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  • Lutas e lesões: como os atores de filmes de ação se preparam (e se cuidam)

    Lutas e lesões: como os atores de filmes de ação se preparam (e se cuidam)

    O anúncio do adiamento de “Mortal Kombat 2” para 2026 surpreendeu os fãs, mas também jogou luz sobre um aspecto crucial das grandes produções de ação: o tempo necessário para preparar o corpo para cenas de luta complexas. A rotina de um ator que interpreta um guerreiro ou um super-herói vai muito além de decorar falas. É uma imersão física e mental que envolve meses de treinamento intenso, dietas rigorosas e um trabalho constante para evitar lesões que poderiam paralisar as filmagens.

    Essa preparação é um projeto de alta performance, onde cada detalhe conta. Por trás dos músculos definidos e das coreografias perfeitas, existe uma equipe multidisciplinar que garante que o ator consiga executar os movimentos de forma segura e convincente. O objetivo não é apenas estético, mas funcional. O corpo precisa estar condicionado para aguentar horas de gravação, repetições de quedas, saltos e sequências de combate, minimizando o risco de contusões sérias.

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    Reprodução

    O treino que vai além da musculação

    Engana-se quem pensa que a preparação se resume a levantar pesos na academia. O treinamento para um filme de ação é focado em habilidades específicas para o personagem. Isso inclui artes marciais, como boxe, muay thai ou jiu-jitsu, além de práticas como ginástica, parkour e manuseio de armas cenográficas. O objetivo é criar uma memória muscular que torne os movimentos fluidos e naturais diante das câmeras.

    A flexibilidade e a mobilidade são tão importantes quanto a força. Sessões de ioga, pilates e alongamentos intensivos são parte fundamental da rotina. Um corpo mais flexível não apenas permite executar chutes altos e movimentos acrobáticos com maior facilidade, mas também reduz drasticamente o risco de distensões musculares e lesões articulares, que são comuns em sequências de ação.

    Esse treinamento funcional transforma o ator em um verdadeiro atleta temporário. A rotina diária pode durar de quatro a seis horas, dividida entre diferentes modalidades. Cada programa é personalizado para as exigências do papel, seja para ganhar massa muscular e parecer imponente ou para desenvolver agilidade e velocidade para um personagem mais ágil.

    A dieta como pilar da performance

    Nenhum treinamento intenso funciona sem o combustível adequado. A dieta de um ator de ação é calculada milimetricamente para otimizar a performance e a recuperação. Não se trata de simplesmente cortar calorias, mas de fornecer ao corpo os nutrientes certos na hora certa. As refeições são ricas em proteínas para a reconstrução muscular, carboidratos complexos para energia sustentada e gorduras saudáveis para a regulação hormonal.

    Leia também: Quatro nutrientes que fortalecem o sistema imunológico

    O plano alimentar geralmente envolve de cinco a sete pequenas refeições ao longo do dia para manter o metabolismo acelerado e garantir um fornecimento constante de energia. A hidratação também é um ponto crítico, pois a desidratação pode levar à fadiga e aumentar o risco de cãibras e lesões. Alimentos ultraprocessados, açúcar e álcool são frequentemente eliminados da rotina meses antes do início das filmagens.

    Essa abordagem nutricional não visa apenas a aparência física. Uma alimentação balanceada ajuda a reduzir a inflamação no corpo, acelera o processo de recuperação após os treinos e melhora a clareza mental, um fator essencial para a concentração durante as filmagens de cenas perigosas.

    Ter uma alimentação saudável é fundamental para a rotina de gravação dos atores
    Davizro de Getty Images

    Prevenção de lesões: o trabalho invisível

    O maior inimigo de uma produção de ação é uma lesão no elenco principal. Para evitar que isso aconteça, existe um trabalho invisível e constante de prevenção. Fisioterapeutas e massagistas acompanham os atores de perto, aplicando técnicas para liberar a tensão muscular, melhorar a circulação e tratar pequenos incômodos antes que se tornem problemas graves.

    Métodos como crioterapia (banhos de gelo) e sessões de sauna são usados para acelerar a recuperação e combater a inflamação. O descanso é tratado como parte do treinamento. Uma noite de sono de qualidade é indispensável para a reparação do corpo e da mente. Ignorar o descanso pode levar ao overtraining, condição que aumenta o risco de lesões e compromete o sistema imunológico.

    No set de filmagem, a segurança é reforçada. Coordenadores de dublês ensaiam cada movimento exaustivamente com os atores. Cabos de segurança, colchões e outros equipamentos são usados para proteger os artistas em quedas e saltos, sendo depois removidos digitalmente na pós-produção. Essa combinação de preparação prévia e cuidados no set é o que permite a criação de cenas espetaculares com riscos controlados.

    Qual a principal diferença entre o treino de um ator de ação e um treino comum de academia?

    A principal diferença está no foco. Enquanto um treino de academia comum geralmente visa a estética ou a saúde geral, o treinamento de um ator de ação é funcional e específico para um papel.

    O objetivo é desenvolver habilidades de performance, como lutar, saltar e cair com segurança, além de construir um físico que seja visualmente convincente para o personagem.

    A dieta de um ator para um filme de ação é apenas para emagrecer ou ganhar músculos?

    Não. A dieta é um pilar da performance. Ela é projetada para fornecer energia máxima para os treinos, acelerar a recuperação muscular e reduzir a inflamação no corpo.

    Embora a mudança na composição corporal seja um resultado visível, o principal objetivo é garantir que o ator tenha condições físicas de suportar a rotina exaustiva de treinos e filmagens.

    Como os atores evitam se machucar gravemente durante as filmagens?

    A prevenção de lesões envolve uma estratégia completa. Ela começa meses antes, com treinos de fortalecimento e flexibilidade, e continua com acompanhamento de fisioterapeutas.

    No set, coreógrafos de luta e coordenadores de dublês garantem que todos os movimentos sejam ensaiados à exaustão. Equipamentos de segurança e dublês são usados nas cenas de maior risco.

    É seguro para uma pessoa comum tentar seguir a rotina de um astro de cinema?

    Não é recomendado. As transformações corporais dos atores são realizadas sob a supervisão constante de uma equipe de profissionais, incluindo médicos, nutricionistas e treinadores de elite.

    Essas rotinas são extremas, temporárias e projetadas para um objetivo específico. Tentar replicá-las sem orientação profissional pode levar a lesões graves e problemas de saúde.

    Qual o papel do descanso na preparação para um filme de ação?

    O descanso é tão importante quanto o próprio treino. É durante o sono e os períodos de recuperação que os músculos se reparam e se fortalecem.

    Ignorar o descanso pode levar ao esgotamento físico e mental, conhecido como overtraining, o que aumenta drasticamente o risco de contusões e compromete o resultado final.

  • Sua casa revela sua posição política? Veja como a decoração pode dizer

    Sua casa revela sua posição política? Veja como a decoração pode dizer

    A polarização política saiu das ruas e das redes sociais para um lugar muito mais íntimo: a casa. Uma observação crescente sugere que a maneira como organizamos e decoramos nossos lares pode revelar, de forma sutil, nossas inclinações ideológicas. Não se trata, porém, de bandeiras de partidos ou pôsteres de candidatos. São as escolhas que, juntas, pintam um quadro sobre nossos valores.

    Desde a quantidade de livros na estante até a preferência por móveis novos ou de segunda mão, cada detalhe pode funcionar como um pequeno sinal. Essa leitura do ambiente doméstico ganhou força com a exposição da vida privada na internet. Em um mundo onde tudo é compartilhado, o lar se tornou mais uma forma de expressar quem somos e no que acreditamos, mesmo que de maneira não intencional.

    A ideia não é criar um manual definitivo, mas explorar como certos padrões estéticos se alinham a diferentes visões de mundo. A conexão está nos valores que cada objeto ou estilo carrega. Um item artesanal, por exemplo, pode indicar uma valorização do trabalho manual e do pequeno produtor, ideias frequentemente associadas a um pensamento mais progressista.

    Por outro lado, um ambiente extremamente organizado, com linhas retas e poucos objetos, pode refletir valores como ordem, disciplina e tradição, que muitas vezes caminham lado a lado com uma perspectiva mais conservadora. A casa, nesse sentido, vira um espelho silencioso das nossas convicções mais profundas.

    Leia mais: Mudar a cara da casa sem gastar muito é possível: ideias para cada ambiente

    Tudo que você precisa saber sobre reforma e decoração de banheiro

    O lar progressista: criatividade e afeto

    Ambientes associados a uma visão de mundo mais à esquerda tendem a ser mais cheios de vida e personalidade. Uma característica marcante é a presença abundante de plantas, que trazem a natureza para dentro de casa e sinalizam uma preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade.

    As estantes de livros são outro ponto central. Geralmente repletas e variadas, com títulos de ficção, filosofia, ciências sociais e artes. A organização pode parecer um pouco caótica para um olhar externo, mas revela um espaço onde o conhecimento é um elemento vivo e de destaque.

    A preferência por móveis de segunda mão, garimpados em brechós ou herdados da família, também é comum. Essa escolha reflete uma postura anticonsumo e a valorização de peças com história. O mesmo vale para objetos de decoração artesanais, que apoiam a economia local e celebram a cultura popular.

    Nas paredes, é comum encontrar quadros, gravuras e pôsteres de artistas independentes ou com temas sociais e culturais. A mistura de cores e texturas cria um ambiente acolhedor e único, que foge de padrões pré-estabelecidos e celebra a diversidade.

    O lar conservador: ordem e tradição

    Em contraste, os lares que refletem uma visão mais conservadora costumam priorizar a ordem, a simetria e a funcionalidade. Os ambientes são geralmente mais “limpos” visualmente, com uma paleta de cores neutras e poucos objetos à mostra. A organização é um valor fundamental.

    Os móveis costumam ser mais clássicos ou modernos, muitas vezes comprados em conjunto para garantir a harmonia do espaço. Há uma preferência por materiais nobres e duráveis, que transmitem uma sensação de solidez e permanência.

    As estantes de livros, quando presentes, são mais organizadas e podem conter obras de história, biografias, clássicos da literatura ou livros sobre negócios e finanças. A quantidade tende a ser menor, com foco em uma seleção mais específica de interesses.

    Elementos que remetem à família e à pátria também são frequentes. Porta-retratos com fotos de parentes têm lugar de destaque, reforçando o valor da instituição familiar. Símbolos nacionais, como mapas antigos ou objetos com as cores da bandeira, podem aparecer de forma discreta, sinalizando o patriotismo.

    Tendência, não regra

    É fundamental entender que essas associações são tendências, não regras absolutas. A decoração de uma casa é influenciada por muitos fatores, como orçamento, espaço disponível, gosto pessoal e até mesmo a região do país. Uma pessoa pode simplesmente gostar de plantas sem ter uma agenda ambientalista.

    O interessante é observar como a polarização política, tão intensa no debate público, encontra maneiras de se manifestar no espaço mais privado que existe. O lar se tornou um refúgio, mas também uma tela em branco para expressar nossa identidade. Ao escolher um quadro ou um livro, estamos, talvez, contando ao mundo um pouco mais sobre como pensamos.

    Como a decoração da minha casa pode indicar minha posição política?

    A decoração pode indicar sua posição política por meio de escolhas que refletem valores.

    Itens como livros, arte, tipo de móvel e organização do espaço criam um conjunto que pode ser associado a certas ideologias.

    Com a superexposição nas redes sociais, o lar virou mais um espaço para a construção da identidade pessoal.

    Em um cenário polarizado, as pessoas usam todos os espaços, inclusive o doméstico, para expressar seus valores e visões de mundo.

  • Polarização política afeta sua saúde mental? Saiba como se proteger

    Polarização política afeta sua saúde mental? Saiba como se proteger

    O cenário de discussões políticas acaloradas, presente nas ruas e, principalmente, nas redes sociais, deixou de ser apenas um debate de ideias. Para muitas pessoas, transformou-se em uma fonte constante de estresse e ansiedade, impactando diretamente o bem-estar e a saúde mental. A exposição contínua a notícias negativas, confrontos e desinformação pode esgotar uma pessoa emocionalmente.

    Esse desgaste não é imaginário. O cérebro humano reage a ameaças percebidas, e um ambiente digital tóxico pode acionar respostas de alerta o tempo todo. O resultado é um estado de vigilância permanente, que prejudica o sono, a concentração e até mesmo as relações com amigos e familiares que pensam diferente.

    A polarização cria um ciclo vicioso. O medo e a raiva gerados pelo debate político alimentam mais engajamento em conteúdos extremistas, que, por sua vez, intensificam esses sentimentos. Os algoritmos das plataformas digitais contribuem para esse processo, criando bolhas informativas que reforçam crenças existentes apresentando uma visão distorcida e mais radical da realidade.

    Compreender como esse mecanismo funciona é o primeiro passo para se proteger. Não se trata de ignorar a política ou se alienar dos acontecimentos importantes, mas de aprender a consumir informação de forma mais saudável e a estabelecer limites claros para preservar a própria sanidade em meio ao caos informativo.

    Leia:
    Como funcionam os algoritmos que escolhem o que você vê nas redes sociais?

    Saiba como funcionam os algoritmos e veja dicas para escapar das bolhas

    Como saber se a política está afetando sua saúde?

    Identificar os sinais de que o debate político está cobrando um preço emocional é fundamental. O primeiro sintoma costuma ser uma ansiedade persistente, especialmente ao abrir redes sociais ou portais de notícias. A sensação de que algo ruim está prestes a acontecer ou uma preocupação que não desliga tornam-se comuns.

    A irritabilidade é outro sinal claro. Pequenos contratempos do dia a dia passam a gerar reações desproporcionais. A paciência diminui, e a pessoa se sente no limite com mais frequência, principalmente em conversas que possam tocar, ainda que de leve, em temas políticos.

    Problemas de sono também surgem com frequência. Muitas pessoas relatam dificuldade para adormecer ou manter o sono, com a mente acelerada por discussões, notícias ou preocupações sobre o futuro do país. Esse cansaço acumulado afeta o humor e a capacidade de realizar tarefas diárias.

    O isolamento social é um dos efeitos mais preocupantes. O medo de entrar em conflito leva ao afastamento de amigos e familiares. Encontros que antes eram prazerosos passam a ser evitados para não ter que lidar com opiniões divergentes, aprofundando a sensação de solidão.

    O que fazer para se proteger?

    Adotar estratégias conscientes para lidar com o fluxo de informações é a chave para proteger a saúde mental. A primeira medida é estabelecer uma “dieta de notícias”. Defina horários específicos do dia para se informar, como pela manhã e no final da tarde, e evite o consumo de notícias antes de dormir.

    Selecione fontes de informação confiáveis e plurais. Siga veículos de comunicação com credibilidade e evite se informar apenas por meio de grupos de mensagens e redes sociais, onde a desinformação se propaga com mais velocidade. Silenciar ou deixar de seguir perfis que publicam conteúdo extremista ou agressivo também ajuda a limpar seu ambiente digital.

    Estabeleça limites claros nas conversas. Você não é obrigado a participar de todos os debates. Aprenda a dizer frases como “Eu entendo seu ponto, mas prefiro não aprofundar essa discussão agora”. Preservar uma relação é, muitas vezes, mais importante do que vencer um argumento.

    Invista tempo em atividades off-line que tragam satisfação e relaxamento. Praticar um esporte, ler um livro, caminhar na natureza ou se dedicar a um hobby são formas eficazes de desconectar a mente do ciclo de notícias e preocupações. Essas atividades ajudam a regular o sistema nervoso e a reduzir os níveis de estresse.

    Por fim, concentre sua energia naquilo que você pode controlar. Em vez de se angustiar com questões nacionais complexas, envolva-se em ações locais ou na sua comunidade. Ajudar em um projeto de bairro ou participar de uma iniciativa voluntária pode restaurar a sensação de propósito e mostrar que é possível gerar um impacto positivo no seu entorno imediato.

    Por que a polarização política atual parece mais intensa?

    A percepção de intensidade está ligada à velocidade e ao alcance da informação. As redes sociais e os algoritmos que as governam criam bolhas, reforçando visões de mundo e limitando a exposição a ideias diferentes.

    Isso, somado a um ciclo de notícias que funciona 24 horas por dia, gera uma sensação de conflito ininterrupto e urgente, diferente de outras épocas.

    Leia também: Datafolha mostra avanço da polarização entre bolsonaristas e petistas

    É normal brigar com amigos e família por causa de política?

    Embora desentendimentos sempre tenham existido, a frequência e a intensidade aumentaram. Isso ocorre porque os debates políticos atuais estão muito atrelados a valores pessoais e identitários.

    Quando alguém discorda de uma posição política, a outra parte pode sentir como um ataque pessoal, tornando a conversa mais emocional e difícil de manejar.

    Como diferenciar estar informado de estar sobrecarregado?

    Estar informado é buscar conhecimento para entender o cenário e tomar decisões. A pessoa consegue consumir a notícia e seguir com seu dia.

    A sobrecarga acontece quando o consumo se torna uma obsessão que gera ansiedade, interfere no sono, no trabalho e nas relações. O foco muda de entender para se angustiar.

    Ignorar a política é a solução para proteger a saúde mental?

    Não necessariamente. A alienação completa pode gerar sentimentos de impotência e desconexão com a sociedade. O ideal é o equilíbrio.

    A solução está em um engajamento consciente, escolhendo quando e como se informar, em vez de ser um receptor passivo de um fluxo constante de informações.

    O que fazer quando uma conversa sobre política se torna tóxica?

    É fundamental estabelecer um limite de forma educada, mas firme. Você pode dizer que prefere mudar de assunto para preservar a boa relação.

    Se a outra pessoa insistir, o melhor a fazer é se retirar da conversa. Proteger sua paz é mais importante do que participar de uma discussão que não levará a lugar nenhum.

  • Quais setores da economia brasileira mais cresceram no último trimestre

    Quais setores da economia brasileira mais cresceram no último trimestre

    A economia brasileira deu um sinal de força no segundo trimestre de 2025, impulsionada principalmente pelos setores de Serviços e Agronegócio. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram um crescimento que abre novas perspectivas de emprego e investimento em todo o país.

    Enquanto a indústria apresentou um avanço mais modesto, foram as atividades ligadas à rotina das pessoas e à exportação de commodities que garantiram o resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB). Entender quais áreas estão em alta é fundamental para quem busca uma nova colocação no mercado ou pretende abrir um negócio.

    Serviços lideram a expansão

    O setor de serviços foi o grande protagonista do crescimento econômico no período. Ele engloba uma vasta gama de atividades, desde o comércio varejista e restaurantes até tecnologia da informação e serviços financeiros. Esse desempenho reflete um aumento na confiança do consumidor e uma maior circulação de renda.

    Dentro deste universo, algumas áreas se destacaram. O segmento de transportes, armazenagem e correio, por exemplo, avançou de forma consistente. O resultado foi influenciado tanto pelo escoamento da produção agrícola quanto pelo crescimento do comércio eletrônico, que demanda uma logística cada vez mais eficiente.

    Outro ponto de destaque foi a categoria “outros serviços”, que inclui atividades voltadas às famílias, como hotelaria, alimentação e eventos. A retomada plena do turismo doméstico e a maior frequência das pessoas em bares e restaurantes foram decisivas para o bom resultado. Isso se traduz diretamente em mais vagas para garçons, recepcionistas, cozinheiros e agentes de viagem.

    O setor de informação e comunicação também contribuiu positivamente. A contínua digitalização de empresas e a alta demanda por serviços de software, computação em nuvem e segurança cibernética mantêm a área aquecida. Profissionais de tecnologia seguem com alta empregabilidade, impulsionando a média salarial do segmento.

    A força do campo impulsiona a balança comercial

    O Agronegócio, mais uma vez, provou ser um pilar da economia brasileira. O setor registrou um crescimento robusto, sustentado por uma safra recorde de grãos, especialmente soja e milho. As condições climáticas favoráveis e o investimento em tecnologia no campo permitiram um aumento significativo da produtividade.

    Esse desempenho tem um impacto direto na balança comercial do país, gerando saldo positivo com as exportações. A forte demanda de mercados internacionais, principalmente da Ásia, mantém os preços das commodities em patamares elevados, o que beneficia os produtores rurais e toda a cadeia produtiva envolvida.

    O crescimento do agro não se limita à porteira da fazenda. Ele movimenta uma extensa rede de indústrias e serviços, como a fabricação de máquinas e implementos agrícolas, produção de fertilizantes e defensivos, além de transporte e armazenamento. A geração de empregos ocorre em diversas frentes, do campo à cidade.

    Leia também: PIB do agronegócio mineiro avança R$ 20,5 bilhões em 2024

    Indústria de Transformação avança com cautela

    A Indústria de Transformação, que converte matéria-prima em produtos acabados, também apresentou crescimento, embora mais tímido que os outros setores. O resultado foi puxado principalmente pela fabricação de produtos alimentícios e biocombustíveis, atividades diretamente ligadas ao bom desempenho do agronegócio.

    Por outro lado, segmentos mais dependentes do crédito e do consumo das famílias, como o de bens duráveis, enfrentaram um cenário mais desafiador. As taxas de juros ainda em patamares restritivos dificultam o financiamento de itens de maior valor, como eletrodomésticos e veículos.

    Apesar disso, nichos específicos mostram vitalidade. A produção ligada à economia verde, como a fabricação de equipamentos para energia solar e eólica, vem ganhando espaço. Essa é uma área com grande potencial para atrair investimentos e gerar postos de trabalho qualificados nos próximos anos, alinhada a uma tendência global de sustentabilidade.

    Oportunidades no cenário atual

    O panorama econômico desenhado pelos dados do IBGE aponta caminhos claros para quem está atento ao mercado. As oportunidades de emprego tendem a se concentrar nas áreas de serviços que mais crescem, como logística, tecnologia, turismo e alimentação. A qualificação profissional nessas áreas pode ser um diferencial competitivo.

    Para empreendedores, o cenário também é promissor. Negócios que atendem às demandas do agronegócio, como consultoria técnica, desenvolvimento de softwares de gestão para fazendas ou empresas de logística especializada, encontram um terreno fértil. Da mesma forma, o setor de serviços continua aberto a inovações, especialmente aquelas que melhoram a experiência do consumidor ou otimizam operações por meio da tecnologia.

    A economia mostra sinais de recuperação concentrada em setores específicos. A análise desses movimentos permite identificar onde estão as melhores oportunidades e se preparar para aproveitá-las, seja buscando uma vaga de emprego ou investindo em um novo projeto.

    Quais foram os principais motores do crescimento do PIB no trimestre?

    O crescimento da economia foi liderado pelo setor de Serviços, que responde pela maior parte do PIB brasileiro.

    Dentro dele, as atividades de transporte, hotelaria, alimentação e tecnologia da informação foram os grandes destaques.

    O Agronegócio também teve um papel fundamental, impulsionado por uma safra recorde de grãos e pela forte demanda internacional por commodities.

    O crescimento da economia já pode ser sentido pela população?

    O impacto do crescimento começa a ser percebido, mas de forma desigual. Há uma geração clara de empregos nos setores que mais avançaram.

    Isso significa mais vagas em áreas como logística, turismo e tecnologia. No entanto, o efeito na renda e no poder de compra geral ainda é gradual.

    Quais oportunidades de negócio surgem com este cenário?

    Surgem oportunidades em negócios que prestam serviços para os setores em alta. Por exemplo, empresas de logística para o e-commerce e o agronegócio.

    Há também espaço para startups de tecnologia (agritechs), turismo e negócios no ramo de alimentação que foquem em novas experiências para o consumidor.

    Existem setores que não acompanharam o crescimento?

    Sim. A indústria de bens duráveis, como a de eletrodomésticos e veículos, apresentou um crescimento mais lento.

    O motivo principal são as taxas de juros elevadas, que encarecem o crédito e desestimulam o consumo de itens de maior valor pelas famílias.

    Esse resultado positivo significa que a economia se recuperou totalmente?

    O resultado é um sinal positivo e importante, mas não significa uma recuperação total e generalizada da economia.

    O crescimento está concentrado em algumas áreas. Desafios como a inflação e a necessidade de melhora em outros segmentos da indústria ainda persistem.

  • A era da IA: como a inteligência artificial está mudando o mercado de trabalho

    A era da IA: como a inteligência artificial está mudando o mercado de trabalho

    A recente atualização do sistema operacional do Galaxy S24, o One UI 8, trouxe uma série de novos recursos de inteligência artificial que vão além de simples melhorias. Essa novidade não é um evento isolado. Pelo contrário, ela serve como um exemplo claro de uma transformação global que já está redesenhando o mercado de trabalho em uma velocidade impressionante.

    O que antes parecia ficção científica agora está integrado em nossos bolsos, automatizando tarefas e processando informações de maneiras inéditas. Essa mudança, impulsionada pela IA, está criando um cenário onde algumas profissões precisam se reinventar urgentemente, enquanto outras, completamente novas, começam a surgir para atender a essa nova demanda tecnológica.

    A principal consequência dessa integração é a automação de tarefas repetitivas. Funções que envolvem a coleta e organização de dados, a criação de relatórios padronizados ou o atendimento inicial ao cliente estão sendo progressivamente assumidas por algoritmos. Isso não significa, necessariamente, o fim dessas profissões, mas sim uma profunda reconfiguração de suas responsabilidades.

    Profissionais que antes dedicavam horas a essas atividades agora são incentivados a focar em habilidades que as máquinas ainda não dominam: pensamento crítico, estratégia, criatividade e inteligência emocional. A tecnologia se torna uma ferramenta para aumentar a produtividade, liberando tempo para atividades de maior valor agregado.

    Profissões em transformação

    A adaptação é a palavra-chave para diversas áreas. No marketing digital, por exemplo, a IA já consegue criar textos, segmentar públicos e otimizar campanhas com uma eficiência notável. O papel do profissional de marketing se desloca da execução para a estratégia, supervisão e análise criativa dos resultados gerados pela tecnologia.

    No setor de atendimento ao cliente, chatbots e assistentes virtuais resolvem dúvidas comuns de forma instantânea. Com isso, os atendentes humanos podem se concentrar em casos complexos, que exigem empatia e capacidade de resolver problemas que fogem do roteiro. A tecnologia filtra o básico, e o humano lida com o excepcional.

    Programadores e desenvolvedores de software também sentem o impacto. Ferramentas de IA, conhecidas como “copilots”, auxiliam na escrita de códigos, sugerindo trechos e corrigindo erros. O desenvolvedor do futuro gastará menos tempo em codificação manual e mais tempo na arquitetura de sistemas, na inovação de soluções e na garantia da qualidade do produto final.

    Até mesmo em áreas tradicionalmente criativas, como o design e a produção de conteúdo, a IA generativa se tornou uma poderosa aliada. Ela pode criar rascunhos, gerar imagens e fornecer inspiração. O profissional que souber usar essas ferramentas a seu favor ganhará uma vantagem competitiva, acelerando seu processo criativo e explorando novas possibilidades.

    Profissionais que antes dedicavam horas a essas atividades agora são incentivados a focar em habilidades que as máquinas ainda não dominam.

    As novas carreiras da era da IA

    Enquanto algumas funções se adaptam, um novo leque de oportunidades de carreira surge diretamente da necessidade de desenvolver, gerenciar e aplicar a inteligência artificial. Essas novas profissões exigem um conjunto de habilidades específicas e já estão em alta demanda no mercado global.

    Uma das mais proeminentes é a de engenheiro de prompt. Esse profissional é especialista em criar as instruções e os comandos corretos para que os modelos de IA, como o ChatGPT, gerem os resultados mais precisos e úteis possíveis. É uma mistura de arte e ciência, que exige profundo entendimento da lógica da máquina e da linguagem humana.

    Outra carreira em ascensão é a de especialista em ética e governança de IA. Com o poder crescente dos algoritmos, surgem preocupações sobre vieses, privacidade e transparência. Esse profissional garante que os sistemas de inteligência artificial sejam desenvolvidos e utilizados de forma justa, responsável e alinhada aos valores humanos.

    O curador de dados ou treinador de IA também se tornou fundamental. A qualidade de uma inteligência artificial depende diretamente dos dados com os quais ela é treinada. Esses profissionais são responsáveis por selecionar, limpar, rotular e organizar os vastos conjuntos de dados que alimentam os modelos, garantindo que eles aprendam com informações precisas e imparciais.

    Por fim, o especialista em integração de IA ajuda as empresas a incorporar essas novas tecnologias em seus processos existentes. Ele atua como uma ponte entre as equipes técnicas e os departamentos de negócios, identificando oportunidades e garantindo que a implementação da IA gere resultados práticos e melhore a eficiência operacional.

    Leia mais: Profissões em alta: 5 carreiras ligadas à IA que prometem altos salários

    O que é a nova era da inteligência artificial no trabalho?

    É um período de transformação no qual a IA deixa de ser uma tecnologia de nicho para se tornar uma ferramenta integrada ao dia a dia profissional.

    Essa era é marcada pela automação de tarefas repetitivas e pela valorização de habilidades humanas como criatividade e pensamento estratégico.

    Quais profissões estão sendo mais impactadas pela IA?

    Áreas que envolvem tarefas padronizadas e repetitivas são as mais afetadas. Isso inclui análise de dados básicos, atendimento ao cliente de primeiro nível e criação de conteúdo simples.

    Profissionais de marketing, programadores e designers também precisam se adaptar, usando a IA como uma ferramenta para aumentar sua produtividade e focar em estratégia.

    A inteligência artificial vai acabar com os empregos?

    A história mostra que grandes revoluções tecnológicas não eliminam empregos, mas os transformam. A IA está substituindo tarefas, não profissões inteiras.

    O resultado é uma realocação da força de trabalho. Funções operacionais diminuem, enquanto surgem novas demandas por habilidades estratégicas e de gestão da tecnologia.

    Leia também: Inteligência artificial cresce no Brasil, mas falta mão de obra qualificada

    Que novas profissões estão surgindo com a IA?

    Novas carreiras estão aparecendo rapidamente. Entre elas, destacam-se o engenheiro de prompt, que cria comandos para a IA, e o especialista em ética de IA.

    Outras funções importantes são o treinador de IA, que prepara os dados para os algoritmos, e o especialista em integração de IA, que ajuda empresas a adotarem a tecnologia.

    Como posso me preparar para o mercado de trabalho com IA?

    A melhor forma de se preparar é desenvolver habilidades complementares à tecnologia. Invista em pensamento crítico, resolução de problemas complexos e criatividade.

    Além disso, é fundamental aprender a usar as ferramentas de IA disponíveis em sua área. A alfabetização em IA se tornará uma competência básica para a maioria das profissões.

  • O STF na cultura pop: 5 filmes e séries que retratam a Justiça

    O STF na cultura pop: 5 filmes e séries que retratam a Justiça

    O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) trouxe novamente os holofotes para a mais alta corte do país. Movimentações como essa mostram como as decisões tomadas pelos 11 ministros em Brasília impactam diretamente a vida de milhões de brasileiros, da economia à política.

    Essa mistura de poder, direito e bastidores políticos não chama a atenção apenas no noticiário. O universo dos tribunais superiores, com seus rituais, tensões e decisões que moldam a sociedade, é um prato cheio para o cinema e a televisão. Roteiristas e diretores frequentemente usam esse cenário para criar narrativas sobre justiça, corrupção e o funcionamento das instituições.

    Seja em produções que recriam casos reais ou em ficções que se inspiram na complexidade do sistema judicial, as telas oferecem um espelho, por vezes distorcido, do que acontece nos corredores do poder. Essas obras ajudam a formar a percepção do público sobre o papel da Justiça e exploram os dilemas éticos enfrentados por quem tem o poder de julgar. Relembre a seguir cinco filmes e séries que mergulharam nesse universo.

    “O Mecanismo”

    Lançada em 2018, a série brasileira criada por José Padilha e Elena Soarez tornou-se um fenômeno ao dramatizar os bastidores da Operação Lava Jato. A trama acompanha um grupo de policiais federais que descobre um esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e políticos, uma investigação que abala as estruturas do poder no Brasil.

    Embora focada no trabalho policial, a produção retrata como as investigações avançam para as instâncias superiores da Justiça. O STF aparece como o palco final onde delações são homologadas, prisões são decididas e recursos são julgados. A série explora a pressão política sobre os juízes e a complexa teia de interesses que cerca as decisões judiciais em casos de grande repercussão.

    A narrativa, ainda que ficcionalizada, baseia-se em eventos e personagens reais, o que gerou debates sobre os limites entre ficção e realidade. “O Mecanismo” foi fundamental para popularizar discussões sobre o sistema de justiça criminal e o papel das altas cortes no combate à corrupção.

    “O Processo”

    Este documentário de 2018, dirigido por Maria Augusta Ramos, oferece um olhar direto e sem narração sobre um dos momentos mais turbulentos da história política recente do Brasil: o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A câmera acompanha de perto os bastidores no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal.

    O filme se destaca por mostrar o papel crucial do STF durante todo o rito. O então presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, presidiu as sessões de julgamento no Senado, garantindo o cumprimento das regras constitucionais. O documentário captura a formalidade, a tensão e os debates jurídicos que ocorreram longe dos olhos do grande público.

    Diferente de uma série de ficção, “O Processo” revela a liturgia e o funcionamento real do tribunal em um momento de crise institucional. Ele permite ao espectador entender a dinâmica entre os poderes e como o Judiciário atua como mediador e garantidor da ordem constitucional, mesmo sob intensa pressão política.

    “Suprema”

    O filme de 2018 conta a história real de Ruth Bader Ginsburg, uma das mais icônicas juízas da Suprema Corte dos Estados Unidos. A trama foca no início de sua carreira, quando, ao lado do marido, ela assume um caso tributário que se tornaria um marco na luta contra a discriminação de gênero no país.

    A produção ilustra como uma única decisão judicial pode ter um impacto transformador na sociedade. Ao levar o caso até as últimas instâncias, a jovem advogada desafiou séculos de precedentes legais que tratavam homens e mulheres de forma desigual. O filme mostra o caminho árduo para construir uma argumentação capaz de mudar a mentalidade de um sistema judicial conservador.

    “Suprema” é uma aula sobre como o direito evolui e como a atuação em tribunais superiores pode ser uma ferramenta para o avanço dos direitos civis. Embora se passe nos Estados Unidos, a história de Ginsburg ressoa globalmente, destacando a importância de uma Suprema Corte atenta às mudanças sociais.

    “O Veredicto”

    Um clássico de 1982 dirigido por Sidney Lumet, este filme traz Paul Newman no papel de um advogado alcoólatra e desacreditado que vê uma última chance de redenção. Ele assume um caso de erro médico contra um hospital poderoso e se depara com um sistema judicial que parece favorecer os mais fortes.

    Ainda que a trama não envolva diretamente uma suprema corte, “O Veredicto” é uma poderosa reflexão sobre a busca por justiça. O filme expõe as falhas, a corrupção e os dilemas éticos dentro do sistema legal, mostrando como a integridade de juízes, advogados e jurados é constantemente testada.

    A história aborda a percepção pública de que a Justiça pode ser lenta, burocrática e, por vezes, inacessível aos cidadãos comuns. Ele levanta questões universais sobre o papel do Judiciário como o último recurso para a defesa dos direitos individuais contra grandes corporações e instituições, um tema central na missão de qualquer tribunal superior.

    “O Doutrinador”

    Baseado em uma história em quadrinhos brasileira, o filme de 2018 e a série derivada apresentam uma visão distópica e radical da justiça. A trama segue um agente federal que, após uma tragédia pessoal, se transforma em um vigilante mascarado que caça e elimina políticos e empresários corruptos.

    Nessa narrativa de ação, o sistema judicial, incluindo as cortes superiores, é retratado como falho, lento e incapaz de punir os poderosos. O protagonista decide fazer justiça com as próprias mãos justamente por não acreditar mais nas instituições. A obra canaliza um sentimento de frustração popular com a impunidade.

    “O Doutrinador” oferece uma perspectiva crítica e sombria, onde a Justiça oficial é vista como parte do problema. Embora seja uma fantasia de ação, a produção dialoga com a desconfiança de parte da população em relação ao sistema político e judicial, servindo como um termômetro ficcional de insatisfações reais.

  • O caminho de um processo no STF: como um ministro se torna relator

    O caminho de um processo no STF: como um ministro se torna relator

    A definição do ministro André Mendonça como relator dos processos sobre fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) no Supremo Tribunal Federal (STF) acendeu um alerta sobre os bastidores do Judiciário.

    As investigações da Polícia Federal sobre o desvio bilionário de benefícios de aposentados e pensionistas estavam anteriormente no gabinete do ministro Dias Toffoli.

    A escolha de um relator, longe de ser um detalhe burocrático, é uma das etapas mais decisivas para o futuro de qualquer processo que chega à mais alta corte do país.

    O relator é o juiz responsável por conduzir toda a tramitação do caso. Ele funciona como o maestro do processo, ditando o ritmo, analisando os pedidos urgentes e preparando a matéria para o julgamento final por todos os ministros. Entender como essa escolha é feita ajuda a compreender a dinâmica de poder e os caminhos que uma decisão judicial pode tomar antes mesmo de ser debatida em plenário.

    Como funciona a distribuição de processos no STF

    Quando um novo processo chega ao STF, ele passa por um sistema de distribuição eletrônica. Esse sistema funciona como um sorteio, que distribui a ação de forma aleatória e equilibrada entre os ministros. O objetivo é garantir a imparcialidade, evitando que um magistrado possa escolher os casos que deseja julgar.

    Contudo, existe uma regra fundamental que quebra essa aleatoriedade: a prevenção. Se um ministro já foi sorteado anteriormente como relator de um caso que tenha ligação com o novo processo, ele se torna “prevento”. Isso significa que ele automaticamente assume a relatoria de todas as novas ações relacionadas ao mesmo fato ou às mesmas partes.

    Essa regra busca manter a coerência nas decisões judiciais. A lógica é que o ministro que já estudou o assunto tem mais condições de analisar os novos desdobramentos de forma eficiente, evitando decisões conflitantes sobre um mesmo tema.

    O poder e as responsabilidades de um relator

    Ser o relator de um processo no STF confere ao ministro uma série de poderes que influenciam diretamente o seu andamento. É ele quem faz a primeira análise detalhada dos autos, conhecendo a fundo os argumentos de todas as partes envolvidas.

    Uma de suas principais atribuições é decidir sobre pedidos liminares. Essas são solicitações urgentes que podem suspender uma lei, determinar a soltura de um réu ou garantir um direito antes do julgamento definitivo. Uma decisão liminar de um relator pode ter efeitos imediatos e, em muitos casos, molda o cenário até a análise final pelo colegiado.

    Além disso, o relator organiza o processo para o julgamento. Ele pode solicitar mais informações, pedir pareceres e determinar a produção de provas, se necessário. Ao final dessa fase de instrução, ele elabora um relatório completo sobre o caso e, mais importante, redige o seu voto. Esse voto é o primeiro a ser lido na sessão de julgamento e serve como o principal guia para a discussão entre os demais ministros.

    Leia: Em 4 atos, como Alexandre de Moraes se tornou tão poderoso

    A influência do relator é tão grande que seu voto frequentemente se torna o “voto condutor”, ou seja, a base para a decisão final da Corte. Embora os outros ministros possam discordar e apresentar seus próprios votos, a argumentação do relator estabelece os termos do debate.

    O impacto da relatoria em casos de grande repercussão

    Em ações de alto impacto político e social, como as que envolvem a trama golpista, a figura do relator ganha ainda mais destaque. A maneira como ele conduz o processo, a rapidez com que pauta o julgamento e o teor de suas decisões iniciais podem gerar consequências políticas e jurídicas imediatas.

    O ministro que assume a relatoria se torna o rosto daquele julgamento perante a opinião pública. Suas decisões são acompanhadas de perto pela imprensa e pela sociedade, e sua interpretação da lei pode definir os rumos de investigações complexas. Por isso, a distribuição de um processo sensível é sempre um momento de grande atenção nos corredores de Brasília.

    A escolha de um relator, seja por sorteio ou prevenção, não define o resultado de um julgamento, mas certamente desenha o caminho que ele irá percorrer. A habilidade de um ministro em conduzir o processo, articular seus argumentos e convencer seus pares é fundamental para a construção da decisão final do Supremo.

    O que faz um ministro relator no STF?

    O ministro relator é o principal condutor de um processo no Supremo. Ele é responsável por analisar os pedidos, inclusive os urgentes, como liminares.

    Ele também organiza o caso, solicita informações e prepara um relatório detalhado para apresentar aos outros ministros antes do julgamento.

    Como um ministro do STF se torna relator?

    A escolha é feita por um sistema de distribuição eletrônica, que sorteia o processo de forma aleatória entre os ministros da Corte.

    No entanto, se o processo tiver conexão com outro já em andamento, ele é direcionado ao mesmo relator por um critério chamado “prevenção”.

    Qual a importância do voto do relator em um julgamento?

    O voto do relator é o primeiro a ser apresentado durante a sessão de julgamento. Ele serve como ponto de partida para a discussão entre os demais ministros.

    Frequentemente, a argumentação do relator influencia os outros juízes e se torna a base para a decisão final do colegiado.

    O relator pode decidir um caso sozinho?

    O relator pode tomar decisões monocráticas, ou seja, individuais, especialmente em casos urgentes (liminares). Essas decisões têm validade imediata.

    Contudo, a decisão final sobre o mérito do caso é sempre tomada pelo colegiado, seja por uma das Turmas ou pelo Plenário completo do STF.

  • 7 doenças graves que podem estar escondidas no esgoto da sua rua

    7 doenças graves que podem estar escondidas no esgoto da sua rua

    A rede de esgoto que passa sob a sua rua é uma parte essencial da infraestrutura urbana, mas pode esconder ameaças invisíveis à saúde. Quando o saneamento básico é inadequado ou falha, o contato direto ou indireto com água contaminada por dejetos humanos e de animais se torna um risco real, abrindo portas para uma série de doenças graves que afetam milhares de pessoas todos os anos no Brasil.

    Leia: De cada 10 residências no país, 3 não têm esgoto ligado à rede geral

    O perigo não se limita a áreas sem qualquer tipo de tratamento. Vazamentos, refluxos durante enchentes e ligações clandestinas podem contaminar o solo, a água de poços e até mesmo a água que chega às torneiras. Entender quais são essas doenças e como elas se propagam é o primeiro passo para proteger sua família e cobrar ações efetivas do poder público.

    Leptospirose

    Causada pela bactéria Leptospira, a leptospirose é frequentemente associada a enchentes e alagamentos. A urina de ratos, principal portador da bactéria, contamina a água e a lama do esgoto. O simples contato da pele com essa água, especialmente se houver algum ferimento ou arranhão, pode levar à infecção.

    Os sintomas iniciais são parecidos com os de uma gripe forte: febre alta, dor de cabeça e dores musculares, principalmente nas panturrilhas. Em casos mais graves, a doença evolui para a forma ictérica, conhecida como Síndrome de Weil, que causa icterícia (pele e olhos amarelados), insuficiência renal e hemorragias, podendo ser fatal.

    Cólera

    A cólera é uma infecção intestinal aguda causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados pela bactéria Vibrio cholerae. Essa bactéria se prolifera em ambientes com saneamento precário, sendo o esgoto a céu aberto um dos principais focos de disseminação. O microrganismo é liberado nas fezes de pessoas infectadas e pode contaminar rapidamente fontes de água.

    A doença se manifesta de forma súbita, com diarreia aquosa e intensa, vômitos e cãibras. A perda rápida de líquidos corporais leva à desidratação severa, que, se não for tratada imediatamente com reidratação oral ou venosa, pode causar choque e morte em questão de horas. A prevenção depende diretamente do acesso à água tratada e do descarte correto do esgoto.

    Hepatite A

    Esta é uma inflamação do fígado causada pelo vírus da hepatite A (VHA). A transmissão ocorre pela via fecal-oral, principalmente pelo consumo de água ou alimentos contaminados por esgoto. O vírus é muito resistente e pode sobreviver por meses no ambiente, tornando a falta de saneamento um fator de risco constante.

    Os sintomas incluem fadiga, náuseas, vômitos, dor abdominal, febre e icterícia. Diferente das hepatites B e C, a hepatite A não se torna crônica, mas pode causar uma doença debilitante que dura várias semanas. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção, juntamente com a melhoria das condições de higiene e saneamento.

    Febre tifoide

    Causada pela bactéria Salmonella typhi, a febre tifoide também está ligada ao consumo de água e alimentos contaminados por fezes humanas. A bactéria pode sobreviver por semanas na água ou no esgoto, representando um perigo contínuo em locais com infraestrutura sanitária deficiente.

    Os sintomas se desenvolvem gradualmente e incluem febre alta e prolongada, dor de cabeça, mal-estar geral, tosse seca e manchas rosadas no tronco. Se não tratada com antibióticos, a doença pode levar a complicações graves, como hemorragia intestinal, perfuração do intestino e até a morte.

    Giardíase

    A giardíase é uma infecção intestinal causada pelo protozoário Giardia lamblia. A contaminação acontece pela ingestão de cistos do parasita, que são eliminados nas fezes de pessoas ou animais infectados e podem contaminar redes de água e esgoto. É uma das causas mais comuns de doenças diarreicas em todo o mundo.

    Os sintomas mais frequentes são diarreia, gases, cólicas abdominais, náuseas e perda de peso. Embora muitas vezes seja autolimitada, a infecção pode se tornar crônica, especialmente em crianças, levando à síndrome de má absorção e desnutrição. O tratamento adequado da água é fundamental para o controle.

    Amebíase

    Outra doença causada por um protozoário, a Entamoeba histolytica, a amebíase é transmitida da mesma forma que a giardíase: pela ingestão de cistos presentes em água e alimentos contaminados por fezes. A falta de tratamento de esgoto permite que o parasita se espalhe facilmente pela comunidade.

    Na maioria dos casos, a infecção é assintomática. Quando os sintomas aparecem, podem variar de um desconforto abdominal leve com diarreia a uma disenteria grave, com fezes sanguinolentas e cólicas intensas. Em casos raros, o parasita pode invadir outros órgãos, como o fígado, causando abcessos que exigem tratamento imediato.

    Esquistossomose

    Conhecida popularmente como “barriga d’água”, a esquistossomose é causada pelo verme Schistosoma mansoni. O ciclo da doença envolve caramujos de água doce que liberam larvas do verme. O esgoto não tratado contamina rios e lagos, permitindo que os ovos do parasita, presentes nas fezes humanas, infectem os caramujos.

    A infecção ocorre quando a pele entra em contato com a água contaminada por essas larvas. A fase aguda pode causar febre, dores de cabeça e calafrios. Na fase crônica, os vermes se alojam nos vasos do intestino e do fígado, podendo causar fibrose hepática, hipertensão portal e aumento do baço, quadro que caracteriza a “barriga d’água”.

  • Chaves, Seu Madruga e Necaxa: a curiosa história que une o clube e a série

    Chaves, Seu Madruga e Necaxa: a curiosa história que une o clube e a série

    Se você é fanático de “Chaves”, provavelmente sabe que Seu Madruga era torcedor fanático do Nexaca. Afinal, na versão original do programa, uma de suas falas icônicas é justamente “Yo le voy a Necaxa!”.

    O bordão, porém, não chegou até à dublagem brasileira, que preferiu traduções como “meu negócio é futebol”, evitando a menção ao time mexicano, que pouca gente no Brasil conhece.

    O que muitos talvez não saibam é que o time do coração original do icônico personagem de Ramón Valdés não é uma invenção do roteiro. O Club Necaxa tem mais de um século de história e sua ligação com o seriado transformou o time em um símbolo cultural em toda a América Latina.

    Leia: Cultura, história e costumes do México, a terra do eterno seriado ‘Chaves’

    A menção constante ao clube na série de Roberto Gómez Bolaños, o Chespirito, imortalizou o nome Necaxa para gerações de espectadores na América Latina. A torcida fervorosa de Seu Madruga reflete a paixão que muitos mexicanos sentiam por uma equipe que, na época da gravação do programa, já carregava a nostalgia de um passado glorioso, mas vivia um presente de dificuldades.

    A história de glórias e desaparecimentos

    Fundado em 1923 por funcionários de uma companhia de luz e energia na Cidade do México, o Club Necaxa rapidamente se tornou uma potência no futebol amador do país. Na década de 1930, a equipe viveu sua era de ouro, conquistando quatro títulos da liga e ganhando o apelido de “Los Once Hermanos” (Os Onze Irmãos), uma referência ao entrosamento e à união do elenco dentro de campo.

    Aquele time dominou o futebol mexicano com um estilo de jogo envolvente e se tornou uma das equipes mais populares do país. Essa fase de glórias marcou uma geração inteira de torcedores, que viam no Necaxa um símbolo de sucesso e identidade. Era o time da moda, o gigante a ser batido antes do profissionalismo tomar conta do esporte no México.

    No entanto, a trajetória do clube foi marcada por instabilidade. Em 1943, com a profissionalização do futebol mexicano, o Necaxa decidiu não participar do novo sistema e desapareceu do cenário por sete anos. O time retornou em 1950, mas sem o mesmo brilho de antes. Em 1971, ano em que o seriado “Chaves” estreou, a equipe foi vendida e renomeada para Atlético Español, desaparecendo novamente.

    O clube só voltaria a usar o nome Necaxa em 1982. Essa história de idas e vindas, de um passado grandioso contrastando com um presente incerto, foi o cenário perfeito para a escolha de Chespirito. Para um personagem como Seu Madruga, que vivia de memórias e se apegava ao passado para encarar um presente difícil, torcer por um time com essa trajetória fazia todo o sentido.

    Por que o Necaxa foi o time escolhido?

    A escolha do Necaxa para Seu Madruga não foi aleatória. Roberto Gómez Bolaños era um grande fã de futebol, mas seu time do coração era o América, um dos clubes mais ricos e vitoriosos do México. Associar seu principal rival, o Seu Madruga, a um time tão poderoso não teria o mesmo efeito cômico e dramático. A ideia era criar uma conexão que gerasse empatia.

    Ao escolher o Necaxa, Chespirito atribuiu a Seu Madruga a imagem do torcedor raiz, leal a um clube que representava o azarão. Na década de 1970, quando o programa estava no auge, torcer pelo Necaxa era um ato de resistência e nostalgia. Era como torcer por um gigante adormecido, uma força do passado que lutava para sobreviver no futebol moderno.

    Leia: Saúde da atriz que viveu Chiquinha, de ‘Chaves’, preocupa

    Essa característica se encaixava perfeitamente na personalidade de Seu Madruga. Um homem desempregado, que devia 14 meses de aluguel e se virava com bicos, mas que mantinha o orgulho de suas convicções e de seu passado. Sua lealdade ao Necaxa era um espelho de sua própria resiliência, uma forma de se conectar com algo maior e mais glorioso que sua própria realidade.

    Leia:  Chiquinha e Seu Barriga têm encontro emocionante e relembram momentos de ‘Chaves’

    A paixão do personagem pelo clube se tornou uma das piadas recorrentes mais famosas do seriado. As gozações de Chaves e Quico, que frequentemente o chamavam de “perdedor”, reforçavam essa imagem. Mas, para o público, a defesa apaixonada que Seu Madruga fazia de seu time o tornava ainda mais humano e cativante, transformando o Necaxa em um sinônimo de lealdade e perseverança.

    O legado cultural da série para o clube

    A popularidade de “Chaves” em toda a América Latina deu ao Necaxa uma fama internacional que o clube talvez nunca alcançasse apenas com seu desempenho em campo.

    O próprio clube reconhece a importância dessa conexão. Ao longo dos anos, o Necaxa abraçou a associação com o seriado, utilizando a imagem de Seu Madruga em campanhas de marketing e nas redes sociais. Em diversas ocasiões, a equipe fez homenagens a Ramón Valdés e ao personagem, ciente de que grande parte de sua base de fãs fora do México foi construída graças à série.

    Essa relação simbiótica mostra como a cultura pop pode influenciar o esporte de maneiras inesperadas. Um seriado de comédia mexicano conseguiu colocar um clube de futebol de porte médio no imaginário de um continente inteiro. Hoje, quando o Necaxa entra em campo, é impossível para muitos não lembrarem do morador mais carismático da vila gritando seu amor pelas cores do time.

    O time do Seu Madruga em “Chaves” existe de verdade?

    Sim, o Club Necaxa, time do coração de Seu Madruga, é um clube de futebol real do México. Ele foi fundado em 21 de agosto de 1923.

    A equipe tem uma história rica no futebol mexicano, com períodos de grande sucesso, especialmente na era amadora, na década de 1930.

    Por que o criador de “Chaves” escolheu o Necaxa para o Seu Madruga?

    Roberto Gómez Bolaños, o Chespirito, era torcedor do Club América, um dos times mais vitoriosos do México. Ele escolheu o Necaxa para Seu Madruga por ser um time com um passado de glórias, mas que passava por dificuldades nos anos 1970.

    Essa característica de “azarão” ou de “gigante adormecido” se encaixava perfeitamente na personalidade de Seu Madruga, um personagem nostálgico e resiliente.

    Qual era a história do Necaxa na época em que “Chaves” foi criado?

    Na década de 1970, quando “Chaves” começou, o Necaxa vivia um momento conturbado. O clube, que havia sido uma potência nos anos 30, já não tinha o mesmo prestígio.

    Em 1971, o time foi vendido e mudou de nome para Atlético Español. O nome Necaxa só foi retomado em 1982, o que reforça a ideia de que Seu Madruga era um torcedor apegado ao passado.

    Como o Necaxa lidou com a fama vinda do seriado?

    O clube abraçou completamente a associação com “Chaves” e Seu Madruga. Essa conexão deu ao Necaxa uma enorme popularidade internacional, especialmente na América Latina.

    Ao longo dos anos, o time fez diversas homenagens ao personagem e ao ator Ramón Valdés, utilizando essa fama em suas estratégias de comunicação e marketing para se conectar com fãs de todo o mundo.

  • Por onde andam 5 políticos que não se reelegeram em 2022

    Por onde andam 5 políticos que não se reelegeram em 2022

    A recente entrevista da ex-deputada Joice Hasselmann sobre o início do relacionamento de Jair e Michelle Bolsonaro colocou os holofotes sobre uma questão recorrente na política: o que acontece com figuras públicas após uma derrota nas urnas? A eleição de 2022 deixou de fora do Congresso Nacional nomes que, até pouco tempo, dominavam o noticiário e influenciavam os rumos do país.

    Longe dos gabinetes de Brasília, muitos desses ex-parlamentares buscam se reinventar. Alguns migram para a iniciativa privada, outros se transformam em comentaristas políticos e há aqueles que usam as redes sociais para manter a relevância. A transição nem sempre é simples, mas revela novas facetas de personalidades que o público se acostumou a ver apenas no plenário.

    De deputados que foram campeões de votos a senadores com décadas de experiência, a lista de quem não conseguiu se reeleger é extensa. Conheça a seguir a trajetória de cinco políticos famosos que perderam a eleição em 2022 e iniciaram um novo capítulo em suas carreiras.

    Joice Hasselmann

    Eleita em 2018 com mais de um milhão de votos, a ex-deputada pelo PSL de São Paulo se tornou uma das principais vozes do bolsonarismo no Congresso. Após romper com o governo, sua popularidade diminuiu, resultando em pouco mais de 13 mil votos em 2022, insuficientes para garantir a reeleição.

    Fora de Brasília, Joice se reinventou como influenciadora digital e comunicadora. Ela investe em seu canal no YouTube, onde comenta sobre política e compartilha sua rotina. Além disso, lançou um podcast e se dedica a produzir conteúdo para suas redes sociais, mantendo uma base de seguidores engajada e uma postura crítica ao seu antigo aliado político.

    Alexandre Frota

    Outro político eleito na onda bolsonarista de 2018, Alexandre Frota (PDT-SP) também se tornou um forte opositor do ex-presidente. Sua trajetória foi marcada por polêmicas e uma mudança de posicionamento que lhe custou capital político. Em 2022, tentou uma vaga como deputado estadual, mas teve 24.224 votos e não obteve sucesso em conseguir um assento na Assembleia Legislativa de SP.

    Desde que deixou a Câmara dos Deputados, Frota intensificou sua presença nas redes sociais, principalmente no X (antigo Twitter). Ele atua como um comentarista político independente, com críticas contundentes tanto ao governo anterior quanto ao atual, e participa de debates e entrevistas em canais de notícias e podcasts.

    Em outubro de 2024, Frota voltou à política institucional ao ser eleito vereador em Cotia, na região metropolitana de São Paulo. Ele recebeu 2.893 votos e conquistou a vaga pelo critério de média, e está exercendo o cargo atualmente.

    Rodrigo Maia

    Presidente da Câmara dos Deputados por três mandatos consecutivos, Rodrigo Maia (PSD-RJ) foi uma das figuras mais poderosas da República. Em 2022, diante de um cenário político desfavorável no Rio de Janeiro, ele optou por não disputar a reeleição e encerrou sua carreira parlamentar.

    Maia fez uma transição bem-sucedida para a iniciativa privada. Hoje, atua como presidente de uma confederação que representa instituições financeiras e também participa de projetos no mercado imobiliário. Ele continua sendo uma voz consultada sobre os rumos da política e da economia, mas agora a partir de uma perspectiva empresarial.

    Kátia Abreu

    Com uma longa carreira política que inclui mandatos como deputada, senadora e ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PP-TO) era um nome forte no Congresso. Contudo, em 2022, ela não conseguiu se reeleger para o Senado, sendo derrotada por uma ex-aliada.

    Após a derrota, Kátia Abreu adotou um perfil mais reservado. Ela se afastou dos holofotes da política nacional e tem se dedicado a seus negócios no agronegócio e à vida pessoal. Suas aparições públicas e manifestações nas redes sociais tornaram-se raras, marcando uma pausa em sua intensa vida pública.

    Paulo Martins

    Eleito deputado federal pelo Paraná, Paulo Martins (PL) abriu mão de uma reeleição provável para tentar uma vaga no Senado. A aposta não deu certo e ele acabou sem mandato. Conhecido por suas posições conservadoras, ele era uma figura ativa na base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Martins rapidamente encontrou um novo espaço na mídia. Pouco tempo depois da eleição, ele foi contratado como comentarista político pela Jovem Pan News.

    Em 2024, Paulo Martins foi eleito vice-prefeito de Curitiba na chapa liderada por Eduardo Pimentel (PSD). A dupla venceu o segundo turno da eleição municipal com 531.029 votos, o equivalente a 57,64% dos válidos.