, refletia a urgência da agenda social. O plano de governo detalhava um programa emergencial para combater a fome e a miséria, com distribuição de alimentos e a criação de uma rede de proteção para as populações mais vulneráveis. A meta era garantir segurança alimentar em um país marcado por profundas desigualdades.

    Leia: ‘Não havia risco de morte’, diz pesquisador sobre diagnóstico de doença de Tancredo Neves

    A saúde e a educação também recebiam atenção especial. O projeto previa o fortalecimento do sistema público de saúde, que mais tarde daria origem ao Sistema Único de Saúde (SUS). Na educação, a meta era universalizar o acesso ao ensino fundamental e iniciar um programa de erradicação do analfabetismo, considerado um obstáculo ao desenvolvimento e à cidadania plena.

    Outro pilar do plano era a reforma agrária. O tema, sempre sensível, seria enfrentado com um programa de distribuição de terras improdutivas. A proposta buscava resolver conflitos no campo e fixar o homem na terra, estimulando a pequena produção agrícola e a agricultura familiar. A ideia era promover justiça social e, ao mesmo tempo, aumentar a produção de alimentos para o mercado interno.

    Relações exteriores e a nova Constituição

    No campo político, a principal e mais urgente missão era a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. Tancredo entendia que a nova fase democrática precisava de uma nova base legal, uma Constituição que garantisse os direitos individuais e sociais, sepultando de vez o entulho autoritário deixado pelo regime militar. A nova Carta Magna seria o alicerce da Nova República.

    A política externa também passaria por uma reformulação completa. O plano previa uma diplomacia mais independente e pragmática. O Brasil buscaria se reaproximar de nações latino-americanas e restabelecer relações diplomáticas com países como Cuba, rompidas durante o regime militar. A ideia era que o país assumisse um papel de liderança regional, baseado na cooperação e no respeito à autodeterminação dos povos.

    Com a morte de Tancredo Neves, José Sarney assumiu a presidência. Embora tenha cumprido a promessa de convocar a Constituinte, que resultou na Constituição de 1988, a condução da economia seguiu um caminho muito diferente. O pacto social deu lugar a planos de choque, e a estabilização econômica só viria quase uma década depois.

  • A história da Avianca Brasil: o que levou ao fim da companhia aérea?

    A história da Avianca Brasil: o que levou ao fim da companhia aérea?

    Muitos brasileiros que buscam por passagens aéreas se deparam com o nome Avianca e imediatamente recordam da companhia que operou no país com aviões vermelhos e um serviço de bordo elogiado. No entanto, a Avianca que voa hoje para destinos internacionais é a empresa colombiana, enquanto a sua “irmã” brasileira, a Avianca Brasil, teve sua trajetória encerrada de forma abrupta em 2019, deixando um vácuo no mercado e muitas dúvidas.

    A história da Avianca Brasil é marcada por uma ascensão rápida, uma forte aposta na qualidade do serviço e uma crise financeira que a levou ao colapso. Entender os passos que levaram a esse desfecho é compreender um capítulo importante e turbulento da aviação comercial brasileira, uma narrativa que começou muito antes de o nome Avianca ser pintado em suas aeronaves.

    Leia: Fechamento da Avianca expõe alta taxa de mortalidade de companhias aéreas

    A origem da companhia remonta a 1998, mas com outro nome: OceanAir. Inicialmente, a empresa focava em voos de táxi aéreo para atender executivos e funcionários de empresas do setor de petróleo e gás na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A transição para voos comerciais regulares começou em 2002, com rotas que conectavam destinos como Rio de Janeiro, São Paulo, Macaé e Campos.

    A grande virada ocorreu quando o empresário Germán Efromovich, por meio do Synergy Group, adquiriu o controle tanto da colombiana Avianca quanto da brasileira OceanAir. A estratégia foi unificar a marca para fortalecer sua presença no continente. Em 2010, a OceanAir foi oficialmente rebatizada como Avianca Brasil, adotando a identidade visual e o padrão de serviço que a tornariam conhecida em todo o país.

    A estratégia de diferenciação e o crescimento

    Para competir em um mercado dominado por TAM e Gol, que focavam em operações de baixo custo, a Avianca Brasil escolheu um caminho diferente. A companhia investiu em uma proposta de valor centrada no conforto e na experiência do passageiro. Seus aviões ofereciam mais espaço entre as poltronas, um diferencial reconhecido com o selo A da ANAC, além de entretenimento individual e serviço de bordo gratuito.

    Essa abordagem cativou uma parcela do público que buscava mais qualidade sem necessariamente pagar o preço de uma classe executiva. A estratégia funcionou. A empresa expandiu sua malha aérea, modernizou a frota com aeronaves Airbus A320 e A330 e viu sua participação de mercado crescer consistentemente. Em 2015, um marco importante foi alcançado: a entrada na Star Alliance, a maior aliança de companhias aéreas do mundo, o que ampliou sua conectividade internacional.

    O auge da Avianca Brasil parecia sólido. A empresa era frequentemente premiada pela qualidade de seu atendimento e chegou a ser a quarta maior companhia aérea do país, transportando milhões de passageiros anualmente. O crescimento, no entanto, escondia uma estrutura financeira que se tornava cada vez mais frágil.

    A expansão acelerada custou caro. A aquisição de novas aeronaves foi financiada majoritariamente por meio de leasing, um tipo de aluguel de longo prazo. Essa modalidade gera dívidas em dólar, o que deixou a companhia vulnerável às flutuações do câmbio. Quando o real se desvalorizava, o custo de operação disparava, pressionando as margens de lucro.

    A turbulência que levou ao fim

    A crise econômica que atingiu o Brasil a partir de 2014 agravou a situação. A demanda por viagens aéreas diminuiu, enquanto os custos, como o querosene de aviação, também cotado em dólar, continuavam a subir. A competição acirrada impedia que a empresa repassasse esses aumentos para o preço das passagens, espremendo ainda mais suas finanças.

    Leia: Estrutura maquiavélica decretou fim da Avianca

    No final de 2018, a situação se tornou insustentável. Com dívidas acumuladas com arrendadores de aeronaves, aeroportos e fornecedores, a Avianca Brasil entrou com um pedido de recuperação judicial em dezembro daquele ano. O objetivo era renegociar os débitos e manter as operações em funcionamento enquanto buscava uma solução para a crise.

    O processo, porém, foi marcado por uma rápida deterioração. As empresas de leasing começaram a pedir na Justiça a reintegração de posse de suas aeronaves por falta de pagamento. A frota da Avianca Brasil foi diminuindo drasticamente, dia após dia. O resultado foi uma cascata de cancelamentos de voos, que deixou milhares de passageiros em terra e gerou o caos nos aeroportos.

    Um plano de reestruturação que previa leiloar seus ativos mais valiosos, os horários de pouso e decolagem (slots) nos aeroportos mais movimentados, como Congonhas e Guarulhos, não obteve sucesso. Disputas judiciais e a falta de interesse de outras companhias, que viam o processo com desconfiança, minaram a tentativa de salvar a empresa.

    Em 24 de maio de 2019, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) determinou a suspensão de todas as operações da Avianca Brasil por questões de segurança, uma vez que sua capacidade operacional estava comprometida. Foi o fim da linha para a companhia aérea que um dia foi sinônimo de conforto e bom serviço nos céus do Brasil.

    A falência, decretada oficialmente em 2020, encerrou a trajetória da empresa. A marca Avianca que continua a operar é a de sua matriz colombiana, que mantém voos para o Brasil, mas sem qualquer ligação operacional com a antiga aérea brasileira.

    Leia: Advogado usa IA ChatGPT em caso contra Avianca e enfrenta problemas

    A história da Avianca Brasil ilustra os enormes desafios do setor aéreo, onde uma estratégia de crescimento agressiva e a alta exposição ao dólar podem derrubar até mesmo as marcas mais queridas pelo público. A memória que fica é a de uma companhia que ousou ser diferente, mas que não conseguiu sustentar seu voo em meio a um cenário econômico adverso.

  • Atores que se transformaram para interpretar figuras polêmicas no cinema

    Atores que se transformaram para interpretar figuras polêmicas no cinema

    A história dos irmãos Menendez, condenados pelo assassinato dos próprios pais em 1989, voltará às telas em uma nova produção que já desperta curiosidade. O interesse do público se concentra não apenas na trama, mas na escolha dos atores Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch, que enfrentarão o desafio de dar vida a figuras reais envolvidas em um dos crimes mais midiatizados dos Estados Unidos.

    Essa expectativa em torno da caracterização dos atores não é um fenômeno novo em Hollywood. Pelo contrário, faz parte de uma longa tradição de transformações físicas radicais para interpretar personagens controversos. Atores e atrizes que se dispõem a mudar drasticamente a aparência para encarnar figuras polêmicas frequentemente encontram nesse processo um caminho para o reconhecimento crítico e grandes prêmios, mas também para um intenso escrutínio público.

    O trabalho vai muito além de maquiagem e figurino. Envolve meses de preparação, dietas rigorosas para ganhar ou perder peso, estudo de trejeitos e um mergulho profundo na psicologia de indivíduos que, muitas vezes, cometeram atos indefensáveis.

    A seguir, relembramos alguns dos casos mais marcantes de transformações no cinema.

    Charlize Theron como Aileen Wuornos em “Monster: Desejo Assassino”

    Uma das transformações mais icônicas da história do cinema foi a de Charlize Theron para viver a serial killer Aileen Wuornos. Para se afastar de sua imagem de glamour, a atriz sul-africana engordou cerca de 13 quilos e utilizou próteses dentárias que alteraram completamente seu rosto. A maquiagem foi aplicada para criar uma pele desgastada, manchada e envelhecida pelo tempo e pelo uso de drogas.

    O objetivo era capturar a dureza e o desespero de uma mulher que viveu à margem da sociedade e cometeu uma série de assassinatos. A mudança física foi tão completa que muitos espectadores demoraram a reconhecer Theron na tela. A entrega ao papel foi recompensada com o Oscar de Melhor Atriz em 2004, consolidando a performance como um marco em sua carreira e um exemplo de dedicação artística.

    Christian Bale como Dick Cheney em “Vice”

    Christian Bale é conhecido como um dos maiores camaleões de Hollywood, famoso por alterar seu corpo de forma extrema para diferentes papéis. Para interpretar o ex-vice-presidente americano Dick Cheney, uma figura política poderosa e controversa, Bale mais uma vez se submeteu a uma mudança radical. Ele ganhou mais de 18 quilos, raspou a cabeça e descoloriu as sobrancelhas para se assemelhar ao político.

    Além do ganho de peso, o ator passou por um extenso trabalho de caracterização com maquiagem e próteses para envelhecer ao longo do filme. A performance não se limitou à aparência; Bale capturou a postura, o tom de voz grave e a presença imponente de Cheney. A transformação rendeu-lhe uma indicação ao Oscar e reforçou sua reputação como um dos atores mais dedicados de sua geração.

    Gary Oldman como Winston Churchill em “O Destino de uma Nação”

    Interpretar um dos líderes mais famosos do século XX foi o desafio que rendeu a Gary Oldman seu primeiro Oscar. Para se transformar em Winston Churchill, o ator britânico passou por um processo que envolvia horas diárias na cadeira de maquiagem. Um traje especial com enchimentos foi criado para simular o físico robusto do primeiro-ministro britânico.

    O rosto de Oldman foi coberto por próteses de silicone que recriaram as feições de Churchill, incluindo o queixo duplo e as bochechas proeminentes. O resultado foi uma semelhança impressionante que, combinada à atuação de Oldman, trouxe à vida a energia e a determinação do líder em um momento crítico da Segunda Guerra Mundial. A transformação foi tão convincente que se tornou o principal destaque do filme.

    Jared Leto como Paolo Gucci em “Casa Gucci”

    Em “Casa Gucci”, Jared Leto ficou irreconhecível no papel de Paolo Gucci, o excêntrico e ressentido primo de Maurizio Gucci. A transformação do ator exigiu um pesado trabalho de próteses de látex que cobriam seu rosto e pescoço, além de uma peruca para simular a calvície do personagem. O processo de aplicação da maquiagem e das próteses levava várias horas todos os dias de filmagem.

    A figura de Paolo Gucci, retratada como um sonhador sem talento, é uma das mais controversas dentro da saga da família. A própria família Gucci criticou publicamente a caracterização, afirmando que a performance beirava a caricatura. Apesar da polêmica, a transformação de Leto foi amplamente comentada e gerou debates sobre os limites da caracterização no cinema.

    Margot Robbie como Tonya Harding em “Eu, Tonya”

    Para viver a controversa patinadora Tonya Harding, Margot Robbie passou por uma transformação que foi tanto física quanto atlética. A atriz treinou intensamente por meses para aprender a patinar no gelo e executar parte das coreografias. Embora dublês tenham sido usados para os saltos mais complexos, o esforço físico de Robbie foi essencial para dar autenticidade à performance.

    No quesito aparência, foram utilizadas próteses sutis no rosto para alterar o formato de sua mandíbula e nariz, além de figurinos que recriavam o estilo marcante da patinadora nos anos 90. A atuação de Robbie humanizou uma figura frequentemente demonizada pela mídia, explorando as complexidades de sua história e do escândalo que encerrou sua carreira. A performance lhe garantiu sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

  • 5 casais famosos que, como Millie Bobby Brown, formaram família cedo

    5 casais famosos que, como Millie Bobby Brown, formaram família cedo

    A notícia de que a atriz Millie Bobby Brown, aos 21 anos, e seu marido, Jake Bongiovi, de 23, iniciaram a própria família, movimentou a internet. A decisão do jovem casal de adotar o primeiro filho reacende a conversa sobre maternidade e paternidade precoces no universo das celebridades, um tema que atravessa gerações e sempre gera curiosidade.

    Embora a escolha possa parecer incomum para muitos, o caminho de construir uma família antes dos 25 anos não é uma novidade em Hollywood. Diversas outras figuras públicas, de diferentes gerações, também abraçaram essa jornada ainda jovens, mostrando que não existe uma fórmula única para o sucesso pessoal e familiar. Cada história, com seus desafios e conquistas, revela as particularidades de crescer sob os holofotes.

    Kylie Jenner e Travis Scott

    Uma das histórias mais emblemáticas da última década é a de Kylie Jenner. A socialite e influenciadora tinha apenas 20 anos quando deu à luz sua primeira filha, Stormi Webster, em 2018. A gestação foi mantida em segredo absoluto, uma decisão surpreendente para alguém cuja vida era, até então, um livro aberto para milhões de seguidores nas redes sociais e no reality show “Keeping Up with the Kardashians”.

    Na época, a notícia chocou o público, mas também solidificou a imagem de Kylie como uma figura poderosa e independente. A chegada de Stormi não diminuiu seu ritmo de trabalho.

    Pelo contrário, a maternidade se tornou parte central de sua marca bilionária. Anos depois, em 2022, o casal deu as boas-vindas ao segundo filho, Aire. A relação com o rapper Travis Scott teve altos e baixos, mas ambos mantêm uma parceria focada na criação dos filhos.

    LeBron James e Savannah Brinson

    Um exemplo de estabilidade e parceria duradoura é o do astro do basquete LeBron James e sua esposa, Savannah Brinson. Eles se conheceram no Ensino Nédio e estão juntos desde a adolescência. O primeiro filho do casal, LeBron “Bronny” James Jr., nasceu em 2004, quando o jogador tinha 19 anos e estava apenas no início de sua carreira espetacular na NBA. Savannah tinha 18 na época.

    A decisão de formar uma família tão cedo não atrapalhou a ascensão de LeBron ao status de um dos maiores atletas de todos os tempos. Pelo contrário, a estrutura familiar é frequentemente citada por ele como sua principal fonte de força e equilíbrio.

    O casal oficializou a união em 2013 e hoje tem três filhos: Bronny, Bryce e Zhuri.

    Jamie Lynn Spears e Casey Aldridge

    No final dos anos 2000, a notícia da gravidez de Jamie Lynn Spears, irmã mais nova de Britney Spears, causou um verdadeiro terremoto na cultura pop. Aos 16 anos, ela era a estrela do popular programa da Nickelodeon “Zoey 101” e vista como um modelo para o público adolescente. O anúncio de que esperava uma filha com seu então namorado, Casey Aldridge, mudou completamente os rumos de sua carreira.

    A gravidez foi um dos maiores assuntos da mídia na época, e Jamie Lynn decidiu se afastar dos holofotes para se dedicar à maternidade em sua cidade natal, no Mississippi. Sua carreira de atriz entrou em um hiato de vários anos. O relacionamento com Aldridge não durou, mas a experiência moldou sua vida. Anos mais tarde, ela retomou a carreira artística e teve uma segunda filha com seu atual marido, Jamie Watson.

    Justin e Hailey Bieber

    O cantor Justin Bieber e a modelo Hailey Bieber também se enquadram no grupo de celebridades que formalizaram a união bem jovens. Eles se casaram em 2018, quando Justin tinha 24 anos e Hailey, 21. Desde o início, o casal foi muito aberto sobre os desafios de construir um casamento sob o intenso escrutínio público, falando sobre a importância da fé e da terapia para fortalecer a relação.

    Em maio de 2024, eles anunciaram que esperavam o primeiro filho, consolidando a família. A notícia foi celebrada por fãs ao redor do mundo e marca um novo capítulo para o casal, que enfrentou junto questões de saúde e a pressão da fama, mostrando maturidade e parceria ao longo do processo.

    Reese Witherspoon e Ryan Phillippe

    Voltando um pouco no tempo, Reese Witherspoon e Ryan Phillippe formaram um dos casais mais icônicos do final dos anos 1990. Eles se conheceram na festa de 21 anos da atriz e estrelaram juntos o clássico cult “Segundas Intenções”. O casamento aconteceu em 1999, e no mesmo ano nasceu a primeira filha do casal, Ava. Reese tinha apenas 23 anos.

    A família cresceu com a chegada do filho Deacon, em 2003. Durante anos, eles pareceram o casal perfeito de Hollywood, equilibrando carreiras em ascensão com a vida familiar. No entanto, o casamento chegou ao fim em 2006. Apesar da separação, ambos sempre mantiveram uma relação amigável pela criação dos filhos, que hoje são adultos e seguem os passos dos pais no mundo artístico.

  • Refúgios de paz em Minas Gerais para fugir do estresse da cidade grande

    Refúgios de paz em Minas Gerais para fugir do estresse da cidade grande

    A rotina nas grandes cidades pode ser esmagadora. O trânsito, a poluição sonora e a constante sensação de insegurança cobram um preço alto do bem-estar físico e mental.

    Para quem busca essa válvula de escape, Minas Gerais surge como um refúgio acolhedor.

    O estado oferece dezenas de destinos que combinam natureza exuberante, segurança e um ritmo de vida mais lento.

    São lugares perfeitos para recarregar as energias, respirar ar puro e se reconectar com o que realmente importa, longe do caos metropolitano.

    Conceição do Ibitipoca

    Para quem busca uma imersão completa na natureza, o distrito de Conceição do Ibitipoca, pertencente a Lima Duarte, é a escolha ideal.

    O principal atrativo é o Parque Estadual do Ibitipoca, uma das unidades de conservação mais importantes do Brasil.

    O vilarejo, com suas ruas de pedra e casario simples, parece ter parado no tempo.

    O parque oferece trilhas que levam a grutas, picos e cachoeiras de águas avermelhadas, ricas em quartzo.

    Refúgios de paz em Minas Gerais para fugir do estresse da cidade grande
    Parque Estadual do Ibitipoca (Foto: Evandro Rodney/ Divulgacao )

    O roteiro mais famoso é o da Janela do Céu, uma caminhada longa que recompensa com uma vista espetacular de uma cachoeira que forma uma moldura natural para a paisagem.

    É um destino para quem gosta de caminhar e não se importa com uma estrutura mais rústica.

    A vida no vilarejo é tranquila, com pequenos restaurantes que servem a autêntica comida mineira e pousadas aconchegantes.

    A ausência de sinal de celular em muitas áreas convida à desconexão digital e permite uma experiência mais profunda de contato com o ambiente e consigo mesmo.

    Lavras Novas

    A poucos quilômetros de Ouro Preto, mas com uma atmosfera completamente diferente, Lavras Novas é um refúgio romântico e charmoso.

    O distrito da cidade histórica se destaca pela paisagem montanhosa, com mirantes que proporcionam um pôr do sol inesquecível. As ruas de pedra e as casas coloridas criam um cenário de conto de fadas, ideal para casais.

    Refúgios de paz em Minas Gerais para fugir do estresse da cidade grande
    Lavras Novas (Foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

    Durante o dia, as opções incluem passeios de quadriciclo, trilhas para cachoeiras e visitas a mirantes, como o da Pedra do Equilíbrio.

    A Represa do Custódio também é um local procurado para atividades aquáticas e relaxamento. O clima ameno da região convida a caminhadas sem pressa pelas ruelas do vilarejo.

    À noite, Lavras Novas ganha vida com seus bares e restaurantes acolhedores. A gastronomia local é um ponto forte, com pratos que vão da tradicional cozinha mineira a opções mais contemporâneas.

    É o destino perfeito para quem quer combinar natureza com um toque de sofisticação e boa comida, sem abrir mão da paz.

    São Thomé das Letras

    Conhecida por sua aura mística e paisagens únicas, São Thomé das Letras atrai visitantes que buscam mais do que apenas um descanso. A cidade, construída sobre uma grande formação de quartzito, é famosa por suas histórias e lendas sobre gnomos, duendes e portais para outras dimensões. Mas, seu maior encanto está na energia pacífica e na beleza natural.

    O pôr do sol visto da Casa da Pirâmide, uma estrutura de pedra no ponto mais alto da cidade, é um espetáculo diário que reúne moradores e turistas.

    As cachoeiras da região, como a Véu de Noiva e a do Flávio, oferecem banhos refrescantes em meio a cenários rochosos. A Ladeira do Amendoim, onde carros desligados parecem subir a rua, é outra curiosidade local.

    Refúgios de paz em Minas Gerais para fugir do estresse da cidade grande
    São Tomé das Letras, no alto da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas (Foto: Jeferson da Fonseca/EM/D.A Press)

    A atmosfera alternativa da cidade se reflete em suas lojas de artesanato, centros holísticos e na simplicidade de sua gente.

    É um lugar para se sentir livre, caminhar descalço pelas ruas de pedra e contemplar um dos céus mais estrelados de Minas Gerais. Uma fuga do estresse que também alimenta a alma.

    Carrancas

    Se a sua ideia de paz envolve o som de água corrente, Carrancas é o seu destino. Conhecida como a “terra das cachoeiras”, a cidade abriga mais de 70 quedas d’água catalogadas, formando complexos de poços e piscinas naturais de água cristalina.

    É o lugar perfeito para lavar a alma e esquecer os problemas da cidade grande.

    Os complexos da Zilda e da Fumaça são alguns dos mais procurados, oferecendo uma sequência de cachoeiras e poços para todos os gostos.

    A estrutura turística é bem organizada, com trilhas sinalizadas e a possibilidade de contratar guias locais para explorar os pontos mais remotos. A paisagem é dominada pelo Cerrado e por impressionantes formações rochosas.

    A cidade em si é pequena e pacata, com a típica tranquilidade do interior de Minas.

    A hospitalidade dos moradores e a culinária caseira completam a experiência, o que torna Carrancas um refúgio poderoso contra o estresse, onde a principal preocupação é escolher em qual cachoeira mergulhar a seguir.

    Gonçalves

    No alto da Serra da Mantiqueira, na divisa com São Paulo, Gonçalves oferece um paisagem de montanhas com muito charme e sofisticação. Rodeada por araucárias e picos elevados, a cidade é um convite ao recolhimento e ao contato com a natureza em sua forma mais imponente. O frio da região pede lareira, vinho e boa companhia.

    Refúgios de paz em Minas Gerais para fugir do estresse da cidade grande
    Cidade Gonçalves (Foto: João Rafael Pinheiro/Divulgação)

    As atrações de Gonçalves são discretas e elegantes. As cachoeiras do Simão e a das Sete Quedas são de fácil acesso e ideais para um passeio tranquilo.

    Para os mais aventureiros, a trilha para a Pedra do Forno oferece uma vista panorâmica de toda a cadeia de montanhas. A cidade também se destaca pela produção de orgânicos, refletida em sua excelente gastronomia.

    Pequenos restaurantes e ateliês de arte se espalham pelo centro e pela zona rural, oferecendo experiências únicas.

    As pousadas de charme, muitas delas com ofurôs e vistas deslumbrantes, garantem o conforto necessário para uma pausa revigorante. Gonçalves é a prova de que é possível fugir da cidade sem abrir mão do conforto.

    Monte Verde

    Com um charme que lembra vilarejos europeus, o distrito de Monte Verde, pertencente a Camanducaia, é um dos destinos de serra mais procurados do Brasil.

    Apesar de ser conhecido, mantém um ar de tranquilidade, especialmente fora dos feriados. Sua arquitetura, o tempo frio e as paisagens da Mantiqueira criam uma atmosfera única de paz.

    As opções de lazer vão de trilhas leves, como a da Pedra Redonda, às atividades de aventura, como tirolesa e patinação no gelo.

    Refúgios de paz em Minas Gerais para fugir do estresse da cidade grande
    Monte Verde (Foto: Ricardo Cozo)

    A avenida principal concentra lojas de chocolates, malhas e artesanato, além de excelentes restaurantes especializados em fondues e pratos à base de truta.

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  • O mercado bilionário do ‘true crime’: quanto movimenta essa indústria?

    O mercado bilionário do ‘true crime’: quanto movimenta essa indústria?

    O interesse renovado no caso dos irmãos Menendez, que chocou os Estados Unidos em 1989, não é um fato isolado.

    Ele é o sintoma mais recente de um fenômeno global que transformou a tragédia alheia em uma das indústrias mais rentáveis do entretenimento: o “true crime”.

    De documentários em plataformas de streaming a podcasts que narram investigações em detalhes, o fascínio por crimes reais deixou de ser um nicho para se tornar um mercado bilionário.

    Essa engrenagem movimenta cifras impressionantes, alimentada por uma audiência insaciável por histórias que exploram o lado mais sombrio da natureza humana.

    Grandes players do streaming, como Netflix e HBO Max, investem milhões de dólares em produções originais que rapidamente alcançam o topo das listas de mais assistidos.

    O sucesso de séries como “Dahmer: Um Canibal Americano” ou “O Golpista do Tinder” prova que um bom crime, quando bem contado, vale ouro em assinaturas e engajamento.

    Quanto vale o fascínio pelo crime?

    A monetização do “true crime” vai muito além das assinaturas de streaming. O mercado de podcasts, por exemplo, encontrou no gênero uma verdadeira mina de ouro.

    Programas dedicados a investigar casos arquivados ou a analisar julgamentos famosos atraem milhões de ouvintes fiéis, o que, por sua vez, atrai anunciantes dispostos a pagar caro para alcançar esse público altamente engajado.

    Alguns podcasts de sucesso expandem seus negócios com produtos, livros e até eventos ao vivo.

    A indústria editorial também colhe os frutos. Livros que detalham investigações criminais ou biografias de assassinos em série frequentemente figuram nas listas de mais vendidos.

    Cada nova grande produção audiovisual costuma gerar uma onda de interesse por publicações relacionadas, criando um ecossistema em que as diferentes mídias se retroalimentam.

    O caso dos irmãos Menendez, por exemplo, viu um aumento na procura por livros e documentários antigos após o tema viralizar em redes sociais como o TikTok.

    Por que não conseguimos parar de assistir?

    A atração por histórias de crimes reais está profundamente enraizada na psicologia humana. Uma das principais razões é a busca por entender o que leva uma pessoa a cometer atos extremos.

    O “true crime” oferece uma janela para a mente criminosa, permitindo que o público explore o mal a uma distância segura, do conforto de seu sofá. É uma forma de confrontar nossos medos mais profundos sem correr riscos reais.

    Outro fator poderoso é o elemento de quebra-cabeça. Muitas narrativas são construídas como um mistério a ser resolvido, convidando o espectador a juntar as peças, analisar as evidências e tentar chegar a uma conclusão antes do desfecho.

    Essa participação ativa transforma o consumo passivo em uma experiência interativa, quase como um jogo. As pessoas se sentem detetives, engajadas na busca pela verdade.

    Há também um componente de preparação e aprendizado. Ao ver como as vítimas se encontraram em situações perigosas, parte do público consome esse conteúdo como um manual de sobrevivência.

    Finalmente, existe a conexão com as vítimas. Muitas produções modernas focam não apenas no criminoso, mas na história de quem sofreu o crime.

    Esse enfoque gera empatia e um desejo de justiça, fazendo com que a audiência se sinta investida no resultado do caso, torcendo para que a justiça seja feita e a memória da vítima seja honrada.

    O limite entre informação e espetáculo

    Apesar do sucesso comercial, o crescimento exponencial da indústria de “true crime” levanta importantes debates éticos. A linha que separa o jornalismo investigativo do entretenimento sensacionalista é tênue e, muitas vezes, ultrapassada.

    A principal preocupação recai sobre as famílias das vítimas, que precisam reviver seus traumas a cada novo documentário ou podcast lançado sobre seu caso.

    A forma como os criminosos são retratados também é um ponto de crítica. Em algumas produções, há uma romantização ou glamorização de assassinos, transformando-os em anti-heróis complexos e fascinantes.

    Esse fenômeno pode distorcer a percepção pública sobre a gravidade dos crimes e ofuscar o sofrimento real causado por eles. O foco excessivo no perpetrador, em vez da vítima, é uma crítica recorrente ao gênero.

    Além disso, o impacto dessas produções no sistema de justiça é real. A opinião pública, moldada por narrativas editadas para máximo impacto dramático, pode exercer pressão sobre investigações e julgamentos.

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    Casos como o de “Making a Murderer” geraram petições com milhões de assinaturas e um debate nacional sobre a condenação dos envolvidos, mostrando como o entretenimento pode influenciar diretamente a vida real.

  • Porto Rico precisa de visto? Entenda o status peculiar da ilha caribenha

    Porto Rico precisa de visto? Entenda o status peculiar da ilha caribenha

    Um casal de influenciadores digitais viu a viagem dos sonhos para o Caribe se transformar em frustração antes mesmo do embarque. O motivo?

    A falta de um documento essencial para entrar em Porto Rico, uma informação que, segundo eles, foi omitida por uma ferramenta de inteligência artificial.

    O caso viralizou e acendeu um alerta, mas também trouxe à tona uma dúvida que confunde muitos viajantes brasileiros.

    Afinal, Porto Rico exige visto? A resposta curta e direta é: sim. Por trás dessa exigência, no entanto, existe um status político complexo e singular que explica por que a ilha, apesar de ter sua própria identidade cultural e bandeira, não funciona como um país independente.

    O status peculiar de Porto Rico

    Porto Rico não é um país, mas sim um território não incorporado dos Estados Unidos. Na prática, isso significa que a ilha pertence aos EUA, mas não é um dos 50 estados.

    Seus habitantes são cidadãos estadunidenses desde 1917, podem se alistar nas Forças Armadas e se mudar livremente para o continente, mas, se residirem na ilha, não podem votar nas eleições presidenciais dos EUA.

    Essa relação começou em 1898, após a Guerra Hispano-Americana, quando a Espanha cedeu o controle da ilha para os Estados Unidos. Desde então, a dinâmica é de um Estado Livre Associado.

    O território tem governo e constituição próprios para assuntos locais, mas depende de Washington para questões de defesa, relações exteriores e comércio internacional.

    É justamente essa ligação direta com os EUA que define as regras de imigração. A política de fronteiras de Porto Rico é a mesma aplicada em Nova York, Flórida ou Califórnia, por exemplo.

    Qualquer viajante que precisa de visto para entrar nos Estados Unidos também precisará para desembarcar em San Juan, a capital porto-riquenha.

    Visto americano é obrigatório para brasileiros

    Para os turistas brasileiros, a regra é clara: é necessário ter um passaporte válido e um visto americano para visitar Porto Rico.

    O visto mais comum para turismo é o B2, geralmente emitido em conjunto com o de negócios (B1), formando a categoria B1/B2. Sem ele, a companhia aérea sequer permite o embarque no Brasil.

    A confusão de muitos viajantes nasce da localização e da cultura da ilha. Situada no Caribe, com o espanhol como língua predominante e uma forte herança latina, Porto Rico se assemelha a muitos de seus vizinhos que não exigem visto de brasileiros, como a República Dominicana.

    Essa semelhança cultural, contudo, não se reflete nas políticas de fronteira.

    O processo para obter o visto é exatamente o mesmo para quem planeja visitar qualquer cidade dos EUA.

    O solicitante precisa seguir alguns passos essenciais, que incluem:

    • Preencher o formulário online DS-160;
    • Pagar a taxa de solicitação de visto (MRV);
    • Agendar a entrevista em um dos consulados ou na embaixada dos EUA no Brasil;
    • Comparecer à entrevista com toda a documentação necessária.

    A aprovação depende da análise do oficial consular, que avalia os vínculos do solicitante com o Brasil para garantir que a intenção é apenas de visita temporária.

    Uma vez aprovado, o visto costuma ter validade de 10 anos e permite múltiplas entradas tanto no território continental dos EUA quanto em Porto Rico.

    Outros documentos e moedas

    Além do visto e do passaporte, não há outras exigências complexas para uma viagem de turismo a Porto Rico.

    A moeda oficial é o dólar americano, o que facilita o planejamento financeiro para quem já está familiarizado com viagens aos Estados Unidos.

    A infraestrutura turística é bem desenvolvida, com uma vasta rede de hotéis, restaurantes e serviços.

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    A experiência na ilha mescla a organização e os padrões americanos com o calor e a vibração da cultura caribenha. É possível explorar as ruas históricas da Velha San Juan, relaxar nas praias de águas cristalinas e se aventurar na floresta tropical El Yunque.

  • 5 pratos equatorianos que você precisa provar ao visitar Quito

    5 pratos equatorianos que você precisa provar ao visitar Quito

    Quito, a capital do Equador, aninhada nos Andes a 2.850 metros de altitude, oferece muito mais do que seu impressionante centro histórico colonial, considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

    A verdadeira alma de Quito pode ser encontrada em seus sabores e aromas, em uma culinária que é um reflexo direto de sua geografia e história.

    Os pratos são marcados pela generosidade dos ingredientes andinos, como batatas, milho e grãos, combinados com influências espanholas e técnicas que foram passadas de geração em geração.

    Locro de Papa: o abraço andino em forma de sopa

    Um dos pratos mais emblemáticos e reconfortantes do Equador é o locro de papa. Trata-se de uma sopa cremosa e espessa feita com um tipo específico de batata que se desmancha durante o cozimento, conferindo uma textura aveludada ao caldo.

    É uma receita que aquece o corpo e a alma, perfeita para o clima ameno da serra andina. A simplicidade dos ingredientes esconde uma complexidade de sabores que surpreende o paladar.

    Normalmente, o locro de papa é servido bem quente, finalizado com queijo fresco esfarelado e fatias de abacate. Essa combinação adiciona camadas de sabor e cremosidade, transformando uma sopa simples em uma refeição completa e nutritiva.

    5 pratos equatorianos que você precisa provar ao visitar Quito
    Prato Locro de Papa (Foto: Reprodução/Bonella)

    É um prato encontrado em praticamente todos os restaurantes de Quito, desde os mais simples até os mais sofisticados, sendo um verdadeiro pilar da identidade gastronômica local.

    Fritada: a tradição do porco em pequenos pedaços

    A fritada é um prato festivo, sinônimo de reuniões familiares e celebrações no Equador. O nome pode enganar, pois não se trata de uma fritura por imersão.

    A carne de porco é cozida lentamente em água com temperos como alho, cebola e cominho até que todo o líquido evapore.

    Depois, os pedaços são dourados na própria gordura, resultando em uma carne incrivelmente macia por dentro e com uma casquinha crocante por fora.

    O prato é servido em porções generosas, acompanhado de uma variedade de guarnições que equilibram sua intensidade.

    Entre os acompanhamentos mais comuns estão o mote (grãos de milho cozidos), llapingachos (pequenos bolinhos de batata recheados com queijo e grelhados), banana-da-terra frita e um curtido de cebola e tomate, uma espécie de vinagrete que corta a gordura da carne com sua acidez. É uma experiência culinária robusta e cheia de tradição.

    Ceviche Equatoriano: uma versão única do clássico latino

    Quem pensa que todo ceviche é peruano, feito com peixe cru marinado no limão, terá uma grande surpresa ao provar a versão equatoriana.

    O camarão, principal ingrediente da receita mais popular, é cozido antes de ser misturado aos outros componentes. O resultado é um prato que se assemelha mais a uma sopa fria, servido em uma tigela com um caldo abundante.

    5 pratos equatorianos que você precisa provar ao visitar Quito
    Prato ceviche equatoriano (Foto: Reprodução/Empratado)

    O molho é uma mistura vibrante de suco de laranja, suco de limão, coentro, pimentão e muita cebola roxa fatiada finamente. A doçura da laranja equilibra a acidez do limão, criando um sabor único.

    Para acompanhar, os equatorianos têm um costume peculiar: servem o ceviche com pipoca (canguil) ou milho tostado (chulpi), que adicionam uma crocância deliciosa a cada colherada. É um prato refrescante e surpreendente.

    Empanadas de Viento: o lanche que infla de sabor

    As empanadas de viento são um clássico da comida de rua e dos cafés de Quito.

    Seu nome, que significa “empanadas de vento”, descreve perfeitamente sua principal característica: a massa fina e crocante que infla como um balão ao ser frita, deixando um grande espaço oco em seu interior.

    Elas são consideravelmente maiores que as empanadas de outros países sul-americanos, tornando-se um lanche substancial.

    5 pratos equatorianos que você precisa provar ao visitar Quito
    Empanadas de viento (Foto: Reprodução/Bonella)

    O recheio é simples, geralmente composto apenas por queijo fresco que derrete com o calor. O toque final, e que define o sabor agridoce do prato, é a generosa camada de açúcar polvilhada por cima logo após a fritura.

    Essa combinação de massa crocante, queijo derretido e o doce do açúcar cria uma experiência sensorial única. É o lanche perfeito para acompanhar um café ou um chocolate quente no final da tarde.

    Seco de Chivo: o ensopado que atravessa gerações

    O seco de chivo é um ensopado robusto e aromático, tradicionalmente preparado com carne de cabrito ou cordeiro. O nome “seco” é curioso, pois o prato é servido com um molho abundante e saboroso.

    Acredita-se que o nome venha de uma antiga técnica de cozinhar a carne até que quase todo o líquido seque, para depois adicionar os demais ingredientes do molho. O resultado é uma carne extremamente macia, que se desfaz na boca.

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    O segredo do sabor está no molho, que leva uma combinação de cerveja, suco de naranjilla (uma fruta cítrica local), tomate, pimentão e especiarias.

    A naranjilla confere uma acidez particular que diferencia este prato de outros ensopados.

    Geralmente, o seco de chivo é servido com arroz amarelo, tingido com açafrão-da-terra, fatias de abacate e banana-da-terra madura frita, completando um prato rico em sabores e texturas.