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  • O que define um genocídio? Entenda o termo que divide especialistas

    O que define um genocídio? Entenda o termo que divide especialistas

    O termo genocídio voltou a dominar o debate público global, impulsionado por conflitos recentes e acusações trocadas entre nações. Embora a palavra seja usada com frequência para descrever grandes massacres ou atos de violência extrema, seu significado no direito internacional é específico e técnico, indo muito além da percepção do senso comum. Compreender essa definição é fundamental para analisar as discussões atuais com mais clareza.

    A definição legal de genocídio não se baseia apenas no número de mortos. O elemento central é a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo específico. Essa distinção é o que torna a comprovação do crime tão complexa nos tribunais internacionais, exigindo um alto padrão de evidências que raramente é alcançado durante o desenrolar de um conflito.

    Leia: Genocídio: alguns eventos de extermínio em massa no Século XX

    A palavra em si é relativamente nova. Foi criada em 1944 pelo jurista polonês Raphael Lemkin, que combinou o termo grego “genos” (raça ou tribo) com o sufixo latino “cide” (matar). Lemkin buscou nomear o que considerava o crime supremo: a tentativa de aniquilar um povo inteiro, uma prática que ele testemunhou durante o Holocausto e outros eventos históricos.

    Leia: Não há genocídio em Gaza, e críticas de organizações são enviesadas, diz historiador

    O esforço de Lemkin foi crucial para a criação da “Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio”, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948. Esse documento histórico estabeleceu o genocídio como um crime sob o direito internacional, seja em tempo de paz ou de guerra.

    O que diz a lei?

    A convenção da ONU define genocídio como qualquer um dos atos listados abaixo, cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. É importante notar que a definição não inclui grupos políticos, uma omissão que gera debates até hoje.

    Os atos que podem configurar genocídio, desde que a intenção seja comprovada, são:

    • Assassinato de membros do grupo.
    • Causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo.
    • Submeter intencionalmente o grupo a condições de existência que possam acarretar sua destruição física, total ou parcial.
    • Impor medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo.
    • Realizar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.

    O ponto mais desafiador na aplicação dessa lei é a comprovação da “intenção específica” ou dolus specialis. Não basta que os atos violentos ocorram; é preciso demonstrar que eles fazem parte de um plano coordenado para eliminar o grupo-alvo. Essa prova pode vir de documentos oficiais, declarações de líderes, ordens militares ou um padrão sistemático de violência que não deixa outra interpretação possível.

    Devido a essa dificuldade, muitos massacres e atrocidades em massa são classificados como crimes de guerra ou crimes contra a humanidade. Embora sejam crimes graves, eles não carregam o mesmo peso legal e simbólico do genocídio, que é frequentemente chamado de “o crime dos crimes”.

    A responsabilidade de julgar esses casos recai sobre tribunais internacionais, como a Corte Internacional de Justiça (CIJ), que lida com disputas entre Estados, e o Tribunal Penal Internacional (TPI), que julga indivíduos. Os processos são longos, meticulosos e baseados em extensas investigações para reunir as evidências necessárias.

    Exemplos históricos formalmente reconhecidos por tribunais internacionais ajudam a ilustrar a aplicação da lei. O genocídio em Ruanda, em 1994, contra a etnia Tutsi, e o massacre de Srebrenica, em 1995, na Bósnia, onde homens e meninos bósnios muçulmanos foram sistematicamente executados, são dois casos em que a intenção de destruir um grupo foi judicialmente comprovada.

    A discrepância entre o uso popular do termo e sua definição jurídica estrita alimenta a polarização. Enquanto ativistas e cidadãos podem usar a palavra para expressar indignação moral e chamar a atenção para atrocidades, juristas e diplomatas precisam de cautela, cientes de que uma acusação formal de genocídio tem implicações profundas nas relações internacionais e exige um padrão de prova que vai além da emoção ou da opinião pública.

    O que é genocídio?

    Genocídio é um crime definido pelo direito internacional como a prática de atos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo.

    Os grupos protegidos pela convenção da ONU são os de caráter nacional, étnico, racial ou religioso.

    Matar muitas pessoas é sempre genocídio?

    Não. Um massacre, mesmo que resulte em milhares de mortes, não é tecnicamente um genocídio se não houver a intenção específica de eliminar um grupo protegido.

    Nesses casos, os atos podem ser classificados como crimes de guerra ou crimes contra a humanidade, que também são graves violações do direito internacional.

    Qual o elemento mais difícil de provar em um caso de genocídio?

    A “intenção específica” de destruir um grupo é o elemento mais complexo. É preciso provar que os atos não foram aleatórios, mas parte de um plano.

    Essa prova geralmente depende de documentos, discursos de líderes ou um padrão de violência tão sistemático que a intenção se torna a única explicação lógica.

    Quais grupos a convenção protege?

    A “Convenção sobre o Genocídio” de 1948 protege quatro tipos de grupos: nacionais, étnicos, raciais e religiosos.

    Grupos políticos, econômicos ou culturais não foram incluídos na definição original, o que ainda hoje é motivo de debate entre juristas.

    Por que o termo é usado de forma diferente na política e na lei?

    No debate político e social, “genocídio” é frequentemente usado como uma expressão de repúdio a massacres e violência extrema para gerar impacto moral.

    No campo jurídico, a palavra tem um significado técnico e restrito, exigindo provas rigorosas que são analisadas em tribunais internacionais.

    Quais são os exemplos históricos reconhecidos legalmente?

    O Holocausto é o caso paradigmático que inspirou a criação do termo e da lei. Tribunais internacionais também reconheceram o genocídio em Ruanda (1994).

    Outro exemplo é o massacre de Srebrenica (1995), na Bósnia, que foi classificado como um ato de genocídio por cortes internacionais.

  • Bandas de rock clássico que continuam na estrada e você precisa ver

    Bandas de rock clássico que continuam na estrada e você precisa ver

    A energia de um show do Queen com Freddie Mercury parece insuperável, um momento congelado no tempo que marcou a história da música. Mesmo décadas após suas apresentações históricas no Brasil, o grupo, agora com Adam Lambert nos vocais, continua a lotar estádios e a provar que certas lendas são, de fato, eternas. A força de suas canções e o carisma de seus integrantes mantêm a chama acesa para milhões de fãs.

    Para quem acha que a era de ouro do rock ficou no passado, a realidade é que muitos de seus maiores arquitetos ainda estão na estrada, oferecendo espetáculos imperdíveis.

    The Rolling Stones

    Se existe uma banda que define a palavra longevidade, é The Rolling Stones. Com mais de 60 anos de carreira, Mick Jagger, Keith Richards e Ronnie Wood continuam a desafiar o tempo com uma energia que parece inesgotável. Suas turnês mundiais são eventos grandiosos, que celebram um dos catálogos mais ricos e influentes da história da música.

    Nos palcos, Jagger ainda comanda a multidão com seus movimentos icônicos, enquanto os riffs de Richards soam tão afiados quanto nos anos 60. Assistir aos Stones ao vivo é mais do que um show; é uma aula de história do rock and roll, com hinos como “(I Can’t Get No) Satisfaction”, “Gimme Shelter” e “Start Me Up” executados com maestria.

    O grupo também prova que não vive apenas de nostalgia. O lançamento do álbum “Hackney Diamonds” em 2023 foi aclamado pela crítica e mostrou que a capacidade criativa da banda permanece intacta. Suas apresentações atuais mesclam os novos sucessos com os clássicos atemporais, criando uma experiência completa para fãs de todas as idades.

    The Who

    Pioneiros da ópera rock e donos de uma das performances mais explosivas da história, o The Who segue na ativa com seus membros fundadores Roger Daltrey e Pete Townshend. A banda, que já foi sinônimo de caos e guitarras quebradas, hoje apresenta um espetáculo que combina a fúria do passado com a sofisticação musical do presente.

    As turnês recentes do grupo, muitas vezes acompanhadas por orquestras completas, dão uma nova dimensão a clássicos como “Baba O’Riley” e “Pinball Wizard”. A voz potente de Daltrey e os movimentos característicos de Townshend com a guitarra continuam a ser o centro das atenções, lembrando a todos por que eles se tornaram ícones.

    Deep Purple

    Como um dos pilares da Santíssima Trindade do hard rock britânico, ao lado de Led Zeppelin e Black Sabbath, o Deep Purple mantém uma agenda de shows incansável pelo mundo. A banda, famosa por riffs de guitarra que se tornaram parte do DNA do rock, como o de “Smoke on the Water”, ainda entrega performances pesadas e cheias de virtuosismo.

    Embora a formação tenha mudado ao longo dos anos, o núcleo sonoro do grupo permanece sólido, com a voz marcante de Ian Gillan e a presença de membros históricos. Os shows são uma celebração do hard rock em sua forma mais pura, com longos solos instrumentais e uma energia contagiante que cativa o público do início ao fim.

    A banda continua a lançar álbuns de estúdio com regularidade, mostrando que sua paixão pela música não diminuiu.

    Iron Maiden

    O Iron Maiden transcendeu o status de banda de heavy metal para se tornar uma instituição cultural. Conhecidos por seus espetáculos teatrais, que incluem cenários elaborados e a presença icônica de seu mascote Eddie, o grupo oferece uma das experiências ao vivo mais imersivas e energéticas do mundo da música.

    Liderados pelo vocalista Bruce Dickinson, cuja presença de palco é lendária, o sexteto britânico executa suas complexas composições com uma precisão e vigor impressionantes. As turnês da banda são eventos globais que arrastam uma legião de fãs fiéis, conhecidos por cantarem cada verso e cada solo de guitarra em uníssono.

    U2

    Poucas bandas conseguem encher estádios com a mesma facilidade que o U2. O grupo irlandês, liderado por Bono e The Edge, transformou o show de rock em um evento multimídia, combinando hinos que marcaram épocas com produções visuais de vanguarda. Suas turnês são conhecidas pela escala monumental e pelas mensagens de esperança e ativismo social.

    De “With or Without You” a “Vertigo”, o repertório da banda é uma sucessão de sucessos globais, cantados em coro por dezenas de milhares de pessoas. As apresentações recentes, como a residência inovadora no Sphere em Las Vegas, demonstram a constante busca do U2 por novas formas de se conectar com o público e de usar a tecnologia para ampliar o impacto de sua música.

    Roger Waters

    Embora o Pink Floyd não se apresente mais como uma unidade, o legado da banda continua vivo através dos shows de seus membros. Roger Waters, a principal força criativa por trás de álbuns conceituais como “The Dark Side of the Moon” e “The Wall”, leva aos palcos espetáculos que são verdadeiras óperas rock audiovisuais.

    Suas turnês são produções imersivas e altamente politizadas, que utilizam tecnologia de ponta para criar narrativas visuais impactantes. O som surround, os telões gigantes e os infláveis icônicos transportam o público para dentro do universo conceitual que ele criou para o Pink Floyd.

  • Reboots no cinema: 5 franquias que voltaram com tudo e acertaram

    Reboots no cinema: 5 franquias que voltaram com tudo e acertaram

    A notícia de que o ator Noah Centineo viverá uma versão mais jovem de Rambo no cinema reacendeu um debate clássico em Hollywood: a aposta em reboots de franquias consagradas. A ideia de reviver histórias e personagens icônicos divide opiniões, mas quando a fórmula acerta, o resultado pode ser surpreendente tanto para a crítica quanto para o público. O desafio é modernizar a narrativa sem perder a essência que tornou o original um sucesso.

    Enquanto algumas tentativas se perdem no caminho, outras conseguem não apenas homenagear o legado, mas também expandi-lo de maneiras criativas. Seja com uma abordagem mais sombria, um novo protagonista ou tecnologias que permitem contar a história de forma inédita, esses projetos provam que uma boa ideia pode, sim, renascer com ainda mais força. A seguir, listamos cinco franquias que voltaram com tudo e mostraram como se faz um reboot de sucesso.

    Batman

    Poucos personagens foram reinventados tantas vezes quanto o Cavaleiro das Trevas. Após as versões mais caricatas do final dos anos 90, a trilogia de Christopher Nolan, iniciada com “Batman Begins” em 2005, trouxe uma abordagem realista e sombria que redefiniu o gênero de super-heróis. A visão do diretor transformou Gotham em uma cidade crível e Bruce Wayne em um herói com profundidade psicológica.

    O sucesso foi tão grande que parecia impossível repetir a dose. No entanto, em 2022, “Batman”, de Matt Reeves, provou o contrário. O filme mergulhou no lado detetivesco do personagem, apresentando um herói mais jovem e atormentado, interpretado por Robert Pattinson. A nova versão foi aclamada por sua atmosfera noir e por explorar um ângulo diferente do herói, consolidando o Batman como um ícone capaz de se adaptar a qualquer época.

    Planeta dos Macacos

    A saga original, lançada a partir de 1968, é um clássico da ficção científica. Porém, uma tentativa de reboot em 2001, dirigida por Tim Burton, não agradou e deixou a franquia no limbo por uma década. A redenção veio em 2011 com “Planeta dos Macacos: A Origem”, que mudou completamente o foco da história. Em vez de seguir os humanos, o filme nos apresentou ao chimpanzé César.

    Contada do ponto de vista dos símios, a nova trilogia usou tecnologia de captura de movimento para criar personagens digitais com uma carga emocional impressionante. A jornada de César, de um animal de laboratório a um líder revolucionário, construiu uma narrativa poderosa sobre família, preconceito e sobrevivência. O resultado foi uma saga emocionante que superou as expectativas e se tornou um marco do cinema moderno.

    Mad Max

    Trinta anos se passaram desde o último filme da trilogia original estrelada por Mel Gibson. Muitos acreditavam que o universo pós-apocalíptico de George Miller já havia dado o que tinha que dar. Contudo, o próprio criador da saga retornou em 2015 para dirigir “Mad Max: Estrada da Fúria”, um filme que não apenas reviveu a franquia, mas a elevou a um novo patamar de excelência.

    Com uma ação ininterrupta, efeitos práticos impressionantes e um design de produção impecável, o longa se tornou um fenômeno. Além de apresentar um novo Max, vivido por Tom Hardy, o filme introduziu a Imperatriz Furiosa, interpretada por Charlize Theron, uma das personagens mais marcantes do cinema de ação recente. O filme foi um sucesso de bilheteria e ainda levou para casa seis estatuetas do Oscar.

    Leia: “Furiosa”, da saga “Mad Max”, comprova o vigor do cinema de espetáculo

    007 – James Bond

    No início dos anos 2000, o espião mais famoso do cinema corria o risco de se tornar uma paródia de si mesmo, com tramas exageradas e gadgets fantasiosos. Para competir com heróis de ação mais realistas, como Jason Bourne, a franquia precisava de uma mudança drástica. A solução veio com a escalação de Daniel Craig e o reboot completo da história em “007 – Cassino Royale”, de 2006.

    O filme apresentou um James Bond mais bruto, vulnerável e humano, mostrando o início de sua carreira como agente secreto. A abordagem funcionou perfeitamente, modernizando o personagem para o século 21. A era Craig durou cinco filmes, construindo um arco narrativo contínuo e coeso, algo inédito para a saga, e se despediu com um dos capítulos mais emocionantes da história de Bond.

    Leia: Gênero e nacionalidade do novo James Bond são confirmados

    Duna

    A obra literária de Frank Herbert era considerada por muitos como “infilmável”. A complexidade de seu universo, cheio de política, religião e ecologia, já havia resultado em uma adaptação controversa em 1984, dirigida por David Lynch, que não conseguiu capturar a essência da história. Por décadas, o projeto parecia amaldiçoado, até cair nas mãos do diretor Denis Villeneuve.

    Com uma visão grandiosa e respeito profundo pelo material original, Villeneuve dividiu o primeiro livro em duas partes, permitindo que a trama e os personagens fossem desenvolvidos com calma. Lançados em 2021 e 2024, “Duna: Parte Um” e “Duna: Parte Dois” foram sucessos estrondosos de crítica e público, elogiados por seus visuais deslumbrantes, trilha sonora imponente e a forma como traduziram a complexidade do romance para as telas.

  • Música como destino: 7 cidades brasileiras com festivais incríveis

    Música como destino: 7 cidades brasileiras com festivais incríveis

    A notícia de que o trio australiano de música eletrônica Rufus Du Sol fará shows no Brasil em 2026 acendeu um alerta nos fãs de grandes eventos. A simples menção de uma turnê internacional mobiliza milhares de pessoas, que começam a planejar viagens, comprar ingressos e se preparar para viver uma experiência única. Esse movimento reforça o papel da música como um poderoso motor do turismo no país.

    O Brasil, no entanto, oferece um calendário de festivais que vai muito além de atrações pontuais ou do consagrado Rock in Rio. Conhecer esses destinos é uma oportunidade de combinar a paixão pela música com a descoberta de novas culturas e paisagens.

    São Paulo e o Lollapalooza Brasil

    A capital paulista respira cultura e o Lollapalooza Brasil é a prova disso. Realizado anualmente no Autódromo de Interlagos, o festival se consolidou como um dos maiores e mais importantes do país. Sua estrutura grandiosa, com múltiplos palcos e uma maratona de shows, atrai um público diverso, ávido por ver de perto os maiores nomes do pop, rock e da música eletrônica mundial.

    Ir ao Lollapalooza é mais do que apenas assistir a shows. O evento oferece uma imersão completa, com áreas de alimentação, ativações de marcas e espaços de descanso. A energia de São Paulo, uma metrópole que nunca para, complementa a experiência, permitindo que os visitantes explorem a rica gastronomia e a vida noturna da cidade nos intervalos da programação.

    Belo Horizonte e o Festival Sensacional!

    Belo Horizonte se destaca com o Festival Sensacional!, um evento que celebra a diversidade da música brasileira contemporânea. Com um line-up que mescla artistas consagrados e novas apostas da cena independente, o festival atrai um público que busca originalidade e curadoria apurada. O Parque Ecológico da Pampulha, com seu cenário icônico, serve de palco para essa celebração.

    O Sensacional! é conhecido por sua atmosfera acolhedora e descontraída. É um convite para descobrir novos sons em um ambiente cercado pela natureza e pela arquitetura de Oscar Niemeyer. Para quem viaja a Belo Horizonte, o festival é a porta de entrada para uma cidade com uma cena cultural vibrante e uma culinária reconhecida como uma das melhores do Brasil.

    Porto Alegre e o Planeta Atlântida

    Um dos festivais mais tradicionais do sul do país, o Planeta Atlântida é um marco no verão gaúcho. Realizado na praia de Atlântida, no litoral do Rio Grande do Sul, o evento é sinônimo de festa e juventude. Sua programação eclética reúne grandes nomes do pop, rock, funk e pagode, atraindo uma multidão que transforma a praia em uma gigantesca arena musical.

    A experiência do Planeta Atlântida é única pela sua localização litorânea. O clima de verão, a brisa do mar e a energia contagiante do público criam um ambiente perfeito para dois dias de música intensa. A proximidade com Porto Alegre facilita o acesso e permite que os turistas aproveitem para conhecer a capital gaúcha antes ou depois do evento.

    Curitiba e o Coolritiba

    Curitiba entrou de vez no circuito dos grandes festivais com o Coolritiba. Realizado na Pedreira Paulo Leminski, um dos espaços de shows mais emblemáticos do Brasil, o evento se destaca pela organização e por uma forte pauta de sustentabilidade. O festival promove ações de conscientização ambiental e busca reduzir o impacto de sua realização.

    O line-up do Coolritiba costuma equilibrar artistas nacionais de grande apelo popular com bandas da cena alternativa, criando uma programação rica e variada. A cidade, conhecida por seus parques e qualidade de vida, oferece um cenário perfeito para os visitantes que procuram uma experiência cultural completa, unindo música e contato com a natureza em um mesmo fim de semana.

    Goiânia e o Festival Bananada

    Goiânia é um celeiro de talentos da música independente e o Festival Bananada é o principal responsável por projetar essa cena nacionalmente. Ao longo de vários dias, o evento ocupa diferentes espaços da cidade com shows, festas e conferências, transformando a capital goiana no epicentro da nova música brasileira. É um festival para quem tem a mente aberta e curiosidade para novas sonoridades.

    O Bananada vai além da música. Ele integra gastronomia, artes visuais e debates sobre o mercado cultural, proporcionando uma imersão profunda na cultura contemporânea. Viajar para Goiânia durante o festival é a chance de conhecer uma cidade moderna e vibrante, que surpreende pela sua produção artística e pela hospitalidade.

    Salvador e o Festival de Verão

    O Festival de Verão de Salvador é uma instituição na Bahia e um dos eventos mais aguardados do calendário nacional. Com mais de duas décadas de história, a festa celebra a riqueza da música baiana e brasileira, reunindo em seu palco os maiores nomes do axé, pagode, sertanejo e pop. O evento acontece no Parque de Exposições e atrai um público massivo e apaixonado.

    A energia de Salvador é o grande diferencial. O festival é uma prévia do que é o carnaval soteropolitano, com muita dança, alegria e calor humano. Para o turista, é a oportunidade perfeita de mergulhar na cultura local, provar a culinária afro-brasileira e sentir a força da música que pulsa em cada esquina da primeira capital do Brasil.

    Recife e o Rec-Beat

    Realizado em pleno Carnaval, o Rec-Beat é um festival que oferece uma alternativa gratuita e de alta qualidade no coração do Recife Antigo. Com um palco montado às margens do rio Capibaribe, o evento apresenta uma programação ousada, que conecta a tradição musical pernambucana com as tendências da música global, do manguebeat ao rock psicodélico e à eletrônica experimental.

    O Rec-Beat é a escolha ideal para quem quer viver o Carnaval de Pernambuco, mas também busca uma experiência musical mais diversificada. O público se mistura aos foliões dos blocos de rua, criando um ambiente democrático e efervescente. É a chance de vivenciar uma das festas mais ricas do mundo e ainda descobrir bandas e artistas inovadores em um cenário histórico deslumbrante.

  • Influenciadores da fé: os líderes religiosos que dominam as redes

    Influenciadores da fé: os líderes religiosos que dominam as redes

    A imagem do líder religioso falando para uma multidão em um templo ou igreja ganhou uma nova dimensão. Hoje, o púlpito também é digital, e a congregação também se conta em milhões de seguidores, curtidas e compartilhamentos. O Frei Gilson, da congregação dos Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, é o exemplo mais recente desse fenômeno, reunindo multidões em suas missas e mais de 200 mil pessoas simultaneamente para rezar o rosário on-line durante a madrugada.

    Mas, ele não está sozinho. A internet se consolidou como um campo fértil para a evangelização e o fortalecimento de comunidades de fé. Pastores, padres, monges e líderes de diversas crenças usam as ferramentas digitais para levar suas mensagens a um público que talvez nunca pisasse em seus templos.

    Esses influenciadores da fé criam conteúdo que vai de pregações transmitidas ao vivo a vídeos curtos com conselhos práticos para os desafios cotidianos. Conheça outros nomes que se destacam nesse cenário.

    Deive Leonardo

    Com mais de 15 milhões de seguidores apenas no Instagram, Deive Leonardo é um dos maiores nomes do evangelismo digital no Brasil. Seus vídeos, que somam bilhões de visualizações no YouTube, são conhecidos pela produção cinematográfica e por uma abordagem que conecta passagens bíblicas a questões contemporâneas, como ansiedade, propósito de vida e superação.

    Sua comunicação é direta e motivacional, atraindo um público vasto, especialmente os mais jovens. Ele lota estádios e ginásios em suas turnês de pregação pelo país e pelo mundo, mostrando que sua influência transcende o ambiente on-line. A estratégia de Deive Leonardo é usar a tecnologia para criar uma experiência de fé imersiva e acessível, onde quer que o seguidor esteja.

    Padre Patrick Fernandes

    O padre Patrick Fernandes transformou a caixa de perguntas do Instagram em um confessionário moderno e bem-humorado. Com respostas rápidas, sinceras e cheias de ironia, ele conquistou milhões de seguidores ao abordar temas que vão de questões de fé a dilemas sobre relacionamentos e problemas do cotidiano. Sua leveza quebrou a imagem sisuda que muitos têm de um sacerdote.

    Ele desmistifica a ideia de que a fé precisa ser solene o tempo todo. Ao usar o humor como ferramenta de comunicação, o Padre Patrick cria uma conexão de proximidade com o público, tornando a religião mais humana e acessível. Suas postagens viralizam com frequência, levando sua mensagem a pessoas de diferentes crenças que buscam um conselho ou apenas um momento de descontração.

    Monja Coen

    Representando o budismo zen, a Monja Coen se tornou uma voz de serenidade e sabedoria nas redes sociais. Com um discurso calmo e reflexivo, ela oferece ensinamentos sobre meditação, autoconhecimento e compaixão para milhões de seguidores. Seus vídeos e palestras são um contraponto à agitação e à polarização que dominam o ambiente digital.

    Monja Coen consegue traduzir conceitos complexos do budismo para uma linguagem simples e universal, o que atrai um público diverso, incluindo pessoas que não seguem nenhuma religião específica. Ela aborda temas como a busca pela paz interior e a importância de viver o presente, mensagens que encontram forte eco em uma sociedade marcada pela ansiedade e pela pressa.

    Tiago Brunet

    Tiago Brunet se destaca por unir teologia a conceitos de desenvolvimento pessoal e inteligência emocional. Ele se posiciona como um mentor, oferecendo ferramentas para que seus seguidores alcancem sucesso na vida profissional, financeira e espiritual. Seus livros são best-sellers e suas palestras atraem multidões interessadas em seu método.

    Nas redes, ele compartilha insights e estratégias sobre liderança, propósito e sabedoria, baseando-se em princípios bíblicos. Brunet construiu uma marca forte, com cursos online e eventos que prometem destravar o potencial de cada indivíduo. Sua abordagem pragmática da fé atrai um público que busca resultados concretos e uma espiritualidade aplicada ao dia a dia.

    Pastor Cláudio Duarte

    Conhecido por seu jeito irreverente e bem-humorado, o pastor Cláudio Duarte é um fenômeno quando o assunto é relacionamento familiar e conjugal. Seus sermões, repletos de piadas e exemplos práticos, viralizaram na internet e o transformaram em uma figura popular muito além do público evangélico.

    Ele fala sobre casamento, criação de filhos e conflitos domésticos com uma honestidade que gera identificação imediata. Ao invés de usar um tom formal, Cláudio Duarte adota uma linguagem popular e direta, como se estivesse conversando com amigos. Essa autenticidade fez com que seus conselhos se espalhassem por grupos de WhatsApp e se tornassem um sucesso no YouTube, onde seus vídeos acumulam milhões de visualizações.

  • Roteiro histórico em BH: um dia pelo Centro da capital mineira

    Roteiro histórico em BH: um dia pelo Centro da capital mineira

    Belo Horizonte é muito mais do que a capital dos bares e da boa comida. No coração da cidade, ruas e edifícios guardam capítulos essenciais da história de Minas Gerais e do Brasil. Com o interesse renovado em narrativas nacionais, como a participação do país na Segunda Guerra Mundial, um roteiro pelo centro da capital mineira se torna um programa indispensável para quem busca uma imersão no passado.

    Para os amantes de história, um dia caminhando pela região central revela desde os bastidores do poder na República Velha até as memórias dos soldados que lutaram na Europa. Este circuito a pé conecta museus, praças e centros culturais que, juntos, montam um quebra-cabeça fascinante da identidade brasileira. Prepare um calçado confortável e venha desvendar esses tesouros.

    Manhã: poder e cultura na Praça da Liberdade

    O ponto de partida ideal é o Circuito Liberdade, um complexo cultural que ocupa os antigos prédios das secretarias de estado. A própria praça, projetada para ser o centro do poder da nova capital, já é uma aula de história a céu aberto. Seus jardins e arquitetura contam a transição de um Brasil agrário para uma república que sonhava com a modernidade.

    Leia: Museu no Centro de BH tem obras raras, mas nunca funcionou

    Comece pelo Memorial Minas Gerais Vale. O espaço oferece uma jornada interativa pela cultura e história mineira, desde o século 18 até os dias atuais. As salas são temáticas e exploram desde a vida rural e as tradições religiosas até a literatura de autores como Carlos Drummond de Andrade. É o contexto perfeito para entender a alma do estado.

    A poucos passos dali, o Museu das Minas e do Metal aprofunda a narrativa sobre a principal atividade econômica que moldou a região. O acervo não se limita a pedras preciosas. Ele detalha a ciência por trás da mineração e o impacto social da extração de riquezas que financiaram o Brasil Colônia e o Império. A visita ajuda a compreender a origem de muitas fortunas e conflitos do país.

    Para fechar a manhã, explore o Espaço do Conhecimento UFMG. O museu mescla ciência e história de forma criativa. Seu planetário é famoso, mas o destaque para quem busca o passado está na exposição permanente que reconstitui a ocupação humana em Minas Gerais desde os tempos pré-históricos. A fachada do prédio, tombada pelo patrimônio histórico, também merece atenção.

    Leia: Museu de História Natural e Jardim Botânico de BH é reaberto para visitação

    Parada obrigatória: o Museu da FEB

    Após o almoço na região da Savassi, vizinha à Praça da Liberdade, a próxima parada é o Museu da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Localizado na Rua Tupis, 723, no Centro de BH, o local é um guardião da memória dos “pracinhas”, os soldados brasileiros que combateram o nazifascismo na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. A visita é um mergulho em um dos momentos mais importantes e, por vezes, esquecidos da história do Brasil no século 20.

    O acervo é rico e emocionante. Ele reúne uniformes, armas, equipamentos, documentos, fotos e objetos pessoais dos combatentes. Cada item conta uma pequena história sobre coragem, sacrifício e a adaptação dos brasileiros a um cenário de guerra completamente estranho. A exposição é organizada de forma didática, permitindo que o visitante entenda todo o contexto do conflito e o papel estratégico do Brasil ao lado dos Aliados.

    Este museu oferece uma perspectiva humana da guerra. As cartas enviadas para casa, os diários e os relatos de ex-combatentes revelam os medos e as esperanças de jovens que cruzaram o oceano para lutar pela liberdade. É uma experiência que conecta o visitante diretamente com um pedaço fundamental da nossa trajetória como nação.

    Tarde: os trilhos que construíram a cidade

    Do Museu da FEB, uma caminhada ou um curto trajeto de transporte leva à Praça da Estação. O local é um marco zero de Belo Horizonte, o ponto de chegada dos materiais e trabalhadores que ergueram a nova capital planejada. O imponente prédio da Estação Central domina a paisagem e remete a uma época em que as ferrovias eram sinônimo de progresso.

    Leia: Por que este museu em BH é modelo de segurança contra incêndio

    Ali se encontra o Museu de Artes e Ofícios, uma homenagem à história do trabalho no Brasil. Seu acervo, com mais de duas mil peças dos séculos 18 ao 20, celebra as ferramentas, técnicas e a engenhosidade dos trabalhadores de diferentes áreas, da marcenaria à tecelagem.

    Fim de tarde: arte, natureza e história

    Para encerrar o dia, caminhe da Praça da Estação pela Avenida Afonso Pena em direção ao Palácio das Artes. O espaço é um ícone da arquitetura modernista e um ponto de encontro de diversas manifestações artísticas. Sua história se mistura com a própria vanguarda cultural de Belo Horizonte.

    Ao lado, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti oferece um refúgio de tranquilidade e mais história. Inaugurado em 1897, antes mesmo da própria cidade, é o patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte. Passear por suas alamedas é como voltar no tempo, observando o Teatro Francisco Nunes e outros pequenos monumentos que resistem ao ritmo acelerado da metrópole.

  • Como a Segunda Guerra ainda influencia a tecnologia que usamos hoje

    Como a Segunda Guerra ainda influencia a tecnologia que usamos hoje

    A lembrança da Segunda Guerra Mundial costuma evocar imagens de batalhas históricas, decisões políticas e o heroísmo de soldados, como os da Força Expedicionária Brasileira (FEB). O crescente interesse pelo tema, impulsionado pela proximidade dos 80 anos do fim do conflito, revela que suas consequências vão muito além dos livros de história. Elas estão presentes no nosso dia a dia, de formas que muitas vezes nem imaginamos.

    Da comida que esquentamos no micro-ondas ao trajeto que o aplicativo de mapas define no nosso celular, muitas das tecnologias que consideramos indispensáveis hoje tiveram sua origem ou desenvolvimento acelerado pela urgência da guerra. O período de seis anos, entre 1939 e 1945, foi um catalisador de inovações que moldaram o mundo moderno, transformando necessidades militares em conveniências civis.

    Leia: A rendição que dividiu o mundo

    A navegação que cabe na palma da mão

    Hoje, usamos o GPS para encontrar o melhor caminho no trânsito, mas a necessidade de saber a localização exata com precisão nasceu em cenários de combate. Durante a Segunda Guerra, sistemas de navegação por rádio, como o LORAN, foram desenvolvidos para guiar navios e bombardeiros em longas distâncias, especialmente à noite ou em condições de baixa visibilidade.

    Esses sistemas pioneiros estabeleceram os princípios fundamentais da triangulação por sinais eletrônicos. Embora o GPS como conhecemos, baseado em satélites, tenha sido uma criação da Guerra Fria, sua concepção foi diretamente influenciada pelos desafios e soluções de navegação criados durante o grande conflito global. A necessidade militar de precisão deu o primeiro passo para a tecnologia que hoje nos guia.

    O calor que nasceu do radar

    Uma das invenções mais presentes nas cozinhas modernas surgiu de uma tecnologia de detecção militar. O radar foi um divisor de águas na guerra, permitindo que os Aliados identificassem aeronaves inimigas a quilômetros de distância. Para isso, era necessário um componente capaz de gerar micro-ondas de alta potência: o magnetron.

    Após o fim da guerra, um engenheiro que trabalhava em um projeto de radar percebeu que uma barra de chocolate em seu bolso havia derretido ao se aproximar de um magnetron ativo. Essa observação casual levou à criação do primeiro forno de micro-ondas, um aparelho que revolucionou a forma como preparamos e consumimos alimentos, transformando uma arma de vigilância em um eletrodoméstico essencial.

    O computador que decifrou códigos

    A guerra não foi travada apenas com armas, mas também com informações. A necessidade de quebrar códigos complexos, como os da máquina alemã Enigma, impulsionou o desenvolvimento da computação. Para essa tarefa, os britânicos construíram o Colossus, considerado um dos primeiros computadores eletrônicos e programáveis do mundo.

    Essa máquina gigantesca, que ocupava uma sala inteira, foi projetada para um único propósito: acelerar a decifragem de mensagens criptografadas. O esforço para criar o Colossus e outras máquinas semelhantes lançou as bases para a arquitetura de computadores digitais. O poder de processamento que hoje carregamos no bolso é um descendente direto desses gigantes da computação nascidos da urgência de guerra.

    A medicina que salvou milhões

    A penicilina foi descoberta em 1928, mas permaneceu como uma curiosidade de laboratório por mais de uma década. Foi a Segunda Guerra Mundial que transformou o antibiótico em um medicamento de massa. Com um número sem precedentes de soldados feridos, a necessidade de combater infecções bacterianas tornou-se uma prioridade máxima.

    Governos investiram pesadamente em pesquisas para encontrar uma forma de produzir penicilina em larga escala. O sucesso desse esforço não apenas salvou incontáveis vidas nos campos de batalha, mas também democratizou o acesso a antibióticos no pós-guerra, dando início a uma nova era na medicina e aumentando drasticamente a expectativa de vida global.

    Outras heranças do campo de batalha

    A lista de inovações impulsionadas pelo conflito é extensa e afeta diversas áreas. A tecnologia que levou à criação dos primeiros aviões a jato e das cabines pressurizadas abriu caminho para a aviação comercial moderna, tornando as viagens aéreas mais rápidas e acessíveis. Veja outros exemplos:

    • Fita adesiva (Duct Tape): Foi criada para selar caixas de munição de forma rápida e à prova d’água, mas sua versatilidade a tornou um item indispensável em qualquer caixa de ferramentas.
    • Jeep: O veículo 4×4 robusto e versátil, desenvolvido para o transporte de tropas em terrenos difíceis, tornou-se o precursor dos modernos SUVs.
    • Comida processada: A necessidade de alimentar milhões de soldados em campo levou ao desenvolvimento de técnicas de conservação e processamento de alimentos, como enlatados e refeições prontas, que hoje ocupam as prateleiras dos supermercados.

    Por que a Segunda Guerra Mundial acelerou tantas tecnologias?

    A guerra criou uma pressão sem precedentes por soluções rápidas e eficientes. Governos investiram recursos maciços em pesquisa e desenvolvimento para obter vantagem militar.

    O foco era resolver problemas práticos e imediatos, o que acelerou ciclos de inovação que, em tempos de paz, poderiam levar décadas para se concretizar.

    Todas as tecnologias da guerra foram criadas do zero?

    Não. Muitas inovações já existiam como conceitos ou protótipos. A penicilina, a propulsão a jato e a computação eram ideias em desenvolvimento antes do conflito.

    A guerra atuou como um catalisador, fornecendo o financiamento, a urgência e a mão de obra necessários para transformar essas ideias em tecnologias funcionais e produzidas em massa.

    Qual a principal diferença entre a tecnologia de guerra e a de uso civil?

    A finalidade é a principal diferença. A tecnologia militar prioriza o desempenho, a resistência e a eficácia em cenários extremos, muitas vezes com pouco foco no custo.

    Quando essa tecnologia é adaptada para o uso civil, o foco muda para o custo-benefício, a segurança do consumidor, a facilidade de uso e a estética.

    O GPS que usamos hoje é o mesmo sistema da guerra?

    Não diretamente. A Segunda Guerra usou sistemas de navegação baseados em ondas de rádio terrestres, como o LORAN. Eram eficazes, mas limitados em alcance e precisão.

    O GPS atual é um sistema global baseado em satélites, desenvolvido décadas depois. No entanto, a necessidade estratégica de um sistema de posicionamento global foi uma lição direta aprendida no conflito.

    Existe alguma tecnologia que ainda usamos de forma parecida com a original?

    Sim, alguns conceitos fundamentais permanecem. O radar moderno, por exemplo, é muito mais sofisticado, mas opera no mesmo princípio de emitir um sinal e analisar seu eco.

    A fita adesiva, embora com materiais mais avançados, cumpre a mesma função versátil para a qual foi criada. O Jeep original também estabeleceu um design e uma funcionalidade que inspiram SUVs até hoje.

  • 5 momentos em que artistas geraram debates importantes na sociedade

    5 momentos em que artistas geraram debates importantes na sociedade

    Um diálogo sobre identidade racial entre o rapper Mano Brown e a atriz Camila Pitanga acendeu um importante debate nas redes sociais. A discussão começou quando o músico usou o termo “mulata” para se referir à artista, que o corrigiu prontamente, afirmando-se como uma mulher negra. O episódio levantou questões sobre autodeclaração, o peso histórico das palavras e o papel de figuras públicas na construção de narrativas.

    Relembre a seguir outros quatro episódios em que artistas usaram sua voz para provocar reflexões e iniciar conversas cruciais para a sociedade.

    Anitta e a discussão sobre apropriação cultural

    A carreira internacional de Anitta a colocou no centro de um debate recorrente: a apropriação cultural. Em diversos videoclipes e apresentações, a cantora utilizou elementos estéticos simbólicos de diferentes culturas, especialmente da cultura negra e de religiões de matriz africana. O uso de tranças, figurinos inspirados em orixás e referências ao candomblé em trabalhos como o clipe de “Onda Diferente” gerou discussões intensas.

    De um lado, críticos apontavam que o uso desses elementos de forma descontextualizada ou meramente estética esvaziava seu significado original. Argumentavam que, enquanto pessoas negras enfrentam preconceito por suas tranças ou sua religião, uma artista branca poderia lucrar com a mesma estética sem sofrer as mesmas consequências. A discussão não se limitou às redes sociais e pautou programas de TV e artigos na imprensa.

    Por outro lado, defensores da cantora afirmavam que se tratava de apreciação cultural e uma forma de dar visibilidade a essas manifestações. A própria Anitta se posicionou diversas vezes, explicando suas intenções e seu contato com a religião. Independentemente da opinião, a artista conseguiu colocar em evidência um debate complexo sobre identidade, respeito e os limites entre homenagem e apropriação no cenário pop global.

    Caetano Veloso e a resistência na ditadura

    No final da década de 1960, o Brasil vivia sob o regime militar, um período de forte repressão e censura. Nesse cenário, o movimento tropicalista, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, surgiu como uma força de ruptura. Com uma estética que misturava rock psicodélico, bossa nova e cultura popular brasileira, a Tropicália desafiava não apenas os padrões musicais da época, mas também o conservadorismo e o autoritarismo do governo.

    A canção “É Proibido Proibir”, apresentada por Caetano no Festival Internacional da Canção de 1968, tornou-se um hino da contracultura. A performance, marcada por vaias e um discurso inflamado do artista contra a patrulha ideológica, simbolizou a insatisfação de uma juventude que clamava por liberdade. A atitude de Caetano e de outros tropicalistas era vista como uma afronta direta ao regime.

    A consequência foi dura. Em dezembro de 1968, após a promulgação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), Caetano e Gil foram presos e, posteriormente, forçados ao exílio em Londres. O episódio demonstrou o poder da arte como ferramenta de contestação política e transformou os artistas em símbolos de resistência contra a ditadura, um debate que segue relevante sobre o papel da cultura em tempos de autoritarismo.

    Renato Russo e o retrato da “Geração Coca-Cola”

    A década de 1980 foi um período de transição no Brasil, com o fim da ditadura militar e a redemocratização. Em meio a essa efervescência política e social, a banda Legião Urbana, liderada por Renato Russo, emergiu como a voz de uma geração. As letras do grupo capturavam as angústias, os dilemas e as críticas de jovens que cresceram em um país de contradições.

    A música “Geração Coca-Cola”, do álbum de estreia de 1985, tornou-se um marco. A letra questionava o consumismo, a influência cultural norte-americana e a herança deixada pelo regime militar. Ao cantar “somos os filhos da revolução / somos burgueses sem religião”, Renato Russo sintetizava o sentimento de uma juventude que se via desiludida com as promessas do passado e incerta sobre o futuro.

    A canção e outras composições da banda pautaram um debate nacional sobre a identidade da juventude pós-ditadura. As letras da Legião Urbana eram analisadas em escolas, universidades e na mídia, servindo como um ponto de partida para discussões sobre política, comportamento e os rumos do país. O legado de Renato Russo consolidou o rock nacional como um espaço legítimo para a crônica social e o questionamento político.

    Daniela Mercury e a visibilidade do casamento homoafetivo

    Em 2013, a cantora Daniela Mercury usou suas redes sociais para anunciar seu relacionamento com a jornalista Malu Verçosa. A publicação, acompanhada de uma foto do casal e da legenda “Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração”, teve um impacto imediato e profundo na sociedade brasileira. Naquele momento, o debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda era intenso no país.

    A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que obrigava os cartórios a celebrarem casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo havia sido emitida no mesmo ano, mas o tema ainda enfrentava forte resistência de setores conservadores. Ao tornar seu relacionamento público, Daniela Mercury, uma das artistas mais populares do Brasil, deu uma visibilidade sem precedentes à causa LGBTQIA+.

    A atitude da cantora foi um ato político que ajudou a normalizar as relações homoafetivas no imaginário popular. Ela e Malu se tornaram ativistas pela causa, participando de eventos, dando entrevistas e defendendo a igualdade de direitos.

  • Plantas que vivem bem na sombra: 5 espécies perfeitas para apartamentos

    Plantas que vivem bem na sombra: 5 espécies perfeitas para apartamentos

    Ter um cantinho verde em casa parece um sonho distante para quem mora em apartamento com pouca luz natural. A rotina agitada, somada a janelas que não recebem sol direto, cria um cenário que parece desfavorável para o cultivo de plantas.

    A boa notícia é que esse cenário pode mudar. Existe uma vasta gama de plantas que não apenas sobrevivem, mas prosperam em ambientes com baixa luminosidade. Adaptadas a crescer sob a sombra de árvores em florestas tropicais, essas espécies evoluíram para aproveitar ao máximo a pouca luz que recebem.

    Veja: Conheça a espécie mais rara de ipê em BH

    Para ajudar na sua escolha, preparamos uma lista com espécies resistentes e que exigem cuidados simples, ideais para quem tem uma rotina corrida e um apartamento com cantos mais escuros.

    Leia: As três plantas para plantar em agosto que vão encher seu jardim de cor

    Zamioculca

    Considerada uma das plantas mais resistentes que existem, a Zamioculca é praticamente à prova de iniciantes. Suas folhas brilhantes e de um verde profundo armazenam água, o que a torna tolerante a períodos de seca. Ela cresce bem em cantos com pouquíssima luz, onde outras espécies não se desenvolveriam.

    O principal cuidado é evitar o excesso de água, que pode apodrecer suas raízes. O ideal é regar apenas quando o solo estiver completamente seco ao toque. Por ser uma planta de crescimento lento, ela não exige podas ou trocas de vaso frequentes, o que a torna ainda mais prática para o dia a dia.

    Leia: Plantas perfeitas para canteiros que resistem ao sol e florescem o ano todo

    Espada-de-São-Jorge

    Um clássico na decoração de interiores, a Espada-de-São-Jorge é conhecida por sua resistência e pelo seu formato escultural. Suas folhas verticais e rígidas se adaptam a quase qualquer condição de luz, desde a sombra total até a luz indireta. É uma das plantas mais eficientes na purificação do ar.

    Assim como a Zamioculca, seu maior inimigo é o excesso de umidade. As regas devem ser bem espaçadas, permitindo que o solo seque por completo. Por seu crescimento vertical, é uma ótima escolha para otimizar espaços pequenos, como corredores ou cantos de sala.

    Veja: Como a morte do labrador Pudim acende alerta para plantas tóxicas

    Jiboia

    A Jiboia é uma das plantas pendentes mais populares, e por um bom motivo. Suas folhas em formato de coração criam um efeito cascata, que decora prateleiras e estantes com facilidade. Ela é extremamente versátil e se adapta bem a ambientes com pouca luz, embora suas folhas possam ficar um pouco menos variegadas na sombra.

    Um dos seus diferenciais é a comunicação clara: suas folhas murcham levemente quando ela precisa de água, voltando ao normal logo após a rega. Isso a torna uma ótima planta para quem está aprendendo a identificar as necessidades da vegetação.

    Leia: Plantas perfeitas para canteiros que resistem ao sol e florescem o ano todo

    Maranta

    Conhecida como “planta rezadeira”, a Maranta tem um comportamento fascinante. Suas folhas estampadas se levantam e se fecham durante a noite, como mãos em oração, e se abrem novamente pela manhã. Essa característica a torna uma planta dinâmica e interessante de observar.

    Originária do sub-bosque de florestas tropicais, está perfeitamente adaptada a ambientes sombreados. A luz solar direta pode queimar suas folhas delicadas. Ela aprecia umidade, então manter o solo levemente úmido e borrifar água em suas folhas ocasionalmente ajuda a mantê-la saudável.

    Leia: O que a psicologia diz sobre quem ama plantas de casa

    Aspidistra

    Seu apelido popular, “planta de ferro fundido”, já entrega sua principal qualidade: a durabilidade. A Aspidistra é capaz de tolerar condições adversas, incluindo pouca luz, ar seco e esquecimento nas regas. Suas folhas longas e escuras trazem uma elegância sóbria ao ambiente.

    É uma planta de crescimento lento que não exige muita atenção. Basta limpar suas folhas com um pano úmido de vez em quando para remover o pó e permitir que ela respire melhor. É a escolha ideal para quem busca uma planta imponente e de manutenção quase nula.

  • 5 frases polêmicas de ministros do STF

    5 frases polêmicas de ministros do STF

    A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou como “pequenos tiranos” os usuários de redes sociais que se escondem no anonimato para atacar pessoas e instituições. A declaração, feita durante o julgamento sobre a responsabilidade de plataformas digitais por conteúdos de terceiros, gerou ampla repercussão e iluminou a tensão entre liberdade de expressão e discurso de ódio no ambiente digital.

    Essa não foi a primeira vez que uma fala de um ministro do STF transcendeu os autos de um processo e ganhou as ruas, provocando debates acalorados. Em momentos de grande pressão política e jurídica, algumas frases se cristalizaram no imaginário popular, servindo como termômetro para o clima institucional do país. Relembre outras declarações de impacto que entraram para a história recente da mais alta Corte do Brasil.

    Veja: As principais ‘brigas’ entre ministros do STF

    Luís Roberto Barroso: ‘Perdeu, mané, não amola’

    Em novembro de 2022, pouco depois das eleições presidenciais, o ministro Luís Roberto Barroso foi abordado por um manifestante brasileiro em Nova York. Ao ser questionado sobre o código-fonte das urnas eletrônicas, o ministro respondeu de forma direta: “Perdeu, mané, não amola”. A frase curta e informal viralizou instantaneamente nas redes sociais.

    O episódio ocorreu em um momento de forte contestação dos resultados eleitorais por grupos bolsonaristas. A resposta de Barroso foi interpretada por apoiadores como uma defesa firme do processo democrático e uma repreensão necessária ao golpismo. Críticos, por outro lado, viram na fala um excesso de parcialidade e uma postura que não condizia com a sobriedade esperada de um juiz da Suprema Corte.

    Leia: STF aprova orçamento bilionário para 2026

    Joaquim Barbosa e o embate com Ricardo Lewandowski

    Em 2013, os ministros do STF Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, que foram respectivamente relator e revisor no julgamento do mensalão, se desentenderam no julgamento dos recursos dos condenados. Barbosa acusou Lewandowski de fazer “chicana”, manobra usada para arrastar a decisão.

    Veja: Advogado diz que ministros do STF são odiados pelo Brasil

    Gilmar Mendes e a crítica à Lava-Jato

    Um dos críticos mais vocais dos métodos da Operação Lava-Jato, o ministro Gilmar Mendes proferiu uma de suas mais duras avaliações em 2019. Em entrevista, ele se referiu à força-tarefa de Curitiba como “a maior organização criminosa que se instalou no país”. A afirmação chocou parte da opinião pública, que via a operação como um marco no combate à corrupção.

    A declaração de Mendes ocorreu em meio à divulgação de mensagens trocadas entre procuradores e o então juiz Sergio Moro, no escândalo que ficou conhecido como “Vaza-Jato”. Para o ministro, as conversas revelavam uma atuação coordenada e ilegal dos investigadores. A frase sintetizou a narrativa de que a operação teria extrapolado seus limites legais, influenciando diretamente nos julgamentos que levaram à anulação de condenações.

    Leia: Corintiano fanático, Moraes vota contra o Corinthians em julgamento no STF

    Celso de Mello: ‘bolsonaristas fascistoides’

    Em 2020, o então decano do STF, ministro Celso de Mello, chamou de “bolsonaristas fascistoides, covardes e ignorantes” os responsáveis por ameaças a juízes do Distrito Federal. A escolha de palavras, especialmente o uso de um termo considerado pejorativo, teve enorme repercussão.

    Ele completou, à jornalista Mônica Bergamo, que os autores revelam “com tais ameaças, a sua face criminosa, própria de quem abomina a liberdade e ultraja os signos da democracia”.

    Veja: ‘Gilmarpalooza’: o que é evento do ministro do STF Gilmar Mendes?

    Alexandre de Moraes e a ‘liberdade de agressão’

    Responsável por inquéritos sensíveis, como o das fake news e o dos atos antidemocráticos, o ministro Alexandre de Moraes tornou-se uma figura central nos embates institucionais recentes. Uma de suas frases mais repetidas, que funciona como um pilar de suas decisões, é: “Liberdade de expressão não é liberdade de agressão”.

    Moraes usa essa máxima para justificar medidas como a quebra de sigilo, o bloqueio de contas em redes sociais e ordens de prisão contra investigados por ataques à democracia e disseminação de desinformação.

    A frase encapsula a tese jurídica de que a liberdade de expressão não é um direito absoluto e encontra limites em outros direitos fundamentais, como a honra e a segurança das instituições. Para os críticos, no entanto, essa interpretação abriu margem para ações que configurariam censura.

    Leia: STF nega recurso de Bolsonaro para tirar Moraes de inquérito do golpe